“Seria importante que as instituições partilhassem os dados sobre as massas de água”
Para a responsável da APA, ligação estreita entre universidades e instituições permitiria que se “continuasse a trabalhar, do ponto de vista científico, em prol de satisfazer melhor as necessidades do país” no sector hídrico
Pedro Cristino
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A directora do Departamento de Recursos Hídricos da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) destacou a importância de uma colaboração mais estreita entre as universidades e as instituições que envolva, não só a introdução de temas para o desenvolvimento de teses de mestrado e doutoramento no âmbito da inovação no sector hídrico, mas também a partilha de dados para a classificação das massas de água no país.
No âmbito da conferência AcquaLiveExpo 2016, dedicada ao tema “Desafios Societais da Água em Portugal e do Mundo”, realizada na Green Business Week, Maria Felisbina Quadrado, referiu que seria “muito importante que as instituições introduzissem temas para os quais necessitassem de desenvolvimento e as universidades poderem, nesse sentido, desenvolver mestrados e doutoramentos em estreita colaboração” com essas mesmas instituições.
Para a responsável da APA, essa ligação estreita, permitiria que se “continuasse a trabalhar, do ponto de vista científico, em prol de satisfazer melhor as necessidades do país” no sector hídrico.
Paralelamente, Felisbina Quadrado referiu também que seria importante que as universidades e as instituições do Estado, “na medida em que são públicas”, partilhassem, “obrigatoriamente e de forma gratuita, os dados” referentes às massas de água do território nacional.
“O que se vê é que, quando começamos um projecto, temos imensas dificuldades em chegar à informação e temos de começar do princípio. Passámos por isso com os planos de gestão dos riscos de inundação”, exemplificou. Para esta engenheira, a informação de base referente a este tema “é bastante cara”, enquanto o país “é pobre” e tem dificuldades em responder às exigências da Directiva-Quadro da Água, “que é extremamente exigente”.
A responsável da APA explicou que esta instituição “não tem capacidade para recolher toda a informação” e que “o cumprimento de uma directiva-quadro não é uma obrigação da APA, mas sim do país, pois, quando há incumprimento, é o Estado-Membro, nós, quem paga a multa”.
“Temos de nos consciencializar que um dado que recolhemos para uma tese de mestrado, por exemplo, pode ser utilizado para classificar uma massa de água ou para investir em água em locais onde não existe informação nenhuma”, continuou.
Existindo uma ligação de partilha de dados entre instituições e universidades levaria a que “também as teses de mestrado e doutoramento” fossem “mais suportadas”. “Quando lhes passamos os contratos de concessão, ou as licenças, as empresas queixam-se dos programas de monitorização, mas esses programas, além de serem importantes para a própria gestão das empresas, são também importantes para toda a gestao dos recursos hídricos”, assegurou.
Felisbina Quadrado revelou ainda que a APA tem “uma proposta no Plano Nacional da Água para a existência de uma comissão interministerial que, no fundo, obrigue quer os sectores, quer toda a administração, a organizarem-se no sentido de terem uma resposta comum para o país”.