Câmara de Braga contempla residência universitária na antiga fábrica Confiança
Em conferência de imprensa, o presidente da autarquia bracarense, Ricardo Rio, adianta que o novo caderno de encargos será discutido na próxima reunião do Executivo Municipal, agendada para 13 de Janeiro e que, após a validação do mesmo pelos órgãos autárquicos, agendará para meados de Fevereiro a hasta pública do imóvel, que terá um valor base de 3,6 milhões de euros
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A Câmara de Braga anunciou, esta quarta-feira, que o novo caderno de encargos para o processo de alienação da antiga saboaria Confiança prevê a construção, nos terrenos adjacentes, de um novo edifício destinado exclusivamente a residência universitária além de assegurar “a salvaguarda integral da volumetria da antiga fábrica”.
Em conferência de imprensa, o presidente da autarquia bracarense, Ricardo Rio, adianta que o novo caderno de encargos será discutido na próxima reunião do Executivo Municipal, agendada para 13 de Janeiro e que, após a validação do mesmo pelos órgãos autárquicos, agendará para meados de Fevereiro a hasta pública do imóvel, que terá um valor base de 3,6 milhões de euros.
“Apesar de ter toda a legitimidade para avançar com a alienação da Confiança, reconhecida pelos tribunais na sequência das providências cautelares interpostas, o Município decidiu suspender essa venda até que não restassem dúvidas para eventuais investidores sobre o que podia ser ali feito, mesmo com o caderno de encargos existente”, explicou Rio.
A autarquia aponta para a criação, no edifício principal, de um centro interpretativo/museu da memória da Confiança e serviços de apoio à residência universitária com capacidade para 300 unidades de alojamento. De acordo com esta estratégia arquitectónica será possível “repor a integridade do antigo edifício, salvaguardando-se a memória e o espaço da Via Romana XVII, e retomar a rua do Pulo que havia sido interrompida no passado com a ampliação das instalações fabris”.
Plataforma contesta
Quem já reagiu à proposta de Ricardo Rio foi a Plataforma Salvar a Fábrica Confiança, que acusa o presidente da Câmara de Braga de “pretender vender o mais rápido possível a Fábrica Confiança para que promotores imobiliários transformem o edifício num empreendimento de luxo”.
Em comunicado, a plataforma sublinha a que apresentação de Rio é “uma novidade ainda mais surpreendente e prejudicial aos interesses dos bracarenses” na medida em que à venda de um edifício histórico junta-se agora a construção de um novo edifício de sete andares, mais dois do que estava estimado em 2018, “sob a falácia da criação de uma residência “universitária” privada com 300 apartamentos”.
“Este prédio de grandes dimensões será construído no logradouro da Fábrica Confiança e ficará separado do edifício histórico apenas alguns metros. A consumar-se uma edificação desta dimensão no logradouro desaparecerá, assim, o último potencial espaço público para fruição da população naquela zona da cidade já densamente edificada”, assegura o movimento, que teme que o município esteja a vender património municipal e pago pelos munícipes “para que um promotor imobiliário facture milhões de euros por ano, criando a ilusão de que está a responder à procura de alojamento de estudantes e que se trata de um equipamento de cariz social. O projecto será mais um impulso para a subida galopante de preços da habitação em Braga, que se tem registado nos últimos anos, e que continua sem resposta por parte das entidades públicas”. A Plataforma Salvar a Fábrica Confiança aponta, para isso, a realidade de outras cidades onde já existe oferta privada de residências, sublinhando que “este tipo de alojamento custa entre 700 e mil euros por mês”.