Ponte Anita Garibaldi construída no Brasil com tecnologia portuguesa
O grupo português descreve esta infra-estrutura, cujo valor de contrato global foi superior a 100 milhões de euros, como “uma obra notável pela sua grandiosidade”, destacando o facto de se tratar da “primeira ponte atirantada em curva do Brasil”
Pedro Cristino
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A presidente brasileira, Dilma Rousseff, inaugurou a Ponte Anita Garibaldi, construída com a “tecnologia inovadora” da BERD – mais concretamente, a lançadeira LG 50/100, que o grupo português concebeu “especialmente” para a construção desta ponte em Laguna, no estado de Santa Catarina, Brasil. Esta inauguração prova que a empresa lusa está em força no mercado brasileiro e que a sua inovadora tecnologia para a construção atravessa oceanos de procura.
Mais de 100M€
O grupo português descreve esta infra-estrutura, cujo valor de contrato global foi superior a 100 milhões de euros, como “uma obra notável pela sua grandiosidade”, destacando o facto de se tratar da “primeira ponte atirantada em curva do Brasil”, com 2,8 quilómetros de comprimento. A BERD foi responsável pela concepção da lançadeira, dotada com o sistema OPS – sistema de Pré-esforço Orgânico – e usada nesta infra-estrutura. Segundo a empresa, esta lançadeira permitiu efectuar a construção dos 40 vãos correntes de 50 metros, “vão a vão em ciclos de quatro dias, através do método de aduelas pré-fabricadas, tendo mesmo atingido ciclos de 3,5 dias”. Pedro Pacheco explicou ao Construir que, cada vão de 50 metros de tabuleiro é constituído por cerca de 14 aduelas pré-fabricadas, com cerca de 3,5 metros de extensão, como se fossem “peças de lego”. “Essas peças são transportadas por barco até ao vão em construção”, e, uma vez transportadas, o equipamento LG-50 iça as peças (com cerca de 100 toneladas), “roda-as e coloca-as na posição final no tabuleiro, ficando estas temporariamente suspensas no equipamento LG-50”. “Depois de colocarem todas as aduelas, é aplicado o pré-esforço que as solidariza definitivamente. A LG-50 avança autonomamente para o vão seguinte e é iniciado novo ciclo”, concluiu.
Resultado “extremamente gratificante”
“A ponte de Laguna foi para nós um desafio conjunto com o Consórcio Ponte de Laguna, com um enorme potencial ao nível de obras públicas e pontes no mercado brasileiro”, afirmou Pedro Pacheco. Para o CEO da BERD, o resultado é “extremamente gratificante, congratulando-se a BERD por, uma vez, mais, acompanhar os seus clientes e ultrapassar as suas expectativas, com trabalhos de elevada qualidade e competência e superando os prazos de execução previstos”. Ao Construir, Pedro Pacheco salientou que o prazo integral de construção da ponte não estava previsto no contrato com a BERD. “O que estava previsto eram “velocidades construtivas”, referiu, explicando que a velocidade cruzeiro prevista era de cerca de 200 metros por mês, tendo sido alcançadas, em momento de pico, velocidades superiores a 400 metros de tabuleiro por mês”. Assim, “mesmo com diversos desvios de outras origens, a parte da obra onde a BERD interveio terminou alguns dias antes do prazo”. Questionado sobre quais os principais desafios encontrados pela empresa nesta obra, o CEO da BERD sublinhou que “uma operação desta dimensão envolve sempre desafios logísticos, desafios regulatórios e desafios operacionais no local”. “A BERD tem um modelo de operação desenhado no BERD Quality System (BQSR) que incorpora uma sistemática análise de risco e as respectivas soluções”, referiu. Assim, “desafios como o domínio da tecnologia – resolvido com formação específica “in loco”” – ,coordenação de actividades – resolvido com o sistema de planeamento integrado -, ou mesmo o controlo geométrico da ponte – resolvido com consultoria monitorizada pela BERD – são ultrapassados com naturalidade e eficácia”.
O mercado brasileiro vai continuar a proporcionar oportunidades à BERD no médio-longo prazo?
Pedro Pacheco: “Neste momento, por motivos conhecidos, vive-se um momento difícil no Brasil. Mas a aposta da BERD no Brasil é de médio-longo prazo e portanto a empresa irá manter a sua actividade consistentemente no Brasil e prevê manter-se um player importante quando forem reactivados os muito importantes projectos de infra-estruturas que estão previstos. Portanto, “sim”, a BERD espera importantes oportunidades no Brasil a médio-longo prazo. Aliás, a BERD tem excelentes relações com diversas empresas e instituições brasileiras. Indiscutivelmente, o Brasil é e será um dos sete ou oito “key markets” no globo da BERD.