Sector global da construção optimista quanto a perspectivas de crescimento
“Indústria está em dificuldade para gerar um impulso no crescimento face à fragilidade económica em mercados-chave em todo o mundo”, Danny Richards, economista-chefe da Timetric
Pedro Cristino
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O mais recente estudo do Construction Intelligence Center (CIC), da Timetric, conclui que os decisores da indústria da construção permanecem confiantes relativamente às perspectivas de crescimento no sector e nas suas empresas durante os próximos seis meses.
Contudo, a consultora lembra que os níveis de confiança têm vindo a cair desde o final de 2014 e esta tendência continuou até ao início de 2016. Segundo a actualização do Inquérito da Confiança na Construção referente ao primeiro trimestre deste ano, o Índice de Confiança Actual (ICA) caiu de 61,5 pontos, no quarto trimestre de 2015, para 61,2 no primeiro trimestre deste ano. Isto marca o quinto trimestre de queda consecutivo neste indicador.
Todavia, a Timetric sublinha que, com uma pontuação que permanece acima da marca dos 50 pontos, existe ainda um “bom nível de optimismo relativamente às perspectivas de crescimento para os próximos seis meses”.
“Apesar de estar a melhorar, a economia global está destinada a permanecer vagarosa em 2016 e está a oferecer pouco apoio à indústria global da construção”, refere o comunicado da consultora, com base no Índice de Impacto Económico (IIE), que desceu para 44 pontos no primeiro trimestre deste ano.
Segundo a mesma fonte, a pontuação global para o IEE, “que proporciona uma amostra de como os participantes no inquérito sentem que o estado actual da economia está a impactar o sector da construção”, caiu nos últimos dois trimestres, de 45,2 pontos, no quarto trimestre do ano passado, e de 46,7 pontos no trimestre anterior.
“Isto sugere que a indústria está em dificuldade para gerar um impulso no crescimento face à fragilidade económica em mercados-chave em todo o mundo”, referiu Danny Richards. Segundo o economista-chefe da Timetric, “das oito grandes regiões cobertas pelo IIE, a economia regional na Ásia está a ter o impacto mais favorável na actividade da construção”.
A pontuação para esta região no primeiro trimestre de 2016 cifrou-se nos 56,6, explicando a consultora que uma pontuação acima de 50 indica que a economia está a ter um impacto favorável n esta indústria. Isto reflecte “o ritmo relativamente rápido da expansão económica nos dinâmicos mercados emergentes da região”.
“Contudo, o IIE para a Ásia tem seguido uma tendência geral de quebra nos últimos seis trimestres, uma performance que está em linha com a crescente ansiedade face ao estado da economia da China e a um brusco abrandamento da actividade da construção na maior economia da região”, alerta Richards.
O Médio Oriente e África registaram as pontuações mais baixas do IIE, com 44,1 e 41,8 pontos, respectivamente. Neste contexto, a Timetric frisa a contínua fragilidade dos preços de petróleo, que se tem reflectido “de forma clara” na continuação da queda do IIE para o Médio Oriente. Embora as reservas fiscais detidas pelos governos na maioria dos mercados-chave da região se mantenham altas, o investimento público está a ser revisto em baixa e os projectos de construção estão a ser suspensos.
Em África, o baixo preço do petróleo de outras matérias-primas tem cortado o crescimento do investimento num conjunto de principais economias na região, enquanto o abrandamento na China está a criar preocupação relativamente a uma eventual queda do investimento e ajuda estrangeiros. Paralelamente, más políticas económicas e riscos operacionais continuam a minar a confiança dos investidores.
O IIE esteve acima da marca dos 50 pontos na América do Norte, Europa Ocidental e Australásia na actualização do inquérito. Todavia, este indicador esteve abaixo da marca na Europa de Leste e na América Latina, onde a indústria da construção nos maiores mercados destas regiões, Rússia e Brasil, respectivamente, está em contracção.