Covid-19 com forte impacto na venda de casas no 1º trimestre
“Temos tido sinais, confirmados aliás por algumas entidades financeiras, de que a procura por estrangeiros se tem vindo a acentuar, motivada pelo bom desempenho do País na gestão sanitária desta crise”, assegura o presidente da APEMIP
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A Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) revelou esta quarta-feira que, no primeiro trimestre de 2020. transacionaram-se 43.532 alojamentos familiares, registando uma quebra de 11,6% face ao trimestre anterior e de 0,7% face ao período homólogo.
Este decréscimo no número de casas não surpreende o presidente da APEMIP, Luís Lima, que o justifica com a pandemia de Covid 19.
“A quebra do número de vendas já era esperada devido ao surto pandémico e ao decreto do Estado de Emergência em Março, que motivou três situações: o adiamento de escrituras, o encerramento dos estabelecimentos ao público e o impedimento de realizar de visitas presenciais a imóveis. Perante esta situação, era expectável que o número de vendas registasse um decréscimo, que deverá ser ainda mais acentuado no segundo trimestre deste ano”, antecipa o representante das imobiliárias.
Apesar de preocupado com a evolução do mercado, Luís Lima revela-se otimista com perante as perspetivas do sector.
“Nenhum sector está imune às consequências desta crise pandémica e o imobiliário também não está. O comportamento da economia e a estabilidade laboral das famílias influencia diretamente o desempenho do mercado. No entanto, acredito que este sector será um dos primeiros a recuperar, alavancando eventualmente outros como o turismo, cuja recuperação e espera mais lenta” diz o Presidente da APEMIP, que aponta as oportunidades do investimento estrangeiro e do arrendamento urbano.
“Temos tido sinais, confirmados aliás por algumas entidades financeiras, de que a procura por estrangeiros se tem vindo a acentuar, motivada pelo bom desempenho do País na gestão sanitária desta crise. Apesar de não haver ainda concretizações, logo que se registe a reabertura de algumas rotas aéreas e a confiança para viajar, deveremos reaver o investimento estrangeiro no sector. Por outro lado, o arrendamento urbano seguirá como um novo paradigma de atuação para o sector, quer numa perspetiva investimento, quer numa perspetiva de mercado” declara Luís Lima.
No que diz respeito aos valores de venda, o primeiro trimestre do ano registou um investimento de mais de 6.7 mil milhões de euros, que apesar de fixar uma descida de 2,5% face ao último trimestre de 2019, assinala um aumento de 10,4% comparativamente com o período homólogo.