“Espiral de preços baixos trouxe graves prejuízos para o País”
Ao CONSTRUIR, o administrador da Fase assegura que 2018 será um ano importante não só pela expectável recuperação da economia como pela entrada em vigor do novo Código da Contratação Pública. Rocha Almeida assegura, ainda assim, que muito vai depender da forma como for gerida a letra da lei
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2018 vai ficar marcado (também) pela entrada em vigor do novo Código da Contratação Pública, diploma entendido como importante para a regulação de um conjunto de práticas nefastas para a Economia mas que, no entender do administrador da Fase, “vai depender em muito da sua interpretação pelos operadores da contratação pública dado que a porta está só semi-aberta. Depende muito da interpretação efectuada das regras do novo código, embora pensemos que existe vontade para mudar”.
Ao CONSTRUIR, José Rocha Almeida considera que “as empresas já provaram serem capazes mesmo num cenário tão adverso como aquele que vivemos nos últimos anos em que a única porta apontada era a do salve-se quem puder”. De acordo com aquele responsável, “a nova legislação pode trazer uma nova esperança à forma de avaliação deste tipo de serviços”, acrescentando que “a solução mais correcta para a avaliação deste tipo de trabalhos, passaria pela utilização da regra do duplo envelope, com a avaliação técnica e económica em momentos sequenciais e as percentagens ponderadas para a avaliação técnica e o preço devidamente ajustadas”. Para aquele responsável, o novo código “define que na contratação de serviços de índole intelectual, nos quais se enquadra este sector, a selecção possa ser efectuada tomando em conta a proposta economicamente mais vantajosa e não exclusivamente o preço”. “Este tema é de enorme importância para este sector que, fruto da crise, foi arrastado para uma espiral de preços baixos, sucessivamente alimentada pelos preços base definidos pelas entidades adjudicantes”, sublinhando que “esta situação acarretou graves prejuízos para o País pela destruição de empresas e conhecimento muito para além do desejável num processo de reestruturação económico que poderia também ter alguns efeitos positivos neste sector, conduzindo em contrapartida a uma maior atomização das empresas, perda de capacidade para abarcar mercados internacionais também eles na sua maioria muito competitivos e onde a dimensão e a capacidade técnico económica são factores muito importantes.
Dependente das expectativas
Ao CONSTRUIR, Rocha Almeida lembra que “o sector da Engenharia e Arquitectura está intrinsecamente ligado ao funcionamento básico da economia, dependendo, num primeiro momento, das expectativas dos operadores económicos, das oportunidades identificadas em sectores específicos e do investimento público em infra-estruturas estruturantes ainda necessárias, para garantirem a coerência de outros investimentos feitos no passado, colmatar falhas em alguns sectores já há muito identificadas, como sejam as relativas aos sectores dos transportes ferroviários e dos portos numa óptica de uma melhor competitividade global da economia assim como na área aeroportuária onde o crescimento do tráfego tem pulverizado todas as previsões”. No entender desse responsável, 2018 poderá ser “um pouco melhor para este sector que após ter sido muito massacrado com a contracção abrupta de mercado dos últimos anos, foi sobrevivendo apoiado na internacionalização das empresas e posteriormente com a recuperação interna baseada no sector do turismo, que alavancou o processo da recuperação urbana e de alguma re-industrialização.”
Ano de consolidação
Para o responsável da Fase, o próximo ano será “um ano de consolidação de posições seja no mercado nacional seja no internacional e aguardar alguma recuperação de margens que possam contribuir para a sustentabilidade das empresas”, defendendo que o caminho passa por “continuar a trabalhar com grande rigor por forma a manter a confiança dos nossos clientes , consolidar posições nos vários mercados em que estamos presentes, aumentar parcerias e estar atento a novas oportunidades e tendências”.