Dossier “Cozinhas e Casas-de-Banho”: Imobiliário impulsiona crescimento num sector cada vez mais exigente
Não há dúvidas de que o crescimento do imobiliário, em particular através da reabilitação, tem sido o grande motor de arranque para muitas empresas do sector das Cozinhas e Casas- de-Banho. Os clientes são cada vez mais exigentes, mas procuram também soluções funcionais, confortáveis e eficientes
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De uma forma geral, os principais intervenientes no sector de Cozinhas e Casas-de-Banho estão preparados para actuar em qualquer sector da construção, seja ela nova ou reabilitação. Mas é indiscutível que a reabilitação tem sido o principal impulsionador deste mercado sendo, por isso também, um desafio quando é necessário ajustar produtos às limitação normais de espaço.
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Ainda mais quando, a juntar as estas limitações próprias da construção, estão associadas necessidades de conforto, flexibilidade e preocupações ambientais. Factores que hoje determinam os ambientes e as tendências em cozinhas e espaços de banho, como explica Rui Palaio, director de Marketing da Barros & Moreira: “A reabilitação assume neste momento especial importância no volume de negócios, com uma dinâmica muito interessante no mercado nacional. A renovação dos espaços de banho prioritário dado que ser um local que se pretende cada vez mais confortável e agradável”.
Também Isabel Rebelo, public relations & online marketing manager da Aleluia Cerâmicas vê no crescimento de renovações uma forma de dinamizar a oferta disponível. Trata-se, por isso, de “um mercado muito interessante no que diz respeito à renovação, tanto no sector residencial como hoteleiro, que tem impulsionado a aposta em novos produtos que se adaptem a este segmento”, refere.
Considerando que, em Portugal, mais de 70% das casas não apresentam ainda os níveis de conforto e funcionalidade hoje exigidos pelos clientes e que grande parte da população vive em casas usadas, também a Ikea vê na reabilitação ou renovação das cozinhas e casas-de-banho um segmento prioritário e em crescimento. “As casas mais antigas têm alguns problemas de isolamento, de canalização e electricidade, sendo necessário intervir também nas cozinhas e nas casas-de-banho. A renovação destas duas áreas são investimentos relativamente elevados para uma família, mas que valorizam bastante uma casa, tornando-a funcional e confortável”, afirma Mariana Coelho, RP e Comunicação de produto da Ikea
Além disso, “uma boa cozinha e uma boa casa-de-banho são factores que valorizam bastante uma casa, e ocupam um papel muito importante no dia-a-dia de uma família”, considera ainda a mesma responsável.
Por outro lado, Luis Toscano, gerente do Cosentino Center de Lisboa, considera que o conceito de renovação está a mudar nos últimos anos, já que existe a “preocupação por parte de quem remodela adaptar as casas e os espaços às necessidades dos dias de hoje. De uma forma geral as cozinhas e as casas de banho continuam ser prioridade nas renovações”.
Direccionado para o segmento profissional estão os produtos das Delabie. Cláudia Roque, marketing & communication manager da marca em Portugal, considera que estes dois sectores estão bastante activos também no que diz respeito a espaços de utilização pública. “Cozinhas e Casas-de-Banho são dois sectores da construção que continuam bastante activos em termos de renovações, em particular para espaços de grande afluência ao público, que é o core business da Delabie, nomeadamente, edifícios públicos, comerciais e estabelecimentos hospitalares e de cuidados de saúde. Também neste sector, o mercado está mais activo com os principais grupos no mercado a investir e reabilitar as instalações já existentes”, afirma.
De uma forma indirecta, também a empresa Formas de Pedra, que actua no âmbito das pedras e mármores, tem sentido o dinamismo do sector da reabilitação. Não sendo uma prioridade da empresa, sentem que “o mercado de Cozinhas e Casas-de-Banho é predominante quando se fala em reabilitação, cujos produtos da Formas de Pedra também acaba por ser aplicado, tanto a nível nacional como europeu, já que a empresa é presença assídua em feiras internacionais para promoção dos seus produtos”, explica a arquitecta Paula Moucheira, responsável pela área de Projecto e Inovação da empresa.
No entender de António Oliveira, presidente da OLI, a reabilitação que se tem feito sentir é também de melhorar o desempenho energético das casas. “As cozinhas e as casas-de-banho são efectivamente prioridade não só pelo sentido estético mas porque constituem oportunidades de eficiência energética e hídrica, resultando na consequente redução das facturas de energia e água”.
Essa é uma preocupação que, desde há muitos anos, faz parte do ADN da Roca, onde, tanto na habitação nova como na reabilitação, existe a conjugação de “produtos funcionais, práticos e duradouros, mas também que tenham na sua essência o design e sejam sustentáveis do ponto de vista ambiental”, refere Jorge Vieira, director-geral da companhia em Portugal.
“A Roca acompanha o progresso social de forma a que os nossos produtos sejam aplicáveis a qualquer uma das diferentes situações. Aquilo que outrora era o mero atender de uma necessidade básica de higiene converteu-se naquilo que actualmente é um dos espaços mais importantes no quotidiano de qualquer pessoa e que tenha o bem-estar como objectivo.”, acrescenta.
Conforto, design e funcionalidade
Quando o cliente pensa em renovar a sua casa, estas são efectivamente as áreas que ocupam mais tempo, não só porque são, por vezes, intervenções complexas, mas também porque são locais em que as pessoas querem sentir-se cada vez mais confortáveis. É aqui que entra a importância do design, uma tendência crescente e que veio para ficar. As cozinhas não são mais “só” cozinhas, nem as casas-de-banho são “só” isso. A ideia passa por criar espaços dentro destes espaços, que permitam ter uma segunda função. Por exemplo, nas cozinhas o conceito social inerente é cada vez mais trabalhado pelas marcas, isto no âmbito doméstico. Por outro lado, as casas-de-banho, em particular em espaços comerciais, edifícios ligados à saúde ou públicos são cada vez mais um local para se estar, confortável e com elementos decorativos.
Direccionados em particular para os estabelecimentos que recebem público, a Delabie vê também um crescimento ao nível da renovação destes espaços, como por exemplo, em hospitais, edifícios públicos e comerciais, onde os desafios se colocam em como tornar espaços de grande afluência confortáveis ao mesmo tempo que têm que responder a uma serie de exigências legais.
“O utilizador está á espera de mais conforto, mais limpeza, de soluções cada vez mais aproximadas da casa-de-banho doméstica e cozinha moderna e funcional. Presenciamos mudanças radicais no aspecto e cuidados redobrados na apresentação dos equipamentos de utilização tanto a nível dos espaços sanitários (doméstico e não doméstico), como nas cozinhas profissionais (restauração e hotelaria)”, explica Cláudia Roque.
Para Isabel Rebelo, public relations & online marketing manager da Aleluia Cerâmicas, os clientes privilegiam cada vez mais “o conforto, a harmonia mas também outras questões mais praticas como a facilidade de limpeza e manutenção”. “As pedras, as madeiras, decoração mais sóbrias como os relevos, diferentes texturas, num alinhamento mais clean ou conjugados de forma harmoniosa”, são também as tendências actuais do mercado, considera.
Com vários prémios já recebidos, a gama Ctesi, da Barros & Moreira, é um dos produtos que a empresa mais utiliza e que alia design, funcionalidade e desempenho de excelência.
“No que diz respeito às casas-de-banho, procura-se criar espaços acolhedores e simultaneamente bastante práticos para um uso diário. A troca de banheira por duche é uma tendência que se continua a verificar, bem com soluções que adaptem o conforto à eficiência hídrica e energética”, destaca Rui Palaio.
A OLI, comprometida com a defesa da preservação da água, procura contribuir para que esta alteração do padrão de consumo, sobretudo na casa-de-banho (que é responsável por 33% do consumo diário de água), aconteça de uma forma rápida e simples. Neste sentido, “a OLI aposta em soluções eficientes, que são facilmente instaladas e asseguram uma imediata poupança de água, inclusivas, ou seja, mais autónomas e seguras, e personalizadas”, confirma António Oliveira.
Quem compra procura aliar funcionalidade e simplicidade às soluções que escolhe para a sua casa-de-banho e cozinha, procurando simultaneamente um factor decorativo que permita que cada espaço se diferencie e reflicta o seu gosto pessoal. “Desta procura, destaca-se particularmente a tendência para soluções costumizáveis e flexíveis que permitam a reconfiguração dos espaços consoante as particularidades de cada área e as necessidades específicas de cada utilizador. De forma contrastante, no que toca à decoração notamos uma certa nostalgia e um esforço na integração de elementos mais tradicionais. Esta clara homenagem ao passado, forma muitas vezes uma interessante dicotomia, onde o passado e o futuro se encontram para uma interpretação contemporânea do que é uma casa portuguesa, com certeza”, destaca C
Já a Uperfil destaca a integração das casas de banho nos ambientes de quartos. Uma tendência crescente de acordo com Avelino Silva da Tecniduche / BanhoConcept. “Identifica-se a tendência de casas banho integradas nos quartos, apenas com separação banho/quarto em vidro e no interior também a separação em vidro”.
Cozinhas: muito mais do que espaços de convívio
Ao nível das cozinhas “podemos destacar a utilização de ilhas e penínsulas, conceitos cada vez mais usados e que permitem desenvolver o lado social que a cozinha representa nos nossos dias”, refere Luís Toscano, da Cosentino.
Uma tendência destacada também por Mariana Coelho, da Ikea. “Cozinhas abertas, com ilha isolada central, electrodomésticos encastrados, soluções extraíveis, electrodomésticos de baixo consumo e soluções integradas de reciclagem, são as tendências que as famílias portuguesas seguem cada vez mais”, acrescenta.
Sem duvida que “a cozinha voltou a ser um espaço de partilha e de convívio, onde as emoções devem estar presentes”, considera Ana Ferreira, communication manager da Miele, que destaca ainda duas tendências distintas nesta área que têm vindo a ganhar espaço: “Se, por um lado, há quem queira que os eletrodomésticos passem o mais despercebidos possível, há também quem os procure enquanto objectos de design. Para as duas vertentes a Miele tem apresentado soluções na área dos encastráveis que transmitem ambas as possibilidades. Eletrodomésticos sem puxadores ou nas cores mais comuns dos móveis de cozinha são um exemplo da nossa preocupação enquanto fabricante de electrodomésticos premium”.
Notamos também que a cozinha voltou a ser um espaço de partilha e de convívio, onde as emoções devem estar presentes. Cozinhar com electrodomésticos que permitem mais facilmente atingir os resultados pretendidos é também um objectivo da Miele, queremos sobretudo facilitar a vida dos utilizadores.
Estratégia: Inovar, inovar, inovar
O mercado nacional continua a ser o mercado estratégico para as empresas que actuam no segmento de cozinhas e casas de banho, que pela sua dimensão mais reduzida permite também ter um contacto mais directo com o cliente final, mas também com os retalhistas e arquitectos.
“O mercado nacional tem um peso muito relevante na nossa estratégia de crescimento e foi precisamente a aposta cada vez maior neste mercado que pesou na decisão de definir estratégias que alavancarão ainda mais as vendas neste mercado e aumentarão a nossa expressão e posicionamento no mesmo, através da aposta no desenvolvimento de novas soluções de apoio à distribuição e exposição no ponto de venda, assim como no desenvolvimento de novas ferramentas que permitirão aos nossos retalhistas, prescritores e arquitectos trabalhar mais eficazmente a nossa vasta gama de produtos, permitindo a tomada de decisões mais assertivas, mais informadas e mais conscientes”, refere Isabel Rebelo.
A estratégia que a Roca tem vindo a desenvolver desde a sua criação passa por manter uma presença muito consolidada nos países onde a empresa opera. “Conseguir uma relação de confiança e de colaboração com os nossos distribuidores é um factor muito importante para depois transmitir essa imagem ao público. Esta política é intemporal. Portugal foi o primeiro mercado de expansão internacional da Roca, na década de 1970 e, desde então, tem sido sempre prioritário para a empresa. Mantemos uma presença muito consolidada no país graças à relação de confiança e colaboração a longo prazo com os nossos distribuidores”, destaca Jorge Vieira.
Para a Barros & Moreira, os próximos anos serão de “reforço das suas competências internas, continuando com um forte compromisso entre o design e a versatilidade”. Continuar a apresentar novas soluções e mais competitivas fazem também parte das perspectivas da empresa, “motivado pelo reforço das nossas competências que resultam numa vasta e competitiva oferta de soluções integradas de banho e marcado pelo contínuo lançamento de novos produtos com um forte enfoque no cliente de forma a potenciar o crescimento do nosso negócio”.
O desenvolvimento de produtos que aposta no design e com características técnicas únicas vai também continuar a fazer parte da estratégia da Cosentino. “Temos sempre a preocupação de desenvolver novos produtos quer em termos de design quer em termos de características técnicas, que aportem não só diferenciação como valor para os consumidores. Continuaremos seguramente fiéis a estes pilares”, salienta Luís Toscano.
Para a Delabie o principal desafio será “continuar a inovar com soluções adaptadas às necessidades dos estabelecimentos que recebem público”, mas que seja em simultâneo confortável e esteticamente apelativo.
Investir na presença da marca Sanitana em todo o País, tanto nos pontos de venda como junto dos consumidores é a principal aposta da empresa, como explica Lina Sousa: “Iremos continuar a reforçar a nossa oferta comercial e o continuar a investir na presença da marca Sanitana nos diferentes pontos de venda. Já demos os primeiros passos nesse sentido e continuaremos a apostar no reforço da imagem da marca junto dos nossos consumidores, que esperamos que nos encarem cada vez mais como uma marca competente e competitiva, com um leque de oferta de produto variado e adaptado às diferentes necessidades”.
Também a Uperfil pretende aproveitar o bom momento do sector da construção para crescer no mercado. “A nossa estratégia para crescer no nosso mercado é abrir mais distribuidores por todo o país, oferecendo-lhes um produto cada vez com mais qualidade, mas especialmente um bom serviço desde o aconselhamento até à instalação por técnicos qualificados”, explica Avelino Silva.
Sustentabilidade ditam criações
Além de ser cada vez mais uma tendência, é também uma própria exigência legal e dos próprios clientes que os produtos associados as cozinhas e casas de banho sejam cada vez mais eficientes.
Não só numa poupança de redução de custos, mas também numa óptica de preservação da natureza.
A Roca tem feito dessa tendência uma bandeira e forma de actuar no mercado. “Os packs de misturadoras de encastrar, que oferecem segurança, conforto e design são um exemplo da redução do consumo de água. Todos os packs são compostos por misturadora de encastrar, chuveiro de parede e chuveiro de mão, bem como os respectivos suportes e complementos”, refere Jorge Vieira que destaca ainda “a W+W, uma peça que define uma nova categoria para o equipamento sanitário: lavatório e sanita integrados numa única peça, Urinol Flush Free, um novo conceito de urinol que não precisa de água nem electricidade para ser usado e Sistema Cold Start (um inovador sistema de abertura da torneira em água fria”.
Aliás, o compromisso e a preocupação da Roca por questões relacionadas com a sustentabilidade e o meio ambiente são reflectidas na criação, em 2010, da Fundação We Are Water, com vista a consciencializar e difundir uma nova cultura da água e do desenvolvimento de acções para minimizar os efeitos da falta de recursos hídricos e melhorar o acesso ao saneamento básico.
A OLI é outras das empresas cuja esforço por inovar e ao mesmo tempo tornar cada vez mais eficientes tem sido a logica de toda a estratégia da empresa, com foco na reabilitação. Neste sentido, “têm sido desenvolvidas soluções eco-eficientes para renovações estruturais de casas de banho, mas também para remodelações rápidas. A reabilitação pode ser desenvolvida com a adopção de solução simples. Uma dessas soluções é o QR-INOX, um módulo sanitário com alta tecnologia incorporada, com uma moldura lateral monopeça em aço inox e um revestimento em vidro temperado de 8 mm. O QR-INOX pode ser aplicado em todos os tipos de parede e recorrer a ligações de água existentes”, destaca António Oliveira.
A sustentabilidade desempenha, também, um papel cada vez mais importante, com a utilização de materiais reciclados como matéria-prima no processo de produção de novos móveis de cozinha. “É o caso da nossa cozinha KUNGASBACKA – feita a partir de garrafas de plástico e madeira recicladas, utilizando o desperdício como fonte de matéria-prima, explica Mariana Coelho.