“Obtivemos o melhor resultado da nossa história”
Mercado imobiliário português registou, em 2015, um volume total de investimento de 1,9 mil milhões de euros, ultrapassando “o máximo histórico desde que existe registo”
Pedro Cristino
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“Estivemos muitísssimo bem este ano, nós, e penso também que o mercado em geral, em termos de investimentos imobiliários”, introduziu Eric van Leuven na apresentação que hoje conduziu do resumo da actividade que a Cushman & Wakefield (C&W) desenvolveu durante o ano de 2015. Nas palavras do managing partner da consultora imobiliária em Portugal, a empresa obteve “o melhor resultado de sempre” no mercado nacional, registando um aumento de 27% da sua facturação face a 2014.
2MM€ de investimento
“O ano de 2015 foi excepcional para o mercado imobiliário, com particular ênfase no sector de investimento”, afirmou o responsável da C&W, destacando que as estimativas da consultora para um volume total de 2 mil milhões de euros “só não se confirmaram pelo facto de várias operações em curso terem sido adiadas para este ano”. Segundo Eric van Leuven, os departamentos da consultora que melhor se comportaram neste período de níveis de investimento históricos, foram investimento, escritórios e retalho, tendo a procura no sector de escritórios até Novembro do ano transacto ultrapassado já o volume contratado nos 12 meses do ano anterior. Por sua vez, o sector de retalho “denotou também uma retoma clara da procura, já não só limitada a localizações e activos prime, mas abrangendo também mercados secundários”. Além destas áreas de negócio da C&W, os departamentos de gestão de imóveis e de avaliações obtiveram, também, “resultados muito positivos”.
Investimento estrangeiro domina
Com um peso de 90% no total, o investimento estrangeiro foi o grande responsável pelo volume de investimento imobiliário no sector comercial que, em 2015, ultrapassou o máximo histórico, “desde que existe registo”, cifrando-se em cerca de 1,9 mil milhões de euros. “A tendência cada vez mais clara pela transacção de portfólios quase que duplicou o valor médio por transacção, que se situou, em 2015, nos 36 milhões”, referiu Eric van Leuven, salientando que, este ano, “esta forte procura de investimento deverá manter-se, sendo muito possível para que se atinja um máximo histórico em termos de volume”. No ano passado, o departamento de investimento da Cushman & Wakefield participou em mais de 20 transacções de investimento imobiliário, nas áreas de escritórios, logística, retalho e reabilitação urbana. De acordo com os dados da consultora, este foi também “o melhor ano de sempre para este departamento”. Por sua vez, a equipa de escritórios esteve envolvida no arrendamento de cerca de 30 mil metros quadrados de novos escritórios, tendo obtido, nas palavras de Eric van Leuven, “um excelente resultado”. Esta equipa é actualmente responsável pela representação de várias multinacionais na definição da suas estratégias imobiliárias e tem sob a sua alçada a comercialização de cerca de 35 mil metros quadrados de espaços na área da Grande Lisboa. O departamento de retalho não se atrasou face aos seus pares e registou transacções em retalho de rua que totalizaram cerca de 10 mil metros quadrados, tendo sido ainda instruído para a comercialização “de projectos de grande relevância no panorama da reabilitação urbana, onde a componente de retalho assume especial destaque”. A representação de clientes internacionais foi responsável por mais de 20% da facturação deste departamento que, em 2015, ganhou também três novos mandatos.
Confiança prudente
Alertando para o facto de que os investidores aguardam ainda os desenvolvimentos na materialização de um quadro fiscal por parte do Governo, Eric van Leuven afirmou encarar 2016 “com renovada confiança, embora ainda de forma prudente devido à fragilidade da recuperação económica em Portugal e na Europa, e às tensões geopolíticas”. Contudo, explicou que “a elevada liquidez em muitas geografias e a fraca oferta de alternativas ao investimento em imobiliário deverão continuar a beneficiar o mercado imobiliário, e o português em concreto”, que, não obstante a sua parca dimensão e o facto de se encontrar em recuperação, é considerado como “sendo relativamente maduro, transparente e barato” pelos investidores. “Reabilitar continuará na ordem do dia” mas, para o managing partner da C&W, “a nova promoção deverá também começar a surgir facilitada por um mercado ocupacional mais dinâmico, tanto em retalho como escritórios, e por uma maior propensão ao financiamento por parte de entidades bancárias”. A consultora prevê ainda “um continuado decréscimo das yields, ainda que forma mais acentuada para os produtos secundários”. Relativamente à actividade da consultora imobiliária, van Leuven prevê “um crescimento continuado, sendo que os novos accionistas maioritários da empresa, na sequência da recente fusão com a DTZ, procuram crescimento tanto de forma orgânica, como através de mais aquisições”.