Alunos de Engenharia vão estudar edifícios devolutos no centro histórico de Évora
Os alunos de engenharia civil, precisou o vice-reitor da Universidade de Évora, vão analisar as estruturas e os problemas dos imóveis, como infiltrações ou paredes fissuradas, e propor as melhores soluções técnicas para esses problemas
Lusa
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Oito proprietários de imóveis devolutos do centro histórico de Évora vão “abrir as portas” das suas casas a alunos de engenharia civil para estudarem os problemas e proporem soluções que “devolvam vida” aos edifícios.
A realização dos estudos académicos em imóveis devolutos do centro histórico está na base de um protocolo de colaboração assinado entre a câmara, a Universidade de Évora (UÉ) e oito proprietários.
O acordo prevê a realização de estudos, durante o actual ano lectivo, na unidade curricular de Conservação e Reabilitação de Edifícios da licenciatura em Engenharia Civil ministrada pela academia alentejana.
O vice-reitor da UÉ, Manuel Cancela d’ Abreu, explicou à agência Lusa que o protocolo vai permitir que os alunos possam “pôr em prática os conceitos teóricos” adquiridos na disciplina.
Estas aulas práticas vão permitir que tenham “uma percepção completamente diferente” das aulas teóricas e, no futuro, para o exercício da sua profissão, “já vão com uma noção mais prática dos problemas e de como os resolver”, assinalou.
Os alunos de engenharia civil, precisou o responsável, vão analisar as estruturas e os problemas dos imóveis, como infiltrações ou paredes fissuradas, e propor as melhores soluções técnicas para esses problemas.
“No fim da disciplina, os alunos vão realizar seminários, em que cada um apresenta o seu caso”, adiantou o vice-reitor, referindo que as conclusões dos estudos vão ser entregues aos proprietários, para que estes, eventualmente, as utilizem na reabilitação das casas.
Também em declarações à Lusa, o vereador da Câmara de Évora Eduardo Luciano afirmou que, além da vertente pedagógica, o protocolo pretende “sensibilizar os proprietários para as consequências de os imóveis se manterem devolutos”.
“O município tem todo o interesse em estabelecer este tipo de protocolos que envolvem não só a universidade, mas em particular os proprietários de imóveis devolutos do centro histórico, que são um número considerável”, frisou.
O acordo, realçou o vereador que tutela o urbanismo e o centro histórico, junta-se à “definição da área de reabilitação urbana”, cujo processo já foi iniciado pelo município e que se constitui como “o primeiro passo para uma estratégia de reabilitação urbana”.
Este mecanismo, disse, “cria condições para que os proprietários que intervenham nos imóveis possam usufruir de benefícios fiscais e obriga o município a definir uma estratégia de reabilitação urbana, no prazo de três anos, após a aprovação dessa área”.