Oportunidades no Brasil esbarram no sistema fiscal, dizem especialistas
O empresário definiu ainda, em quatro parâmetros, as principais dificuldades de se investir no Brasil: taxas de juro muito altas, risco cambial elevado, um sistema fiscal, que classificou de “um inferno”, e o licenciamento das obras
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Óptimas oportunidades mas com um sistema fiscal e burocrático que prometem atrapalhar. É desde modo que diversos especialistas encaram a realidade do mercado imobiliário brasileiro, sobretudo ao nível do segmento turístico.
No Seminário de Investimentos Imobiliários e Turísticos do Brasil, o empresário José Roquette sublinhou que “fazer um hotel, hoje, no Brasil com o nosso padrão custa mais 50% do que custava há três anos”.
O empresário definiu ainda, em quatro parâmetros, as principais dificuldades de se investir no Brasil: taxas de juro muito altas, risco cambial elevado, um sistema fiscal, que classificou de “um inferno”, e o licenciamento das obras.
Por seu lado, o diretor de desenvolvimento de negócios do Dom Pedro Hotels, Luís Correia da Silva, aconselhou os investidores portugueses a “fazerem o trabalho de casa” e a arranjarem “bons parceiros, conhecedores do mercado e influentes no mercado”.
“É dentro desta linha que os empresários portugueses se podem lançar para uma projecção no mercado brasileiro”, afirmou.
Com uma opinião mais optimista, o presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), Luís Lima, defendeu que o mercado brasileiro “é muito mais seguro do que o angolano”.
“Está em pleno crescimento, as perspectivas são enormes”, afirmou.
Luís Lima ressalvou ainda que o Brasil “é um país lusófono”, o que “torna tudo mais fácil” para os portugueses.
Também Manuel Leitão, chairman da Espírito Santo Property, ressalvou a “economia estabilizada e com perspectivas de continuar assim por um período longo” e o “mercado muito atractivo” que se encontra no Brasil.
“É a hora do Brasil”, assegurou, acrescentando que “a procura está lá”.
“Vinte a 30 milhões de pessoas passaram a ser consumidores nos últimos dois a três anos. E ainda falta crescer muito”, disse.
Relativamente ao Mundial de Futebol e aos Jogos Olímpicos, eventos que se vão realizar nos próximos anos naquele país, os empresários são unânimes em afirmar que são importantes mas não devem ser o único motivo do investimento, e todos questionaram o “depois”.
“O Mundial e os Jogos Olímpicos vão ser a cereja em cima do bolo. As expectativas estão muito altas. E depois?”, questionou Luís Correia da Silva.
Por seu lado, José Roquette defendeu que a “ameaça do excesso de oferta hoteleira deve preocupar todos”.
“O Brasil não tem a mínima capacidade de absorver uma oferta destas depois do mundial”, alertou.
Já Jorge Rebelo de Almeida, presidente do conselho de administração do Grupo Vila Galé, defendeu que “ninguém deve fazer investimentos privados a pensar exclusivamente nesses eventos”.