Reabilitação sustentável de estradas é caminho longo a percorrer em Portugal
Maria de Lurdes Antunes acredita que “o reciclado dificilmente será viável em pequenas redes, onde é necessário um conjunto de equipamentos especiais, mas em largos troços acaba por ser uma solução bastante vantajosa”
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As vantagens e as particularidades da conservação e reabilitação de estradas com recurso a técnicas que permitam uma operação a frio foi um dos principais destaques das Jornadas Técnicas de Reciclagem, iniciativa promovida pela Moviter em parceria com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil e que contou com a participação de especialistas nacionais e internacionais, que aportaram um conjunto de experiências diversas.
A Moviter garante que o aproveitamento de materiais recuperados de pavimentos a reabilitar, através da reciclagem assume um papel muito importante na construção rodoviária, proporcionando além de uma efectiva redução da produção de resíduos e do consumo de recursos naturais, benefícios ao nível do consumo de energia e dos efeitos ambientais relacionados. Os responsáveis da Moviter asseguram que nos últimos anos têm sido alcançados avanços significativos na concepção, formulação e caracterização do comportamento de misturas recicladas, nomeadamente através do desenvolvimento de projectos de investigação à escala europeia. Avanços significativos têm também sido alcançados ao nível de soluções tecnológicos disponíveis, nomeadamente em termos de equipamentos.
Maria de Lurdes Antunes e Fátima Batista, ambas técnicas do Laboratório Nacional de Engenharia Civil com largo trabalho desenvolvido e publicado em torno da importância da reabilitação e conservação dos pavimentos rodoviários, acreditam que há ainda um longo caminho a percorrer em Portugal no sentido de serem adoptadas medidas mais sustentáveis na minimização de recursos e na dinamização da durabilidade das soluções implementadas. Desde logo ao nível da optimização das matérias-primas, nomeadamente o encaminhamento de materiais de melhor qualidade para soluções mais exigentes e ao próprio aumento das operações de reciclagem e, não menos importante, ao nível da optimização dos consumos energéticos, daí que a reciclagem in situ seja encarada como importante para a redução de distâncias e transporte de materiais, com ganhos para o próprio ambiente. “O LNEC tem trabalhado em colaboração com a indústria no uso eficiente de recursos e no desenvolvimento de soluções optimizadas”, garante a investigadora Fátima Batista. Maria de Lurdes Antunes acredita que “o reciclado dificilmente será viável em pequenas redes, onde é necessário um conjunto de equipamentos especiais, mas em largos troços acaba por ser uma solução bastante vantajosa”.
Para a conservação e reabilitação da rede viária existem diversas alternativas possíveis, adoptando-se por princípio e, para cada caso, a melhor solução em termos técnicos e económicos. Uma das alternativas, que por vários motivos tem sido sistematicamente usada entre as formas tradicionais de reabilitação é a execução de camadas de reforço que, sucessivamente elevam o perfil do pavimento e rebaixam as valetas e bermas com os perigos eventualmente daí decorrentes. Por outro lado, quando se adopta uma solução tradicional de reforço do pavimento, é frequente ser necessário fresar as camadas fendilhadas existentes de forma a eliminar o risco de propagação de fendas para as camadas novas superiores. O material fresado resultante desta operação é normalmente transportado a vazadouro contribuindo para um aumento dos resíduos sólidos. As limitações orçamentais associadas às restrições impostas pela legislação ambiental para construção e reabilitação rodoviária estão entre os factores que mais têm estimulado o desenvolvimento e a aplicação de novas tecnologias como a reciclagem de pavimentos. Novos meios de maximizar resultados técnico-económicos vêm a ser estudados pelos especialistas rodoviários a partir do advento da reciclagem. Existem assim diversas razões que têm conduzido ao desenvolvimento da técnica de reciclagem dos materiais recuperados dos pavimentos a reabilitar, sendo particularmente atractiva, a técnica de reciclagem “in situ” a frio pelas vantagens económicas e ambientais que apresenta, ao proporcionar, por um lado uma redução dos gastos energéticos e por outro uma diminuição dos resíduos gerados durante a reabilitação de um pavimento. Uma das soluções mais consideradas para esta solução “in situ”, e que compreende a fresagem e tratamento no local precisamente do resultado dessa fresagem é passa pelas misturas betuminosas fabricadas a frio com emulsão betuminosa. Trata-se de misturas cujos materiais empregues no seu fabrico são agregados, água e emulsão betuminosa, podendo ser fabricadas, espalhadas e compactadas à temperatura ambiente. No entanto, consoante a composição especifica de cada mistura, como por exemplo, a dimensão e proporção das fracções granulométricas utilizadas, ou o tipo e teor em betume utilizado, assim se podem obter misturas cujas características são distintas entre si. Nos casos em que as misturas são fabricadas recorrendo a agregados novos, elegem-se as fracções granulométricas a utilizar consoante O tipo de mistura pretendida. No caso em que se procede à reciclagem do pavimento in situ, o Campo de acção é mais limitado, na medida em que a granulometria do material fresado é condicionado quer pela granulometria dos agregados das camadas a reciclar, quer pelo próprio processo de fresagem, havendo apenas uma pequena margem de intervenção, através, por exemplo, da adição de material correctivo, ou procedendo a ajustes no processo de fresagem (rolo dentado mais ou menos potente, maior ou menor velocidade de avanço da máquina recicladora, etc.).
Solução da Wirtgen
É a pensar nestas soluções que a Wirtgen, representada em Portugal pela Moviter, dispõe da gama WR, adequada à estabilização de solos em grande escala de terrenos com capacidade de resistência insuficiente. O processo de estabilização converte solo de má qualidade em um material de construção de primeira qualidade, segundo a Wirtgen. Além disso, o seu design ergonómico perfeito, a máxima visibilidade, a alta potência do motor, a qualidade da mistura, a mobilidade superior em qualquer terreno, os recursos automatizados e muitos outros destaques fazem da WR “pioneira em termos de produção a baixos custos operacionais”. Trabalhando como uma estabilizadora de solos a WR utiliza o seu poderoso rotor de fresagem e mistura para misturar agentes ligantes pré-distribuídos, tais como cal ou cimento. O presente solo, de baixa capacidade de resistência e com profundidade de trabalho de até 560 mm, pode ser convertido em um material de construção superior directo no local. O resultado da mistura homogénea de solo-ligante oferece altos níveis de resistência à tracção, resistência à compressão e resistência ao corte, bem como a resistência duradoura à água, resistência ao gelo e estabilidade de volume. Quando operadas em modo de reciclagem a frio, as máquinas WR convertem as camadas de asfalto que necessitam de reabilitação em camadas de base de elevada qualidade – independentemente da área local e profundidade de trabalho. Aditivos e ligantes utilizados para este fim incluem o cimento, a água, emulsão de betume e a espuma de betume. A qualidade da intervenção, segundo os responsáveis da Wirtgen, é assegurada pela medição de alta precisão, a qualidade da mistura consistentemente superior, a estrutura bem organizada, a fácil operação da máquina e o seu nivelamento preciso. No modo de reciclagem a WR elimina essas deficiências provocadas pelo natural desgaste rápida e economicamente. Ela é equipada com um poderoso rotor de fresagem e mistura e com sistemas de injecção de última geração. A recicladora a frio fresa e tritura pavimentos asfálticos desgastados, injecta agentes ligantes e água na medida e quantidade precisa e, por fim, mistura com o material do
pavimento a ser reciclado, tudo em uma única passagem da máquina. As novas camadas de base produzidas por meio desse processo in situ são distintas pela sua capacidade de rolamento excepcionalmente elevada.