Opinião: “Passive House: ver mais longe”
A Passive House é um conceito construtivo que depende obviamente de soluções construtivas e tecnologias eficientes e de uma garantia da qualidade na execução
CONSTRUIR
Ordem dos Engenheiros lança ‘Prémios Nacionais’
“Redução de custos ambientais e operacionais” justifica importância do Aqua+ Escritórios
ACEMEL atinge os 20 associados com entrada da Nabalia e EZU Energia
Casa da Arquitectura abre concurso para bolsas de doutoramento
Fundão recebe o New European Bauhaus Festival
Segurança de trabalhos em altura no sector da construção
Câmara de Setúbal vai reabilitar Palácio do Quebedo por valor superior a 2 M€
Preços de escritórios e lojas aumentaram em média +20% durante a pandemia
TdC dá luz verde ao prolongamento da Linha Vermelha
Century 21 Portugal espera “crescimento” nos próximos anos
Por João Gavião, Homegrid e Associação Passivhaus Portugal
Para quem é dado a celebrações, a mais recente Conferência Internacional Passive House, que decorreu em Darmstadt no final de Abril, foi sem dúvida especial. A conferência, nesta sua vigésima edição, ficou marcada duplamente: os vinte anos do Passivhaus Institut, criado em 1996, e os vinte e cinco anos da construção das Primeiras Passive Houses em Darmstadt em 1991. E se há algo que podemos concluir é que o conceito está a crescer de forma saudável, a ganhar qualidades e tornar-se mais forte. Pegando numa expressão associada aos vinhos, podemos dizer que a Passive House está a envelhecer bem.
Este fortalecimento é demonstrado não só pelas inovações tecnologias, pelas novas soluções e sistemas disponibilizados no mercado, pelos projectos experimentais ou pelo crescimento exponencial de exemplos construídos por todo o mundo. Este fortalecimento da Passive House assenta também na revisitação das suas origens e na constatação de que passados vinte e cinco anos aqueles que são os primeiros exemplos construídos estão perfeitamente funcionais, mantendo desde então um elevado desempenho sob o ponto de vista energético e de qualidade de vida proporcionada aos seus ocupantes. E isto está provado pelos resultados do estudo continuado que estes edifícios têm sido alvo.
Outro aspecto revelador deste fortalecimento é a crescente presença de arquitectos e da relevância da arquitectura no seio da Passive House. Esse facto foi realçado por Wolfgang Feist durante a conferência, que realçou o papel dos arquitectos na implementação de Passive Houses e lançou um repto: terão de ser desenhados edifícios eficientes, atraentes e acessíveis.
A Passive House é um conceito construtivo que depende obviamente de soluções construtivas e tecnologias eficientes e de uma garantia da qualidade na execução. Mas também depende, e porventura será mesmo o factor mais importante, da qualidade do projecto, ou seja, da inteligência materializada no projecto desde as fases mais iniciais do processo. E aí entra o bom projecto. O bom projecto de arquitectura e a boa coordenação com as especialidades.
O interessante em qualquer Conferência Internacional Passive House passa por verificar a evolução do conceito Passive House e vislumbrar próximos passos. Todo o trabalho no seio da Passive House passa sempre por consolidar e melhorar o trabalho precedente. Por isso uma Passive House construída há vinte e cinco anos continua hoje a ser…uma Passive House. Por isso também a Passive House é a solução óptima para os edifícios com necessidades quase nulas de energia, os NZEB (Nearly Zero Energy Building). Como dizem que Isaac Newton disse, “If I have seen further it is by standing on the shoulders of giants.”