Prémios KNX 2019 “mostram a necessidade que o mercado sentia de mostrar o excelente trabalho que se está a desenvolver”
A Decor Hotel deste ano serviu de palco à segunda edição dos Prémios KNX Portugal, que distinguiu as melhores instalações assentes naquele protocolo de automação. Na ocasião, a Associação promoveu ainda uma conferência sobre Segurança de Redes Inteligentes em edifícios, onde se concluiu que a formação “é a principal área onde fazer a pedagogia da minimização dos riscos”
CONSTRUIR
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“Expectativas superadas”. É assim que os responsáveis da Associação KNX Portugal classificam a edição deste ano dos Prémios KNX, que galardoou as melhores obras que recorreram a este protocolo para automação de casas e edifícios. O hotel Porto Bay Flores, executado pela Projedomus, foi distinguido com o Prémio KNX, ao passo que o Bairro Alto Hotel, intervenção executada pela Domotica Solutions, foi considerada o melhor na categoria Prémio Integrador. Já o Hospital Internacional dos Açores, que contou com o contributo da BAC/Modusnefer, foi distinguido com o prémio Projecto, numa cerimónia que decorreu por ocasião da Decor Hotel.
Ao CONSTRUIR, o secretário executivo da associação, e presidente do júri, revela, desde logo, um acréscimo significativo do número de candidatos, que este ano se fixou em 43 (contrastando com as 27 candidaturas recebidas em 2018, naquela que foi a primeira edição do evento). Rui Horta Carneiro faz um balanço “extremamente positivo” da iniciativa e defende que os resultados apurados “mostra a necessidade que o mercado da Domótica e dos Edifícios Inteligentes sentia de mostrar o excelente trabalho que se está a desenvolver no mercado”. Há ainda, segundo o mesmo responsável, uma outra perspectiva de análise, que evidencia o crescimento da importância dos Prémios KNX Portugal: “o da qualidade e da diversidade dos Projectos que foram submetidos a concurso”. No entender de Rui Carneiro, “houve projectos grandes, médios e pequenos; distribuídos por todo o Portugal e mesmo um projecto de fora do país; houve projectos em todo o tipo de perfis de edifícios – de habitação, de serviços e de indústria. Tivemos projectos do sector público e do sector privado”. Questionado sobre a existência de algum fio condutor entre as candidaturas, Rui Horta Carneiro explica que há, desde logo, a “circunstância de quase todos os concorrentes do ano de 2018 terem voltado a concorrer em 2019”. “Mostra que esta iniciativa dos Prémios KNX promovida pela Associação KNX é credível e reconhecida pelo mercado”. O secretário executivo da associação sublinha, igualmente, que “a par da enorme diversidade do tipo de projectos submetidos, o nível geral dos mesmos parece ser mais elevado. Alguns dos projectos apresentados são excelentes em qualquer parte do mundo”. “O nível técnico, a capacidade de integração, o desenho das soluções KNX, as funções, a integração nas soluções KNX de outros protocolos técnicos com um controlo centralizado, mostram a qualidade da engenharia em Portugal e também a qualidade crescente que as soluções KNX oferecem no mercado português”, diz.
A Atec (na categoria KNX), a fábrica da Dinefer, executada pela Finiluz (na categoria Integrador) e a Homezero, da responsabilidade da Dreamdomus (Projecto KNX) foram reconhecidas com Menções Honrosas.
Segurança em Conferência
O evento coincidiu com a realização de uma conferência, promovida pela associação, dedicada à Segurança de Redes Inteligentes em edifícios, iniciativa onde Nuno Gaspar, especialista da Schneider em Arquitectura e Sistemas sublinhou que “assumindo que os ciberataques “demoram, em média e segundo alguns estudos, 90 dias a serem detectados na sua verdadeira extensão e em alguns casos podem decorrer até seis meses a detectar uma fuga de informação”. “A questão já nem é saber se somos atacados, mas sim assumir que algum dia vamos ser vítimas e, nessa medida, trabalhar para prevenir e detectar eventuais intrusões e perceber o propósito destas. Até 2022 vamos ter um fluxo de dados 100 vezes superior ao que processamos e tratamos hoje, daí a necessidade de minimizar a visibilidade da presença na Internet e, claramente insistir na formação, que é a principal área onde fazer a pedagogia da minimização dos riscos”, referiu o orador. Já Miguel Soares, director técnico da BEG, centrou a sua intervenção na segurança das redes inteligentes KNX e, em particular, nos custos da ‘não segurança’. Para o responsável, “os sistemas têm-se desenvolvido motivados pela procura, para satisfazer o conforto das pessoas, a eficiência energética no caso dos edifícios e também para reduzir custos de exploração. E tudo isto com a necessidade de acautelar a segurança. Por outro lado, as redes 5G vão trazer maior amplitude para a mobilidade e maiores exigências”. “Sendo ainda o KNX uma das ligações mais seguras, a massificação da ligação à Internet torna fundamental a Internet das Coisas (IoT), a partilha de dados que nos vai permitir subsistemas a actuar automaticamente, seja na energia, no tratamento de resíduos, no abastecimento de águas ou na gestão do trânsito”, sublinha, acrescentando que “no segmento residencial, o KNX continuará a estar associado a um mercado diferenciado, que procura suporte profissional e que não está disponível para executar ele próprio as suas soluções. E quando falarmos de soluções para os mercados comercial ou industrial, em momento algum sairemos das soluções profissionais, vamos procurar produtos cada vez mais certificados, padronizados e interoperáveis, que utilizam uma API específica do sistema e não específica do produto”. De acordo com Miguel Soares, permanecem não negligenciáveis os custos da “não segurança”: “O hacker que ataca a nossa instalação ou o nosso hotel pode ser um terrorista ou um vândalo, mas também pode estar sentado ao nosso lado, no caso de ser um concorrente que quer prejudicar-nos o negócio, desligando os sistemas e apagando o nosso edifício. E, no fim, tudo isto tem um custo.” O entender daquele responsável, importa perceber quem assume o “risco”. “Quem vai pagar? O fabricante? Duvido, os equipamentos estão certificados. O projectista? Aqui já tem que tomar cuidado, assinou o projecto. Mas será que especificou o necessário? O instalador assegurou todas as regras de segurança ficaram registadas? E o integrador? Alguns sim, outros não. O gestor de manutenção fez o seu trabalho? Foi verificando a instalação? Resta encontrar o que será o ‘elo mais fraco’. Certo é que a segurança não tem custos e é da nossa responsabilidade”, concluiu