Projecto da Aguirre Newman para a Cepsa
Arquitectura

Consultoras apostam e consolidam Departamentos de Arquitectura

Mas que vantagens trazem em relação a um gabinete de arquitectura? 

Ana Rita Sevilha
Projecto da Aguirre Newman para a Cepsa
Arquitectura

Consultoras apostam e consolidam Departamentos de Arquitectura

Mas que vantagens trazem em relação a um gabinete de arquitectura? 

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Ana Rita Sevilha
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 As consultoras imobiliárias têm desde há uns anos a esta parte, vindo a consolidar os seus Departamentos de Arquitectura. De uma forma geral, todos estes departamentos nasceram como uma consequência ou necessidade por parte dos clientes e têm vindo a ganhar expressão dentro dos serviços que as consultoras têm para oferecer e destaque nos portfólios das mesmas.
O Departamento de Arquitectura da B. Prime, “nasceu logo no inicio da empresa em 2009, pois era uma das áreas estratégicas definidas, quando lançamos o projecto”, explica ao CONSTRUIR Jorge Bota, Managing Partner da B.Prime. Uma decisão que, explica o mesmo responsável, “esteve muito ligada ao trabalho que já tinha sido desenvolvido sob a minha liderança, nas anteriores funções na DTZ Portugal”.
O mesmo aconteceu na Aguirre Newman, tendo o Departamento nascido em Portugal há cerca de 13 anos “porque nos fazia sentido complementar os vários serviços que oferecemos como consultora imobiliária com serviços de consultoria para a optimização de espaços, que no inicio se focalizaram mais em espaços de trabalho muito pelo background que quer eu, quer a pessoa responsável pela criação do departamento de Arquitectura em Espanha, tínhamos em Interiorismo e projectos de fit out de escritórios em modelo chave-na-mão”, explica Patrícia Liz, Managing Partner da Aguirre Newman com o Pelouro do Departamento de Arquitectura. Patrícia Liz acrescenta ainda que, “o grande potencial de cross selling com os restantes departamentos esteve também na base da nossa estratégia”.
Também na Worx o Departamento de Arquitectura conta mais de dez anos e nasceu “devido à necessidade de dar apoio ao departamento comercial” e porque “identificámos uma lacuna nos serviços que apresentávamos e, em simultâneo, uma oportunidade de diferenciação e de conseguirmos ter uma oferta mais completa, adequada e rigorosa” “essencialmente no que respeita ao estudo de ocupação de novos espaços de escritórios”, conta ao CONSTRUIR fonte do Departamento de Arquitectura da consultora.
Nuno Gameiro, Associate Director do Departamento de Building Consultancy da CBRE explica ao CONSTRUIR que o Departamento atravessou vários momentos ao nível do formato e da estrutura, tendo sido iniciado em Portugal no ano de 2001. “O seu foco principal começou na prestação de serviços de gestão de projecto aos clientes, assegurando um acompanhamento integrado, apoiando a linha de negócio de Advisory & Transaction na área de escritórios”. Mais tarde, em 2013, “a CBRE investiu nesta área mantendo a prestação de serviços de gestão de projectos, mas apostando também em outras áreas de negócio, como é o caso das Due Diligences Técnicas e Urbanísticas, estudos de consultoria ao nível do best use, mas essencialmente na elaboração de projectos de fit-out de escritórios”.
Na JLL a criação de um Departamento com estas características remonta a 2007, “altura em que também começou a operar na JLL Espanha, na sequência da aquisição de uma empresa especialista neste segmento. A criação desta nova área de actividade, que ocorreu não só em Portugal mas gradualmente por toda a Europa, teve por principal objectivo reforçar a oferta de serviços da JLL e dar resposta às necessidades crescentes dos nossos clientes, acompanhando todo o ciclo imobiliário, além de ser uma área com enorme potencial para impulsionar o crescimento da empresa”, refere ao CONSTRUIR João Marques, director da Tétris Portugal, marca que pertence à JLL. Recorde-se que em 2012 a JLL unificou toda a sua área de arquitectura na Europa sob a marca Tétris, uma empresa de origem francesa especializada neste segmento adquirida pela JLL em 2007 “e que era, desde então, o principal motor de expansão desta área de negócio nos mercados onde a consultora está presente”, explica o mesmo responsável.
No final de 2014, a Tétris Portugal adquiriu a Novo Interior para reforçar a sua capacidade e estrutura de serviços, “impulsionando fortemente o crescimento desta área de actividade no nosso mercado”.
João Marques explica que “diariamente são concluídas operações de arrendamento de lojas e escritórios para empresas nacionais e internacionais que sentem necessidade de apoio para passar à fase seguinte, ou seja, executar o fit-out e a construção destes espaços. É aqui que este departamento intervém e tanto podemos oferecer serviços chave-na-mão, desde a análise dos requisitos do cliente até à entrega do espaço pronto a ser ocupado, como podemos fazer apenas a obra”.
Rita Ribeiro, arquitecta no Departamento de Gestão de Projectos da C&W conta que o departamento de Gestão de Projecto da consultora existe desde 2002 tendo a componente de arquitetura sido introduzida em 2005. “Surge como suporte à área de Gestão de Projecto, bem como aos restantes departamentos da empresa, mas rapidamente começou a desenvolver projectos nomeadamente de escritórios dada a solicitação constante do mercado nesse sentido”.

Projecto da Worx para a Bold

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Consolidação

Os desempenhos e balanços da actividade dos Departamentos de Arquitectura das consultoras são unânimes: “bastante positivo”. Esta é uma área que segundo os responsáveis contactados pelo CONSTRUIR se tem vindo a consolidar e a revelar de extrema importância na forma como trabalha lado a lado com as outras áreas de negócio. No caso da JLL, esta é uma área que tem vindo a registar um crescimento contínuo ao longo dos anos, tendo crescido 20% no seu volume de negócios em 2015 e em 2016 22%, com um total de 128 projectos intervencionados no último ano. Facto que tem levado as consultoras a especializarem-se nas várias vertentes da arquitectura, como é o caso da Aguirre Newman, que segundo Patrícia Liz, Managing Partner da consultora, assegura que o Departamento “está capacitado para a execução de projectos de reabilitação”, bem como de “planeamento, licenciamento, e execução, direcção e coordenação de projectos”. Esta consolidação é também espelhada nos clientes e projectos que cada uma das consultoras tem no seu portfólio, destacando a B.Prime o estudo e implementação das necessidades de clientes como a Elevo ou a Apple Portugal. No caso da CBRE, Nuno Gameiro, Associate Director do Departamento de Building Consultancy sublinha as várias áreas de actuação como o Project Management, Arquitetura, Especialidades, Auditorias Técnicas (Urbanísticas e Técnicas), Projectos de Gestão de Mudança, Worplace, entre outros, destacando a execução de projectos de “fit-out” de escritórios ou a execução de remodelação de interiores de Centros Comerciais.
João Marques, director da Tétris Portugal aponta clientes como os retalhistas e ocupantes corporativos, mas também operadores hoteleiros e investidores/proprietários. “Realizamos projectos nas áreas de escritórios e lojas, mas a experiência e track record da empresa a nível internacional abrange também a hotelaria e indústria & logística”, explica. No caso específico do segmento de escritórios, João Marques explica que “a nossa intervenção passa também por criar espaços de trabalho que ajudem a empresa a optimizar custos, a fomentar o conforto e a produtividade dos seus colaboradores e a fortalecer a coerência da sua marca, respeitando sempre os prazos de execução e os orçamentos”.
Elegendo o “fit-out” de escritórios como o core business do Departamento da AN Arquitectura, Patrícia Liz destaca do portfólio alguns nomes com quem a Aguirre Newman está a trabalhar ou trabalhou recentemente, entre eles a Chanel, Emirates Airlines, L`Oréal, ou Nike, entre outros.
Como principais clientes, a Worx destaca a PwC, a KPMG e a Generali, entre outros, lembrando que “os nossos projectos são projectos muito completos, no sentido em que cobrimos todas as necessidades do cliente”, do “fit-out” ao desenvolvimento do layout final, passando pelo acompanhamento e gestão de obras.
Rita Ribeiro, arquitecta no Departamento de Gestão de Projectos da C&W também faz um balanço positivo. “É um motor de angariação não só para projectos de Arquitectura como para Gestão de Projecto, tendo também tido um papel relevante para a concretização de negócios de outros departamentos da Cushman & Wakefield”. Escritórios, licenciamentos e remodelações de edifícios estão entre os projectos que costumam desenvolver.

Projecto B.Prime para Panalpina

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Departamento versus Atelier

A determinada altura, a pergunta acaba por se impor: Porquê escolher o Departamento de Arquitectura de uma consultora em vez de um gabinete de arquitectura? “A grande vantagem, é que a B. Prime já tem um conhecimento prévio sobre a empresa, uma vez que esteve envolvida na procura das novas instalações. Por isso encontra-se numa posição vantajosa, porque conhece os verdadeiros pontos críticos para o funcionamento do cliente”, explica Jorge Bota, Managing Partner da consultora. “Um gabinete de arquitetura, também o fará, mas necessitará de mais tempo para fazer essa análise e avaliação”, sublinha. Por outro lado, continua, “empresas como a B. Prime que estão em contacto mais regular com o mercado das empresas internacionais acabam por ter um conhecimento mais profundo sobre novas tendências, o que melhor funciona e o que, apesar de ser “de moda” não teve os resultados pretendidos. Um projeto de interiores de uma empresa, para além da estética, tem factores críticos muito relevantes sobre a funcionalidade. Funciona também como alavanca de desenvolvimento de cultura de grupo e da própria empresa, que para um gabinete de arquitetura, poderá ser mais difícil de apurar”.
Segundo Nuno Gameiro, Associate Director do Departamento de Building Consultancy da CBRE, “Os gabinetes de arquitectura possuem valências específicas ao nível da concepção de espaços, criação de lugares e no desenho das cidades, é uma profissão milenar, que impacta com a vida de todos os dias. O trabalho que desenvolvemos, ao nível da arquitectura de interiores, principalmente escritórios, é diferenciado da arquitectura vista num plano geral. Criamos ambientes, estudamos a cultura das empresas e os seus valores, estudamos o perfil dos seus colaboradores, tentamos entrar na sua filosofia e nos seus hábitos, procuramos conhecer as suas ambições, receios e expectativas de futuro. Desenhamos espaços de trabalho, cada vez mais caracterizados como espaços de colaboração, inovação e transparência, indissociáveis da grande mudança operada a partir do novo milénio: a tecnologia e o digital”.
Para João Marques, director da Tétris Portugal, “uma das nossas mais-valias está na nossa extensa gama de serviços, que vai muito além do projecto de arquitectura. Como já referido anteriormente e sobretudo na área de escritórios, abrangemos todas as fases do processo, desde a concepção do projecto até à entrega da obra, através de um único ponto de contacto. Além disso, temos o nosso departamento de pós venda que garante a todos os nossos clientes o apoio necessário depois da entrega da obra. Outra grande vantagem é o facto de sermos uma empresa internacional, que além disso faz parte de outro grande grupo global que é a JLL, beneficiando de uma experiência e de um track record inigualáveis em todos os sectores em que operamos. Partilhamos experiências, boas práticas e não são poucas as vezes em que um grande grupo internacional escolhe a Tétris para executar os seus escritórios nos diversos países em que essa empresa está presente. Nestas situações trabalhamos como se fossemos uma única equipa através dos nossos vários escritórios e países onde actuamos.
No entanto, gostaria de ressalvar que os gabinetes de arquitectura são nossos parceiros em diversos projectos, sobretudo de retalho, e a colaboração entre todos é fundamental”.
Patrícia Liz, Managing Partner da Aguirre Newman assume que “é sempre uma pergunta difícil de responder, pelo enorme respeito que temos pelos gabinetes de Arquitectura tradicionais. É por essa razão que sempre digo que a AN não tem um Gabinete de Arquitectura mas sim um Departamento de consultoria e optimização de espaços, para quem procura este tipo de abordagem mais ampla somos sem dúvida uma mais valia, pela nossa experiência alargada, tendo em conta as várias vertentes que caracterizam a vida de um imóvel. Pensar um projecto no qual estudamos todo o ciclo de vida/utilização do imóvel/espaço, a sua funcionalidade, a sua constante valorização e manutenção é algo que requer um vasto leque de especialistas nas diferentes áreas de actuação que abarcamos, só com a intervenção de vários departamentos em boa interacção com o Departamento de Arquitectura se consegue chegar a esse grau de especialização e detalhe”.
De acordo com o Departamento de Arquitectura da Worx, a consultora “tem um profundo conhecimento dos imóveis e das necessidades específicas de cada um dos nossos clientes, uma vez que valorizamos estabelecer uma relação de proximidade, representando uma grande mais-valia na relação custo-tempo de realização. Acreditamos que é importante definir conceitos, apostando numa estratégia de espaço de trabalho apropriado a cada cliente e projecto, dando resposta às suas necessidades. Fazemos parte de uma estrutura experiente com diferentes valências. Estas traduzem-se em vantagens competitivas perante o mercado, no sentido em que conseguimos actuar de forma diferenciada e completa em áreas que claramente não são dominadas pelos gabinetes de arquitectura tradicionais”.
Rita Ribeiro, arquitecta no Departamento de Gestão de Projectos da C&W, destaca a “eficiência que a exclusividade que um serviço interno proporciona, não só na articulação permanente entre os diversos sectores da Cushman & Wakefield como na comunicação e divulgação da consultora junto dos clientes. É também uma forma de ajustar a arquitectura a uma realidade empresarial”.

Projecto CBRE para Forum Aveiro

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Futuro

Para o futuro, as consultoras vão continuar a apostar nesta área com o objectivo de continuar a crescer, “não só comercialmente na captação de novos clientes que aproveitem a nossa experiência alargada neste nicho de mercado e que por isso, não pretendem correr tantos riscos, preferindo soluções já verdadeiramente testadas; como no ponto de vista técnico com a implementação de cada vez melhores ferramentas tecnológicas, que auxiliem os nossos clientes a tomar as suas decisões com maior facilidade e menor risco”, conclui Jorge Bota, Managing Partner da B.Prime.
A mesma tendência de crescimento é a expectactiva da CBRE para o seu Departamento de Building Consultancy, que segundo Nuno Gameiro, tem “uma equipa multidisciplinar de arquitectos e engenheiros, com elevado nível de experiência, que cada vez mais têm o seu foco no cliente e nos seus objectivos. Queremos diversificar as nossas áreas de actuação, aumentar a nossa capacidade de resposta e fazer mais e cada vez melhor”.
Na Aguirre Newman, Patrícia Liz refere que a aposta da consultora é a de “consolidar a liderança de mercado, como a consultora imobiliária que mais experiência tem em Serviços de Arquitectura e Interiorismo Corporativo, crescer nos serviços ligados à consultoria para a reabilitação de imóveis e na realização de projectos no sector da hotelaria”.
Para o Departamento de Arquitectura da Worx, de futuro o objectivo é “assegurar o sucesso alcançado no mercado actual, pelas vantagens competitivas que apresentamos. Queremos continuar a apostar no desenvolvimento e inovação e, desta forma, continuar a crescer enquanto departamento e criar uma estrutura experiente e muito profissional englobando também a realização de obra e efectuarmos o projecto de forma total, de A a Z”.
Por último, João Marques, director da Tétris Portugal, refere que na empresa “queremos continuar a trabalhar com o profissionalismo que nos caracteriza, fazendo uso da nossa experiência para tornar os projectos dos nossos clientes uma realidade. Aquilo que distingue a nossa equipa é o facto de estar permanentemente motivada para fazer cada vez melhor na busca de soluções construtivas e de design inovadoras, cumprindo prazos e orçamentos”.
De futuro a C&W pretender “dar continuidade ao trabalho desenvolvido até agora aumentando a escala dos projectos. Ter um papel cada vez mais determinante nas soluções multi-departamentais apresentadas aos clientes, incrementando desta forma a qualidade dos serviços da Cushman & Wakefield, quer pela maior abrangência que a linha de serviços de Arquitectura faculta,  quer pela viabilidade que proporciona a um negócio”, conclui Rita Ribeiro, arquitecta no Departamento de Gestão de Projectos da C&W.

Projecto Tétris para Adidas

Projecto Tétris para Adidas

Galeria de Imagens:

Foto: C&W

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Foto: Worx

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Foto: B.Prime

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Foto: CBRE

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Projecto Merk

Foto: Tétris

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Foto: Tétris

Foto: Tétris

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Sobre o autorAna Rita Sevilha

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O mais recente inquérito realizado pela AICCOPN junto das empresas que actuam no segmento da Reabilitação Urbana reforça a tendência de crescimento “expressivo” da carteira de encomendas e sublinha a estabilização da actividade

Em Março de 2025, os resultados do inquérito realizado pela AICCOPN junto das empresas que operam no segmento da Reabilitação Urbana evidenciam uma evolução positiva do mercado, com uma melhoria expressiva na percepção dos empresários quanto às encomendas e uma estabilização da actividade, revela o mais recente Barómetro da Reabilitação Urbana.

Assim, o Índice de Carteira de Encomendas registou um crescimento de 8,7%, em termos homólogos, reforçando o forte dinamismo que este indicador tem vindo a apresentar nos últimos meses.

Relativamente ao índice que mede a opinião dos empresários quanto ao Nível de Actividade, apura-se uma variação nula face ao mesmo mês do ano anterior.

No que respeita à Produção Contratada, indicador que mede o tempo médio de trabalho assegurado a um ritmo normal de execução, registou-se uma variação marginal, passando de 9 meses em Fevereiro para 8,9 meses em Março, traduzindo, na prática, uma estabilização deste indicador.

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Obra do Edifício da Escola Superior de Saúde em Setúbal entregue ao Grupo NOV

A construção do Edifício da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal foi entregue à NOV Pro Construções. A empreitada tem o valor de cerca de 7,7 milhões de euros e deverá estar concluída em meados do próximo ano 

O Instituto Politécnico de Setúbal consignou a “Empreitada de Construção do Edifício da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal”,  à NOV Pro Construções. O valor da obra é de cerca de 7,7 milhões de euros e deverá estar concluída em meados de 2026.

O edifício contará com três pisos, dois acima e um abaixo da cota de soleira, interligados de forma fluida e funcional. A nova infraestrutura será implantada num terreno com cerca de 11.000 m², localizado no campus de Setúbal do IPS.

O projecto contempla a construção de salas de aula, laboratórios, biblioteca e áreas de estudo. Estão igualmente previstas zonas administrativas e de apoio, incluindo escritórios, salas de reuniões, secretaria, gabinetes e espaços de descanso. Para responder às exigências específicas da área da saúde, o edifício integrará também instalações especiais como salas de simulação, laboratórios e salas de enfermagem.

A concepção do edifício teve como base princípios de sustentabilidade e eficiência energética, prevendo-se a adopção de soluções de design passivo, como uma adequada orientação solar, utilização de luz natural e ventilação cruzada, com o objectivo de reduzir o consumo energético e promover o bem-estar de todos os utilizadores.

A NOV Pro Construções, sedeada em Leiria, é uma empresa do Grupo NOV Engenharia e Construções, sendo a mais internacional das sete unidades de negócio existentes. Com presença consolidada em Portugal Continental e Ilhas, destaca-se ainda por um vasto portfolio de obras em África e na América Latina.

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Grândola emite parecer desfavorável ao projecto Mina da Lagoa Salgada

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A Câmara Municipal de Grândola emitiu parecer desfavorável ao projecto da Mina da Lagoa Salgada, no âmbito da consulta pública que termina a 30 de Abril.

A Câmara considera que o projecto viola o Plano Director Municipal, ao “ignorar zonas protegidas pela Estrutura Ecológica Municipal, ameaça recursos hídricos, coloca em causa a saúde pública, devido a poeiras, ruído e vibrações de explosões subterrâneas, destrói a biodiversidade e coloca em causa a qualidade de vida da população, principalmente a que reside nos aglomerados rurais de proximidade, cujo desenvolvimento fica, também, seriamente comprometido”.

O projecto tinha como objectivo a exploração de depósitos minerais metálicos de cobre, chumbo, zinco e outros metais, sendo ainda exploradas mineralizações secundárias, como estanho, prata e ouro

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O Grupo tecnológico Midea concluiu o processo de aquisição do Grupo Teka (com excepção da Teka Rússia LLC). Esta operação, inicialmente comunicada em Junho de 2024, “fortalece a competitividade global” do Grupo Teka e posiciona-o para uma “rápida expansão” em novas categorias de produto e mercados.

Esta aquisição combina a liderança tecnológica, inovadora e a escala industrial do Grupo Midea, com a herança centenária das marcas do Grupo Teka e a sua robusta presença na Europa, Ásia e América Latina. “Juntas, estas duas organizações disponibilizarão aos consumidores em todo o Mundo soluções ainda mais abrangentes e inovadoras para a casa”, indica o Grupo em comunicado.

Esta transacção permitirá o reforço da estrutura organizacional e das três marcas registadas do Grupo Teka: Teka, Küppersbusch e Intra, enquanto alavanca operações globais e a capacidade de investigação e desenvolvimento da Midea, de forma a criar sinergias.

Esta transacção “solidifica”, também, a estabilidade financeira do Grupo Teka, a sua “eficiência” operacional e liderança de mercado, factores cruciais no actual contexto económico.

O Grupo Midea, fundado em 1968, ocupa o 277º lugar na lista Fortune Global 500 de 2024, sendo, por isso, uma das maiores empresas fabricantes de equipamentos para a casa, cujos negócios vão para lá dos electrodomésticos inteligentes.

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Decorreu esta quarta-feira, dia 30 de Abril, na Casa Ásia – Coleção Francisco Capelo, a apresentação da 14ª edição do Open House Lisboa, que terá lugar nos dias 10 e 11 de Maio, e que tem como tema “A Invenção de Lisboa”. A apresentação contou com a participação dos comissários,  a dupla de arquitectos Daniela Sá e João Carmo Simões, fundadores da editora Monade, e do presidente da Trienal de Arquitectura de Lisboa, José Mateus.

Durante um fim-de-semana, a iniciativa, organizada pela Trienal de Arquitectura de Lisboa, abre ao público espaços de diferentes naturezas, através de visitas e passeios gratuitos. Este ano, apresenta uma lista de 72 espaços, dos quais 23 em estreia absoluta; quatro novos Percursos Urbanos, apresentados e desvendados por especialistas; as Visitas Acessíveis, os Passeios Sonoros, o Programa Plus e o Programa Júnior, com actividades desenhadas pelo serviço educativo da Trienal e parceiros do Open House.

“A cada edição, o Open House Lisboa mostra-nos até que ponto esta cidade continua a surpreender-nos. Este ano, voltámos a convidar uma equipa de comissariado que nos pudesse revelar um olhar diferente sobre a cidade, a sua visão da cidade”, referiu José Mateus, presidente da Trienal de Arquitectura de Lisboa, no início da conferência de imprensa.

O tema deste ano convida a uma reflexão sobre a cidade que se habita e se vive, mas também sobre tudo o que está por trás desta – as suas infraestruturas, os espaços habitualmente invisíveis, os bastidores -, lugares que unificam as cidades e as ligam aos seus habitantes. É nestas ligações que está a base da invenção da arquitectura da cidade, esse sistema complexo de camadas de que nem sempre existe uma consciência, mas que determina decisivamente o dia-a-dia de quem a habita e a forma como se vivem e se sentem os espaços.

Daniela Sá, da dupla de comissariado, justificou esta escolha como o querer revelar a arquitectura além do que está visível. “Quisemos ir ao centro da arquitectura como sistema capaz de interligar, de nos interligar, para vivermos em conjunto, viver em comunidade. E a expressão máxima da arquitectura é a cidade. É a maior construção colectiva”, disse na apresentação.

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Nesta edição podem concorrer obras concluídas entre 2022 e 2024, realizadas em qualquer país da União Europeia e cuja solução estrutural tenha sido concebida por engenheiros portugueses. As candidaturas estão abertas até 30 de Junho de 2025

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A Secil acaba de lançar a XII edição do Prémio Secil de Engenharia Civil, que distingue a excelência, a inovação e o talento nacional. Instituído em parceria com a Ordem dos Engenheiros, este galardão premeia uma obra que se destaque pela qualidade da concepção técnica, pela inovação e execução e pela utilização do betão estrutural como material essencial.

Nesta edição podem concorrer obras concluídas entre 2022 e 2024, realizadas em qualquer país da União Europeia e cuja solução estrutural tenha sido concebida por engenheiros portugueses. As candidaturas estão abertas até 30 de Junho de 2025. O prémio inclui um valor monetário de 50 mil euros e a atribuição de diploma e troféu aos autores da solução técnica, bem como ao dono de obra, projectista e construtor. A obra vencedora será ainda assinalada com uma placa comemorativa.

Ao longo das suas edições, o Prémio Secil de Engenharia Civil tem contribuído para afirmar o papel da engenharia como motor de desenvolvimento e de modernização do país. Esta distinção constitui, por isso, um estímulo ao reconhecimento público de obras que se destacam não apenas pela sua qualidade técnica, mas também pelo seu contributo para o bem comum, a sustentabilidade e o progresso das comunidades.

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Arquitectos lançam apelo aos partidos candidatos às eleições legislativas

O manifesto, intitulado ‘Arquitectura como Solução 2025’, surge na sequência do debate com arquitectos candidatos à Assembleia da República, promovido pela OA, e incide sobre propostas “concretas” para habitação, território, simplificação administrativa e profissão

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Convocar a arquitectura para a resolução dos problemas actuais da sociedade é o propósito do manifesto apresentado pela Ordem dos Arquitectos (OA). O documento, que surge na sequência do debate com arquitectos candidatos à Assembleia da República, promovido pela OA, e incide sobre propostas “concretas” para habitação, território, simplificação administrativa e profissão.

A ideia era perceber o que pensa cada um dos partidos relativamente aos problemas que afectam a arquitectura e relativamente às questões onde a arquitectura é parte interessada e no qual participara candidatos de todos os partidos / coligações com representação no parlamento, nomeadamente André Castanho (CDU), Lia Ferreira (PS), Margarida Saavedra (AD), Marta Silva (Chega), Marta Von Fridden (IL), Patrícia Robalo (Livre), Ricardo Gouveia (BE).

O manifesto “Arquitetura como Solução 2025”, disponibilizado online no site da Ordem e que será enviado aos partidos políticos, aborda problemas “prementes e emergentes” da sociedade portuguesa, directa ou indirectamente ligados ao domínio da arquitectura, e avança com propostas concretas para os solucionar.

Mais do que um mero diagnóstico, “Arquitetura como Solução 2025” configura-se como um manifesto da disponibilidade dos arquitectos portugueses para serem parte activa na resolução de constrangimentos sociais importantes.

“Este documento é um roteiro detalhado e um convite ao diálogo e à acção”, sublinha Avelino Oliveira, presidente da Ordem dos Arquitectos. “Apelamos aos partidos políticos e ao futuro Governo que reconheçam o papel estratégico da arquitectura. As soluções que propomos não representam um custo acrescido, mas sim um investimento no futuro de Portugal, na qualidade do ambiente construído, na sustentabilidade das nossas cidades e territórios, na eficiência da administração e na dignificação de uma profissão essencial ao desenvolvimento do País”, afirma.

De forma a contribuir para um diálogo “profícuo” e para a construção de um “futuro melhor para todos os portugueses”, assente num ambiente construído mais qualificado, sustentável e inclusivo, a Ordem tem expectativa de que “este apelo seja acolhido pelos partidos políticos e pelo futuro executivo”.

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LoxamHune dá resposta a falhas de energia durante apagão

Desta forma, passou a fornecer energia para cobrir necessidades imediatas em diferentes zonas da Península, nomeadamente, Valência, Corunha, Sevilha, Madrid e em Portugal. O volume total de energia fornecido, 10 MVA (milhões de volt-amperes), equivale ao consumo diário de uma cidade de 20 mil habitantes, indica a empresa

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A LoxamHune, fornecedora de aluguer de máquinas e de energia para vários sectores, forneceu os seus equipamentos para cobrir serviços básicos em grandes áreas de Espanha e Portugal durante a falha geral de energia da passada segunda-feira. O volume total de energia fornecido, 10 MVA (milhões de volt-amperes), equivale ao consumo diário de uma cidade de 20 mil habitantes, de um grande centro comercial ou de mais de 21 mil lares.

Após o apagão, a LoxamHune começou a responder a chamadas que solicitavam equipamento para reabastecer vários centros e instalações na Península, dando prioridade aos serviços de fornecimento com base no nível de urgência.

“Face à inundação de necessidades, decidimos de imediato dar prioridade a setores críticos como os hospitais, as empresas de electricidade e os fornecedores de água”, explica José Bolaños, director da divisão de Energia da LoxamHune. Após a prestação dos primeiros serviços, a empresa alargou o seu fornecimento a outros sectores importantes, como laboratórios e centros logísticos agroalimentares.

Bolaños sublinha a “importância de contar com a colaboração e os recursos das empresas privadas em momentos críticos para fazer face às necessidades mais urgentes e ajudar a repor a normalidade o mais rapidamente possível”.

Desta forma, passou-se a fornecer energia para cobrir necessidades imediatas em diferentes zonas da Península. Em Valência, tal como na DANA, a prioridade foi servir a Iberdrola. Outro cliente importante em Valência foi a Red Eléctrica Española (REE), a quem forneceu energia a uma subestação eléctrica.

Na Corunha foram entregues 3 MVA ao Hospital Chuac, que ali se mantém como reforço de segurança, e em Sevilha foram transportados de urgência 750 kVA para o terminal de contentores de Algeciras.

Houve menos actividade em Madrid, uma vez que as comunicações foram interrompidas após as 14h00. Ainda assim, um gerador de 500 kVA foi entregue no centro logístico da Eroski em Ciempozuelos, e foi fornecido combustível para um gerador que estava a ficar sem energia num lar de idosos na mesma cidade.

Em Barcelona, ​​foi dada prioridade ao serviço à empresa pública de água do Governo catalão, e foi também fornecido um grupo para uma subestação da REE e foi satisfeita uma necessidade crítica devido à potencial perda de medicamentos e vacinas nos laboratórios Almirall.

Por fim, em Portugal, foi prestado serviço ao Hospital dos Lusíadas, no Porto.

“Além disso, estamos a auxiliar na reposição de serviços nos equipamentos de backup em mais de 40 subestações e centros eléctricos, como o Media Markt, ambos clientes com os quais temos contratos activos para estes serviços, caso haja necessidade”. Acrescenta Bolaños.

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Drones e câmaras 360º ao serviço da TPF Consultores

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Num setor cada vez mais exigente, onde os prazos são curtos e a eficiência é essencial, tornou-se evidente a necessidade de adotar tecnologias que acelerem tarefas tradicionalmente realizadas de forma manual.

Neste contexto, a TPF Consultores tem vindo a incorporar soluções tecnológicas avançadas, como drones e câmaras 360º, para transformar a forma como realiza inspeções e capta a realidade nos seus projetos. Esta aposta estratégica permite aumentar significativamente a eficiência operacional, reforçar a segurança no terreno e disponibilizar soluções técnicas inovadoras, capazes de responder aos desafios atuais da engenharia e da construção civil.

 

Desde 2022, a TPF Consultores utiliza drones regularmente para executar levantamentos topográficos, medição de volumes em obra, produção de ortofotomapas, geração de nuvens de pontos e modelos digitais do terreno. Estes equipamentos, integrados com plataformas na nuvem, permitem o planeamento e a execução de voos automatizados, bem como o processamento e a análise dos dados recolhidos. Complementarmente, a utilização de câmaras 360º, aliada a ferramentas de comparação com modelos BIM, oferece uma experiência imersiva que possibilita inspeções mais completas e um acompanhamento detalhado da evolução das obras.

A aplicação destas tecnologias tem-se revelado eficaz em projetos de grande complexidade e dimensão, como o Plano Geral de Drenagem de Lisboa (PGDL) e a monitorização de barragens de rejeitados. Nestes contextos, os drones e as câmaras 360º permitem um acompanhamento contínuo e rigoroso, reduzindo a necessidade de deslocações em ambientes de risco, promovendo a segurança das equipas no terreno.

Atualmente, a TPF Consultores está registada como operador de UAS (sistemas de aeronaves não tripuladas) na plataforma da ANAC (Autoridade Nacional da Aviação Civil) e conta com quatro drones operacionais, operados por uma equipa qualificada de quatro pilotos remotos. Esta capacidade interna permite à TPF integrar de forma consistente e eficiente o uso de drones nos seus projetos, garantindo elevados padrões de qualidade, segurança e inovação.

A TPF Consultores mantém um compromisso firme com a inovação contínua, investindo em tecnologias que impulsionam a qualidade, a segurança, a sustentabilidade e a eficiência dos seus serviços. A adoção de drones e outras ferramentas digitais é um exemplo claro deste compromisso, assegurando soluções modernas que respondem às exigências crescentes do mercado e que promovem o desenvolvimento sustentável.

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André Caiado, arquitecto e fundador da Contacto Atlântico
Arquitectura

O caminho do Simplex é “dar-nos liberdade, com responsabilidade”

Fundou a Contacto Atlântico há quase 30 anos e orgulha-se por ser um dos ateliers com mais “caminho” feito no mundo da arquitectura e com um conjunto de trabalhos assinados que vão desde a loja, ao escritório, à reabilitação de edifícios icónicos como o Quarteirão do Rossio ou o antigo edifício sede do Diário de Notícias. Acredita que o Simplex veio para ajudar e não complicar e com uma maior “liberdade, vem, também, uma maior responsabilidade”

Cidália Lopes

O arquitecto André Caiado é o rosto à frente do atelier. O antigo espaço do estirador deu lugar a ecrãs onde se imaginam e desenham, tecla a tecla, os “sonhos” dos clientes. E não há mal nisso. A tecnologia está aí e é preciso aproveitar e tirar o melhor partido desta. “O arquitecto adapta-se a tudo”, diz e avança, mesmo que para isso tenha que, por vezes, recuar e relembrar que é no esquiço que nasce a ideia

Que balanço faz do vosso percurso?

Ao longo de 29 anos, quase 30, a Contacto Atlântico tem trazido imensa satisfação e eu diria quase felicidade durante o seu desenvolvimento como gabinete de arquitectura. Os projectos são entidades autónomas e são todas diferentes.

Portanto, o que acontece é que a probabilidade de termos projectos repetitivos é muito reduzida porque ou muda o cliente, ou muda o local, ou muda a condição da envolvente e, portanto, é um trabalho que é sempre novo. É um trabalho que se reinventa diariamente.

Ou seja, não há rotinas na vida de um arquitecto…

Sim, por outro lado as interacções entre as várias pessoas envolvidas também são diferentes porque um projecto, actualmente, é conciliar muitos interesses, entre o interesse do promotor que procura criar algo que lhe traga satisfação e o seu resultado económico.

O arquitecto acaba por ser um coordenador de vários intervenientes importantes durante o seu ciclo, entre o primeiro acto criativo de representação da intenção do cliente e a ter que um bocadinho de muitas coisas, a relacionar-se com conjuntos de realidades muito diversas ao longo do qual.

“O que o Simplex vem dizer é que, em determinadas situações, podes começar a construir desde que te responsabilizes por aquilo que estás a fazer. Acho que isso é importantíssimo numa sociedade onde o tempo de contexto representa mais de 30% do custo de um novo apartamento”

De que forma tem o atelier conseguido inovar e crescer? Qual o factor distintivo do vosso trabalho?

Há sempre um conjunto de pessoas que trazem consigo uma atitude muito curiosa. E, portanto, sempre que aparece qualquer coisa diferente, nós vamos tentar experimentar. Há uma vontade de experimentar o diferente e, quando ela é executada, há vezes que esse diferente é irrazoável e irrealista, mas há muitas vezes que esse diferente de facto tem uma componente de novidade, mas também de tecnologia e também de sucesso.

Eu lembro-me que começámos a trabalhar com um estirador e com tinta da China. Hoje não há estiradores, há computadores e há ferramentas tridimensionais fabulosas. Mas, por outro lado, não se perdeu o bloco com o papel vegetal, com o esquiço, para representar à mão as primeiras ideias do projecto.

Neste aspecto, a Contacto Atlântico foi-se adaptando aos tempos, sempre com a perspectiva de utilizar as últimas ferramentas tecnológicas, mas sem deixar de parte o traço criativo. Portanto, a primeira ideia, o primeiro esboço, o gabinete trabalha em todas as áreas de projecto e procura atribuir ao cliente o melhor que o cliente possa esperar em termos de soluções para o desafio que nos é apresentado.

Por outro lado, o facto de trabalharmos em todas as áreas da arquitetura, desde a industrial, a logística, a hospitais, restaurantes, de habitação a escritórios, de lojas, hotéis de luxo, permite-nos encaixar os diferentes ciclos do mercado. Se tivermos 15% de uma coisa, 20% de outra, 9% de outra, 14% de outra, as coisas conseguem acontecer de uma forma muito suave, é muito perigoso e às vezes é fácil deixar a empresa ir por um caminho, digamos, de monoproduto.

Acredito que esta é a aposta que leva a que o atelier tenha uma longevidade não muito comum neste tipo de negócio que é, pura e simplesmente, ser muito cuidadoso, dar os passos correctos, mas perceber, acima de tudo, que o objectivo é a satisfação do cliente e o sucesso do cliente, quer seja um sucesso emocional, como uma casa para um casal, quer seja um sucesso económico, como um promotor que pretende vender apartamentos ou explorar um hospital ou um restaurante.

Quais os principais desafios?

Acho que o desafio mais divertido é manter sempre na memória as palavras do Charles Darwin na evolução das espécies, quando ele escreve: “O mundo não é dos mais fortes. O mundo é daqueles que se adaptam mais depressa às alterações”. Nós fomos das primeiras equipas a adoptar o BIM em Portugal, há já uma década, e hoje acompanhamos as ferramentas de inteligência artificial todas que vão aparecendo e fomentamos na equipa esse acompanhamento e o aprofundar desses conhecimentos, nomeadamente, nos mais novos.

E depois é proporcionar à equipa a oportunidade de testar tudo. Nós estamos num momento onde, e eu já defini isto há algum tempo, onde eu começo a ver que começar a ter situações onde vamos ter um sistema automático com incorporação de inteligência artificial a aprovar projectos. É uma questão de tempo. É introduzir um conjunto de regras ao sistema, associar um modelo BIM e deixá-lo decidir se estão a ser respeitadas todas as regras. Em vez de termos um colega, um humano com uma lista, a fazer uma checklist a verificar se respeitámos todas as regras.

“Hoje com a IA a criação projectual representada verbalmente é, depois, representada não pelo esquiço, resultado do desenho manual ou da maqueta, mas pela imagem produzida por uma máquina que responde ao meu texto. Houve uma altura que eu pensei que isto podia destruir a profissão, mas hoje está claríssimo que não vai acontecer. Isto porque cada humano tem uma percepção da realidade envolvente de uma determinada maneira e vai deixar características suas no objecto criativo”

Estamos num caminho em que vimos a evolução da tecnologia em cada década, não é?

Absolutamente. Em cada década os saltos são gigantes, multiplicam-se várias vezes. O multiplicador é do para a tecnologia. Portanto, eu acho que não abraçar a tecnologia é suicido. Eu não diria o princípio do fim. É o fim do fim. É o suicídio directo. Já não há espaço para pôr as mãos nos olhos e não querer ver.

Que projectos foram mais marcantes?

É muito complicado conseguir escolher um projecto, mas há um que eu gosto especialmente, por ter sido um dos nossos primeiros projectos, que é o Clube Naval em Cascais, um projecto em betão branco onde nós desenhámos ao detalhe até os caixilhos das janelas. O betão branco requer que toda a infraestrutura seja desenhada e localizada dentro da laje, depois quando a laje é betonada, tudo o que não está feito já não se pode fazer porque o betão não é nem rebocado, nem pintado, como é descofrado, é como fica. Mas, também, porque naquele caso tratava-se de um equipamento público e, portanto, não era necessário ir ao encontro dos objectivos económicos de um cliente.

Um trabalho público, principalmente em termos de equipamentos e situações de concurso, é um trabalho onde a liberdade criativa é muito grande porque a conta é paga pelos impostos de todos e não há ninguém a dizer ao arquitecto que matéria deve ou não utilizar.

Estes projectos são interessantes por essa razão. E, depois, neste caso concreto, o uso do betão branco tornou o projecto extremamente desafiante em termos de metodologia construtiva.

Onde fica hoje o esquiço, o traço à mão? Ainda é valorizado?

Não há ainda outra opção, ou de outra maneira. O arquitecto é alguém que deve ter visto muito dos quatro cantos do Mundo. É importante é criar um universo de conhecimento na cabeça de cada um dos arquitectos. Por isso é que se diz, com uma certa graça, que o arquitecto é o homem velho. Não por ter 99 anos, mas por ter visto tudo. Por ter conhecimento. O arquitecto deve ter conhecido tudo. E, portanto, o arquitecto tem o projecto na cabeça. Como tirar o projecto da cabeça para explicar aos outros? Há dois caminhos. Um, que é perigosíssimo, eu conto uma história, que é a história do projecto. Só que o problema é que quando eu conto uma história, eu vou representar o imaginário e do outro lado as pessoas vão apreender dessa história aquilo que lhes interessa baseada na sua estratégia cultural. A outra alternativa é a passagem do cérebro para uma imagem através de uma representação do desenho.

Portanto, o famosíssimo esquiço do arquitecto, que tem a capacidade única de transmitir o meu sonho de uma forma realista, com menos filtros. Mas o grau de liberdade é muito menor do que uma descrição verbal e ao ser menor não temos o desencanto mais à frente e, portanto, ainda não há outra ferramenta que consiga ter a função do esquiço na representação. E quem diz o esquiço diz uma maqueta.

Portanto, a outra alternativa, para quem não tem jeito para desenhar, é fazer um pequeno modelo do edifício ou do objecto arquitectónico. Agora, no último ano, as coisas modificaram-se brutalmente outra vez e apareceu uma coisa que se chama Prompt. Portanto, há uma quantidade de ferramentas da inteligência artificial que cada dia melhoram, à qual o arquitecto descreve um determinado objectivo e a produção

é uma imagem. E, depois, eu vou produzindo uma nova descrição verbal, neste caso uma descrição escrita, e a ferramenta produz novamente uma imagem melhorada, e uma imagem melhorada, e uma imagem mais afinada, até o momento em que eu digo, ok, é mesmo isto. Isto é o meu objectivo. E nesse momento estou a tratar a IA como se fosse outro humano. Não deixa de ser assustador.

É engraçado termos chegado aqui a este paradigma, onde a criação projectual representada verbalmente é representada não pelo esquiço, resultado do desenho manual ou da maqueta, mas pela imagem produzida por uma máquina que responde ao meu texto. Vale a pena perceber que houve uma altura que eu pensei que isto podia destruir a profissão.

E actualmente já não está convencido disso?

Está claríssimo que não vai acontecer. Isto porque cada humano tem uma percepção da realidade envolvente de uma determinada maneira e vai deixar características suas no objecto criativo. O que nos salva é a nossa subjectividade e a IA poderá fazer sozinho milhares de soluções, mas só uma delas é que será apropriada para cada humano.

Então, face às reivindicações da profissão, umas mais antigas, outras mais recentes, como vê o papel da arquitetura na sociedade e junto de quem quer fazer cidade?

A arquitectura deve ser uma profissão de extrema humildade, porque tem um impacto brutal na cidadania. Quando no universo universitário eu pergunto aos alunos quem foi o maior ditador, normalmente os europeus todos respondem Hitler. O maior ditador para mim é o arquitecto que fez o apartamento onde eu vivo porque ele dita o percurso que eu faço entre a minha cama e a casa de banho todos os dias quando acordo. Por isso, a profissão deve ser olhada com extrema humildade, perceber o impacto da má decisão na vida das pessoas. Se eu fizer um degrau sozinho no meio de uma sala, eu tenho uma probabilidade imensa de provocar contínuas quedas de pessoas que não vêm o degrau.

De facto, a arquitectura é uma profissão que as pessoas abraçam por amor à arquitectura, não é? Aliás, eu acho que o arquitecto não é quem estuda arquitectura. O arquitecto é quem gosta de arquitectura. Eu posso dizer que alguns dos mais famosos arquitectos de sempre não estudaram arquitectura de início. É o caso da Zahid, que era Matemática, ou o mais famoso arquitecto holandês, Ren Koolhaas, que era jornalista ou até o Ricardo Bofill que nunca concluiu o curso de arquitectura.

E digo isto mesmo tendo sido professor catedrático de arquitectura de projectos durante 20 anos, mas acho mesmo que, mais do ter a formação de arquitetura, a chave é querer ser arquitecto.

“O facto de trabalharmos em todas as áreas da arquitetura, desde a industrial, a logística, a hospitais, restaurantes, de habitação a escritórios, de lojas, hotéis de luxo, permite-nos encaixar os diferentes ciclos do mercado”

Na prática, de que forma tem sido aplicado o Simplex e de que forma o arquitecto pode utilizar as novas regras também para se salvaguardar?

O Simplex faz todo o sentido na medida em que eu defendo a responsabilização dos profissionais. O que o Simplex vem dizer é que, em determinadas situações, podes começar a construir desde que responsabilizes por aquilo que estás a fazer. Acho que isso é importantíssimo numa sociedade onde o tempo de contexto representa mais de 30% do custo de um novo apartamento.

Na Contacto Atlântico, utilizamos todas as semanas projectos em modo de comunicação prévia para zonas consolidadas dos centros das cidades que não estão protegidas pelo património. Portanto, sim, é uma vantagem brutal. Por outro lado, cria uma muito saudável questão de responsabilidade em que o arquitecto já não vai tentar ver se dá para pôr mais um andar em cima daquilo, porque se correr mal, corre muito mal para ele próprio, por causa da maior responsabilização. Eu sou favorável a que, quando eu cometer o erro crasso de pôr seis pisos, quando o loteamento diz cinco, que venham buscar-me ao escritório e me levem de braço dado com o promotor e com o construtor para a prisão e que haja condenação de quem incumprir brutalmente de uma forma mais do que óbvia com aquilo que são as suas obrigações profissionais. Portanto, eu penso que é altamente positivo. Eu libertaria ainda mais as responsabilidades dos municípios e responsabilizaria ainda mais os engenheiros, os arquitectos, os construtores e os promotores.

Que conselhos daria aos jovens arquitectos que estão a iniciar? 

O conselho é nunca desistir. Never, ever, ever, ever give up. O Mundo é daqueles que não desistem. A pessoa, the only ones that wins, the only one that never gets portanto, quer continuar a insistir no seu sonho. Eu acho que isto acontece em todas as áreas, em todos os assuntos quem nunca desiste acaba por ser bem-sucedido e acaba por chegar a qualquer lado.

Sobre o autorCidália Lopes

Cidália Lopes

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