Produzir energia com o tráfego rodoviário? Vai ser possível
Não há datas definidas para a entrada em funcionamento deste projecto mas a investigação decorre a bom ritmo. Investigadores da Universidade de Lancaster, no Reino Unido, estão a desenvolver uma tecnologia que permite a produção de energia com base no tráfego rodoviário, suficiente para alimentar a iluminação pública
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Investigadores da Universidade de Lancaster, no Reino Unido, estão a desenvolver um projecto com base em cerâmica piezoeléctrica que prevê que, quando aplicada na superfície de pavimento rodoviário possa armazenar e converter a vibração resultante da passagem dos automóveis para gerar energia eléctrica.
O projecto de investigação, liderado pelo professor Mohamed Saafi, vai orientar recursos para o desenho e optimização da recuperação de energia na ordem de um ou dois megawatts por quilómetro, isto considerando um tráfego entendido como “normal” o que equivale a dizer com a passagem de aproximadamente dois a três mil carros por hora.
De acordo com os investigadores, esta quantidade de energia, quando armazenada e gerida de forma eficiente, é suficiente para alimentar até quatro mil postes de iluminação urbana, números que em última instância representam consideráveis índices de poupança nos custos energéticos.
Os dados apresentados pelos autores deste estudo revelam que os custos por lâmpada rondam os 17 cêntimos por kilowatt. Nesse sentido, e atendendo aos valores óptimos referidos pela investigação que está a ser desenvolvida pela equipa de Mohamed Saafi, os quatro mil postes de iluminação poderão custar às autoridades britânicas aproximadamente quatro mil euros por dia. Os custos estimados para a instalação e operacionalidade da tecnologia desenvolvida pela equipa de Lancaster poderá representar uma poupança na ordem dos 20%. A lógica dos investigadores é clara, nas palavras de Saafi. “Estamos certos que esta investigação que estamos a desenvolver representa um passo em frente no que se espera que seja a próxima geração ao nível dos pavimentos rodoviários inteligentes”.
“Nós estamos a desenvolver novos materiais para aproveitar o efeito piezoelétrico onde os veículos que passam causam fricção na superfície da estrada, produzindo tensão. Os materiais precisarão suportar cargas fortes e proporcionar um bom equilíbrio entre o custo e a energia que produzem”, garante Saafi. “O sistema que desenvolvemos vai converter, então, essa energia mecânica em energia eléctrica, o que será suficiente para alimentar não só a iluminação pública como sinais luminosos de tráfego ou pontos de abastecimento de carros eléctricos. O sistema é de tal ordem versátil que pode, inclusivamente, ser utilizado para alimentar outros sistemas funcionais nas cidades inteligentes como os sensores de monitorização do tráfego em tempo real”. O passo seguinte é a fase de testes desta tecnologia em contexto real, o que será feito não só no Reino Unido como em outros países da União Europeia.