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    Que lições devem ser retiradas após o sismo de Amatrice?

    Como recentemente lembrou o GECoRPA, a história comprova a vulnerabilidade de Portugal à ocorrência de sismos e a recente catástrofe de Amatrice volta a trazer este assunto à luz do debate no país. O Construir foi ouvir a opinião de alguns especialistas face à vulnerabilidade sísmica do edificado luso

    Pedro Cristino
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    Que lições devem ser retiradas após o sismo de Amatrice?

    Como recentemente lembrou o GECoRPA, a história comprova a vulnerabilidade de Portugal à ocorrência de sismos e a recente catástrofe de Amatrice volta a trazer este assunto à luz do debate no país. O Construir foi ouvir a opinião de alguns especialistas face à vulnerabilidade sísmica do edificado luso

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    earthquake-1665892_1280“Em Portugal, sabemos que os abalos sísmicos existem – a história prova-o”, introduz o comunicado de imprensa emitido pelo Grémio do Património (GECoRPA). No rescaldo do terramoto que abalou a cidade transalpina de Amatrice, esta associação relembra a sociedade, através da sua missiva, que, embora os sismos sejam fenómenos “relativamente raros”, acarretam consigo consequências “que podem ser devastadoras”. Destacando que um terramoto como o que abalou Portugal em 1755 poderá acontecer “a qualquer momento”, o GECoRPA considera que as lições que destas catástrofes poderão ser retiradas não estão a ser aprendidas pelos portugueses.

    Regulamentos “omissos” e “desadequados”

    No seu comunicado, o Grémio do Património ressalva a aprovação, em 2010, na Assembleia da República, uma resolução sobre o impacto sísmico no edificado que “constituiu um avanço histórico na abordagem do problema em Portugal” e, entre várias medidas, é recomendado ao Governo que “assegura a obrigatoriedade de segurança estrutural anti-sísmica nos programas de reabilitação urbana existentes ou a criar, conforme a sua localização nas zonas do mapa de risco sísmico e veritdas nos planos de ordenamento de âmbito municipal”. Mais tarde, em 2012, com as alterações então introduzidas, o Decreto-Lei 307/2009, de 23 de Outubro – Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (RJRU) – passou a estipular, no seu artigo 51.º, que as obras de reabilitação “observem as opções de construção adequadas à segurança estrutural e sísmica dos edifícios intervencionados”. Contudo, o GECoRPA chama a atenção para o Decreto-Lei 53/2014, de 8 de Abril, que estabelece, posteriormente “um regime excepcional de reabilitação urbana que exige apenas que as intervenções nos edifícios não diminuam as suas condições de segurança sísmica”. Neste contexto, a associação explica que a dispensa de se melhorar a segurança dos edifícios reabilitados é “agravada”, uma vez que o RJRU remete “para legislação desactualizada” no que concerne “à questão da qualificação a exigir às empresas e aos profissionais para executarem intervenções de reabilitação do edificado”. Paralelamente, o Grémio ressalva também que o Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro, que estabelece o Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação (RJUE) foi já alvo de 14 alterações até à data, “tendo origem numa época em que dominava a construção nova e a reabilitação do edificado era um tema secundário”, não tendo, por esse motivo, “na devida conta, a especificidade e complexidade das intervenções de reabilitação e, em particular, as de reabilitação estrutural”. Segundo este regime, as obras realizadas nos interiores dos edifícios dispensam de licença municipal “desde que não afectem a estrutura”, mas o GECoRPA considera que a lei é “omissa” relativamente à qualificação “de quem decide se as obras afectam ou não a estrutura”, levando tal decisão a ser tomada “por quem quer que seja chamado pelo morador para fazer as obras”. “É o que está a acontecer em zonas de Lisboa como o Bairro Azul, onde é frequente verem-se carrinhas a carregar entulho resultante da demolição de paredes estruturais, enfraquecendo os edifícios”, aponta o comunicado. A mesma fonte sublinha que as intervenções neste domínio “pressupõe qualificação específica de projectistas e empreiteiros, em particular no caso dos edifícios antigos”. Relativamente aos projectistas, a associação refere que a sua qualificação depende “da posse de um título profissional ou de um certo número de anos de experiência” e explica que os títulos mais frequentes consistem em “níveis de qualificação atribuídos pelas ordens de forma indiferenciada a engenheiros ou engenheiros técnicos, independentemente da área de especialização a que pertencem, que tanto pode ser construção, como hidráulica”, não dando “qualquer garantia de qualificação para a elaboração dos projectos em causa”. Relativamente aos empreiteiros, o regime dos alvarás, que constam actualmente da Lei n.º 41/2015, de 3 de Junho, o requisito de demonstração de capacidade técnica aplica-se apenas aos empreiteiros de obras públicas, “deixando de fora os empreiteiros de obras particulares – incluindo as de reabilitação estrutural – que, para exercerem actividade, apenas têm de se registar na entidade reguladora”. Com isto, o GECoRPA constata que as intervenções de reabilitação agora em curso “e com grande intensidade” por todo o país estão a aumentar “a exposição de pessoas e bens ao risco sísmico”. Para a associação presidida por Vítor Cóias, “mesmo aquelas obras que pretendem melhorar o comportamento sísmico dos edifícios podem não oferecer essa garantia, porque foram mal projectadas, ou mal executadas, ou as duas coisas”, como foi o caso da escola de Amatrice, que ruiu “embora tivesse sido reabilitada há pouco tempo”. Assim, o Grémio do Património lembra as inspecções e certificados referentes ao desempenho energético dos edifícios, exigidas “desde há alguns anos”, e contrapõe com a falta de exigências semelhantes quanto ao desempenho natural dos edifícios. “Corremos o risco de ter edifícios energeticamente eficientes, mas estuturalmente inseguros”, reforça o comunicado do GECoRPA, que também classifica como “ilusão” a possibilidade de contar com os seguros, dado que as seguradoras incluem nas suas apólices “exclusões, nomeadamente quanto a erros e defeitos de projecto ou de construção” que os tornam “inúteis quando um dia for necessário comunicar os sinistros e mobilizar os respectivos capitais”.

    Segurança sísmica como prioridade

    Opinião semelhante tem Humberto Varum. Em entrevista ao Construir, o professor catedrático da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) explica que há “alguma regulamentação recente que permite a intervenção em edifícios históricos sem qualquer tipo de análise do ponto de vista sísmico”. “Evidentemente que algo tem de ser revisto, por um lado”, afirma o professor da secção de Estruturas, do Departamento de Engenharia da universidade portuense, referindo também que, por outro lado, “é muito importante (…) disseminar o conhecimento e desenvolver, nos proprietários ou nos gestores do património edificado, sensibilidade para esta questão”. Para Varum, é “muito importante” que estes entendam que “qualquer alteração no sistema estrutural de um edifício pode fazer cair muito a sua capacidade”, dada frequência com que as pessoas “encomendam ou executam intervenções por falta de conhecimento e informação”. E onde reside esse conhecimento de que carece quem encomenda as intervenções? “Neste tipo de intervenções, os conhecimentos devem ser aplicados com rigor e acho que, em caso de dúvidas, os proprietários deverão contactar alguém da área da engenharia civil, com conhecimento técnico muito específico neste domínio”, responde o engenheiro, sublinhando que, “felizmente, temos no país as melhores escolas, que nos orgulham a nível de conhecimento na área da engenharia sísmica”. Este conhecimento existe e, nas palavras de Humberto Varum, “é preciso aplicá-lo”. Por sua vez, o bastonário da Ordem dos Engenheiros (OE), destaca que Portugal “não só tem uma legislação muito exigente neste domínio, como, de alguma forma, foi pioneiro nas exigências legais para o cálculo de estruturas, tendo em vista a sua segurança perante acções sísmica”. A isto, acresce a existência de “conceituados técnicos” no país, “reconhecidos internacionalmente”, bem como os centros “de excelência na investigação e na experimentação do comportamento estrutural de edifícios perante acções excepcionais, nomeadamente as dinâmicas”. Todavia, Carlos Mineiro Aires considera que “as questões ligadas à engenharia e aos engenheiros não têm tido e merecido (…) a devida atenção por parte do poder político, nomeadamente no que respeita a iniciativas legislativas”, onde a OE poderia “não só ser mais ouvida e considerada, como boa conselheira”. “Infelizmente, a questão da sismicidade e do reforço sísmico do edificado também não foge à regra, embora já tenhamos conhecimento que é intenção do Governo legislar nesta matéria, indo ao encontro das posições”, destaca. Quanto às preocupações manifestadas pelo GECoRPA, Mineiro Aires considera que a associação “tem razão” quanto à dispensa de licença municipal para obras nos interiores dos edifícios desde que as mesmas não afectem a estrutrura e refere que a OE comunga do ponto de vista de que a lei é omissaquanto à qualificação de quem decide se as intervenções afectam a estrutura. Relativamente à “legislação desactualizada” quanto à qualificação a exigir às empresas e aos profissionais para executarem intervenções de reabilitação do edificado, o bastonário da OE considera que a questão suscitada em torno das empresas de obras particulares é “muito pertinente”. Face aos profissionais, o líder da OE considera que existe actualmente “a necessidade de rectificar as facilidades que têm sido concedidas”. “Para ser mais claro, a diluição das competências profissionais exclusivas dos engenheiros civis que têm competências adequadas no cálculo de estruturas – porque nem todos as possuem – foram estendidas a outras profissões e a qualificações académicas que têm evidentes limitações nestes domínios de especialização”, explica o bastonário. Assim, para este engenheiro, a legislação “não é omissa, mas sim desadequada e, em muitos aspectos, até permissiva”. Todavia, Mineiro Aires refere que a OE não pode “admitir que se ponha em causa ou questione a qualificação de um engenheiro civil do ramo de estruturas, a quem a Ordem reconhece competências adequadas e a quem concede as necessárias declarações de responsabilidade para elaboração e subscrição de projectos, direcção de obras e direcção de fiscalização, entre outras”. Para o bastonário, estes engenheiros civis, “estão seguramente habilitados para o efeito e a sociedade pode confiar na sua competência, pelo que, como sempre aconteceu e, portanto, não é novidade, determinados estudos, projectos, fiscalizações, gestão e direcção de obra apenas podem ser realizados por quem sabe, ou seja, por estes profissionais”. A opinião face à desadequação ou desactualização da actual legislação é também partilhada pela coordenadora do Grupo Sísmica da Ordem dos Arquitectos. Para Alice Tavares, “a legislação actual é, até ocorrência de um sisme que demonstre o contrário, competente para a construção nova”. “Não existe em Portugal legislação específica, em vigor, para os edifícios existentes, nomeadamente para as diversas tipologias de intervenção a que estes edifícios estão sujeitos, como a reabilitação”, explica a arquitecta ao Construir. Segundo a própria, as referências “são muito escassas na legislação em relação ao problema sísmico” e são “omissas ao nível das estratégias e orientações a seguir”. De acordo com Alice Tavares, isto também se verifica no Regime Simplificado de Reabilitação Urbana, “que não apresenta como objectivo incluir as questões estruturais”, referindo apenas “que a intervenção não pode dimninuir a capacidade de resistência sísmica do edifício”. Contudo, “para que efectivamente se fizesse prova desse facto, considerando a circunstância de não se querer melhorar a resistência sísmica do edifício, deveria ser pelo menos obrigatória a apresentação de um relatório de inspecção do edifício onde esa ponderação fosse quantificada, o que não se verifica”. Para esta arquitecta, “está há vários anos à vista” que não têm surgido iniciativas por parte do poder político para o reforço sísmico do edificado através da via legislativa. “Este é um assunto que tem tido acções de sensibilização junto da classe política, sem ter existido em consequência qualquer iniciativa legislativa que aposta na prevenção, na promoção de avaliação do edificado, no âmbito dos processos de reabilitação e de reforço sísmico”, adverte. Desta forma, “continua a aguardar-se que o poder político entenda a urgente necessidade de medidas legislativas específicas para Portugal para o reforço sísmico do edificado, com uma aposta clara na prevenção e compatibilizando com a reabilitação urbana”. Ao mesmo tempo, o risco sísmico deve ser incluido “nas prioridades do país para candidaturas a fundos comunitários, quer ao nível de estudos científicos, quer ao nível de implementação de medidas”.

    Eurocódigos

    Parte da solução para o problema da vulnerabilidade sísmica do edificado português poderá residir nas Normas Europeias, nomeadamente nos Eurocódigos Estruturais. Curiosamente, o conhecimento técnico dos engenheiros e das instituições portuguesas contribuiu em larga escala para a criação do Eurocódigo 8, que visa o projecto de estruturas para resistência aos sismos. Todavia, esta norma carece de aplicabilidade obrigatória no país. “Até ao momento, tanto quanto sabemos, apesar da idoneidade deste importante documento e do consenso técnico e académico que merece, ainda não tem aplicabilidade obrigatória em Portugal, onde prevalece a legislação e a regulamentação nacional, o que não significa que não esteja a ser aplicado pelos engenheiros que reconhecem a sua mais-valia”, explica, ao Construir, Carlos Mineiro Aires. O bastonário da OE recorda que, na maioria dos casos de reabilitação de edifícios “não é exigível o reforço estrutural, o que é evindentemente uma falha, por duas ordens de razão facilmnente entendíveis, muito embora existam outras: a intervenção não confere maior perenidade ao investimento e, por outro lado, lesa o consumidor, enquanto futuro comprador da moradia ou andar”. Segundo Humberto Varum, há uma questão relativamente ao Eurocódigo 8 que tem ainda de ser “ultrapassada”. “É um aspecto técnico do ponto de vista de regulamentação”, refere, explicando que, em termos técnicos, “de engenharia, os Eurocódigos estão desenvolvidos e traduzidos para português” e esse documento “é utilizado nas escolas para ensinar os alunos”. “Muitos dos programas de cálculo que utilizamos já recorrem à acção de acordo com o Eurocódigo 8, mas há aqui uma barreira legal sobre a sua aplicação”, sulbinha, referindo que em alguns países da Europa, os Eurocódigos já são “força de lei”. O atraso na implementação destas normas é, para o docente da FEUP, “certamente uma questão política ou legal e não tanto uma questão técnica”. “Independentemente disto, o nosso próprio regulamento, o RSA – Regulamento de Segurança e Acções, embora date do início dos anos 80, já contempla um nível de conhecimento bastante avançado”, ressalva. Segundo Humberto Varum, as estruturas dimensionadas nessa década, “se foram bem dimensionadas e construídas, têm uma boa capacidade perante a acção sísmica”. Contudo, “é claro que o Eurocódigo 8, fruto de todos estes avanços, entra em muito maior detalhe, fornece muito mais instrumentos em termos de cálculo estrutural”, o que faz com que as estruturas dimensionadas e executadas de acordo com esta nroma “terão tendência a ter melhor capacidade”.

    A janela da reabilitação

    Os entrevistados do Construir mostraram-se unânimes quanto à oportunidade que a dinamização do mercado da reabilitação urbana apresenta para o reforço sísmico das estruturas dos edifícios. Para Alice Tavares, o impulso deste sector pode significar uma boa oportunidade para a redução da vulnerabilidade sísmica do edificado nas cidades portuguesas “se rapidamente forem tomadas medidas que, mesmo de implementação gradual estruturada, permitam esse retorno da melhoria da segurança dos edifícios”. “Temos um hiato a vários níveis que é preciso colmatar, quer do ponto de vista urbano, quer de códigos de construção que contemplem o problema sísmico nos processos de reabilitação e definam orientações para os diversos sistemas construtivos existentes (mais ou menos antigos), quer ainda da preparação das empresas e garantia de aplicação do preconizado em projecto”, alerta a arquitecta. Desta forma, com este “vazio regulamentar”, a responsabilidade recai “sobre os municípios e sobre a sensibilidade dos técnicos para o problema, bem como empresas de construção e investidores/proprietários”. Humberto Varum considera que podemos estar a perder uma oportunidade para reforçar sismicamente o edificado e lembra que o reforço sísmico “tem, para o custo da reabilitação, um peso muito reduzido, portanto acho que é nossa obrigação, como técnicos, dizer isto e é obrigação da sociedade – dos proprietários e dos gestores do património, preparar estes edifícios para resistirem melhor a um sismo”. Para este professor catedrático, “fazer actualmente uma obra de reabilitação, mudando materiais de revestimento, fazendo instalações e utilizando materiais de acabamento com preços elevadíssimos e ingorar a segurança sísmica é um crime”. Por sua vez, Carlos Mineiro Aires destaca que a OE “sempre defendeu a qualidade destas intervenções [de reabilitação], porquanto não podemos deixar que se confundam as operações estéticas e intervenções interiores e exteriores, que embelezam os edifícios e os tornam mais apetecíveis e comercializáveis, com o que, na óptica dos engenheiros, devem ser as intervenções mais adequadas”. Desta forma, “na esperança de que, no imediato, enquanto se aguarda por legislação mais exigente, os proprietários e os investidores tomem consciência da importância da intervenção de um engenheiro civil nas acções de reabilitação e no ajuizamento da necessidade do reforço estrutural, diria que o número de intervenções ainda está longe de atingir uma expressão que possa reduzir significativamente a vulnerabilidade sísmica do edificado”.

    Reforço e seguros

    Segundo Humberto Varum, é necessário “desmistificar” a ideia de que o reforço sísmico do edifício constitui uma intervenção dispendiosa. “A melhoria do desempenho sísmico da estruturas pode ter um investimento reduzido quando comparado com outros orçamentos”, destaca o docente, explicando que é gasto “tanto dinheiro na reabilitação dos edifícios para atender a outros aspectos, como o conforto e o aspecto”, ao mesmo tempo que as estruturas são ignoradas. “Temos de fazer um esforço no sentido de passar esta imagem para a sociedade, para os proprietários e para os investidores, dizendo que, efectivamente, este investimento [no reforço sísmico] não obriga a um esforço significativo ou, direi até, poderá ser incluído emn troca de uma outra opção, como um material de revestimento mais caro”, adverte o professor catedrático. Ao mesmo tempo, existe ainda outra forma que pode ser implementada “no sentido de potenciar a valorização da segurança sísmica” e que consiste nos seguros. “Os seguros não reflectem, actualmente, com rigor, a segurança sísmica dos edifícios”, revela Humberto Varum, explicando que, “se o seguro reflectisse o nível de segurança sísmica dos edifícios, consoante a avaliação feita por um técnico, de certeza que os proprietários iriam passar a valorizar e a ter uma acção mais eficaz nas intervenções no edificado”. Além dos seguros, há a revisão de projecto no contexto da segurança sísmica, “um acto que foi retirado”. “No passado, os projectos eram revistos nas Câmaras Municipais, a nível estrutural, este aspecto foi completamente ultrapassado e toda a responsabilidade passou para o projectista”, afirma o docente da FAUP, opinando que a revisão do projecto deveria voltar a ser imposta, “pelo menos no que concerne à segurança sísmica”. Para este engenheiro, se os projectos “fossem todos analisados para verificação de um conjunto de parâmetros gerais de medidas ou cuidados que tenham sido, ou não, tidos em conta no projecto para acção sísmica, isto poderia ajudar a que todos os projectistas e todos os proprietários passassem a ter mais atenção a este aspecto”. Humberto Varum explicou também que a Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica tem trabalhado no sentido de “criar uma espécie de escala para medir o nível de segurança sísmica dos edifícios, tal como acontece na energia”. “Quando compramos uma casa, o edifício está classificado energeticamente”, refere, apontando para a ausência de classificação de segurança sísmica. Existindo esse tipo de avaliação de segurança, “de certeza que a sociedade reage”. “O comprador sentir-se-ia motivado a dar preferência, numa compra, a um edifício com um nível de segurança adequado”, expõe, mostrando-se “convencido de que, perante uma medida destas, considerando a consciência das famílias e o interesse por esta questão, e considerando também que o próprio mercado económico iria reagir, a questão da segurança sísmica iria, desde logo, ser espoletada em edifícios existentes”.

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    RE Capital anuncia joint venture para investimento de 66 M€ no Algarve

    Com 43 unidades, o Villas Lobo apresenta-se como um projecto sustentado pelo “compromisso com o design ecológico” e que trará conceitos de habitação “inovadores” ao Algarve. A sua construção está prevista iniciar ainda este ano

    CONSTRUIR

    A RE Capital, empresa pan-europeia de investimento, desenvolvimento e gestão de activos imobiliários, em parceria com o Real Estate Investment Group (REIG ) anunciam a venda de uma participação maioritária no seu projecto Villas Lobo a um experiente fundo local de capital privado. A equipa de Desenvolvimento de Capital de Mercados da JLL actuou em nome da RE Capital sob um mandato exclusivo. As partes irão desenvolver o projecto em conjunto, com previsão de início ainda em 2024.

    A venda cria uma nova joint venture centrada num projecto residencial de luxo de 66 milhões de euros, Villas Lobo, localizado em Vale do Lobo, no Algarve e que representa a entrada da promotora no Sul do País.

    “Temos um histórico de sucesso em Lisboa e estamos ansiosos por criar um empreendimento residencial de classe mundial no coração do Algarve. É considerado um dos destinos mais exclusivos de Portugal e o projecto dá-nos a oportunidade de trazer ao mercado um desenvolvimento escalável e diferente de qualquer outro na área”, afirmou Newman Leech, CEO da RE Capital.

    Com 43 unidades, o Villas Lobo apresenta-se como um projecto sustentado pelo “compromisso com o design ecológico” e que trará conceitos de habitação “inovadores” ao Algarve, marcando “uma nova era no imobiliário residencial na região”.

    “Esta colaboração incorpora uma partilha de conhecimentos e capacidades, culminando num empreendimento residencial único. Com o início das obras de infraestrutura, esperamos trazer um novo produto ao mercado, um oásis dentro do já consolidado Villas Lobo Resort”, destaca Nuno Santos, head of Portugal da RE Capital.

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    Seguradora AXA adquire participação maioritária de novos escritórios junto ao Colombo

    A transacção envolve 74% da participação da Sonae Sierra no futuro edifício de escritórios em construção junto ao Centro Comercial Colombo e que será concretizada no próximo mês de Maio

    CONSTRUIR

    A Sonae Sierra vai vender parte maioritária do novo edifício de escritórios em construção junto ao Centro Comercial Colombo à seguradora francesa AXA Investment Managers.

    A aquisição, que abrange 74% do veículo que está a promover o edifício, vai ser concretizada no próximo mês de Maio.

    Fruto de um investimento de 118 milhões de euros, a futura ‘Torre Norte’ somará 35 mil metros quadrados (m2) de área bruta de construção dividida em nove pisos, sendo, por isso, o edifício de escritórios com maior área disponível por pisos, o que “permite ir à procura dos grandes arrendatários”, destacou o administrador Alexandre Fernandes, responsável pela área de development da Sonae Sierra

    Com conclusão prevista para o final de 2025, as obras deste edifício arrancaram há cerca de um ano e meio.

    O Centro Comercial Colombo foi inaugurado m 1997 e tem vindo a expandir a sua área de escritórios, com a construção da Torre Este em 2009 e da Torre Oeste em 2011. Já em 2015, o Grupo anunciou a construção de mais duas torres, contudo, depois do projecto ter sido revisto pela autarquia de Lisboa acabaria por ser apenas aprovada a construção de um novo edifício.

    Com negócios em diferentes áreas, recentemente, a Sonae Sierra a realização de uma joint-venture com a PGIM para a industria hoteleira, cujo primeira unidade será no Porto.

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    ERA Portugal regista crescimento no 1º trimestre de 2024

    A ERA Portugal acaba de divulgar os resultados da operação referentes ao 1º trimestre de 2024. Os principais indicadores mostram uma tendência de crescimento face a 2023, mas falta de oferta pode condicionar a actividade

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    Nos primeiros três meses de 2024 a ERA Portugal facturou 21 milhões de euros, significa um crescimento +5% face ao período homólogo e uma estabilização em relação ao último trimestre do ano em que o valor foi o mesmo.

    “A incerteza do contexto macroeconómico que marcou o início do ano de 2023 teve, na época, consequências naturais no negócio. Contudo, 2024, como é possível constatar através dos vários indicadores, já aponta para um crescimento em linha com o que se começou a registar logo a partir do 2º semestre de 2023. Os dados vêm, assim, reforçar as nossas expectativas de atingirmos um crescimento a dois dígitos até ao final do ano”, antecipa Rui Torgal, CEO da ERA Portugal.

    O número de negócios efectuados (2.753) nos primeiros três meses aumentou em comparação com o mesmo período do ano passado (+2,7%) e com os últimos três meses de 2023 (+3,2%).

    Em relação ao valor dos negócios transaccionados, neste 1º trimestra rondou os 411 milhões euros (+5% face ao período homólogo e mais 0,4% em relação ao último trimestre de 2023).
    O valor médio das casas vendidas no 1º trimestre rondou os 171 mil euros, o que significa um aumento +2.4% face ao valor registado no período homólogo e um decréscimo de -2% em relação ao último trimestre de 2023.

    Oferta limitada continua a ter impacto
    A oferta disponível ainda é muito limitada e esta realidade traduz-se numa quebra nas angariações. No 1º trimestre foram conseguidas 9.809 angariações, o que representa um decréscimo de -14% face aos primeiros três meses de 2023. Em sentido inverso, verifica-se uma subida de +25% em relação ao último trimestre do ano.

    Contabilizando-se 17.562 novos clientes vendedores, este 1º trimestre do ano registou um decréscimo de -27% face ao período homologo. Contudo, o cenário inverte-se quando a comparação é feita com o último trimestre de 2023 ao verificar-se um crescimento de +22%.

    Já em relação aos novos clientes compradores, a ERA contabilizou 73.247 (-2% face ao período homologo e +24% em relação ao último trimestre de 2023). Em linha com o histórico mais recente, os principais clientes da ERA em 2024 continuam a ser os portugueses, brasileiros, franceses e alemães.

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    Soluções ‘agrivoltaicas’ para um futuro sustentável

    O ‘agrivoltaico’ combina a produção de energia solar fotovoltaica com actividades agrícolas na mesma área e emerge como uma solução promissora para enfrentar os desafios globais da energia e da alimentação

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    O ‘agrivoltaico’, conceito que tem ganho destaque nos círculos científicos e empresariais, é uma abordagem integrada que procura optimizar o uso do solo, permitindo a coexistência harmoniosa de sistemas agrícolas e de geração de energia renovável. Além de maximizar a eficiência do uso da terra, também oferece vários benefícios ambientais, como a redução da erosão do solo, o fornecimento de sombra para as plantas e a diminuição da evaporação da água.

    A Image4All tem desempenhado um papel relevante na promoção e implementação do ‘agrivoltaico’ em Portugal, sendo responsável pelo desenvolvimento e gestão de diversas iniciativas nesta área. Um exemplo é a recente criação da Horta Solar, projecto inovador em colaboração com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL)

    Este projecto tem ainda uma dimensão de investigação para a qual a Image4All contribui com o objetivo de potenciar e desenvolver o setor científico do país, com o objetivo de otimizar o uso da energia e um exemplo concreto do potencial do ‘agrivoltaico’, onde os sistemas de energia solar fotovoltaica são integrados com sistemas agrícolas para criar um ambiente sinérgico e simbiótico.

    Para além disso, o projecto da Horta Solar demonstra a viabilidade do ‘agrivoltaico’ tanto em ambientes rurais quanto urbanos, abrindo portas para futuras aplicações em diversas áreas.
    Um dos aspectos mais notáveis do ‘agrivoltaico’, é a capacidade de resolver dilemas complexos, como a competição entre terra e agricultura e a produção de energia renovável.

    Ao aproveitar terrenos agrícolas para a instalação de sistemas fotovoltaicos, o ‘agrivoltaico’ oferece uma solução elegante que promove a sustentabilidade ambiental e económica.
    Todos os projectos de âmbito ‘agrivoltaico’ têm modelos contratuais associados e na agricultura o autoconsumo faz todo o sentido, uma vez que a montagem de projetos de autoconsumo de energia exponencia uma maior resiliência face a eventos climatéricos extremos que danificam as culturas e acarretam um maior consumo de energia, também nas estufas e nas instalações associadas.

    O autoconsumo, quer individual quer colectivo, vai permitir uma autonomização do consumo de energia eléctrica e é ainda importante também em relação a eventuais falhas da rede pública de energia, para além de permitir a uma exploração agrícola ter uma fonte de energia mais barata.

    “O potencial do agrivoltaico é vasto e versátil”, afirma o CEO da Image4All. “Desde logo com inúmeras vantagens competitivas na utilização desta tecnologia, que passam pela redução de custos operacionais da exploração, pelo aumento da resiliência das culturas e aumento da produtividade agrícola, a que se associa ainda a redução do consumo de água e redução do consumo energético”, resume João Loureiro.

    O responsável sustenta que “a optimização energética nas suas múltiplas vertentes é estrutural para o futuro”. A Image4All trabalha para a potenciar e desenvolver essa optimização, inovando nas respostas e alargando o leque de soluções, como ‘agrivoltaico’.

    O ‘agrivoltaico’ representa uma abordagem inovadora que visa equilibrar a crescente procura de energia renovável com a necessidade de preservar recursos agrícolas e salienta a importância de encontrar soluções sustentáveis e integradas para enfrentar os desafios globais relacionados à energia e agricultura.

    Com um compromisso contínuo com a inovação e a sustentabilidade, a Image4All trilha um futuro onde a energia renovável e a agricultura podem coexistir em harmonia, impulsionando o desenvolvimento económico e a preservação ambiental.

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    Imovendo: A proptech portuguesa que é uma imobiliária

    A agência imobiliária digital portuguesa nasceu há cinco anos. Lutou com as desconfianças inicias numa actividade que vive de relações humanas e tem vindo a afirmar-se num mercado onde o digital e o negócio online estão a crescer

    “Se posso encomendar um Uber Eats às 10 horas da noite, porque não posso também começar a transaccionar o meu imóvel às 10 horas da noite de um domingo?”. A questão é de Miguel Mascarenhas, CEO da Imovendo e um dos fundadores da consultora proptech portuguesa que actua no ramo imobiliário e na sua mediação. Na prática, é isso que a Imovendo vem acrescentar ao mercado a possibilidade de, de forma digital, tratar de todo o processo de compra/venda do imóvel.

    Miguel Mascarenhas, CEO e fundador da Imovendo

    Como funciona e qual o modelo de negócio da Imovendo?
    Somos uma agência imobiliária digital, com todos os requisitos legais como todas as outras. O que nos diferencia no modelo de actuação face a uma agência imobiliária fixa é, do lado do cliente, o termos uma comissão fixa de 5000€, com iva incluído, ao invés da tradicional 5% sobre o valor transaccionado do imóvel. Ou seja, um valor que há de ser 3 a 5 vezes mais baixo do que o praticado pelo mercado. Do lado dos agentes/colaboradores estes estão na Imovendo a full-time e o seu rendimento está menos dependente dos negócios se concretizarem. Isto permite-nos, com crescimento e escala, reduzir custos. O nosso foco é servir o cliente e garantir o melhor preço dos seus imóveis.

    Como é que estão estruturados?
    Temos três equipas principais. Uma equipa operacional que angaria os imóveis e explica o conceito da Imovendo. Não fazemos visitas ao imóvel, mas apoiamos os proprietários nessa tarefa. Uma segunda equipa qualifica as leads, agenda as visitas, está presente na negociação e na escritura. Outra equipa mais processual/compliance garante que toda a informação está correcta e certificada, em cumprimento dos requisitos legais. E depois temos uma quarta equipa, se quiser usar o termo, que faz o desenvolvimento da plataforma. A Imovendo faz cinco anos e estamos permanentemente a desenvolver e a optimizar o processo.

    Como lutaram com a desconfiança inicial numa actividade que vive muito das relações humanas?
    Quando nos lançámos no mercado foi em 2019 foi difícil conseguir os primeiros imóveis. Mas depois com a pandemia as pessoas começaram a perceber que podiam tratar as coisas por telefone e online, e começaram a confiar mais nestes processos. Actualmente, temos cerca de uma centena de propriedades na nossa carteira.

    Lisboa e Porto no centro da actividade
    Quem é o vosso cliente tipo e que tipo de imóveis passam pela Imovendo?
    Principalmente apartamentos em Lisboa e do Porto do segmento médio/alto, com valores entre os 300 e os 600 mil euros. A maioria dos nossos clientes são pessoas com instrução, que compreendem o mercado e sabem como funciona o processo. Nestes cinco anos transaccionámos cerca de 400 imóveis, temos uma boa performance. Fizemos o estudo o ano passado e num ano geramos uma poupança para os nossos clientes de cerca de dois milhões de euros em comissões.

    Como é que sentem a evolução do mercado imobiliário?
    Nos últimos 10 anos o valor dos imóveis em Portugal teve aumentos insustentáveis do valor do m2. Só o ano passado o mercado começou a estabilizar o que faz com que os valores anunciados e os valores a que os imóveis são de facto transaccionados estão muito próximos. Mas continua a haver uma falta generalizada de “produto” e sem nova construção não haverá um verdadeiro equilíbrio do mercado.

    Qual o vosso plano de expansão, como pretendem crescer no futuro?
    Como proptech que somos temos um pouco o ADN de ser uma empresa tecnológica, uma empresa de internet. É importante garantirmos que a nossa plataforma criada in-house tenha capacidade para absorver e acompanhar o crescimento, sejamos capazes de passar de 100 para 200 ou para 1000 imóveis, enquanto em termos de modelo de negócio mantemos os custos controlados. Estamos permanentemente a melhor o sistema e continuamos a investir na marca e a dá-la a conhecer a um cada vez maior número de proprietários. Trabalhamos de forma diferente e acreditamos que o mercado se está a adaptar. Se olharmos muito para a geração (a que compra e a que vende), daqui a uns anos esta população vai estar ainda mais confortável em usar este modelo online.

    Não há o risco da IA surgir e tornar o que existia antes obsoleto?
    Não vemos a IA como um risco. Mais como uma oportunidade. Como eu falei há pouco, temos uma plataforma central em que temos os inputs todos, todos os dados, todos das transacções, o que nos vai permitir criar modelos de futuro e estarmos melhor preparados para o mercado vir para o online. Estamos numa boa posição.

    Portugal tornou-se o país dos unicórnios. Como é que vêm o mercado do ponto de vista da tecnologia?
    Muitas dessas empresas não estão focadas em Portugal. Normalmente têm âmbitos globais. O nosso objectivo é estarmos focados em Portugal e crescer consoante o mercado nacional.

     

    Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

    Manuela Sousa Guerreiro

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    3D Kimpton Lisbon

    3D Kimpton Lisbon

    Imobiliário

    Kimpton Lisbon inaugura em 2026

    IHG Hotels & Resorts e a Real Hotels Group trazem a Kimpton Hotels & Restaurants para Lisboa. O hotel ficará localizado no centro da cidade, no antigo Hotel Real Parque, e irá reforçar o crescente portefólio luxury and Lifestyle da IHG em Portugal

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    A IHG Hotels & Resorts (IHG) e o Real Hotels Group vão abrir o Kimpton Lisbon, o primeiro hotel da Kimpton Hotels & Restaurants na capital portuguesa. Com abertura prevista para o início de 2026, o boutique hotel de luxo é o segundo Kimpton a chegar a Portugal, após a assinatura do Kimpton Algarve São Rafael Atlântico, no final de 2023.

    Através de um acordo de franchising com o Real Hotels Group, o hotel terá uma representação da marca Kimpton, com 141 quartos e áreas públicas redesenhadas para se inspirarem na luz e nas cores da cidade. Desde espaços únicos e orientados para o design, com acabamentos de alta qualidade, até restaurantes e bares sazonalmente inspirados – incluindo um bar e piscina no rooftop.

    O Kimpton Lisbon junta-se ao portefólio de rápido crescimento de luxo e estilo de vida da IHG, agora o segundo maior do mundo, e reforça o seu objectivo na crescente presença no país. No segmento de luxo e estilo de vida, a IHG opera seis hotéis em funcionamento e tem mais sete em desenvolvimento para marcas como Six Senses, Hotel Indigo, e os recém-inaugurados Convent Square Lisbon e Casa da Companhia no Porto, da colecção Vignette.
    “Em conjunto com os nossos parceiros do Real Hotels Group, estamos muito felizes por trazer a nossa marca Kimpton para a vibrante e culturalmente rica cidade de Lisboa. O hotel é uma excelente adição ao nosso crescente portefólio Luxury & Lifestyle em Portugal, juntando-se ao recentemente assinado Kimpton Algarve São Rafael Atlântico”, refere Willemijn Geels, VP Development, Europa, da IHG Hotels & Resorts.

    Por sua vez Eurico Almeida, CEO do Real Hotels Group, referiu aguardar “com expectativa a combinação da empresa global IHG com a reconhecida combinação de luxo e identidade única Kimpton, em parceria com o premiado grupo de arquitectura e design, Rockwell, e a sua imersão no coração de Lisboa”. O Kimpton Lisboa será o oitavo hotel em parceria com a IHG Hotels & Resorts.

    A IHG adquiriu a Kimpton Hotels & Restaurants, em 2018, e desde então liderou sua expansão para a Europa e não só. O Kimpton Lisbon junta-se a um portefólio de oito hotéis Kimpton no Reino Unido e na Europa continental e faz parte do portefólio global da Kimpton, com 78 hotéis em 12 países, representando 13.721 quartos. A IHG Hotels & Resorts opera actualmente 20 hotéis em sete marcas em Portugal, incluindo Six Senses, InterContinental, Vignette Collection, Crowne Plaza, Holiday Inn, Holiday Inn Express e Iberostar.

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    A Tor Holding e a ELIE SAAB anunciam uma parceria para a estreia do sector imobiliário duplo na Turquia

    Istambul – ELIE SAAB, um dos principais nomes mundiais da alta costura e uma estimada marca de estilo de vida de luxo, e TOR HOLDING, um promotor imobiliário turco conhecido pelos seus projectos inovadores e colaborações globais, anunciam a sua parceria para o lançamento de dois projectos imobiliários na Turquia.

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    A colaboração assinala um marco significativo no sector imobiliário da Turquia, uma vez que o segmento de luxo local está a sofrer uma evolução dinâmica com a presença de mais parcerias conjuntas que combinam a experiência internacional com abordagens regionais inovadoras. A parceria visa redefinir a vida de luxo na Turquia, combinando a experiência da Tor Holding no desenvolvimento imobiliário com a herança de design icónico da ELIE SAAB.

    As duas residências da marca ELIE SAAB oferecem localizações distintas, uma ao longo da icónica linha do Bósforo de Istambul e a outra posicionada para além das fronteiras da cidade. A residência do Bósforo oferece vistas deslumbrantes e fácil acesso à energia vibrante da cidade, enquanto a segunda residência oferece tranquilidade num ambiente luxuriante, longe da agitação urbana. Ambas as localizações prometem aos residentes uma experiência de vida única, caracterizada pelo luxo e pelo requinte.

    Sr. Elie Saab Jr., CEO da ELIE SAAB: “Estamos muito satisfeitos com a parceria com a Tor Holding para introduzir as residências ELIE SAAB na Turquia, assinalando um marco significativo no nosso plano de desenvolvimento estratégico. Nos últimos quatro anos, embarcámos numa ambiciosa viagem para expandir a nossa marca para o imobiliário de luxo, assinando muitos projectos de sucesso a nível global, abrangendo países como o Reino Unido, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Brasil, entre outros. Esta colaboração exemplifica o nosso compromisso em proporcionar experiências de vida de luxo excepcionais e alinha-se perfeitamente com a nossa missão de sintetizar o luxo e o requinte em todas as dimensões.”

    Sr. Mustafa Torun, Presidente da Tor Holding: “A nossa parceria estratégica com a ELIE SAAB traz uma inovação significativa no sector residencial de luxo na Turquia e reforça ainda mais a nossa estratégia de marca global. Estamos numa dinâmica de crescimento contínuo graças aos nossos escritórios em todo o mundo e à nossa extensa rede de cooperação. Este projeto não só reflecte a crescente atratividade da Turquia para os investidores estrangeiros, como também se destaca como um passo que aumenta o prestígio do país na arena internacional. A colaboração com uma marca mundialmente reconhecida como a ELIE SAAB reforça a nossa inovação no sector e a nossa visão de desenvolver espaços de habitação exclusivos, ao mesmo tempo que reforça a posição da Turquia no mapa mundial dos negócios e do investimento.”

    As residências ELIE SAAB na Turquia deverão ser inauguradas em maio de 2024, constituindo um marco significativo na vida requintada. Com o seu design excecional e sofisticação sem paralelo, estas residências estão preparadas para elevar os padrões de vida de luxo na Turquia.

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    Arquitectura

    Arquitecto britânico John Pawson assina projecto de 110M€ na Herdade da Palheta

    A propriedade contará com um hotel de 5 estrelas com 60 quartos, 35 villas e 20 casas de campo e contará, também, com um clube de vinhos numa adega centenária. A data de abertura está prevista para 2028

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    O britânico John Pawson foi seleccionado para supervisionar a arquitectura e o design interior da Palheta, um novo empreendimento turístico, localizado na herdade com o mesmo nome, próxima da vila do Redondo e de Évora. O projecto é um dos maiores investimentos de sempre no sector hoteleiro em Portugal e está a ser desenvolvido por Lucas e Philippe Bitencourt, que têm mais de vinte anos de experiência na área da hotelaria e serviços premium.

    Com um investimento estimado em 110 milhões de euros, o empreendimento tem data de abertura prevista para 2028.

    Com mais de 40 anos de actividade na arquitectura, este é o primeiro projecto de John Pawson em Portugal, cujo conceito tem por base a “paisagem natural” e o “património cultural” característicos do local.

    “As formas são a essência da arquitectura, mas nada transcende a primazia do lugar e da atmosfera. A paisagem de Palheta é de uma beleza extraordinária, abrangendo vinhas e montado e azinho, o acidentado contraposto pelo ondulado. Poderia passar uma eternidade aqui, simplesmente a observar a forma como a luz muda, de acordo com a hora do dia e a estação do ano. Estou ansioso por desempenhar o meu papel na criação de um ambiente muito especial, onde as pessoas virão para desfrutar de uma oferta única de tranquilidade, cultura e hospitalidade”, afirma John Pawson.

    A propriedade contará com um hotel de 5 estrelas com 60 quartos, 35 villas e 20 casas de campo e contará, também, com um clube de vinhos numa adega centenária, marca do rico legado enológico da propriedade, cujas vinhas se estendem por 25 hectares.

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    Empreendimento ‘Parque Atlântico’ vendido na totalidade

    Desenvolvido pelo Grupo Legendre em parceria com o atelier Arqsize, o empreendimento localiza-se no concelho de Cascais, entre Carcavelos e Parede, e conta com 42 habitações, divididas em três blocos de quatro e cinco andares. Prevê-se que o processo de construção fique concluído este Verão

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    O projecto ‘Parque Atlântico’, desenvolvido pelo Grupo Legendre em parceria com o atelier Arqsize, já foi vendido na totalidade, cumprindo assim os objectivos definidos aquando do seu lançamento em 2021. Prevê-se que o processo de construção do empreendimento fique concluído no Verão de 2024.

    O ‘Parque Atlântico’, que ocupa uma superfície total de oito mil metros quadrados (m2), localiza-se no concelho de Cascais, entre Carcavelos e Parede, tem vista mar e conta com 42 habitações, divididas em três blocos de quatro e cinco andares, bem como espaços comuns a todos os residentes, tais como piscina, ginásio, jardim, áreas dedicadas ao entretenimento das crianças, entre outros.

    O projecto, que é resultado de um investimento na ordem dos 28 milhões de euros, visa “espelhar a qualidade de vida que a zona proporciona”. A arquitectura de linhas contemporâneas, em perfeita união com a paisagem costeira, inclui grandes janelas envidraçadas que permitem desfrutar ao máximo da iluminação natural. Por outro lado, também a componente da sustentabilidade foi uma prioridade desde a fase inicial do projecto, não apenas no que se refere a sistemas centralizados de produção de águas, como também a ventilação natural, climatização e isolamento térmico, sem esquecer as questões paisagísticas com a inclusão de plantas nativas que promovem a biodiversidade local.

    ““Parque Atlântico” é o segundo projecto do Grupo Legendre em Portugal. O primeiro investimento aconteceu em 2020 com o empreendimento “Antas Build”, no Porto, com uma área útil de 10 mil m2 distribuída em 93 apartamentos, desenvolvido em parceria com a Tecnibuild”, afirma Telmo Carriço, dciretor do Grupo Legendre em Portugal. 

    Além destes dois investimentos, o Grupo prevê lançar novos projectos nas zonas da Grande Lisboa e Grande Porto.

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    Vanguard formaliza parceria com Vhils para transformar Muda num “espaço artístico único”

    Quanto às peças três são esculturas – designadas pelo artista como dioramas – que acompanham a topografia do terreno, proporcionando uma melhor leitura das mesmas. Já para a área adjacente à capela da Muda Reserve, a intervenção proposta envolve a criação de uma grande peça escultórica que se desenvolve por uma área de 800 m2, mas que no conjunto só será visível de uma perspectiva aérea

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    A Vanguard Properties, em parceria com a Câmara Municipal de Grândola e o artista Vhils, assinaram esta sexta-feira, dia 12 de Abril, um memorando de entendimento para a concepção e desenvolvimento de quatro obras artísticas destinadas às áreas públicas do projecto imobiliário Muda Reserve, que serão depois doadas à autarquia. O acordo foi formalizado numa cerimónia que contou com a presença de António Figueira Mendes, presidente da Câmara Municipal de Grândola, Alexandre Farto “aka” VHILS e José Cardoso Botelho, CEO da Vanguard Properties.

    No que às peças diz respeito, três são esculturas – designadas pelo artista como dioramas – que acompanham a topografia do terreno e estão inclinadas para o observador, proporcionando uma melhor leitura das mesmas.

    Como já é habitual, estas figuras representam a pessoa anónima. São “composições trabalhadas pelo artista, que emergem da duna solidificando-se para sempre, representado ninguém, mas, simultaneamente, todos ao mesmo tempo”.

    Já para a área adjacente à capela da Muda Reserve, a intervenção proposta envolve a criação de uma grande peça escultórica que se desenvolve por uma área de 800 m2, permitindo uma experiência ao nível do solo que as pessoas poderão vivenciar de forma directa, mas que no conjunto só será visível de uma perspectiva aérea.

    Segundo a Vanguard Properties, esta iniciativa vem reforçar o “compromisso” com a revitalização da aldeia da Muda e seus habitantes, que alem da componente residencial, irá albergar, ainda, estabelecimentos comerciais, equipamentos lúdicos e desportivos para a comunidade local, bem como a capela anteriormente mencionada e que será projectada pelo reputado arquitecto burquinês Francis Keré, vencedor prémio Pritzker em 2022.

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