Paulo David recebe Global Award for Sustainable Architecture
O arquitecto que recebeu a Medalha Alvar Alto em 2012, é coordenador do “Gabinete da Cidade”, criado no ano passado no âmbito do grande incêndio que atingiu a capital madeirense
Ana Rita Sevilha
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O arquitecto madeirense Paulo David, é um dos vencedores do Global Award for Sustainable Architecture 2017, o galardão que anualmente distingue cinco arquitectos pela inovação e abordagem no conjunto do trabalho desenvolvido. O prémio é promovido pelo Cité de l’Architecture & du Patrimoine, em Paris, em parceria com várias universidades e escolas internacionais.
Em declarações ao jornal Público, Paulo David mostrou-se surpreso e referiu: “É sempre importante, embora não saiba bem que impacto é que tem” –, a forma como a arquitectura contemporânea nacional é vista lá fora. “Vivemos um tempo bom para a arquitectura portuguesa, e este prémio é precisamente esse reconhecer do bom que fazemos no País”.
O prémio que é atribuído desde 2007, teve como tema nesta edição, a relação entre a arquitectura e os recursos naturais, nomeadamente o diálogo com materiais renováveis e intangíveis como o tempo, a ciência e as novas tecnologias.
“A arquitectura tem de fazer uma leitura dos lugares e dos espaços. Respeitar as topografias. Essa é a definição de sustentabilidade”, disse Paulo David ao Público.
Nesta edição, para além do arquitecto português, foram também distinguidos os japoneses Tezuka Architects (Takahura Tezuka e Yui Tezuka), Sonam Wangchuk (Índia), o atelier britânico Assemble e os canadianos Brian MacKay-Lyons e Talbot Sweetapple (MacKay-Lyons Sweetapple Architects).
Paulo David é o segundo português a ser premiado com o Global Award for Sustainable Architecture, uma vez que, em 2013, o arquitecto José Paulo dos Santos havia sido premiado também. Na lista dos arquitectos já distinguidos com este galardão, constam Wang Shu, Alejandro Aravena, Francis Kéré, Studio Mumbaï, Talca School of Architecture ou Kengo Kuma.
Recorde-se que Paulo David é autor, entre outras obras, do Complexo das Salinas, em Câmara de Lobos, e do Mudas – Museu de Arte Contemporânea, na Calheta. O arquitecto que recebeu a Medalha Alvar Alto em 2012, é coordenador do “Gabinete da Cidade”, criado no ano passado no âmbito do grande incêndio que atingiu a capital madeirense, com o objectivo de, à semelhança do que aconteceu no Chiado, repensar a cidade do Funchal. Para a sua equipa, chamou João Favila e Gonçalo Byrne, e envolveu a Universidade de São Paulo e o Instituto Politécnico de Milão. As soluções desenvolvidas no gabinete, serão reveladas pela primeira vez, durante a cerimónia na Cité de l’Architecture & du Patrimoine.