CPCI preocupada com perda de liderança portuguesa no programa de Vistos Gold
Confederação destaca que o investimento em imobiliário nacional continua a representar “a esmagadora maioria dos volumes captados, com 71 milhões de euros, ou seja, 91%, totalizando 2,77 mil milhões de euros desde o início deste programa”
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A Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) exprimiu a sua preocupação perante a “significativa quebra” no Programa Vistos Gold, registada em Abril.
Segundo a CPCI, os 78 milhões de euros registados ao abrigo deste programa “traduzem uma variação negativa de 59% face ao mês anterior, situando-se mesmo 66 milhões de euros abaixo do valor médio apurado no primeiro trimestre, que foi de 144 milhões de euros”.
Em nota de imprensa, a confederação destaca que o investimento em imobiliário nacional continua a representar “a esmagadora maioria dos volumes captados, com 71 milhões de euros, ou seja, 91%, totalizando 2,77 mil milhões de euros desde o início deste programa”.
Segundo Reis Campos, presidente da CPCI, “este é um assunto que está a ser visto com alguma apreensão por parte do mercado, uma vez que se trata de uma quebra que ocorre, precisamente, um ano após um excelente primeiro trimestre e num momento em que o imobiliário dá sinais positivos de consolidação”.
Neste sentido, o responsável da confederação frisa que “Espanha conseguiu ultrapassar Portugal em matéria de captação de investimentos, com um total de 1,1 mil milhões de euros, em 2016, valor que já supera largamente os nossos 873 milhões”. Segundo Reis Campos, “perdemos uma liderança à escala europeia, que se traduzia numa grande mais valia para o nosso país”.
Para a CPCI, “é impossível dissociar esta evolução das crónicas dificuldades burocráticas do Estado Português, as quais têm gerado um indesejável sentimento de desconfiança por parte dos investidores, não podendo aceitar-se que, por questões de natureza meramente administrativa, Portugal perca o seu posicionamento competitivo face a outros países europeus”.
Reis Campos sublinha que este regime “já gerou mais de 245 milhões de euros de receitas para o Estado, se considerarmos apenas as taxas e o IMT das transacções, e exerce um efeito inegável em sectores tão diversos como o comércio e o turismo, pelo que não há quaisquer motivos para que, no estrito cumprimento das regras legais, os processos não sejam despachados em tempo útil”.
O presidente da CPCI alerta ainda para “uma realidade que vai muito além destes, números, a qual decorre da reportada escassez de novos pedidos de Autorização de Residência, não obstante a manutenção do interesse dos cidadãos e investidores estrangeiros”.
Reis Campos espera então ver este assunto abordado pelo Governo, que considera que tem de tomar medidas para que “possamos travar a fuga dos investidores para outros países e recuperar uma liderança que era nossa”.
Para o presidente da confederação, “Portugal tem condições para ganhar novamente um lugar cimeiro enquanto destino privilegiado de investimento, não só consolidando a sua posição mas, de igual modo, alargando os efeitos deste programa à generalidade do território, que apresenta grandes potencialidades que ainda não foram devidamente aproveitadas”.