Número de empresas insolventes estabiliza face ao ano passado
Após a tendência crescente de empresas insolventes desde 2008 em Portugal, que só foi invertida no ano passado, os primeiros cinco meses de 2015 registaram um total de 3,487 empresas em falência à escala nacional, valor praticamente semelhante ao período homólogo do ano transacto (3,488). Os dados foram apurados pela IGNIOS, que constatou que no… Continue reading Número de empresas insolventes estabiliza face ao ano passado
Marina Bertolami
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Após a tendência crescente de empresas insolventes desde 2008 em Portugal, que só foi invertida no ano passado, os primeiros cinco meses de 2015 registaram um total de 3,487 empresas em falência à escala nacional, valor praticamente semelhante ao período homólogo do ano transacto (3,488).
Os dados foram apurados pela IGNIOS, que constatou que no total de insolvências registadas até ao mês de maio de 2015, 1,417 dizem respeito a processos conclusos ( declarações finais de insolvência), que continuaram a aumentar, com mais 11,1 % do que em 2014. Embora esta subida tenha sido compensada pela descida de 9,8% das insolvências apresentadas pelas próprias empresas (935) e também pelas insolvências requeridas pelos credores (1,092) que recuaram em -0,7% relativamente ao ano passado. No domínio dos Planos de Insolvência, ainda que estes se mantenham residuais (43), a descida foi significativa, na ordem dos 42,7 %.
A maioria das insolvências, no que diz respeito aos sectores de actividade foram constituídas por serviços dependentes da procura interna e de consequentes importações, ainda assim, reflectiu-se uma inflexão de crescimento, com a excepção de alguns segmentos de actividade, como os “Transportes Terrestres”, com mais 32,7% de insolvências que no ano passado, e a “Restauração” com mais 5,5%.
O sector “Outros Serviços”, em termos de peso, permanece no domínio de empresas insolventes com 18,6% do total de empresas em quebra, seguindo-se o sector da “Construção”, 17,8%, do “Comércio a Retalho” em 14,6% e do “Comércio a Grosso”, em 14%.
O estudo da IGNIOS veio ainda contabilizar, no domínio das constituições um total de 17,993 novas empresas criadas entre os primeiros cinco meses deste ano, o que significa um acréscimo de 11,2% do total de empresas criadas em comparação a 2014. Neste caso, a tendência tem sido sempre de crescimento homólogo no acumulado, embora o mês de Maio tenha registado uma ligeira desaleração face ao mês de Abril, mês em que se verificou um crescimento de 14,1%.
Um dos aumentos mais expressivos em termos relativos, foi nas constituições do “Comércio Automóvel”, com um total de 657 empresas que declararam falência, +21,9% que no ano passado, favorecido pelo aumento do volume de negócios.
Já a “Hotelaria e Restauração”, registou um aumento em cerca de 16,4% do número de empresas criadas e lidera os crescimentos no que diz respeito aos dados absolutos (+296 empresas), com 1.670 constituições de Restauração e 429 de Alojamento.
Por outro lado, o “Comércio a Retalho”, apresentou um crescimento de 12,5% para 2,292 lojas e a “Agricultura” substancializou um crescimento de 19.7% face ao ano passado, com cerca de 1,031 empresas criadas.
Pelo contrário, o “Comércio por Grosso” assistiu a uma contracção das empresas existentes para 1,363 (- 4,7%). “Outros serviços” continua a ser predominante com um peso de 40%, seguido do “Comércio a Retalho” (12,8%) e da “Hotelaria e Restauração”(11,7%).
“Até agora, 2015 está a ser marcado pela desacelaração das insolvências, o que, tendo em conta a conjuntura dos anos anteriores e o respectivo comportamento do tecido empresarial nacional, não deixa de ser um balanço positivo”, defende o CEO da empresa especialista em soluções integradas de gestão de risco para o sector empresarial, António Monteiro.
Lisboa, Porto, Aveiro, Setúbal e Braga continuarão a ser os distritos de eleição para a constituição de novas empresas e de empresas que acabam por falir, no entanto e em 2015, outros distritos também se destacaram em termos de falências, mas pela positiva, como é o exemplo de Leiria, Faro e Santarém que registaram descidas no números de empresas insolventes de 5,6%, 24,5% e 13,3%, respectivamente.
Em simultâneo, Vila Real, Évora, Coimbra e Viana do Castelo, sofreram um aumento significativo de planos de falência em mais 26,5%, 32,7%, 17,1% e 6,3%, respectivamente, embora estes distritos se mantenham abaixo do valor relativo, no total de empresas nacionais em quebra.
Braga revelou um aumento de 21,9% do número de empresas em insolvência, em particular no sector do vestuário, e Setúbal igualmente em 11,6%.
Lisboa, Porto e Aveiro, apresentaram uma redução nos primeiros cinco meses do ano, face ao ano anterior com -0,5 %, -14% e -7,5%.
Já nas constituições, Aveiro foi o principal destino de novas empresas com uma adição de 1,102 estabelecimentos empresariais, aumentando o seu peso significativo de 5,7% para 6,1%, assim como Leiria, e Coimbra. O Porto apresentou uma perda de peso para 18,5% do total (3,324 empresas), assim como Braga para 8,2% (1,476 empresas) e Setúbal para 6,2 % (1,103).
Lisboa também perdeu representatividade e com cerca de 4,998 empresas constituídas, atenuou parte do seu peso de 29,3% para 27,9%.