Europa aproxima-se rapidamente da harmonização das DAP na construção
Na sua intervenção, o presidente da ECO Platform AISBL destacou que “os grandes sucessos foram alcançados na definição de um núcleo comum de DAP com qualidade e orientações de verificação, bem como num procedimento de auditoria por parte dos operadores de programa”
Pedro Cristino
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A Europa está a dar passos importantes rumo a um padrão comum de qualidade para dados do ciclo de vida dos produtos de construção.
Esta é a conclusão da conferência organizada pela Plataforma ECO Europeia, em Bruxelas, que contou com participantes de todo o continente europeu, que, por sua vez, testemunharam a apresentação dos sucessos no contexto da harmonização das declarações ambientais de produto (DAP) europeias.
Na sua intervenção, o presidente da ECO Platform AISBL destacou que “os grandes sucessos foram alcançados na definição de um núcleo comum de DAP com qualidade e orientações de verificação, bem como num procedimento de auditoria por parte dos operadores de programa”.
Segundo Sven-Olof Ryding, o principal obstáculo para a harmonização de DAP foi eliminado. “Alguns dos sucessos e futuras soluções foram apresentados durante o evento, em conjunto com os parceiros”, afirmou, ressalvando os esquemas de classificação Green Building, como o DGNB, BNB, HQE, BREEAM e LEED que recorrem aos DAP nas suas avaliações.
Estas harmonizações representam, segundo a ECO Platform, valor acrescentado para todos os produtos nesta plataforma. Paralelamente, bases de dados nacionais como a ÖKOBAUDAT, da Alemanha, e a INIES, de França, incluem agora dados dos DAP da ECO Platform.
No certame, Owen Abbe, do centro de ciência para a construção BRE, afirmou que o sector necessita de “dados ambientais para os produtos de construção, para melhor informar o projecto, a construção e a utilização de edifícios mais sustentáveis. Por sua vez, Nicolas Kerz, do Instituto Federal para Investigação em Construção, Assuntos Urbanos e Desenvolvimento do Território (BBSR) acrescentou que, “devido ao facto de os produtos terem uma grande diversidade na sua funcionalidade, a avaliação faz sentido a nível da construção”.
As aplicações para as DAP são diversas e podem incluir avaliações de ciclo de vida (LCA), de “edifícios verdes”, bases de dados, etiquetagem e BIM, entre outros, e, segundo a ECO Platform, todas necessitam de informação sobre os produtos. “Todas estas aplicações necessitam de informação diferente, em diferentes formatos de dados, que obrigam a um esforço enorme dos fabricantes”, explica o comunicado de imprensa da instituição europeia.
Neste contexto, as DAP surgem como a solução, enquanto bases de dados neutras. “A indústria divulga os dados específicos dos produtos, que podem ser utilizados para várias aplicações”, depois, os cenários de uso específico são aplicados para a avaliação. Com esta abordagem, facilita-se a obtenção de dados para todas as aplicações relevantes. De acordo com a ECO, “a construção e a contratação verdes podem tornar-se uma realidade com um esforço aceitável da indústria”.
Todavia, “ainda estamos longe de uma harmonização a 100%”, conforme referiu Marc Bosmans no seu discruso. Segundo Bosmans, “existem mais barreiras que necessitam de soluções” e a ECO Platform é vista “como uma parte importante no desenvolvimento destas soluções”. “Estamos já a trabalhar para uma maior harmonização das regras de categorias de produto (PCR), em análises de conteúdo comum em todas as DAP e para definir um formato de troca digital [de informação]”, revelou. “Há ainda muito para fazer no próximo nível, sabemo-lo, trabalhamos nisso e vamos resolvê-lo”, declarou o director de gestão da ECO Platform, Christian Donath.
Por sua vez, Miguel Pérez Navarro, outro dos representantes da plataforma europeia, explicou que o equilíbrio entre “recompensa e esforço na emissão de uma DAP é decisivo para os produtores”. “O total reconhecimento na Europa poderia ser ajudado através de uma legislação coerente com base nas DAP”, o que iria também “reduzir os custos relacionados e promover uma produção amiga do ambiente”.
De acordo com Navarro, os fabricantes têm “produtos e variações de produção que poderão necessitar de soluções flexíveis”, especialmente no caso de “pequenos fabricantes com uma grande variedade de produtos”, que precisam de sistemas “mais fáceis e baratos”. “Trabalhámos arduamente em vários tipos de DAPe podemos oferecer soluções diferentes para fabricantes de todas as dimensões”, explicou Burkhart Lehmann, da IBU.
Por sua vez, Gonçalo Ascensão, do CEN resumiu o pedido recente da Comissão Europeia para alinhar parte do conteúdo da EN 15804 para a Pegada Ambiental de Produto. Eva Shminke, responsável do CEN/TC 350 WG3, que lida com padrões de qualidade de produtos, afirmou que o “trabalho já começou, mas o alinhamento é um alvo em movimento”. Todavia, Schminke destacou que o padrão é “apenas o núcleo da DAP “, uma vez que a sua interpretação “é tão diversa como a Europa e a ECO Platform está aqui para cobrir essa lacuna”. Neste contexto, torna-se evidente de que as DAP da Eco Platform “ajudam a facilitar o fornecimento de dados à indústria”.