Bastonário da OE preocupado com falta de “sinais vitais” no mercado de obras públicas
Carlos Mineiro Aires mostrou-se expectante relativamente à possibilidade de realização dos planos previstos no Portugal 2020, “sobretudo porque nos encontramos em finais de 2016”.
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O bastonário da Ordem dos Engenheiros (OE) afirmou que, apesar da existência de “planos e significativos investimentos para cumprir num prazo que cada vez se torna mais exíguo”, não se vislumbram ainda “quaisquer sinais vitais” no mercado das obras públicas.
Na cerimónia da entrega dos Troféus OE 80 Anos, que marcam o 80.º aniversário desta associação, Carlos Mineiro Aires reiterou a sua preocupação face à situação actual das obras públicas em Portugal, mostrando-se expectante relativamente à possibilidade de realização dos planos previstos no Portugal 2020, “sobretudo porque nos encontramos em finais de 2016”.
Na sua intervenção, Mineiro Aires destacou o papel “determinante” que a engenharia desempenha no país, recomendado ao Governo que oiça e consulte os profissionais desta área, bem como a Ordem dos Engenheiros.
“Continuamos a granjear o respeito institucional e da sociedade, o que é o nosso principal activo, muito embora entendamos que deveríamos merecer uma maior atenção por parte do poder político, pois tal seria recomendável, face à nossa postura assumidamente não corporativa e sempre disponível”, reforçou o engenheiro.
Neste âmbito, Carlos Mineiro Aires recomendou que, “nesta linha, legislação com impacto na profissão e investimentos públicos com impactos significativos, directos ou indirectos, na economia, sejam criteriosamente avaliados, tanto mais que o actual Governo criou alguma expectativa quando, no seu Programa, manifestou a intenção de reactivar o Conselho Superior de Obras Públicas, embora numa versão “low cost”, suportada em instituições existentes”, medida que a OE aplaude, mas pela qual continua “a aguardar”.
Na sua intervenção, o líder da associação destacou o percurso de internacionalização que a OE está a concretizar, “ultrapassando largamento os esforços do Estado português”. “A OE será certamente a associação profissional portuguesa mais empenhada e que mais acordos internacionais tem conseguido celebrar, tendo em vista a mobilidade e o exercício profissional noutros países, sempre numa base de reciprocidade”, assegurou.
Para Carlos Mineiro Aires, é uma evidência que a Ordem “consegue tratar destes assuntos com muito maior eficiência e fluidez do que o Estado é capaz de o fazer, e disso temos provas dadas, pois as partes habitualmente compreendem muito melhor e sabem quais as soluções comuns que devem ser encontradas para problemas comuns, dentro da solidária universalidade da profissão de engenheiro”, assegurou.
Na cerimónia, a Ordem dos Engenheiros distinguiu 12 casos mais emblemáticos da engenharia das últimas oito décadas, um por cada uma das 12 especialidades de engenharias estruturadas nesta associação, destacando-se o troféu entregue à Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, na especialidade de Engenharia Civil.
Na sessão, foi ainda entregue a Medalha de Ouro – o mais alto galardão da OE – a Luís Mira Amaral e, pela primeira vez na sua história, à representante de uma instituição internacional: Diana Maria Espinosa Bula, presidente da Sociedade Colombiana de Engenheiros.