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    Arquitectura

    “É preciso ter coragem para ser arquitecto”

    “É preciso combater essa “gentrificação”, com a promoção pública de habitação social e não-social, comum e de qualidade, dentro deste espaço que é a Grande Lisboa”

    Ana Rita Sevilha
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    “É preciso ter coragem para ser arquitecto”

    “É preciso combater essa “gentrificação”, com a promoção pública de habitação social e não-social, comum e de qualidade, dentro deste espaço que é a Grande Lisboa”

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    Ana Rita Sevilha
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    Autor do Terminal de Cruzeiros de Lisboa e do recentemente inaugurado Campo das Cebolas, Carrilho da Graça tem em itinerância uma exposição comemorativa dos seus 30 anos que reflecte a visão que tem da cidade que o acolhe. Em entrevista ao CONSTRUIR lembrou que a Área Metropolitana de Lisboa centrada no Estuário do Tejo “é muito mais interessante”
     Está sedeado em Lisboa, uma cidade marcada por intervenções suas e tem ainda em itinerância uma exposição que foca a visão que tem da cidade onde trabalha há mais de 30 anos. É inevitável por isso pedir-lhe que nos conte o que vê quando olha para a Lisboa de hoje?
    João Luís Carrilho da Graça: A Lisboa de hoje parece-me entusiasmante. As mudanças que se iniciaram já há alguns anos continuam a desenvolver-se, naturalmente com aspectos positivos e aspectos negativos aos quais é preciso dar atenção. Em geral a cidade está a transformar-se de uma forma bastante consistente.
    Relativamente à questão da habitação em Lisboa, disse em tempos que se olhássemos para a Área Metropolitana de Lisboa e não só para o centro da cidade, seria muito mais interessante.
    A Área Metropolitana de Lisboa tem entre 2,5 milhões e 3 mihões de habitantes e Lisboa tem pouco mais de 500 mil. Se olharmos para a Área Metropolitana centrada no Estuário do Tejo, há uma globalidade que parece muito mais interessante do que olhar só para a cidade e os problemas que ela tem. Se olharmos para o conjunto, abrem-se uma série de perspectivas e possibilidades de futuro que são bastante incríveis.
    Acha que a falta de habitação em Lisboa pode não ser uma questão?
    O problema principal é a qualidade da habitação. Há uns anos estava a falar com um colega francês – Jean Philippe Vassal – e ele contava-me que tinha sido convidado pela Região de Poitiers para estudar hipóteses de habitação sem seguir regulamentos. Muitas vezes os regulamentos e os hábitos acabam por limitar as possibilidades de encontrar soluções verdadeiramente intensas.
    Falta elasticidade nos regulamentos?
    Falta uma certa elasticidade e por outro lado, há naturalmente neste momento um ataque furioso dos turistas e novos residentes em relação a Lisboa, que faz com que muitos habitantes se sintam excluídos do centro da cidade. É preciso combater essa “gentrificação”, com a promoção pública de habitação social e  não-social, comum e de qualidade, dentro deste espaço que é a Grande Lisboa.
    Como disse anteriormente, vê o Estuário do Tejo como uma área interessante e, aliás, explora-a com regularidade a nível académico. O que é que lhe falta para se tornar apetecível?
    A zona é extremamente apetecível. Repare, o arqueólogo Cláudio Torres chama ao Estuário do Tejo o “nosso pequeno mediterrâneo” e se olharmos para o que já existe percebemos que é extremamente interessante e que não é difícil estabelecer novas ligações e tornar tudo mais interactivo.
    Está a falar de uma rede de transportes?
    Não sei se é uma rede de transportes, mas imagino que possam criar-se mais ligações fluviais, pôr tudo o que existe a funcionar. Passa pela criação de uma série de regras que tornem tudo mais acessível.
    Voltando ao centro da cidade, Lisboa está a reabilitar-se em bloco mas parece que na palavra Reabilitação cabe um pouco de tudo. Onde começa e acaba a Reabilitação?
    Qualquer intervenção em que as condições dos edifícios, das áreas da cidade e do espaço público melhoram, pode ser considerada Reabilitação. Pode ser necessário estabelecer prioridades em relação a investimentos. Os privados definem as suas prioridades e o público – quer o Governo quer a Câmara terão de as definir também.
    Mas Reabilitação e Regeneração tratam a mesma coisa?
    Podemos reabilitar o construído sem regenerar a cidade…Regenerar é repor em funcionamento qualquer coisa que já teve uma certa vitalidade. Reabilitar pode ser só reconstruir edifícios de uma forma mais ou menos correcta, mas sem ter em linha de conta as possibilidades de utilização e de transformação que isso possa implicar.
    No projecto para o Campo das Cebolas reintroduziu materiais que foram encontrados durante as escavações. Para além do lado histórico existe, neste caso, um prolongamento do ciclo de vida dos materiais. Esta é uma ideia/conceito que lhe faz sentido?
    Sim. Sempre que fazemos qualquer intervenção estamos a partir de uma situação dada, com uma série de existências e a transformá-la. Esse processo de transformação, pode ter uma aparência radical, mas prefiro que seja mais suave, que se consigam incorporar elementos que já existem – pedras, sítios, ideias -, e transformar só o que é necessário. Foi isso que aconteceu!
    Assusta-o – por exemplo no caso do Terminal de Cruzeiros que é uma obra com grande visibilidade e uma porta de entrada na cidade – a ideia de ser um objecto que se vai estender no tempo, ficar, envelhecer, estar associada a uma mudança na cidade. É um acto de coragem assumir um compromisso destes?
    Sim, é preciso ter coragem para ser arquitecto de uma forma geral. Neste caso concreto, quando as obras são antecedidas de um Concurso Público Internacional, quando, como neste caso, o projecto tem a unanimidade do júri e depois ainda se prolongou no tempo a sua conclusão, tudo isso criou um período dilatado durante o qual as imagens dos edifícios foram publicadas e estiveram expostas. Portanto houve a possibilidade de existirem críticas e pontos de vista diferentes durante esse tempo, durante a obra e agora desde que terminou. E na verdade não apareceram grandes críticas o que me deixa relativamente descansado. Se aparecessem teria de as enfrentar. Creio que a recepção corresponde a uma certa consensualidade. O aspecto que preocupa mais toda a gente desde o princípio e a mim também, mas transcende um pouco o que os arquitectos podem fazer, é o impacto no trânsito naquele ponto que já tinha problemas antes. No entanto, esse é um problema genérico da cidade que não se resolve ali especificamente. O Terminal de Cruzeiros de Lisboa é uma obra feliz, desde o concurso pensei o projecto em nome da cidade em vários aspectos. Foi o edifício mais pequeno a aparecer no concurso –cingi-me ao programa que estava em cima da mesa -, era o que tinha menos áreas climatizadas – as pessoas sempre que possível saem para o exterior, o que torna o edifício mais leve em termos energéticos -, desde o princípio que a  proposta era a de que fosse enquadrado num parque urbano verde tão público quanto possível e contempla também dois aspectos que acho interessantes: um percurso público autónomo até à cobertura, que funciona como um miradouro do qual se pode desfrutar uma vista maravilhosa. A meio caminho desse percurso, uma cafetaria com uma esplanada. Estes pontos e um certo comedimento volumétrico em relação à cidade, que não corta vistas instituídas e que tem uma presença relativamente discreta, que não se impõe excessivamente, resultou muito bem.
    Foi também um projecto onde ensaiou uma nova solução construtiva.
    Sim, o betão com cortiça.
    Já tinha pensado nesta possibilidade por outras razões, porque queria construir edifícios em betão de forma que tanto no interior como no exterior se pudesse ver o betão. Para isso, o betão tem de isolar termicamente e esta adição da cortiça permite fazer isso. Para além disso, este betão é estrutural, tem uma resistência  bastante razoável e tem capacidade de isolamento, o que permite fazer esse tipo de edifício. A ideia de explorar o betão surgiu, mais concretamente, porque os engenheiros de estruturas chegaram à conclusão que as duas fachadas – do lado do rio e do lado da cidade-, tinham de ser aligeiradas e eu nunca tinha imaginado que o edifício pudesse ter essa “fragilidade”. As fundações já estavam feitas quando foi lançado o concurso e estavam no limite de carga. Então pensei que era bom tentar encontrar um betão que fosse mais leve e que permitisse dar rigidez estrutural àqueles dois alçados, dentro da capacidade de carga que as fundações já tinham. Este betão tem 40% menos de massa e imensa resistência.
    É importante essa experimentação em projecto?
    Eu já fiz várias avarias deste género, mas não é uma coisa que procure, acontece quando acho que é importante do ponto de vista do projecto. Em 1995, quando comecei a fazer o projecto do Pavilhão do Conhecimento, não existiam praticamente edifícios em betão branco à vista e na altura muita gente dizia que era uma loucura estar a fazê-lo. Mas achei o desafio interessante e está impecável do ponto de vista do betão. Ninguém acreditava que o betão se iria manter com aquele aspecto durante 20 anos.
    O que é que lhe agrada tanto no betão?
    É muito difícil fazer um reboco decente, normalmente caem. A imagem que temos das construções de meados e princípios do século passado é bastante má porque já conhecemos os edifícios com os rebocos caídos, sempre achei isso uma grande fraqueza. Então pensei que se não houvesse reboco, seria uma forma mais sólida e directa de construir. Mais tarde descobri um material que é uma espécie de estuque para exterior que usei muitas vezes – por exemplo no plano suspenso do Palácio de Belém -, que realmente é um material extraordinário e que ultrapassa essas dificuldades, o que desdramatizou a questão do reboco. Sempre quis fazer edifícios relativamente simples, quase pele e osso, a estrutura interessa-me sobremaneira e procuro-a completamente visível ou revestida, mas de uma maneira que seja durável e não muito dispendiosa.
    Pegando no Pavilhão do Conhecimento de que falou, assinala-se este ano os 20 anos da Expo’98. Um projecto considerado “uma reabilitação urbana sem precedentes em Portugal” e uma “referência internacional”. Do ponto de vista urbanístico, acha que evoluiu bem?
    Acho que sim, que está em desenvolvimento e tem uma grande capacidade de atracção. A continuidade que existiu entre a Expo’98 e o período posterior é, caso único. Acho que é um êxito.
    E comemoram-se também os 10 anos do Museu do Oriente…
    É verdade. O projecto não é completamente meu, a obra já estava a decorrer e eu participei no concurso para que fui convidado para a zona museológica e depois pediram-me ajuda para equilibrar tudo e, chegar com a obra, que estava um pouco atrasada, a bom porto. Devo dizer que foi um projecto que gostei muito de fazer, mas não posso dizer que foi em todos os casos um projecto e uma obra minha.
    A zona das exposições acho que resultou muito bem, com uma série de decisões que foram ao encontro do que existia e não se podia por em causa, e que no fim potenciou tudo.
    A primeira vez que lá fui, antes da intervenção, parecia que estava a visitar um subterrâneo, porque não tem janelas e era muito misterioso, os espaços, que tinham sido câmaras frigoríficas, estavam todos revestidos de cortiça. Era muito intenso! Consegui manter a atmosfera que valoriza a visibilidade dos objectos e obras de arte.
    Em 2008 venceu o Prémio Pessoa e este ano – dez anos depois – foi entregue a Manuel Aires Mateus. O facto de a Arquitectura voltar a ser reconhecida com um prémio que é atribuído pela sociedade, é um bom sinal?
    Na altura em que recebi o Prémio, disse precisamente que ficava particularmente feliz  por sentir que era uma distinção dada pela sociedade, representada no júri e isso é muito positivo. Por um lado é importante a relação com a sociedade, mas também o que os arquitectos pensam uns dos outros. São apreciações entre pares! A sociedade é sempre o objectivo final.
     
    A Arquitectura é um reflexo político, social e económico de um País. À luz disso o que se pode dizer do Portugal de hoje?
    Hoje Portugal está na moda, recebe inúmeros prémios e em muitos aspectos está na vanguarda. Esperemos que isso se verifique também em relação à arquitectura.
     
    Sobre o autorAna Rita Sevilha

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    (créditos: Romullo Baratto Fontenelle)

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    Casa da Arquitectura abre concurso para bolsas de doutoramento

    A decorrer até 3 de Junho 2024, as candidaturas destinam-se às áreas de Arquitectura, Urbanismo, Território, com especial relação aos acervos, espólios e colecções da Casa da Arquitectura

    A Casa da Arquitectura abriu concurso para a atribuição de 10 bolsas de investigação para doutoramento, financiadas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), ao abrigo do protocolo de Cooperação para Financiamento do Plano Plurianual de Bolsas de Investigação para estudantes de doutoramento celebrado entre as duas entidades.

    A decorrer até 3 de Junho 2024, as candidaturas destinam-se às áreas de Arquitetura, Urbanismo, Território, com especial relação aos acervos, espólios e colecções da Casa da   Arquitectura e conteúdos relacionados com a teoria, história e prática da arquitectura, tecnologia construtiva, sustentabilidade e economia energética ao abrigo do Regulamento de Bolsas de Investigação da FCT (RBI) e do Estatuto do Bolseiro de Investigação (EBI).

    A Casa da Arquitectura é também entidade de acolhimento dos bolseiros, sendo que actividade se enquadra no compromisso de “promover e fomentar a investigação em torno da arquitectura e dos acervos à sua guarda, abrindo assim a possibilidade de produção de novo conhecimento científico a cidadãos portugueses e estrangeiros”.

    O Arquivo da Casa da Arquitectura conta, actualmente, com 14 acervos/espólios e três coleções de arquitetura com mais de 240 autores e doadores envolvidos, cerca de 3700 projetos e, aproximadamente, 135 mil documentos analógicos e 180 mil documentos digitais.

    No que toca a acervos individuais de autores nacionais com relevância internacional, o Arquivo da Casa tem ao seu cuidado os de Eduardo Souto de Moura, Pedro Ramalho, João Luís Carrilho da Graça, Manuel Correia Fernandes e Teresa Fonseca, entre outros, a que soma, numa esfera internacional, os espólios dos brasileiros Lucio Costa e Paulo Mendes da Rocha.

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    Fundão recebe o New European Bauhaus Festival

    O festival decorre nos dias 9 e 10 de Abril, com o tema The Future is now: Redesigning Priorities e que junta convidados das mais diversas áreas multidisciplinares, como o mundo académico, o tecido empresarial, tecnológico e inovador e jovens arquitectos

    Nos dias 9 e 10 de Abril, a cidade do Fundão recebe o New European Bauhaus Festival, uma iniciativa satélite do The Festival of the New European Bauhaus, que decorrerá entre 9 e 13 de Abril, em Bruxelas, com transmissão online para todo o mundo. O evento terá lugar na Sala Multisusos da Incubadora do Fundão.

    A Ordem dos Arquitectos e os seus parceiros propõe um Programa de uma representatividade interdisciplinar, com participantes de áreas disciplinares distintas, como Masslab e Carrilho da Graça, entre tantos outros oradores convidados.

    The Future is now: Redesigning Priorities é o tema central do programa que, através da realização de quatro mesas, junta convidados das mais diversas áreas multidisciplinares, como o mundo académico, o tecido empresarial, tecnológico e inovador, não descurando as perspetivas mais jovens, seja na visão ainda académica e estudantil, ou a partir da prática de jovens arquitectos.

    Esta iniciativa é uma parceria entre a Ordem dos Arquitectos, a Câmara Municipal do Fundão e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro e a Secção Regional Centro da Ordem dos Arquitectos.  A participação é livre, contudo sujeita a inscrição.

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    Encontro de Urbanismo do CIUL regressa com ‘Há Vida no Meu Bairro’

    O programa “Há Vida no meu Bairro” pretende avaliar e planear a oferta das funções de proximidade à escala do Bairro e intervir no espaço público, com o objectivo de promover uma cidade mais humana, uma cidade mais próxima

    CONSTRUIR

    Promovido anualmente, desde 2013, o ciclo de conferências sobre urbanismo regressa este ano com uma reflexão sobre Lisboa. Tendo como mote “Há Vida no Meu Bairro”, o ciclo irá abordar, ao longo de seis sessões, um conjunto de temas, com um painel de técnicos e especialistas convidados a apresentar experiências e perspectivas sobre as temáticas lançadas, abrindo-se espaço ao debate e à troca de ideias.

    O programa “Há Vida no meu Bairro” pretende avaliar e planear a oferta das funções de proximidade à escala do Bairro e intervir no espaço público, com o objectivo de promover uma cidade mais humana, uma cidade mais próxima.

    A estratégia enquadra-se no conceito de ‘Cidade dos 15 minutos’, uma forma de organizar os centros urbanos que permite que todos os serviços e necessidades básicas dos moradores – escolas, espaços verdes, comércio local, lazer, desporto, saúde – estejam à distância de uma deslocação de 15 minutos, a pé ou de bicicleta.

    Propõe-se, desta forma, melhorar o conforto e a qualidade de vida de quem habita a cidade, reforçando as dinâmicas de proximidade, criando espaços de encontro, reduzindo desigualdades no acesso a serviços e na utilização do espaço público e, simultaneamente, promovendo um maior envolvimento e participação das pessoas na construção da cidade.

    A primeira sessão, com o tema ‘Lisboa, Há Vida no Meu Bairro’, que dá nome às iniciativas, tem lugar já no próximo dia 9 de Abril, pelas 18h, no Auditório do Centro de Informação Urbana de Lisboa (CIUL). Neste encontro participam Paulo Pardelha (Câmara Municipal de Lisboa/Departamento de Planeamento Urbano), como moderador, e Joana Almeida (Vereadora do Urbanismo, dos Sistemas de Informação e Cidade Inteligente, e da Transparência e Prevenção da Corrupção), Alfonso Vergara (Fundação Metropoli – Espanha) e João Ferrão (Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa) como oradores.

    As restantes sessões têm lugar a 18 de Abril (Como implementar a Cidade de 15 minutos?), a 2 de Maio (Que mobilidade queremos no bairro?), a 16 de Maio (Cuidar do espaço público e dos espaços verdes do bairro), a 6 de Junho (A importância do comércio e dos equipamentos de bairro) e a 27 de Junho (O que é uma cidade saudável? E um bairro saudável?).

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    Ski Dome
    Tokyo Japan 1998

    Arquitectura

    ‘Alpi’ de Armin Linke introduz os grandes temas da Trienal 2025

    O documentário combina uma série de tecnologias contemporâneas de processamento de imagem para esbater a fronteira entre ficção e realidade, lança o repto para a primeira apresentação em Portugal de How Heavy is a City? (Quão pesada é uma cidade?), a investigação conduzida desde finais de 2022 pela dupla britânica Territorial Agency para a 7ª edição da Trienal de Lisboa

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    O documentário ‘Alpi’, de Armin Linke, fotógrafo e cineasta, que combina uma série de tecnologias contemporâneas de processamento de imagem para esbater a fronteira entre ficção e realidade, lança o repto para a primeira apresentação em Portugal de How Heavy is a City? (Quão pesada é uma cidade?), a investigação conduzida desde finais de 2022 pela dupla britânica Territorial Agency para a 7ª edição da Trienal de Lisboa.

    Após a exibição do filme, a curadoria da Trienal 2025 junta-se a Armin Linke para uma conversa que vai revelar as três principais linhas da investigação que moldam o programa do fórum internacional (2 de Outubro a 8 de Dezembro de 2025).

    Tendo como ponto de partida o “complexo conjunto de transformações contemporâneas da cidade e do seu contexto”, revelando uma nova figura emergente com uma magnitude planetária, a Trienal 2025 explora formas emergentes de cooperação e mutualidade, estabelecendo uma nova unidade para avaliar a arquitectura e reformular o seu papel enquanto motor de debate.

    “A Terra está a transformar-se: intensificações climáticas, novos modos de coabitação, esperanças, tecnologias e sistemas. No entanto, esta figura que está a emergir é uma figura sobrecarregada com as complexas convulsões da contemporaneidade: extinções, inércia, guerra e acumulação de poder. Como conceber projectos, imaginar novas cidades, construir em conjunto modelos diferentes? Estas são interrogações que multiplicam a pergunta que abre a Trienal de Lisboa como plataforma de investigação: Quão pesada é uma cidade?, refere a Territorial Agency.

    No quadro do programa New Temporality, apoiada pela União Europeia, este momento público antecede as sessões preparatórias com o conselho consultivo da próxima Trienal, onde se vai confrontar a dimensão planetária dos espaços humanos contemporâneos, e traçar os fluxos de informação, materiais e energéticos para idealizar caminhos para uma transformação da tecnosfera que seja de alta energia e elevada reciclagem.

    Esta investigação conta com a participação de Jan Zalasiewicz, geólogo, paleontólogo e estratígrafo membro do Anthropocene Working Group, de Francesca Bria (New European Bauhaus), John Tresch (The Warburg Institute), Lucia Pietroiusti (Serpentine London) e Matthias Hauser (Media Solutions Center).

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    Grupo Navarra apresenta Sistema Minimalista N25500

    O Sistema Minimalista N25500 apresenta excelentes resultados de eficiência térmica e acústica, posicionando-se como produto preferencial em projetos de arquitetura em que as considerações estéticas e de luminosidade se assumem como como elementos fundamentais

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    É um sistema de caixilharia de correr, com vista em alçado de apenas 21 mm ao centro, permite, através da utilização de vidro estrutural, a execução de vãos de grande dimensão.

    O Sistema apresentou muito bons resultados nos ensaios, ao nível da permeabilidade ao ar, na estanquidade à água e resistência ao vento. É um Sistema com vista de apenas de 21 mm, o que permite elevados níveis de luminosidade.

    Em resposta às tendências da arquitetura contemporânea, o sistema permite a realização de vãos com enchimentos até 38 mm, onde a vista de 54 mm nas ombreiras, soleiras e padieiras se incorpora na construção, resultando em elevados níveis de luminosidade, sem descurar a funcionalidade. A integração da caixilharia nos sistemas construtivos enfatiza a relação entre o interior e o exterior, possibilitando uma vista ilimitada, inclusivamente no ângulo de abertura total do vão em remates de canto.

    O sistema minimalista N25 500 irá oferecer um sistema de piso integrado, ocultando toda a parte inferior do caixilho, criando uma harmonia entre o caixilho e a arquitetura.

    Com apenas 12mm de vista de trilho, o acabamento é possível remover para facilitar a limpeza e manutenção. Oferece um sistema de drenagem das águas pluviais.

    representação do sistema minimalista N25500

     

    Para os fabricantes de janelas, este sistema destaca-se pela simplicidade na montagem

     

     

    Soluções ecológicas para uma construção e arquitetura mais sustentáveis

    O caráter de sustentabilidade dos produtos Navarra® é potenciado pelo facto do alumínio ser um produto 100% reciclável, por sucessivas vezes, reduzindo os consumos energéticos da obtenção da matéria-prima em 95% – e da necessidade praticamente inexistente de manutenção.

    Existe um esforço contínuo na procura de soluções que promovam o desenvolvimento sustentável do Grupo, refletindo-se na responsabilidade ambiental e social.

    O cumprimento com rigor de procedimentos e a utilização das mais avançadas tecnologias no processo de extrusão e tratamento de superfície de perfis de alumínio, garantem certificações e licenças de utilização de marcas internacionais na área da qualidade, ambiente e de processos produtivos.

    Conheça todas as soluções de alumínio para arquitetura https://navarraaluminio.pt/arquitetura/produtos

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    Savills desenvolve conceito e projecto da nova sede da Sacyr Somague

    A multinacional espanhola, que actua no sector de infraestruturas e concessões, mudou a sua sede para o Centro Empresarial Torres de Lisboa, que permitiu dar resposta às necessidades de adaptação a um novo modelo de trabalho, conciliando zonas de gabinetes individuais com a integração de uma área em open space, a par de novas áreas informais e colaborativas

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    papa

    Após ter desenhado os escritórios da Sacyr Somague na Rua Castilho, o departamento de BPC & Architecture da Savills volta a desenvolver o conceito e projecto da nova sede da empresa, localizada no Centro Empresarial Torres de Lisboa.

    A multinacional espanhola, que actua no sector de infraestruturas e concessões viu, neste parque de escritórios, a oportunidade perfeita para desenvolver as suas operações em território nacional. Através deste novo espaço, pretende dar resposta às necessidades de adaptação a um novo modelo de trabalho, conciliando zonas de gabinetes individuais com a integração de uma área em open space, a par de novas áreas informais e colaborativas.

    Segundo a consultora, “a imagem corporativa da Sacyr serviu como inspiração e fio condutor para o design da intervenção” neste espaço de aproximadamente 600 metros quadrados (m2). Neste sentido, “foi privilegiada a sua palete de cores bem como as formas geométricas do logótipo que pontuam o espaço, tanto no pavimento como nas divisórias e elementos diferenciadores”.

    “Procurámos ter na nova sede um espaço inovador, mais colaborativo, confortável, clean, agradável, com espaços pensados no bem-estar e adaptado às necessidades de todos os colaboradores. Pressionados pelo pouco tempo de realização do projecto, a Savills esteve sempre disponível e foram incansáveis em todo o processo”, sublinha Rita Santos, responsável de Recursos Humanos e Serviços Gerais da Sacyr em Portugal.

    Também Pedro Gomes, architecture associate da Savills Portugal, destacou o projecto “desafiante e gratificante”, em que a aposta em “espaços colaborativos que transmitissem bem-estar” foi a tónica de todo o processo. “A equipa Savills teve, mais uma vez, a capacidade de agilizar todo este processo de forma célere, entregando ao cliente um resultado que foi ao encontro das suas expectativas”, salientou.

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    MASSLAB vence concurso público para a redesenhar etar de Bragança

    MASSLAB ganha concurso para dar nova vida à Estação de Tratamento de Águas de Bragança com um novo espaço público para actividades lúdicas e educativas numa cobertura de 6.800 m2

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    Entre a arquitectura, o paisagismo e a engenharia, o projecto da autoria do escritório de arquitectura MASSLAB para a nova cobertura da ETAR de Bragança vai permitir a utilização pública desta infraestrutura que, até agora, tinha como função apenas o tratamento de águas. O projecto ilustra como é possível acrescentar valor a infraestruturas existentes com a adição de funções recreativas.
    O projecto vencedor do concurso público lançado pela Câmara Municipal de Bragança, foca-se na reabilitação urbanística integral da paisagem, com a incorporação de uma cobertura com carácter temático de relevância para o município. Entendida a importância de alterar a percepção negativa associada às ETARs através das necessidades básicas de desinfecção e desodorização, os arquitectos sentiram necessidade de transformar esta estrutura num elemento participativo na cidade, capaz de promover novas zonas lúdicas, educativas e de lazer, com o objectivo de educar e despertar o interesse na preservação e no tratamento das águas.

    “Se pensarmos que quando se cria uma cobertura, criam-se também novas oportunidades de uso desta cobertura, aumentamos as possibilidades do uso de cada construção, criando valor acrescentado praticamente com o mesmo investimento”, afirma Duarte Ramalho Fontes, sócio do escritório MASSLAB.

    Mais do que desenhar “o 5º alçado” com a preocupação de integrar o ambiente construído na paisagem existente junto ao castelo de Bragança, dotar a cobertura de novos usos que não existiam foi a premissa chave no repensar o projecto para a ETAR.

    Com a intenção de fazer da cobertura da ETAR um espaço de atracção educacional, turística e de utilização pública, o projecto prevê múltiplos pontos de acesso ao terreno. A flexibilidade dos espaços permite a realização de visitas escolares ou eventos, oferecendo diferentes possibilidades de uso e transformando simples caminhos em locais de encontro e intera ção social.

    Através da relação visual entre o interior na operação do tratamento de águas e a cobertura acessível e ajardinada, com um objectivo didáctico, cria-se uma dinâmica entre o espaço privado da infraestrutura e o espaço público. Para melhor integrar a ETAR à paisagem, os acessos existentes foram preservados e enriquecidos com novos elementos, como miradouros e ligações pedonais para caminhadas. Um destaque especial foi dado à criação de um percurso pedonal ao longo do Rio Fervença, que, além de valorizar os caminhos já existentes, conecta directamente a ETAR ao percurso natural da água, promovendo uma contínua interacção entre a o ambiente construído e o ambiente natural.

    A nova cobertura inclui a optimização da estrutura através de formas geométricas quadrangulares, interligadas e integradas com nova vegetação, contribuindo para uma solução tanto estética quanto prática. Estes quadrados permitem uma grande variedade de possibilidades de ocupação do espaço, que pode ser mais fixa ou mais temporária, de acordo com as necessidades do município. A estrutura em betão simples, com fundações em estaca, é desenhada para interferir minimamente na construção existente e no vale, enfatizando uma abordagem económica e com o menor impacto possível na paisagem natural existente. Através de entradas de luz que promovem uma conexão visual entre o interior e a cobertura, cria-se uma dinâmica entre o espaço privado da infraestrutura e o espaço público.

     

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    Aprovada a proposta final para a operação de reabilitação da Quinta do Ferro

    A versão final da Operação de Reabilitação Urbana sistemática da Quinta do Ferro, um passo essencial para a resolução de um dos maiores desafios urbanísticos da cidade de Lisboa ao longo das últimas décadas, foi aprovada por unanimidade em reunião da Câmara Municipal de Lisboa

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    Este modelo resulta de um processo com cerca de dois anos, que incluiu reuniões privadas e sessões públicas de esclarecimento com os moradores, com associações e com os proprietários, e cuja fase mais recente foi a discussão pública da Operação de Reabilitação Urbana Sistemática, que decorreu entre 17 de Outubro e 28 de Novembro de 2023.

    Depois de ser analisadas e ponderadas as diversas participações, foram acolhidas duas sugestões e duas reclamações, e foram respondidas todas as questões suscitadas nos pedidos de informação e esclarecimento. Na sequência das participações, foram revistas as peças desenhadas e rectificadas questões que provocaram dúvidas, tornando mais clara e compreensível a leitura.

    O modelo urbano proposto para a intervenção permite criar habitação acessível, espaços verdes e estacionamento, para além de estimular a reabilitação urbana através de incentivos previstos na Operação de Reabilitação Urbana.

    “Hoje demos um passo decisivo, que nos vai permitir, finalmente, depois de muitos anos de indefinição e de intervenções falhadas, dar início à regeneração da Quinta do Ferro. Vamos reabilitar esta zona central, respondendo aos anseios da comunidade local, e abri-la à cidade”, afirma o presidente da Câmara Municipal de Lisboa. “Lisboa é feita para todos e não podemos tolerar que continue a existir uma cidade esquecida”, acrescenta Carlos Moedas, lamentando o abandono a que a Quinta do Ferro e os seus moradores foram votados durante décadas.

    “Esta resolução só foi possível graças ao trabalho incansável do Urbanismo da Câmara de Lisboa, que liderou um longo trabalho de diálogo e concertação com os moradores e proprietários da Quinta do Ferro, sem nunca impor soluções pré-definidas”, sublinha por sua vez a vereadora do Urbanismo da Autarquia. A vereadora Joana Almeida salienta ainda que este processo poderá servir de inspiração para o futuro: “Este é um verdadeiro exemplo da nossa forma de fazer cidade. O processo participativo na Quinta do Ferro foi exemplar e consideramos que será um modelo a seguir em outros processos complexos”.

    Após esta aprovação em reunião da Câmara Municipal de Lisboa, a proposta será submetida à Assembleia Municipal para discussão e votação. O passo seguinte será o lançamento do concurso de empreitada até ao final de 2024, permitindo avançar com a primeira fase da operação.

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    OA e APAP estudam possibilidade de Ordem Profissional conjunta

    Ordem dos Arquitectos e Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas pretendem colaboração mais próxima para responder aos desafios contemporâneos. Protocolo, que será assinado esta quinta-feira, inclui possibilidade de Ordem Profissional conjunta

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    tagsAPAPOA

    A Ordem dos Arquitectos (OA) e a Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas (APAP) assinam esta quinta-feira, 21 de Março, em Lisboa, um protocolo com vista a trabalharem em conjunto sobre a possibilidade de “num futuro próximo” apresentarem ao legislador proposta para uma Ordem Profissional conjunta.

    “Deste modo, desejando a Ordem dos Arquitectos reabrir o processo do seu Estatuto, melhorando aspectos organizacionais e de salvaguarda da qualidade da arquitectura e do urbanismo, e pretendendo a Associação dos Paisagistas Portugueses valorizar e definir de forma clara o âmbito dos actos do arquitecto paisagista – ambas na defesa estrita do interesse público – tornou-se fundamental a elaboração e subscrição de um documento agregador”, justificam ambas as instituições.

    Neste protocolo de colaboração, as entidades aceitam também colaborar nos serviços e processos de encomenda e concursos de projecto, que lhes sejam solicitados pela administração pública ou por entidades privadas, visando a complementaridade das suas competências profissionais e a defesa do interesse público. E concordam em desenvolver eventos e formações conjuntas, que contribuam para a qualificação profissional e a prestação de serviços dos seus membros e associados, assim como promover programas, projectos e acções tendo em vista um planeamento e desenho urbano mais “verde e azul”.

    “Os desafios de futuro no nosso território e nas nossas cidades assentam na capacidade de incorporarmos o vastíssimo conhecimento que existe nos nossos profissionais. Essa valia tem de ser direccionada para encontrar soluções para os problemas contemporâneos. Nesse sentido é fundamental, hoje mais do que nunca, que os arquitectos sejam promotores de uma actividade colaborativa e multidisciplinar. A presença próxima dos arquitectos paisagistas, do seu conhecimento e da sua prática traz enormes benefícios para o interesse público, nomeadamente num contexto em que um desenho urbano e paisagístico muito qualificado é imprescindível. Assim, esta ligação entre as nossas disciplinas é decisiva para responder a estes desafios e beneficiará tanto a APAP como a OA”, considera Avelino Oliveira, Presidente da Ordem dos Arquitectos, para quem “o futuro comum será o que os membros de ambas as entidades pretenderem”.

    “Desde a sua génese, a Arquitectura Paisagista entende a paisagem como um sistema, portanto, muito mais do que o somatório das partes. Perante os desafios globais que hoje se apresentam, mais do que nunca é essencial trazer a paisagem e as suas componentes para o ordenamento do território e para um novo desenho das cidades, capaz de um olhar sobre a relação complexa do homem e de todos os seres vivos em equilíbrio com os factores físicos do meio e que hoje é a pedra de toque da luta contra a perda da biodiversidade, e das doutrinas da neutralidade climática e da gestão racional dos recursos”, refere João Ceregeiro, presidente da APAP.

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    Immersivus Gallery Porto acolhe exposição imersiva “A Cidade do Futuro”

    A galeria de arte imersiva desafiou alunos da licenciatura de Multimédia da Escola Superior de Media, Artes e Design a desenvolverem sete experiências artísticas multimédia que reflectem a visão dos jovens artistas sobre o futuro da humanidade

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    A partir de 23 de Março, a Immersivus Gallery, localizada na Alfândega do Porto, vai acolher a exposição multimédia “Immersivus X: Cidade do Futuro”, um conjunto de sete projecções a 360º graus que transportam o público, com todos os seus sentidos, para os futuros idealizados por 28 estudantes do segundo ano da licenciatura de Multimédia da ESMAD do Politécnico do Porto (P.Porto).

    Desenvolvida no âmbito do projecto “Immersivus X”, que pretende dar palco e visibilidade a talentos emergentes no domínio da arte multimédia, a exposição aborda diferentes perspectivas, partindo da tumultuosa realidade actual para criar interpretações artísticas impactantes, disruptivas e totalmente imersivas acerca do rumo da humanidade, dos espaços que esta habitará e das formas de vida que prevalecerão no planeta.

    Através desta iniciativa, os jovens artistas, na sua maioria entre os 19 e os 21 anos, vão poder aprofundar os seus conhecimentos ao nível da idealização, concepção e implementação de experiências imersivas e apresentar, pela primeira vez, os seus trabalhos a um público mais abrangente. “Immersivus X: Cidade do Futuro” terá uma duração total de cerca de 25 minutos e, no final, os visitantes poderão votar na sua projecção favorita, através de um QR Code.

    Para Edoardo Canessa, produtor executivo da Immersivus Gallery, “em plena era digital, é fundamental dar voz a novos talentos e conhecer o seu contributo não só para a arte, mas também para a reflexão acerca do rumo da humanidade e do futuro que eles próprios vão vivenciar. Nesta exposição é possível perceber claramente o impacto que as nossas acções já estão a ter na vida nos jovens e na forma como eles encaram o futuro, e sobre as quais é muito importante reflectir. Mas esta mostra é, acima de tudo, uma celebração do talento das novas gerações e um contributo para a construção do seu percurso artístico no contexto da Arte Digital, em Portugal e no mundo”, afirma.

    Para Rui Rodrigues, professor e um dos docentes da disciplina onde se desenvolveu este projecto, a par do professor Luís Félix, “cada vez mais é importante envolver os estudantes das universidades nas dinâmicas das cidades e na sua actividade artística/cultural. Esta iniciativa acaba por dar uma oportunidade única aos nossos estudantes da Licenciatura de Multimédia da ESMAD de pensar e desenvolver um projecto desde o seu início, e ao mesmo tempo mostrar a um público mais abrangente os resultados desta reflexão. O tema das Cidade do Futuro torna-se neste caso o mote para que os estudantes exibam, através de uma experiência imersiva, as suas inquietações, cenários e impacto das nossas acções num futuro que pode ser mais ou menos longínquo. Os jovens são o presente e o futuro de qualquer sociedade e é importante dar-lhes voz para que as suas preocupações ecoam e nos façam questionar constantemente”, sublinha o docente.

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