Souto de Moura desenha museu da cultura sefardita em Bragança
O espaço, foi projectado por Souto Moura no edifício contíguo ao Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, também da autoria do arquitecto português distinguido com o prémio Pritzker
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A cidade de Bragança vai ter no próximo Verão um novo espaço cultural, projectado por Eduardo Souto de Moura, com a história da cultura sefardita do Nordeste Transmontano, anunciou a autarquia local.
O projecto foi apresentado numa cerimónia que serviu para oficializar o protocolo entre Câmara de Bragança e a Rede de Judiarias de Portugal para os conteúdos do Centro de Interpretação da Cultura Sefardita do Nordeste Transmontano. Quanto ao espaço, foi projectado por Souto Moura, no edifício contíguo ao Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, também da autoria do arquitecto português distinguido com o prémio Pritzker.
A entrada para os dois espaços culturais será conjunta, segundo explicou o presidente da Câmara de Bragança, Jorge Nunes à Lusa, sublinhando o “reforço da oferta cultural” da cidade com mais este investimento de 1,2 milhões de euros. O autarca acredita que esta aposta “engrossará a fileira do turismo” com motivos de interesse para “aqueles que querem conhecer a arquitectura e o grande arquitecto português Souto de Moura, mas também para a comunidade sefardita espalhada pelo mundo”.
O centro terá conteúdos interactivos que vão dar a conhecer aos visitantes o que foi a presença sefardita nesta região. “Ajudará a conhecerem um povo que aqui se fixou, que desenvolveu social e economicamente esta região, que foi inovador, teve de partir daqui em condições adversas e que conseguiu chegar aos lugares mais avançados do mundo e se afirmou”, disse, apontando os exemplos dos médicos Jacob de Castro Sarmento e Oróbio de Castro.
Este novo espaço poderá fazer de Bragança “o centro de um futuro roteiro do judaísmo em Trás-os-Montes”, adiantou o secretário-geral da Rede de Judiarias de Portugal, Jorge Patrão. Outros municípios da região estão a desenvolver trabalho com vista à criação de uma rota do judaísmo em Trás-os-Montes e, para Jorge Patrão, este pode ser o início de um projecto mais vasto que ajude a valorizar a herança judaica espalhada pelas aldeias e a própria região.
“Podem despovoar as nossas terras, podem depauperar a economia do Interior do país, podem levar todos os interesses para o litoral, mas há uma coisa que não podem tirar às nossas terras, que é a sua história e a sua identidade”, considerou.