Túneis e espaços subterrâneos geraram volume de negócios de 86MM€ em 2016
Análise da ITA prevê uma produção global da construçãode túneis de cerca de 680 mil milhões de euros, que representam um “pipeline” de trabalho para mais de oito anos
Pedro Cristino
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O segmento de construção de túneis e de espaços subterrâneos teve um volume de negócios global de 86 mil milhões de euros, de acordo com o mais recente estudo da International Tunneling Association (ITA).
Este estudo foi apresentado no World Tunnel Congress, decorrido em Bergen, entre 9 e 15 de Junho, organizado pela ITA e pela sua congénere norueguesa, reunindo mais de 1.500 agentes do sector, que partilharam as suas “experiências, metodologias e tecnologias de ponta em diferentes aspectos da tunelação e da construção subterrânea”. Segundo a ITA, as perspectivas desta indústria para os próximos anos aparentam ser “muito positivas”.
A associação destaca, do estudo, alguns factores relevantes, como a ascensão do Médio Oriente como um mercado forte, com uma produção de 10,2 mil milhões de euros nesta indústria, durante o ano transacto, valor que compara com os 9,7 mil milhões de euros na Europa. Todavia, o mercado europeu mantém-se “estável”, enquanto a China representa 50% do mercado mundial neste sector.
Para a ITA, a perspectiva futura mais relevante é, “sem dúvida, a correlação entre túneis e desenvolvimento sustentável”. “Por todo o mundo, grandes projectos subterrâneos caracterizam-se pelas suas credenciais sustentáveis”, refere o estudo, exemplificando com o facto de muitas cidades estarem agora a construir túneis para o armazenamento temporário de águas pluviais. Por sua vez, os túneis dos metropolitanos são cada vez mais utilizados para “aliviar o tráfego e reduzir a poluição do ar na maioria das cidades na China, com grandes desenvolvimentos semelhantes em perspectiva na Índia, para além do acréscimo de projectos recentes no Qatar e na Arábia Saudita”.
Neste âmbito, a análise da ITA prevê uma produção global da construçãode túneis de cerca de 680 mil milhões de euros, que representam um “pipeline” de trabalho para mais de oito anos. “O total combinado de projectos para a Índia, Sudeste Asiático e China equipara-se ao total para a Europa e, em conjunto, representam 75% da produção total desta indústria”, conclui o estudo.