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Previsão de abrandamento nos escritórios com esperada recuperação em “U”
“Ainda que neste segundo semestre existam expectativas de recuperação, os níveis atingidos ficarão aquém dos anos de 2018 e 2019”, indica Rodrigo Canas, da Savills Portugal
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O mercado europeu de escritórios está a começar a desacelerar, apesar de um início positivo em 2020, de acordo com o Savills Spring 2020 European Office Outlook.
Os dados da consultora imobiliária internacional mostram que, depois de muitos países começarem a sair do período de confinamento devido à pandemia de Covid-19, a forma da recuperação e as perspectivas de uma rápida recuperação económica mudaram, com previsões para uma recuperação em forma de “U”.
Rodrigo Canas, associate director do Departamento de Escritórios da Savills Portugal considerou ser “natural que a situação vivida por todos tenha provocado uma quebra significativa na absorção de escritórios. O facto de ter existido um confinamento obrigatório praticamente em todo o Mundo, juntamente com a adaptação das empresas ao teletrabalho, diminuiu a necessidade imediata de escritórios por parte das empresas. Por essa razão, ainda que neste segundo semestre existam expectativas de recuperação, os níveis atingidos ficarão aquém dos anos de 2018 e 2019.
A maioria dos bloqueios governamentais na Europa não foram totalmente implementados até Março, o que limitou a conclusão de alguns acordos antes do final do primeiro trimestre. Os números do relatório demonstram que os escritórios europeus atingiram 2,1 milhões de metros quadrados no primeiro trimestre de 2020, 21% abaixo da média de cinco anos. Isto pode ser atribuído em grande parte aos níveis mais baixos de ocupação nas grandes cidades, como Paris (menos 37% em relação ao ano anterior), Berlim (menos 33% em relação ao ano anterior) e Madrid (menos 47% em relação ao ano anterior), embora seja importante lembrar que este número é frequentemente influenciado pelas transacções concluídas durante o quarto trimestre do ano anterior.
Como tal, espera-se que o segundo trimestre de 2020 sofra as consequências do impacto da pandemia de Covid-19 no sector de arrendamento de escritórios em toda a Europa, com muitas visitas adiadas e os especialistas incapazes de procederem a diligências técnicas nas propriedades.
Embora a natureza de cada crise económica varie conforme o estado da economia naquele momento, olhar para a Crise Financeira Global (GFC) pode ajudar a ter uma ideia de quão resiliente o mercado de escritórios é durante esses períodos de incerteza.
A Capital Economics prevê que o crescimento médio do arrendamento de escritórios nas cidades europeias caia 0,6% nos principais mercados europeus em 2020, contra o conjunto anterior de previsões divulgadas durante o quarto trimestre de 2019, indiciando um crescimento de 3,8%. Embora as previsões de cinco anos pareçam relativamente estáveis.
A nível de rendas existe ainda alguma incerteza nos principais mercados Europeus, sendo que em Portugal não existem evidências de uma correcção dos valores de arrendamento de escritórios, antes pelo contrário. As operações concretizadas durante este momento, algumas que já vinham em negociação do ano transacto, não sofreram alterações a nível de pricing. Dada a escassez de escritórios de qualidade no nosso País, acreditamos que os preços se deverão manter estáveis, ainda que haja um abrandamento no crescimento dos níveis de rendas verificadas em anos anteriores.”
Tal como a imprevisibilidade que envolve o mercado de arrendamentos, as previsões para o investimento em escritórios europeus dependem um pouco do que o segundo trimestre trará. O primeiro trimestre, como esperado, gerou um início robusto do ano, com transacções de investimento a atingir os 23,3 mil milhões de euros, ou seja, 16% acima da média de cinco anos de 20,1 mil milhões de euros. Grande parte dessa actividade pode ser atribuída a uma mudança de volta ao core, ilustrada pela resiliência do Reino Unido, França e Alemanha, responsável por 73% do total de transacções, acima dos 63% no primeiro trimestre de 2019. Esses países beneficiaram de 4,6 mil milhões de euros, 4,9 mil milhões de euros e 7,4 mil milhões de euros, respectivamente, com o Reino Unido a apresentar um aumento de 60% em relação ao ano anterior, graças a uma posição mais clara em torno da estratégia do Brexit.