Usar a borracha dos pneus no reforço do betão
Uma equipa de investigadores da University of British Columbia, desenvolveu um tipo de betão mais resiliente que recorre aos pneus reciclados como material
Pedro Cristino
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Uma equipa de investigadores da University of British Columbia (UBC), desenvolveu um tipo de betão mais resiliente que recorre aos pneus reciclados como material.
De acordo com um artigo publicado por esta universidade canadiana, este tipo de betão pode ser utilizado em estruturas como edifícios, estradas, barragens e pontes, e tem a vantagem de reduzir o volume de resíduos produzido em obra.
Segundo a UBC, os investigadores experimentaram com diferentes proporções de fibras de pneus reciclados e outros materiais utilizados no betão – cimento, areia e água – antes de encontrarem a mistura ideal, que inclui 0,35% de fibras de pneus, segundo Obinna Onuaguluchim, membro da equipa.
A universidade frisa que as estradas de borracha reciclada não são uma novidade, sublinhando que já existem rodovias que incorporam “migalhas” de borracha resultantes de retalhos de pneus existem já nos Estados Unidos, na Alemanha, em Espanha, no Brasil e na China. Todavia, a utilização de polímeros de fibras de pneus tem a “vantagem única de, potencialmente, melhorar a resiliência do betão e aumentar a sua durabilidade”.
“Os nossos laboratórios demonstraram que o betão reforçado com fibra reduz a formação de fissuras em mais de 90%, em comparação com o betão convencional”, afirmou Onuaguluchi, explicando que as estruturas em betão “tendem a desenvolver fissuras ao longo do tempo, mas os polímeros de fibra estão a tapar as falhas das fissuras, à medida que estas se forma, auxiliando a protecção da estrutura e tornando-a mais durável”.
O supervisor desta investigação, Nemkumar Banthia, afirma que o impacto ambiental e industrial desta pesquisa é crucial, sublinhando que são produzidos mais de três mil milhões de pneus anualmente no mundo, gerando cerca de três mil milhões de fibra quando reciclados.
“A maioria dos retalhos de pneus destinam-se aos aterros”, destaca este professor de envenharia civil da UBC, referindo que o acréscimo da fibra ao betão “poderia reduzir a pegada carbónica da indústria dos pneus e também reduzir as emissões da indústria da construção, uma vez que o cimento é uma grande fonte de gases de efeito de estufa”.
Banthia, que dirige também o Canada-India Research Center of Excellence, ressalvou que “utilizamos quase seis mil milhões de metros cúbicos de betão todos os anos”, mencionando também que “esta fibra pode estar em cada metro cúbico desse betão”.
Este novo tipo de betão foi já utilizado para reparar os degraus da entrada de um edifício no campus da UBC em Maio. Agora, a equipa de Banthia está a registar a sua performance utilizando sensores inseridos no betão, que seguem o eventual desenvolvimento de fissuras.