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    Engenharia

    “Queremos construir novo mas não investimos na manutenção do que já existe”

    Helena Alegre é directora do Departamento de Hidráulica e Ambiente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e foi distinguida, no ano transacto, com o Prémio IWA pelo Extraordinário Contributo para a Gestão da Água e Ciência, entregue pela International Water Association

    Pedro Cristino
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    “Queremos construir novo mas não investimos na manutenção do que já existe”

    Helena Alegre é directora do Departamento de Hidráulica e Ambiente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e foi distinguida, no ano transacto, com o Prémio IWA pelo Extraordinário Contributo para a Gestão da Água e Ciência, entregue pela International Water Association

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    Helena Alegre é directora do Departamento de Hidráulica e Ambiente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e foi distinguida, no ano transacto, com o Prémio IWA pelo Extraordinário Contributo para a Gestão da Água e Ciência, entregue pela International Water Association (IWA), tornando-se na primeira mulher a ver reconhecida, com este galardão, as suas “extraordinárias contribuições” para esta associação internacional. Em entrevista ao CONSTRUIR, a engenheira explica que a falta de investimento na manutenção nos actuais sistemas de água poderá colocar em causa o futuro das próximas gerações e fala sobre o trabalho desenvolvido tanto na IWA como no LNEC

    O que representa para si este prémio?

    Pessoalmente, representa, muito, porque eu colaboro com a Associação Internacional da Água desde 1987. São muitos anos e tenho feito muito no âmbito da IWA, desde organizar conferências, publicar livros e artigos, pertenço a grupos especializados, já fui vice-presidente sénior da associação durante dois anos,etc. Tenho muitos anos de trabalho, tenho feito muitos amigos e tenho aprendido imenso com essa rede internacional, portanto, obviamente que me diz muito este reconhecimento pessoal. A IWA é a associação internacional mais importante no campo da água e, em particular, na área da engenharia sanitária. Basicamente, a água em meio urbano é o enfoque principal da associação. Há outras associações mais ligadas a recursos hídricos e a meios de investigação, mas esta é a mais abrangente e a mais importante internacionalmente. Enquanto IWA, foi criada em 1999, mas surge da fusão de duas associações: a International Water Supply Association e a International Water Quality Association, cada uma delas criada logo após a Segunda Guerra Mundial. Uniram esforços e criaram esta associação mais abrangente que abarca todo o ciclo urbano da água.

    Qual a sua área de actividade?

    A minha área de actividade é tradicionalmente a engenharia sanitária. Fiz toda a minha carreira profissional no Laboratório Nacional de Engenharia Civil e trabalhei sempre, até há poucos meses, no Núcleo de Engenharia Sanitária. As minhas áreas mais fortes de trabalho são a gestão técnica dos sistemas urbanos de água: análise de sistemas, avaliação de desempenho, gestão de perdas de água e energia, gestão patrimonial de infra-estruturas – que se relaciona com a forma de garantirmos que o que estamos a fazer hoje não coloca em causa o serviço de médio e longo prazo, se não estaremos a colocar em causa o bem-estar dos nossos filhos e dos nossos netos e, infelizmente, estamos a fazer muita coisa que põe em causa esses serviços. Têm sido também essas as áreas fortes de actuação no seio da IWA. Liderei um projecto da associação relacionado com o desenvolvimento de um sistema de indicadores de desempenho para os sistemas urbanos de água, em particular para o abastecimento de água. O projecto começou em 1997. Depois, houve uma primeira edição do manual que foi publicado em 2000 e, agora, em Brisbane, na Austrália, quando me foi atribuído o prémio, foi lançada a terceira edição desse manual. Eu liderei esse processo, mas este foi muito participativo. Teve muitos workshops e muita interacção com pessoas de muitos países. Hoje, este sistema é considerado uma referência internacional, quando se fala em avaliação de desempenho de serviços de água. Em termos da gestão patrimonial das infra-estruturas, também tenho feito bastante trabalho no âmbito da IWA e lidero um grupo especializado sobre essa matéria – o Strategic Asset Management Specialist Group. Além disso, pertenço ao Strategic Council da IWA.

    Na sua opinião, qual a importância de associações como a IWA?

    São muito importantes, de muitos pontos de vista. Posso pegar no exemplo de Brisbane [Austrália] que ajuda. Costumo dizer que estes grandes congressos que a associação promove têm uma utilidade de “T”. O que é que isto quer dizer? Se um profissional do sector da água assiste a um destes congressos alarga os seus conhecimentos em “T”: fica obrigado a abrir o panorama, porque ouve, em termos gerais, coisas fora da área, que são novidades e obrigam as pessoas a abrirem as perspectivas e perceberem o que são as tendências, quais são as grandes movimentações e os grandes problemas, os desígnios e as novidades, sejam tecnológicas, sejam de abordagem, ou de pressão. Depois, estes congressos têm muitas sessões técnicas paralelas, nas quais as pessoas podem, nas suas áreas de especialidade, aprofundar os conhecimentos – a parte vertical do “T”.

    Ao mesmo tempo, a IWA é também uma rede de troca de experiência e partilha de informação?

    Exactamente. A área da avaliação do desempenho é estratégica para o país e também aqui no LNEC. Nós identificámo-la como uma área de investigação estratégica nossa. Poderíamos ter actuado entre muros e feito o nosso trabalho de uma forma normal. A partir da visão do engenheiro Jaime Melo Baptista, que, na altura, tinha já uma função importante na associação, resolvemos que era preferível fazer esse trabalho no âmbito da associação internacional, em vez de o fazermos internamente. Tem que haver aqui “win-win”, porque o trabalho da associação é voluntário. Não é remunerado e, assim, se a pessoa não vir benefícios para a organização onde trabalho, ou benefícios pessoais, não tem motivação. Portanto, para nós, aqui no LNEC, a motivação é poder ter acesso a uma rede enorme, poder ter comentários de pessoas com formações, experiências de vida e contextos completamente diferentes que, obviamente, dão solidez e visibilidade ao trabalho. O trabalho que foi feito no âmbito dos indicadores de desempenho, que hoje é reconhecido internacionalmente como a referência principal nesta matéria, se tivesse sido feito internamente não seria o mesmo trabalho, pois não teria beneficiado de todos esses contributos. Mas, mesmo num mundo ideal, no qual tivéssemos conseguido fazer exactamente o mesmo trabalho, a visibilidade e o reconhecimento seriam completamente diferentes. Portanto, o facto de se dispor desta rede é muito útil. Eu ofereci muitos milhares de horas de trabalho gratuitamente à associação, mas acho que aquilo que ganhei transcendeu muito essas horas. O balanço é muito positivo e quando estou a falar em meu nome, acho que posso falar em nome do LNEC e dos colegas que têm o mesmo tipo de atitude. Quando damos, e damos de uma forma desinteressada, acabamos por ganhar, por vermos os frutos dessa partilha.

    Por outro lado, uma associação como a IWA fomenta parcerias em projectos com o LNEC e outros laboratórios?

    Com certeza, tudo o que seja rede. Quando uma organização ou uma pessoa dá trabalho, mostra que é capaz e acaba por ter visibilidade pelo mérito do seu trabalho, é mais fácil conhecer, ser reconhecido e, portanto, torna-se mais fácil estabelecer contactos, seja para uma proposta do Horizonte 2020 ou para esclarecer uma dúvida. Se eu tiver uma dúvida sobre determinado tema, como conheço tantas pessoas na IWA, é fácil expô-la através de um telefonema ou de um e-mail. Assim, conseguem-se criar muito mais oportunidades de actividade.

    A associação envolve também universidades?

    Sim. A IWA é muito abrangente. Por exemplo: no conselho estratégico, a IWA tem a representação dos seus principais segmentos, que vão desde o sector mais académico e de investigação, aos consultores, às entidades gestoras, aos fornecedores de materiais e detecnologia, aos reguladores. No fundo, é uma associação mais técnica do que é, por exemplo, o Fórum Mundial da Água, que é muito mais político. Mas o cariz técnico da IWA tem um sentido muito alargado, não se refere apenas à engenharia, envolvendo áreas como economia ou sociedade. Paralelamente, a IWA, cada vez mais, tem evoluído e tem-se posicionado como uma associação que ajuda também a criar pontos de vista, influenciando tendências e decisões no sentido de promover o debate sobre algumas matérias, com independência e um fundamento técnico-científico bastante alargado.

    O que está na base desta distinção?

    Eu acho que o que está na base desta atribuição são os milhares de horas que já dediquei à IWA. Muitas conferências, workshops, palestras… Estive na primeira comissão executiva da IWA, em 99. Fui a primeira mulher a pertencer a uma comissão destas associações. Depois, tornei-me também na primeira mulher a desempenhar o cargo de vice-presidente da associação, entre 2010 e 2011. Felizmente já houve mais mulheres no cargo depois disso e a actual presidente é uma mulher. O prémio que recebi agora, foi recebido há quatro anos pelo engenheiro Jaime Melo Baptista, mas o prémio global, que é o mais prestigiado da associação, foi também atribuído a uma portuguesa este ano, à Catarina Albuquerque, a primeira relatora das Nações Unidas para a água e saneamento como direito humano e é agora a directora executiva do programa patrocinado pelas Nações Unidas, que se chama Water and Sanitation for All. Fez um trabalho excelente nesta matéria, que foi reconhecido pela IWA, que lhe atribuiu o prémio global, de imenso prestígio mundial. Este prémio tem muito simbolismo, porque é a primeira vez que é atribuído a uma mulher mas, mais importante que isso, é a primeira vez que é atribuído a uma pessoa que não é um técnico da água, no sentido em que não é engenheira, mas sim jurista. Por outro lado, é também a primeira vez que é entregue a alguém no auge da sua carreira. Para ter uma ideia, há quatro anos foi entregue ao presidente da República da Coreia, um engenheiro com um vasto currículo de obra hidráulica, e há dois anos foi entregue ao ministro da Construção chinês, também ele engenheiro com muita obra feita.

    Quais são os grandes desafios que encontra a investigação na área de engenharia sanitária em Portugal?

    Felizmente são muitos, senão estaríamos sem trabalho. Em Portugal tivemos um ciclo de sucesso. O antigo director executivo da IWA costuma referir-se ao país e à evolução que aconteceu no sector como o “Milagre Português”. Referia-se à evolução do país num período de 20 anos, de uma situação muito frágil em termos da qualidade da água e dos serviços de tratamento de águas residuais, ou mesmo de cobertura em termos de águas residuais a qualidade dos rios. A evolução foi realmente espantosa de meados dos anos 90 até agora. Mesmo em termos técnicos e científicos, se formos hoje a qualquer congresso ou conferência aqui em Portugal, como o Congresso da Água ou o INEG, o nível técnico das sessões não tem nada a haver com o que havia há 15 ou 20 anos. Sinto uma alegria imensa ao ver que há duas décadas era praticamente só pessoas das universidades de Lisboa, do Porto e de Coimbra, ou então do LNEC, que falavam sobre o tema. Se eram outras pessoas, a qualidade e o conteúdo das apresentações eram fraquíssimos. Hoje não é assim. Temos um nível técnico completamente diferente. Houve um amadurecimento brutal. Isso é obviamente muito de salutar. Mas temos ainda muitas pequenas entidades gestoras que não estão capacitadas e que não têm uma visão global das coisas e que não têm a maturidade técnica que hoje a gestão dos sistemas urbanos de água requer. Portanto, temos de juntar esforços no sentido de capacitar melhor esses técnicos, de conseguir criar um pouco mais de escala, para não ser apenas uma pessoa a tratar da estrada, da sinalização, dos concursos, no fundo, de tudo, que é o que acontece nos municípios mais pequenos. Actualmente, a gestão destes sistemas exige um profissionalismo que não se compadece com esse tipo de escala. Temos de criar formas de ter uma gestão mais profissionalizada dos vários tipos de sistemas. Temos aqui um défice de capacitação, e estamos a trabalhar e a juntar esforços para o aplacar, mas é necessário que tal aconteça. Estamos a lançar a Liswater, promovida pelo LNEC mas com um cariz muito inclusivo em termos internacionais. É um projecto no qual temos vindo a trabalhar há alguns meses e que já está numa fase muito madura, e pretende ajudar a colmatar esse tipo de questões. Tem uma componente de capacitação, tem outra componente de incubação e aceleração de start-ups, tem uma outra componente de “think tank” e de consultoria estratégia e tem, ainda, a componente de envolvimento da sociedade. Pretendemos criar um centro de excelência internacional, para o qual queremos atrair os melhores para fazer a capacitação e investigação mas queremos também, obviamente, que ajude o país e que o ajude a dar esse salto qualitativo que precisamos. A outra questão que ainda se coloca – embora tenha já havido uma evolução importante – relaciona-se com a gestão das infra-estruturas. Investimos muito em construir novo – com acesso aos fundos de coesão, exactamente para nos trazer de níveis de cobertura muito deficitários, para a situação boa de hoje – e demos pouca atenção àquilo que era tomar conta do que já existia. Há dinheiro de graça e constrói-se sem pensar muito em assegurar a viabilidade e manutenção desses serviços a longo prazo. Ainda há muito aquele ponto de vista segundo o qual colocamos a tarifa ao nível mais baixo possível, porque, politicamente, as pessoas gostam, mas essas pessoas não gostarão de pensar que os seus filhos não vão ter serviços de águas. E quem diz estes serviços, diz outro tipo. O problema é mais grave com os serviços de águas e de águas residuais e pluviais, porque se tratam de infra-estruturas que estão enterradas. As pessoas não vêem e acham que foi contruído uma vez, está construído. As coisas têm uma duração. Mas, nós, para aumentarmos a cobertura, usámos muitas vezes materiais dos mais baratos que estavam no mercado, a construção nem sempre foi a melhor e isso também encurta a vida útil das condutas e dos colectores. Não está ainda interiorizado na sociedade que temos de conservar. Se há um equipamento, uma construção que envelhece, se queremos não estar piores do que estamos hoje daqui a 20 anos, temos de ir investindo,mesmo que esse equipamento vá perdendo o valor. Se se degrada, temos de ir substituindo, mantendo, investir em reabilitação e conservação. Não fazendo isso, estaremos a pôr em causa as gerações vindouras. É uma questão muito geral, não é apenas portuguesa. Não é sequer uma questão de países menos desenvolvidos. Se formos ver a situação dos Estados Unidos, a American Society of Civil Engineers lança periodicamente uma publicação que classifica o estado de conservação dos vários tipos de infra-estruturas públicas, desde a ferrovia aos aeroportos, e, numa escala de A a E, e as águas e águas residuais estão sempre no D ou D “menos”. E a situação tem vindo a agravar-se. Para recuperar deste défice de condição das infra-estruturas dos Estados Unidos é preciso investimentos perfeitamente brutais. O ano passado estive a dar um curso sobre gestão patrimonial e de infra-estruturas na Alemanha, que é um país que investe e investe bem. Por curiosidade, nesse dia saiu um anúncio num jornal alemão bastante conhecido, segundo o qual as infra-estruturas alemãs estão todas a rebentar. Que melhor promoção posso ter para o curso que estava a leccionar? É uma questão geral. Coloca-se muito em países em desenvolvimento, que estão a fazer os mesmos erros que nós fizemos – querem aumentar a cobertura, querem mais pessoas com acesso ao serviço e, portanto, escolhem o mais barato e técnicas de construção que, frequentemente, estão longe de ser adequadas – e não investem o suficiente naquilo que já existe.

    A manutenção destes sistemas exige normalmente investimentos avultados?

    Sim, porque, fazendo algumas contas simples, se uma conduta, em média, dura 40/50 anos – e não são as que construímos na década de 80 porque, essas, com sorte, vão até aos 30 anos com um comportamento minimamente decente – significa que temos de substituir 2% ao ano para mantermos o serviço ao longo do tempo. Numa infra-estrutura madura, devemos manter esse valor ao longo do tempo e, assim, se não investirmos em média 2% daquilo que é o custo de fazer uma infra-estrutura daquelas, estamos a subinvestir e teremos de pagar a factura mais cedo ou mais tarde. A continuar com este tipo de política, estamos realmente a pôr em causa o futuro, e não é a muito longo prazo. É um problema muito comum a tudo o que sejam infra-estruturas públicas, é mais grave nas infra-estruturas em rede enterradas, que são caras. Fizemos algumas contas para uma holding com um grupo de concessões, no sentido de saber quanto seriam os seus custos operacionais e quanto deveriam investir para, no fundo, compensarem a depreciação. Os números para a parte de rede, sem incluir estações elevatórias e de tratamento, apontaram para algo na ordem dos 30%-40%. Mas mesmo 30% ou 40% é muito mais do que aquilo que as empresas, de uma forma geral, estão a gastar. Portanto, é necessário continuar a fazer muito trabalho no sentido de sensibilizar a sociedade, porque só se esta tiver essa noção de que, como estamos a fazer, os seus filhos não terão as comodidades que nós temos, é que os decisores políticos terão abertura para classificarem esse problema como prioritário. Felizmente a Entidade Reguladora de Águas e Resíduos (ERSAR) tem feito um trabalho muito meritório nessa matéria. No LNEC temos feito tudo aquilo que é possível, com projectos colaborativos nos quais temos trabalhado com muitas entidades gestoras, ajudando à sua capacitação e a que façam os seus próprios planos de médio e longo prazo de gestão das infra-estruturas, definindo onde é mais prioritário actuar, como, quando e com que soluções. A ERSAR publica, no âmbito dos seus indicadores de qualidade de serviço, os níveis de reabilitação e incentiva as entidades a terem níveis aceitáveis. Há muito trabalho que está a ser feito e esse trabalho é reconhecido internacionalmente.

    De que forma?

    Quando ocorrem as conferências bienais da IWA sobre esta matéria, as Leading Edge Conference on Strategic Asset Management, onde Portugal tem ficado bem na fotografia. Há um grupo razoável de portugueses a mostrar que há investigação nesta matéria que passou já para as empresas e para o meio. Mostram que estão a ser feitas coisas bem feitas e que são líderes em termos mundiais. Temos muitos bons exemplos em Portugal do que se faz nesta matéria, mas temos também muitos maus exemplos. Mas a capacidade técnica está presente, bem como a capacidade de concretizar. Temos muito bons exemplos implementados que nos tornam reconhecidos internacionalmente.

    Sobre o autorPedro Cristino

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    Quintela e Penalva | Knight Frank vende 100% das unidades do novo D’Avila

    Desenvolvido pela Finangeste, o edifício, em plenas Avenidas Novas, em Lisboa, conserva a fachada original. Além da venda, a mediadora acompanhou e apoiou o arquitecto no desenho e concepção do projecto

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    A consultora imobiliária especializada no segmento luxo, Quintela e Penalva, acaba de anunciar o fecho de vendas do projecto residencial D’Avila. Desenvolvido pela Finangeste, investidor institucional que actua no mercado português há mais de 40 anos, o D’Avila foi um “enorme sucesso comercial”.

    O envolvimento do departamento de empreendimentos da mediadora foi significativo, tendo iniciado com o apoio ao arquitecto no desenho e concepção do projecto, desde o ajuste de plantas à introdução de amenities adaptadas em função das necessidades do mercado e à coordenação da criação integral do branding e infopack do projecto.

    Segundo Jorge Costa, COO da Quintela & Penalva, “o D’Ávila é um excelente exemplo de como o nosso departamento de empreendimentos, e o trabalho de desenvolvimento em estreita colaboração com os promotores, contribui para o sucesso comercial dos projectos e para a satisfação dos clientes”.

    Recuperado a partir de um edifício antigo, em plenas Avenidas Novas, em Lisboa, o edifício conserva a fachada original que, conjugada com a “leveza e simplicidade” da arquitectura contemporânea, apresenta um “cariz muito especial”.

    Os interiores foram projectados para oferecer o “máximo conforto”, enquanto as áreas comuns são onde os residentes podem aproveitar para desfrutar do spa e do ginásio.

    O D’Avila dispõe de 22 apartamentos, de tipologias T1 a T3, dos quais fazem parte duas penthouses duplex. Todas as unidades são “espaçosas e funcionais”, com vãos envidraçados, do chão ao tecto, e quartos todos em suite.

    O sucesso do D’Avila mostra, segundo Francisco Quintela, CEO da Quintela e Penalva, parceiro em Portugal da Knight Frank, “que Lisboa continua a estar no radar dos investidores e que os produtos de qualidade têm procura garantida”.

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    Gebalis apresenta segunda fase do programa ‘Morar Melhor’

    Com um investimento de quase 1,3 M€, a obra contempla a construção de seis núcleos necessários para instalação de 10 novos elevadores no bairro Padre Cruz e todas as intervenções necessárias associadas

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    O programa de reabilitação dos bairros municipais de Lisboa ‘Morar Melhor’ apresentou esta sexta-feira, dia 26 de Abril, uma nova empreitada, no Bairro Padre Cruz. Com um investimento de quase 1,3 milhões de euros, acrescido de IVA, o projecto prevê a instalação de 10 elevadores em edifícios localizados na Rua Rio Sado e na Rua Rio Guadiana que vai beneficiar 201 fracções e aproximadamente 500 moradores.

    Está considerada na empreitada a construção de seis núcleos necessários para instalação de 10 novos elevadores e todas as intervenções necessárias para cumprimento da legislação de segurança, segurança contra incêndios, acessibilidades, iluminação, electricidade e ventilação. Serão, ainda, construídas duas rampas para assegurar o acesso necessário em dois dos lotes.

    “Tendo em conta o número de pessoas idosas que aqui habitam, esta intervenção responde a uma necessidade que há muito tinha sido identificada e à qual conseguimos agora responder. Esta instalação é totalmente nova, o que eleva ainda mais a importância deste investimento e o impacto na qualidade de vida dos moradores”, refere Fernando Angleu, presidente do Conselho de Administração da Gebalis.

    Esta empreitada faz parte de um conjunto de 58 que compõem o Plano de Reabilitação acordado entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Gebalis e que teve início em 2023. Até ao final de 2024 estarão concluídas as primeiras obras de reabilitação dos bairros 2 de Maio, Açucenas, Alfinetes, Boavista, Bom Pastor, Condado, Flamenga, João Nascimento Costa, Padre Cruz, Rego e Telheiras Sul.

    Considerado o maior investimento realizado na habitação municipal desde o Programa Especial de Realojamento (PER), o ‘Morar Melhor’ inclui intervenções de fundo em 478 edifícios, impactando 8614 frações, e reabilitação directa de 1545 fogos habitacionais.

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    Reabilitação Urbana abranda ritmo de crescimento

    Os dados obtidos no último inquérito realizado pela Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas, AICCOPN, junto dos empresários do sector que actuam no segmento da Reabilitação Urbana revelam abrandamento do crescimento do nível de actividade

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    De acordo com os dados obtidos no inquérito realizado pela AICCOPN, observa-se um abrandamento da tendência de crescimento do índice Nível de Actividade, que registou em Março, um crescimento de 1,4%, em termos homólogos, Já o índice qualitativo referente à evolução da Carteira de Encomendas observou um decréscimo de 3,3%, face ao apurado no mesmo mês de 2023.

    Relativamente à Produção Contratada, ou seja, quanto ao tempo previsto de laboração a um ritmo normal, no mês de Março, fixou-se em 10,3 meses, o que corresponde a um aumento em relação aos 8,5 meses registados em Março de 2023.

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    EDIH DIGITAL Built com apresentação pública

    O consórcio do EDIH DIGITALbuilt vai realizar o primeiro evento de apresentação pública, no próximo dia 30 de Abril na sede da Ordem dos Engenheiros. O projecto tem como objectivo contribuir para aumentar a competitividade, sustentabilidade e eficiência do sector AEC e aumentar a eficiência da administração pública na temática do ambiente construído

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    Financiado pelo Programa de Recuperação e Resiliência, DIGITALbuilt é um European Digital Innovation Hub (EDIH) que unifica três clusters na temática do ambiente construído: arquitectura, engenharia e construção, recursos minerais e ferrovia. Conta com a parceria do BUILT CoLAB, de Centros de Interface Tecnológica (ITECONS, StoneCITI, Centro de Competências Ferroviárias e INESC TEC) e com outras entidades de suporte (FI GROUP e FNWAY).

    Este EDIH, irá disponibiliza às PME e à administração pública, quando aplicável, serviços de transformação digital, capacitação, inclusão digital, apoio à procura de financiamento e de intermediação, serviços de incubação de PME e diagnósticos de maturidade digital. Tem como objectivo contribuir para aumentar a competitividade, sustentabilidade e eficiência destes sectores e aumentar a eficiência da administração pública na temática do ambiente construído.

    No painel de Oradores, encontra-se confirmada a participação do deputy head da unit “Digital Transformation of Industrial Ecosystems” na DG CONNECT da Comissão Europeia, Gaspard Demur e da vogal do conselho de administração da ANI, Sílvia Garcia.

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    @Miguel Nogueira e Filipa Pinto

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    Porto: Infraestruturas desportivas com investimento superior a 17 M€

    Através da GO Porto, a Câmara do Porto, investiu nos últimos seis anos no alargamento e renovação de uma dezena de infraestruturas polidesportivas da cidade

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    A aposta do município do Porto na saúde e desporto acessível para todos foi reforçada com mais de 10 obras dedicadas à prática de exercício físico. Entre empreitadas já inauguradas, em curso ou ainda em projecto, o investimento supera os 17 milhões de euros, em zonas distintas da cidade, como Ramalde, Lordelo do Ouro, Paranhos ou ainda Campanhã.

    Entre as principais infraestruturas novas da cidade, é de realçar a empreitada do Campo Municipal do Outeiro, em Paranhos, num investimento municipal na ordem dos 5,5 milhões de euros, divididos por aquisição de terrenos, custos de projecto, empreitada e fiscalização.

    Com a construção das instalações desportivas, bancada com 510 lugares, edifício de apoio e respectivos acessos de circulação, a cidade deixou de ter campos pelados para a prática do futebol e devolveu ao histórico Sporting Clube da Cruz, assim como a outros clubes do Porto, um espaço de jogo digno.

    De forma a abranger mais modalidades e mais adeptos de um estilo de vida saudável, o Parque Desportivo de Ramalde/ INATEL, que está sob gestão da Ágora – Cultura e Desporto do Porto, oferece, desde 2017, uma pista de atletismo com seis corredores e um campo de relva homologado para a prática de futebol de 11 e de râguebi.

    Em 2019, foi inaugurado o Skate Park de Ramalde, dentro do complexo desportivo, onde crianças, jovens e adultos têm pela primeira vez um espaço onde podem aventurar-se nesta modalidade. Dois anos depois, a GO Porto avançou com a ampliação do espaço e a construção de um bowl.

    Neste momento, está a decorrer a segunda fase da empreitada neste Parque Desportivo, que engloba um novo campo de jogos de futebol e râguebi, com um edifício de apoio com bancada coberta, um recinto para as práticas de atletismo e de zonas de tiro ao arco. Esta última empreitada está orçada em perto dos 4,9 milhões de euros.

    A Piscina Municipal Engenheiro Armando Pimentel, da responsabilidade da empresa municipal Ágora, voltou a abrir portas, totalmente equipada e requalificada. Num investimento municipal a rondar os 2 milhões de euros, esta intervenção permitiu colmatar um conjunto de deficiências de carácter estrutural no interior e exterior do edifício.

    De forma a fomentar a prática de exercício físico na aprendizagem das crianças da cidade do Porto, o Município investiu, ainda, cerca de 400 mil euros na requalificação de 10 infraestruturas exteriores de seis Escolas Básicas: EB 2/3 António Nobre, EB 2/3 Areosa, EB 2/3 Manoel de Oliveira, EB 2/3 Pêro Vaz de Caminha e EB 2/3 Leonardo Coimbra.

    Entre as várias intervenções, contam-se novos pisos e equipamentos para diferentes modalidades desportivas: futebol, basquetebol e andebol, contribuindo assim para a integração social destas comunidades.

    Durante o primeiro trimestre de 2024, arrancaram também as obras na bancada do Campo do Viso, e nas infraestruturas elétricas do Estádio da Praia. Esta primeira empreitada, estimada em 215 mil euros, pretende requalificar a bancada existente, com vista à melhoria das condições de conforto, segurança e circulação.

    Já o Estádio da Praia, a maior infraestrutura desportiva sazonal gerida pela Ágora e que funciona há 15 anos com diversas competições e atividades, está a ser reabilitado ao nível do equipamento eléctrico e torres de iluminação, com um valor de empreitada de 79 mil euros.

    Com arranque previsto para o segundo semestre de 2024, o Campo Municipal de Campanhã, um novo equipamento desportivo com implantação em terreno entre a Rua de Justino Teixeira e as piscinas municipais, ainda carece do visto do Tribunal de Contas.

    Com uma área que ascende aos 17 mil metros quadrados, o espaço abrange um campo de jogos com bancada coberta, além de um edifício de apoio e novo arruamento com lugares de estacionamento. Este novo complexo desportivo tem um valor de empreitada na ordem dos 4,6 milhões de euros.

    Ainda em contratação de projeto encontra-se a Zona Desportiva Oriental, em Campanhã. Designada por Espaço Radical Zona Oriental, trata-se da construção de um parque de desporto com a instalação de um skate park, pump track, estações de street workout, basquetebol e escalada.

    Também em fase de contratação de projecto, a GO Porto tem ainda em mãos a construção de um novo complexo desportivo no Campo Municipal da Ervilha, que serve o Futebol Clube da Foz, com três campos de futebol com relvado sintético, bancada, balneários, ginásio, edifícios de apoio para áreas administrativas e arranjos exteriores.

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    Mapei leva nova gama de produtos à Tektónica

    A Mapei irá marcar presença de 2 a 5 de Maio no evento anual dedicado ao sector da construção, com a apresentação de uma nova linha de produtos dedicada ao segmento da reabilitação

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    O fabricante mundial de produtos químicos para a indústria da construção marcará, uma vez mais, presença na Tektónica, uma feira que considera estratégica para divulgar soluções, estabelecer contactos estratégicos e acompanhar as mais recentes tendências do mercado.

    Em destaque nesta edição estará a sua nova linha Mape-Antique, uma gama completa de argamassas compostas por cal e eco-pozolana uma gama de produtos, completamente isentos de cimento, dedicadas à consolidação e reabilitação da alvenaria de edifícios de valor histórico e arquitectónico, realizados em tijolo, pedra, tufo ou alvenaria mista.

    Os produtos da gama Mape-Antique têm características físico-mecânicas muito semelhantes às das argamassas para alvenaria e rebocos utilizadas no passado, razão pela qual resultam mais compatíveis com qualquer tipo de estrutura original.

    Ao mesmo tempo, têm elevada resistência físico-química às acções agressivas, ambientais (chuva ácida, gelo-degelo e gases poluentes) e internas à alvenaria (sais solúveis e humidade). A maioria dos produtos Mape-Antique possui elevados valores de transpirabilidade e, no caso dos rebocos desumidificantes, de porosidade. Graças à sua estrutura macroporosa, são capazes de favorecer a evaporação da água presente na alvenaria muito mais do que as tradicionais argamassas para reboco de base cimentícia ou de cal-cimento. Este processo permite que as estruturas húmidas sequem, ou evitem a ascensão capilar de humidade, o que proporciona um maior conforto habitacional. Além disso, se estiverem presentes na alvenaria sais solúveis, estes cristalizam dentro dos macroporos, sem produzir tensões no reboco que o possam degradar.

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    Passivhaus Portugal com programa extenso na Tektónica

    A Passivhaus Portugal marca mais uma vez presença na Tektónica. Juntando num espaço próprio vários dos seus parceiros e criando várias dinâmicas de workshops e conversas em contínuo. Uma oportunidade para conhecer melhor este padrão que é também uma certificação

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    Em conjunto com os parceiros em exposição, a Passivhaus Portugal construiu um programa de workshops práticos contínuos, com apresentação de soluções, formas de aplicação, resolução de problemas, e muito mais. Entre workshops poderá também assistir à apresentação de projectos Passivhaus e algumas conversas entre stakeholders da área.
    De notar que o sector da eficiência energética é o que mais vai crescer nesta edição da Tektónica. Não será por acaso. A procura de soluções de habitação, residencial e de escritório, que geram poupança ao mesmo tempo que garantem conforto, saúde para os seus habitantes, e protecção para o meio ambiente, está a crescer.

    “Porque é que em Portugal, um país com um clima ameno, temos de viver com maior desconforto dentro de nossa casa ou do escritório onde trabalhamos, do que alguém que vive num clima frio? Não faz sentido. E isso é algo que entre a classe profissional é já óbvio e começa a tornar-se também para o público em geral. O padrão Passive House dá resposta a todas as questões de conforto, saúde e eficiência e, em Portugal, de forma até mais simples do que, por exemplo, na Alemanha, uma vez que falamos do único padrão no mundo que é quantitativo e rigoroso. E esta é uma das mensagens que levamos para a Tektóncia”, afirma João Marcelino, presidente da Passivhaus Portugal.

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    OASRS apresenta conferência “As Brigadas de Abril”

    No âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, a Secção Regional do Sul da Ordem dos Arquitectos recordou o estabelecimento e a acção do Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL) na conferência “As Brigadas de Abril”

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    O aprofundamento das pesquisas sobre o Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL), corpo de especialistas criado em 1974 para desenhar e pôr em marcha soluções habitacionais para a imensa população dos bairros de lata, barracas e casas degradadas de Portugal, em coordenação com associações de moradores e os seus recursos eventualmente disponíveis, levou o arquitecto e investigador da CEAU-FAUP Ricardo Santos a afirmar-se espantado pela dimensão, heterogeneidade e desenvolvimentos do “processo”.

    Presente na sessão organizada pela Secção de Lisboa e Vale do Tejo “As Brigadas de Abril”, que decorreu no dia 23 de abril, na sede da Ordem dos Arquitectos, o arquitecto contextualizou o SAAL como um “processo”.

    “As pessoas não falam em projecto, começava antes da intervenção e continuava depois do projecto, com alta participação popular, a ideia de democracia directa, o controlo pelo povo, ao serviço do qual estavam os técnicos”, destacou.

    O SAAL registou 170 operações iniciadas, a construção de 76 bairros e o envolvimento de 42 mil famílias entre 1974 e 76, ano em que passou para a alçada das autarquias. “Só em Lisboa houve intenção de construir 17 bairros, sete chegaram à construção, dois foram terminados”.

    A arquiteta Lia Antunes, a preparar uma tese sobre a intervenção das mulheres no SAAL (no Darq-UC e Centro Interdisciplinar de Estudos de Género do ISCSP), destacou o papel das moradoras dos bairros de lata, a sua tomada da palavra como a primeira ideia de cidadania, a sua organização e o conhecimento sobre os fogos existentes, sobre as casas que seriam necessárias e sobre a composição das famílias. “As mulheres preparavam as palavras de ordem para as manifestações”, sinal da consciência da sua condição e da vontade reivindicativa.

    Quanto às técnicas, o seu papel é significativo, como foi o caso da arquiteta Ana Salta e de Manuela Madruga (da Brigada Técnica, nome das equipas técnicas do SAAL, maioritariamente com jovens arquitetos e estudantes, que viriam a elaborar planos e projetos e a diagnosticar as situações habitacionais) no Bairro Esperança de Beja; com Nuno Portas, a arquiteta Margarida de Souza Lobo tinha esboçado um modelo de intervenção multidisciplinar e de habitação evolutiva para o bairro de lata da Quinta do Pombal; a socióloga Isabel Guerra, que trabalhou nos bairros sociais de Setúbal, “em janeiro de 74 já tinha apresentado uma proposta para o Bairro da Liberdade que antecipava o SAAL”; “as assistentes sociais foram a cola do processo”, com presença diária nos bairros mediando conflitos, respondendo aos inquéritos sobre as condições físicas dos bairros, e sobre necessidades e desejos das populações. Houve também “uma dimensão internacional” com participação de técnicas de outros países e muitos outros exemplos de compromisso, de “urgência, intensidade, generosidade” podiam ser dados.

    Justamente sobre a “intensidade” dos trabalhos e da vivência que os caracterizou falou Adelaide Cordovil, assistente social e elemento da equipa do SAAL no Fonsecas-Calçada. “Já lá vão 50 anos, era tudo muito intenso. Estava a destapar-se uma panela de pressão?”. Adelaide Cordovil explicou que as pessoas acreditavam no que podiam transformar, tinham essas vontade e energia, aprendiam umas com as outras e tinham ideias claras e fundadas do que precisavam para as suas casas.

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    2024 será um ano de expansão para a Hipoges

    A Hipoges atingiu 49 mil milhões de euros em activos sob gestão a nível global até ao final do de 2023, mantendo uma taxa de crescimento contínuo em todos os países onde opera e avançando no seu plano de crescimento estratégico

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    O anúncio foi feito pelos líderes da Hipoges, Hugo Velez e Claudio Panunzio, durante o Town Hall 2024 realizado a nível global, que reuniu os quase 2.000 colaboradores que a Hipoges tem espalhados pelos seus 11 escritórios em Espanha, Portugal, Itália e Grécia.

    “Somos uma marca cada vez mais importante”, sublinha Hugo Velez. “O ano passado foi desafiante e 2024 também o é, mas continuamos a crescer, e fazemo-lo de forma sustentada e nos quatro países onde estamos presentes”.

    Claudio Panunzio refere que a Hipoges tem o desafio de “continuar a desenvolver as melhores práticas na gestão de activos”.”Ǫueremos concentrar-nos na nossa expansão internacional e tirar partido da nossa posição para continuar a crescer organicamente e também através de novas aquisições. Estamos actualmente a avaliar quatro ou cinco oportunidades de aquisição em Espanha, Portugal e Itália”.

    Durante o evento, a Chief Financial Officer da Hipoges, Marta Márquez, destacou a “clara tendência de crescimento” da empresa durante o ano de 2023, apesar do contexto de incerteza em que opera, o que lhe permite desfrutar de uma “sólida posição de mercado”.

    Já o Global Chief Operations da Hipoges, Juan Ramón Prieto, fez um balanço do desempenho da empresa em 2023, um ano em que “tivemos de superar grandes desafios devido à evolução da actividade jurídica e imobiliária em Espanha e Portugal”. Apesar dos atrasos nos prazos legais, da redução da quantidade de stock para venda e da queda das hipotecas, a Hipoges “conseguiu aumentar o volume de negócios e comercializar activos mais rapidamente do que o esperado, tanto em Espanha como em Portugal”.

    Durante o ano de 2023, a Hipoges reforçou as suas linhas de negócio e serviços, bem como a sua quota de mercado, através da criação de duas novas empresas e da aquisição de uma participação maioritária numa terceira: a KPI Hotel Management Solutions, especializada na gestão de hotéis e resorts, com presença em Portugal e Grécia; a Finanwin, uma plataforma de mediação hipotecária que opera em Espanha e Portugal; e a F&G, focada na gestão de documentação de activos financeiros.

    Durante a sua intervenção, Margarida Maia, Chief Services Officer, explicou que a equipa da Hipoges cresceu 15,8% em relação ao ano anterior, para 1.820 colaboradores no final de Dezembro de 2023 a nível global, e a empresa espera ultrapassar a marca dos 2.000 este ano. Foram abertos novos escritórios em Espanha, em Sevilha e na Corunha, e em Portugal, em Lisboa, existiu uma mudança para um novo escritório com uma capacidade mais adequada às necessidades da empresa.

    Durante o seu Town Hall 2024, a Hipoges avançou ainda as quatro grandes linhas do plano estratégico em que a empresa pretende alicerçar o seu crescimento: diversificação dos mercados geográficos e das linhas de actividade; aposta na inovação tecnológica; melhoria da eficiência e das margens de rentabilidade; e aposta na captação e fidelização de clientes.

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    Roca Group assegura o fornecimento de energia renovável a todas as suas operações na Europa

    Esta iniciativa representará uma redução de mais de 50 000 toneladas de CO2 equivalente por ano nas emissões provenientes do consumo de electricidade do Grupo

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    O Roca Group, líder mundial em design, produção e comercialização de produtos para a casa de banho, anunciou um contrato de compra de energia renovável a longo prazo (PPA – power purcha-se agreement), que terá vigência de dez anos, de 2025 a 2035, ligado às novas instalações solares Trévago I & II, situadas na província de Sória, em Espanha.

    A entrada em funcionamento das instalações de produção solar Trévago I e II está prevista para Julho de 2025. Estas instalações contam com uma capacidade de 86,84 MWp. Do total da capacidade, 80% destina-se ao Roca Group e prevê-se a produção de 120 GWh de energia limpa anualmente, o que corresponde ao volume necessário para abranger o consumo eléctrico de todas as operações do Grupo em território europeu.

    Os projectos estão a ser desenvolvidos pela Bruc Energy, uma empresa de produção de energia renovável, e contou-se com a consultoria jurídica da Baker McKenzie, por parte do Roca Group, e da Allen & Overy, por parte da Bruc, assim como com o apoio estratégico da Schneider Electric, através dos respectivos serviços de consultoria em PPA, no que respeita à coordenação de todo o processo.

    Este processo representará uma redução de mais de 50 000 toneladas anuais de CO2 equivalente, o que corresponde ao consumo de energia do Grupo na Europa. Trata-se de mais um objectivo atingido no plano de descarbonização do Roca Group que se vem juntar à recente entrada em funcionamento da primeira fábrica de produção de louça sanitária neutra em emissões de carbono a nível mundial. O Grupo acumula já uma redução de 39% nas respectivas emissões directas de CO2 equivalente e de 47% na respectiva intensidade energética entre 2018 e 2022, aproximando-se do objectivo de reduzir para zero as emissões líquidas em 2045.

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