Engenheiros técnicos apontam o dedo aos arquitectos
Ordem dos Engenheiros Técnicos responsabiliza Ordem dos Arquitectos pelo fraco número de colocações de alunos nos cursos da área de “engenharias e afins” no ensino superior

Pedro Cristino
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Após a publicação dos resultados da 1.ª fase de colocação dos alunos do ensino superior, Ordem dos Engenheiros Técnicos (OET) emitiu um comunicado onde responsabiliza a Ordem dos Arquitectos pela parca afluência dos alunos aos cursos superiores das áreas de engenharia.
Através do comunicado, Augusto Ferreira Guedes volta a apontar o dedo às propostas da OA, segundo o qual, as mesmas “visam o alargamento da actividade dos arquitectos à engenharia, quiçá para fazer face à necessidade de trabalho para os milhares de arquitectos já formados e para aqueles que se encontram no seu percurso de formação em arquitectura, uma vez que o mercado da arquitectura já não consegue absorver uma grande parte destes profissionais”.
O bastonário da OET refere que “é provável que estes dois aspectos estejam fortemente interligados e que a engenharia esteja a perder por inação” e que uma das propostas entregue pela OA “defende que os seus membros possam praticar um vasto conjunto de actos de engenharia, fundamentando a sua posição no facto de alguns cursos de arquitectura proporcionarem algumas competências nas áreas de conhecimento de engenharia”.
“Se esse critério fosse válido, então também a arquitectura podia ser feita por engenheiros técnicos e engenheiros, pois os cursos de engenharia têm noções de arquitectura”, argumenta Ferreira Guedes, referindo ainda que, “ou se aceita o princípio de que a arquitectura é para os arquitectos e a engenharia para os engenheiros técnicos e engenheiros, ou se aceita o princípio mais vasto de que há alguma permeabilidade de fusão nestas áreas”.
O responsável afirma ainda que a engenharia, representada pela Ordem dos Engenheiros (OE) e pela OET “tem descurado este assunto, ocupados que temos estado a discutir quem representa os actuais licenciados (1.º ciclo) em Engenharia”. “O tempo passa e as “Ordens de Engenharia” vão perdendo a engenharia para os arquitectos e vão criando uma imagem (errada) de que não existe futuro para os engenheiros técnicos e para os engenheiros, em Portugal”, reforça.
Neste contexto, o bastonário da OET apela a uma aproximação por parte da OE à associação que dirige, “na batalha que por esta tem vindo a ser desenvolvida pela dignificação da engenharia”, ao invés de a “combater com todos os seus recursos”, uma vez que, no seu entender, ambas as ordens devem concentrar “as suas atenções na defesa da engenharia, no caso vertente a engenharia civil, contribuindo para alargar o horizonte de trabalho”.
Segundo Ferreira Guedes, actualmente “exige alterar a imagem do engenheiro técnico civil e do engenheiro civil como, exclusivamente, projectista de estruturas”, sendo, para tal, “necessário que o conservadorismo seja colocado de lado, e que as duas ordens profissionais lutem em conjunto pela promoção dos profissionais da engenharia civil, habilitando-os com mais amplos conhecimentos e competências nos vários domínios da engenharia”.
Segundo o mesmo, a OET tem-se sentido “isolada na defesa da engenharia em Portugal, por falta de comparência da OE”. Ao mesmo tempo, Augusto Ferreira Guedes salienta a importância de uma imagem “de serenidade e confiança no futuro”, bem como a colocação de “um ponto final na querela dos estatutos” – “os habilitados com o 1.º ciclo em engenharia são representados pela OET e os habilitados com o 2.º ciclo são representados pela OE”, resume.
O bastonário da OET pretende ainda que se inicie um processo, juntamente com as escolas politécnicas e as universidades, “revendo os curricula dos cursos de engenharia, para que seja possível alterar o ainda dominante paradigma da construção, adoptando-se o princípio de que: “a construção nova” não se pode sobrepor à recuperação do edificado”.
Além da necessidade de proporcionar aos jovens engenheiros e engenheiros técnicos “novas ferramentas para o planeamento, gestão, conservação, direcção de obra, fiscalização e gestão do património”, Ferreira Guedes pretende que se desencadeie “um mecanismo para evitar que outras classes profissionais, incluindo a dos arquitectos, continuem a ocupar, injustificadamente, a maioria dos lugares de direcção nos variados organismos da administração do Estado”.