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    Mercado nacional no centro da estratégia da TPF Consultores

    Carlos Baião é, desde Maio, presidente do Conselho de Administração da TPF Consultores de Engenharia e Arquitetura, empresa que celebra este ano quatro décadas de vida. 2020 e a situação de pandemia que vivemos volta a trocar as voltas à estratégia da empresa que em 2019 tinha no mercado externo 70% da sua actividade

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    Mercado nacional no centro da estratégia da TPF Consultores

    Carlos Baião é, desde Maio, presidente do Conselho de Administração da TPF Consultores de Engenharia e Arquitetura, empresa que celebra este ano quatro décadas de vida. 2020 e a situação de pandemia que vivemos volta a trocar as voltas à estratégia da empresa que em 2019 tinha no mercado externo 70% da sua actividade

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    Carlos Baião é, desde Maio, presidente do Conselho de Administração da TPF Consultores de Engenharia e Arquitetura, empresa que celebra este ano quatro décadas de vida. O novo PCA assume as rédeas da empresa numa altura em que esta enfrenta o maior desafio da sua história.

    Detida a 100% pelo grupo belga TPF, a empresa herdou ao longo dos últimos 40 anos a experiência acumulada de algumas das mais antigas empresas de engenharia nacionais que, ano após ano a foram integrando. A história da TPF Consultores de Engenharia e Arquitetura é uma história de sucesso mas também de sobrevivência.

    2020 e a situação de pandemia que vivemos volta a trocar as voltas à estratégia da empresa que em 2019  tinha no mercado externo 70% da sua actividade. Sem pensar duas vezes, a estratégia da nova administração passa por um maior incremento da actividade no mercado nacional, de olho nas infraestruturas defendidas pelos planos de recuperação nacional e europeu e financiadas, maioritariamente por fundos europeus. A empresa não estará sozinha nesta estratégia mas a sua experiência pode fazer a diferença.

    Como terminou o último ano fiscal para a TPF Consultores de Engenharia e Arquitetura e qual o peso da empresa no seio do grupo TPF?

    A TPF Consultores facturou em 2019, em termos consolidados 28,2 milhões de euros. Nesse mesmo ano o Grupo TPF facturou 248 milhões de euros. Embora em termos de facturação o nosso peso tenha sido de 11,4%, em termos de EBITDA do Grupo TPF, foi de mais de 25%.

    A última aquisição do grupo em Portugal, a Cenor em 2016, permitiu à empresa crescer quanto?

    A aquisição em 2016 conduziu a um aumento de 30% a 60%, variando nos últimos quatro anos em função da menor ou maior exportação. No entanto, mais do que esses valores, a aquisição veio proporcionar uma dimensão internacional mais robusta à empresa, tendo, simultaneamente, alargado significativamente as nossas áreas técnicas de atuação, tornando-nos, actualmente, na maior empresa de consultoria nacional na actividade conjunta de engenharia e arquitectura.

    Hoje estão presentes em quantos mercados? Qual o peso destes nas contas da empresa? 

    A TPF Consultores, para além do mercado nacional, está presente em Angola, Argélia, Camarões, Macau, Moçambique, Timor-Leste e Turquia, mas trabalhamos activamente no Brasil em parcerias com empresas do Grupo TPF, e actuamos de uma forma geral nos mercados onde vão surgindo as oportunidades, como sejam os exemplos de contratos em curso no Quénia e na Guiné Conacri, correspondendo o mercado internacional a cerca de 70% da nossa actividade.

     Quantos colaboradores empregam?

    A TPF Consultores, portuguesa, tem cerca de 310 colaboradores, incluindo participadas, e o Grupo integra cerca de 4000 colaboradores permanentes.

    Linha Ferroviária OTT, Argélia

     Quais as principais obras onde estão a operar?

    No mercado internacional, trabalhamos sobretudo na área de instalações de saúde (hospitais), sistemas de abastecimento de água e de energia hídrica, em Angola, em infraestruturas de transporte (rodovias, ferrovias e sistemas de metro), na Argélia, em ordenamento e planeamento do território e em estudos de infraestruturas hidráulicas, em Moçambique, e no imobiliário, em Macau. Em Timor-Leste, nos Camarões e na Turquia trabalhamos em projectos diversificados, sejam na área das infraestruturas urbanas e rodoviárias, seja na área de instalações de saúde, ou, ainda, na área da engenharia geotécnica. Esta última área é também o caso do Brasil, onde temos vários contratos em curso de consultoria no sector mineiro.

    A TPF Consultores é, actualmente, com grande probabilidade, a empresa portuguesa de engenharia e arquitetura mais pluridisciplinar, tendo profissionais permanentes que lhe permite intervir nas áreas de Edifícios, Estruturas e Instalações Técnicas, de Ambiente, de Hidráulica, de Desenvolvimento Agrícola, de Transportes, de Geologia e Geotécnia, bem como na Gestão e Fiscalização de Obras, tanto a nível de Engenharia como também de Arquitectura e da cada vez mais ativa modelação BIM.

    De que forma está repartido o capital da empresa e qual o peso do Grupo TPF? Existe autonomia de decisão?

    O capital da empresa é neste momento detido a 100% pelo Grupo TPF. Contudo, existe autonomia de decisão até ao limite que a própria administração da TPF Consultores entenda que a deve assumir. Por outras palavras, é com total naturalidade que a Administração coloca os problemas ao accionista sempre que entende que estes, pela sua delicadeza ou relevância no futuro da empresa, requerem a sua opinião ou intervenção.

    A TPF Consultores integra o Comité Executivo do Grupo TPF, que reúne com frequência. No início de cada ano são estabelecidos os KPI estratégicos da empresa, sendo a gestão totalmente orientada para o seu cumprimento.

    Como vêm o actual momento, do ponto de vista do sector onde actuam, e dos desafios que hoje se colocam, tendo em conta a vossa exposição ao mercado exterior?

    O actual momento do nosso sector de atuação é critico e já nos acarretou graves problemas, principalmente em toda a actividade de exportação da empresa. O volume da nossa faturação no mercado internacional, no ano de 2019, correspondia a cerca de 70% e, este ano, dificilmente atingirá 50%. Estamos, de forma empenhada, a procurar adaptarmo-nos a esta nova realidade, sendo que, presentemente, o que verdadeiramente nos preocupa são as dívidas pendentes de pagamentos já vencidos que possuímos no exterior e a visível tendência para o respectivo pagamento se protelar, dadas as dificuldades sentidas pelos nossos diferentes clientes estrangeiros, quer privados quer do sector público.

    Aumentar a presença no mercado nacional pode ser uma solução?

    A procura da compensação da redução das exportações  através do incremento de actividade no mercado nacional tem sido um objectivo estratégico da Administração, contudo, é necessário ter em consideração que as margens libertadas pela actividade no mercado nacional não são comparáveis com as de certos mercados exteriores, sendo na realidade bastante inferiores. Tal significa que, para a empresa apresentar resultados positivos semelhantes aos de anos anteriores, terá de angariar uma carteira de negócios substancialmente maior. Para que tal objectivo seja atingido muito se depende da implementação com sucesso do Plano de Recuperação Económica de Portugal, recentemente divulgado. Este Plano prevê um significativo incremento da actividade no sector onde nos inserimos, englobando os programas PT 2020, o Plano de Recuperação Europeu, bem como os fundos disponibilizados ao abrigo do Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027 europeu.

    TPF Consultores: A herdeira da engenharia portuguesa

    Hospital Cuf Sintra

    Contar a história da TPF Consultores é percorrer alguns dos marcos da engenharia do nosso país com intervenções em grandes projectos e obras. A história da TPF Consultores inicia-se em 1980, com a constituição da Planege, que resultou da  cisão de uma empresa de consultoria de engenharia hidráulica, a Sanaqua. Ao longo de quatro décadas a empresa viria a agregar, por aquisição e fusão, várias entidades: a Partex-CE, a P&V, a ProSistemas, a Provia e, mais recentemente, a Cenor.

    A Planege foi constituída com doze sócios, dos quais dez eram ex-acionistas da Sanaqua todos com capital accionista praticamente igual, ao jeito de uma cooperativa, tão em voga na altura.

    De uma empresa que tinha iniciado a sua actividade no ramo praticamente exclusivo da engenharia sanitária e dos projectos de engenharia, o mercado encaminhou-a, aos poucos, para a área pluridisciplinar de coordenação e fiscalização de obras. Durante um largo período de tempo e até uma nova fase, a empresa foi-se especializando essencialmente em gestão e fiscalização de obras, mantendo nichos de actividade de projecto de engenharia em áreas industriais, como a cimenteira.

    Em 2001 a história desta empresa toma um novo rumo. Nesse ano a empresa foi adquirida pela TPF CE. A empresa de consultoria belga tinha entrado no país um ano antes, com a aquisição de 65% da Partex CE. A TPF-CE decidiu reforçar a sua posição no mercado nacional e “persuadiu” o accionista a adquirir também a Planege, passando a empresa a designar-se, então, TPF Planege.

    A TPF Planege ganhou projecção no mercado interno, tendo estado envolvida na construção dos estádios para o Euro 2004. A partir de 2006  o mercado externo começa a tomar dimensão na actividade da empresa. A rota internacional inicia-se na Argélia e depois em Angola, ambos os mercados em 2006, e em 2019 surge Moçambique.

    O reforço das áreas de engenharia de projectos levou, primeiro, à aquisição da P&V, que à data tinha estado envolvida na ampliação do Hotel Savoy na Madeira, de forma a garantir a área de engenharia de estruturas. Seguiu-se a ProSistemas, para garantir a área de engenharia hidráulica  e, finalmente, a Provia, para suprir a área de infraestruturas de transportes.

    Em 2012, graças a estas aquisições, a TPF Planege  tinha já uma facturação de 35% a 40% em projectos e de 60% a 65% em coordenação e fiscalização de obras, correspondendo a actividade exportada a cerca de 70% da sua faturação total. O peso do mercado externo fez com que a empresa ultrapassa-se razoavelmente bem as crises em Portugal de 2008 e 2012.

    No cada vez mais internacional Grupo TPF a empresa mantinha uma posição importante, fazendo parte do Comité Executivo conjuntamente com colegas belgas, franceses, indianos e brasileiros. À data, a empresa nacional representava entre 25% e 30% da facturação do Grupo Belga.

    Mas a casa mãe estava ela própria empenhada na sua estratégia de expansão internacional em países como a Índia, o Senegal, o Brasil, Marrocos ou Espanha. Desde 2001, altura em que o Grupo TPF adquiriu a Planege, até 2014, quando o Grupo adquiriu duas empresas espanholas, o crescimento foi da ordem de 100%. A aquisição pelo Grupo TPF de ambas as empresas, a Getinsa e a Euroestudios, reduziu a influência da TPF Planege a cerca de 10%.

    Foi nessa ocasião que a TPF Planege decidiu encetar conversações com a Cenor. As duas empresas cooperavam havia já alguns anos através de parcerias específicas para determinados trabalhos, tanto em Portugal continental, como na Região Autónoma da Madeira, e até mesmo em Angola, no construção da Cimenteira do Cacuaco. A Cenor possuía também clusters de especialização que a TPF Planege continuava a não deter, em especial nas áreas da geologia e geotecnia. Em 2016 é formalizada a fusão entre a TPF Planege e a Cenor, da qual resultou a TPF Planege Cenor.

    Em 2018 a empresa assume a designação TPF – Consultores de Engenharia e Arquitectura e assume-se como uma empresa portuguesa, que integra um grupo de dimensão internacional mas com gestão “integralmente” nacional, constituindo hoje um importante subgrupo dentro do Grupo TPF com  sucursais em Angola, Argélia, Camarões, Macau, Moçambique, Turquia e Timor-Leste.

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    Tecnologia Efacec na digitalização da rede francesa de transporte de electricidade

    A empresa vai fornecer dispositivos adicionais para três novos sistemas de automação e protecção, a instalar em subestações digitais durante o ano de 2024, bem como para as plataformas de testes laboratoriais e de formação do pessoal técnico e de engenharia da Rede de Transporte de Electricidade francesa (RTE)

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    A encomenda surge na sequência da qualificação bem-sucedida da fase piloto do projecto R#SPACE – “RTE’s Smart Protection Automation and Control Ecosystem”, que culminará com a entrada em funcionamento da primeira subestação digital inteligente em Ploeren, França, nas próximas semanas.

    “O projecto-piloto R#SPACE reforça a nossa posição em França, onde assinámos, nos últimos dois anos, mais de 100 milhões de euros em contratos, nomeadamente na área dos transformadores, com os vários operadores de rede do mercado francês”, afirma Rui Dias Jorge, Gestor de Produto da área de Automação e Controlo de Protecção (PAC) da Efacec.
    A subestação digital inteligente de Ploeren marca uma mudança de paradigma, tornando a operação do sistema eléctrico francês mais eficiente, resiliente e segura, utilizando uma solução com muito menor impacto ambiental e reduzindo assim substancialmente a pegada de carbono.

    Os produtos de automação e controlo da Efacec – TPU L500, MCU 500 e Automation Studio – foram formalmente aprovados pela RTE no âmbito do projecto R#SPACE, que constituirá a base do futuro sistema de protecção e controlo da rede eléctrica.

    Estes produtos destacam-se tanto pela sua complexidade tecnológica como pela sua capacidade de responder aos requisitos funcionais e de integração definidos pelo cliente. Foram concebidos de raiz para serem um elemento estruturante da subestação digital inteligente e são pilares do portfólio Efacec, em linha com a mais avançada tecnologia de proteção e automação de subestações de transporte de energia eléctrica.

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    Siemens aposta na digitalização industrial

    Ao CONSTRUIR, o responsável da Siemens Digital Industries em Portugal revela que “hoje em dia se fala mais em soluções que em equipamentos”. Luís Bastos explica a aposta do grupo na digitalização, o acelerador de um processo onde é possível produzir mais com menos recursos e com ganhos de eficiência, desde logo porque quem gere vai poder ter acesso a uma maior quantidade de informação que pode sustentar a tomada de decisões estratégicas

    Ricardo Batista

    A teoria não é de hoje, mas a evolução tecnológica, na era do aprofundamento da Inteligência Artificial, torna mais relevante esta evidência: transformar dados em informação é um passo essencial para tomar melhores decisões estratégicas. Não basta só colectar os dados — eles precisam de ser processados para ganharem sentido e se tornarem úteis. O essencial está, agora, na forma como esses dados são recolhidos e, por conseguinte, trabalhados.

    A Siemens, especialista em soluções digitais para a economia, indústria e infraestruturas urbanas do futuro, tem, ao longo dos últimos anos, reforçado a aposta em modelos mais avançados que permitem às empresas dar esse passo em frente na identificação e abordagem às melhores práticas que as tornem mais produtivas e competitivas.
    Ao CONSTRUIR, o responsável da Siemens Digital Industries em Portugal revela que “hoje em dia se fala mais em soluções que em equipamentos”. Luís Bastos recorda que o grupo, nos últimos anos, tem efectivamente “investido largamente em equipamentos mas, no final das contas, interessa o valor daquilo que apresentamos ao mercado, o valor acrescentado”. “O nosso posicionamento é, cada vez mais, o de um solution provider”. Para aquele responsável, o tipo de soluções desenvolvidas pela Siemens podem “ajudar a optimizar os vários processos industriais e na área das infra-estruturas, tendo como mote a sustentabilidade”.

    Entre as apostas mais recentes está o Xcelerator. Trata-se de uma plataforma de negócios digital aberta, para acelerar a transformação digital e a criação de valor para clientes de todas as dimensões, nas áreas da indústria, edifícios, redes de energia e mobilidade. Esta plataforma de negócios torna, de acordo com a empresa, “a transformação digital mais fácil, rápida e escalável. A Siemens Xcelerator inclui um portefólio seleccionado de hardware, software e serviços digitais, de todo o universo Siemens e de terceiros certificados, conectados à IoT; um ecossistema de parceiros em expansão; e um marketplace em constante evolução para facilitar a interacção e as transacções entre clientes, parceiros e programadores”.

    Operações sustentáveis
    “Procuramos que as nossas operações sejam o mais sustentáveis possíveis, tanto energeticamente e ambientalmente como financeiramente”, explica Luís Bastos, acrescentando que “procuram contribuir para que se consiga produzir mais com menos recursos, com ganhos de eficiência”. Como se consegue atingir esses ganhos? Luís Bastos explica que “o principal acelerador é a digitalização”. A empresa já tem uma base instalada muito grande nas várias industriais, nos vários chãos de fábrica, nas automações, instrumentação, accionamentos. “Neste momento, estamos a investir largamente na área das tecnologias da informação com um objectivo de ligar estes Mundos, potenciar os vários processos físicos nas instalações industriais”, refere Luís Bastos, para quem a ligação entre estes Mundos vai permitir uma maior optimização dos processos, não estar limitada à capacidade de processamento e armazenamento local mas ter acesso à cloud, com um potencial infinito para processamento de informação, ajustada às tecnologias de data analitics para podermos tirar maior partido da informação que recebemos das várias estações da fábrica e, com isso, ajustar processos”.

    O responsável da Siemens Digital Industries explica que é possível, actualmente, construir uma fábrica digital que seja um verdadeiro gémeo do universo físico, desde o desenho do produto à implementação de todo o processo industrial, permitindo reproduzir digitalmente todo o processo produtivo. “Consegue-se com isso optimizações muito significativas, ganhos de eficiência, reduções de custos…Há um denominador comum: entendemos que é possível que, nesta ligação entre o Mundo virtual e o físico, consegue-se optimizar significativamente, tornar mais sustentáveis e gastar menos recursos para produzir mais”, conclui.

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    “O processo construtivo terá de ser mais eficiente”

    O Congresso da APPC decorre esta terça-feira no Centro Cultural de Belém

    Ricardo Batista
    tagsAPPC

    “O resultado terá de ser mais eficiente, seja ao nível do produto acabado, seja no modo como se constrói”. A garantia foi dada por Pedro Siza Vieira, ex-ministro da Economia e presidente do primeiro Congresso da Associação Portuguesa de Projectistas e Consultores, que esta terça-feira decorre no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

    Para o antigo governante, a forma como se responde aos desafios mais emergentes, ligados à descarbonização e à sustentabilidade, terá de ser envolver todos os agentes envolvidos no processo construtivo e “terá de ser mais digital, mais industrializada. A própria forma de contratar terá de mudar”. Siza Viera sublinha, no entanto, que a margem de progressão no que concerne à digitalização do sector é ainda grande e que, também por esse motivo, Portugal perdeu alguma da sua dinâmica competitiva.

    O presidente do Congresso dos projectistas abre ainda a porta a movimentos de concentração entre empresas como forma de se ganhar escala, do mesmo modo que aponta para a importância de aprofundar parcerias entre quem constrói e quem promove. “Há hoje uma evidente necessidade de promover mais conhecimento e de se apostar em recursos humanos mais qualificados que resultem, também, em programas que tenham em consideração não apenas o seu processo de materialização mas todo o ciclo de vida do edificado”.

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    “A industrialização do processo construtivo é realmente uma necessidade e vai ser essencial para garantir uma melhor qualidade das obras”

    Na véspera da realização do primeiro congresso promovido pela Associação Portuguesa de Projetistas e Consultores (APPC), o presidente da associação, Jorge Nandin de Carvalho, fala ao CONSTRUIR sobre as expectivas deste encontro que se realizará no Centro Cultural de Belém no próximo dia 21. “Arquitectura e Engenharia: Um sector em mudança acelerada” é o mote do Congresso e procurámos perceber o que esteve por trás da escolha e que mudanças são estas

    Ricardo Batista

    O primeiro Congresso da APPC realiza-se no dia 21 de Novembro, no Centro Cultural de Belém, a partir das 09h um encontro presidido pelo antigo ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, e que contará com a participação da ministra da Habitação, Marina Gonçalves, e Inés Ferguson, presidente da European Federation of Engineering Consultancy Associations (EFCA). Em entrevista ao CONSTRUIR, o presidente da APPC, Nandin de Carvalho, antecipa alguns dos pontos fundamentais da discussão e aponta as expectativas para esta iniciativa

    Estamos perante o primeiro Congresso promovido pela APPC, uma organização constituída em 1975. Quais são as expectativas para este encontro e, naturalmente, para o formato desta iniciativa?
    O evento conta com três temas-chave: ‘A sustentabilidade na construção: oportunidades e desafios’; ‘Impactos das metodologias colaborativas BIM e da industrialização da construção’; e ‘A inovação nos empreendimentos públicos: que mudanças?’

    Considerámos que realizar um evento desta dimensão seria um passo importante para criar um espaço próprio de fomento da discussão entre intervenientes interessados e especialistas no assunto, em que será possível falar de forma clara sobre os mais variados assuntos que podem ir desde a escassez de mão de obra qualificada, à prefabricação e até mesmo à legislação, que são variáveis que têm vindo a moldar o sector no contexto nacional.
    Temos contado com o interesse crescente de várias pessoas e empresas nossas associadas, mas temos a porta aberta para todas as organizações do sector.

    De recordar que esta Direcção se comprometeu a elaborar e aprovar um Plano Estratégico e fazer cumpri-lo. No primeiro ano aprovámos o Plano Estratégico. Este ano estamos a começar a implementar. Já evoluímos na área comunicacional, que foi um dos problemas detectados. Vamos fazer o nosso primeiro congresso no dia 21 de Novembro (consulte o nosso site), estamos a estudar possíveis alterações na infraestrutura e queremos chegar a mais empresas de arquitectura e de tecnologias da construção.

    “Arquitectura e Engenharia: Um sector em mudança acelerada” é o mote do Congresso. Que necessidades identificaram para que este fosse o tema a discutir?
    Optámos por esse mote com o intuito de aprofundar a discussão sobre os principais desafios enfrentados pelo sector, como a sustentabilidade, a digitalização e a industrialização da construção; nota-se que o nível de preparação das empresas varia consideravelmente, apresentando uma heterogeneidade que está, em parte, relacionada com a área de actuação. As empresas de maior e média dimensão reconhecem que os desafios impostos pela digitalização e sustentabilidade já são uma realidade, sendo essenciais para o próprio desenvolvimento e competitividade empresarial.

    Estas organizações reconhecem a inevitabilidade da futura procura pela certificação ESG (Environment, Social e Governance) e compreendem a necessidade de incluir nos seus relatórios anuais descrições das evoluções e contribuições da empresa no âmbito da sustentabilidade e desenvolvimento social. Isso ultrapassa os tradicionais tópicos económico-financeiros, reflectindo uma crescente importância atribuída a questões socioambientais. No entanto, nas empresas de menor dimensão e de natureza familiar, a adopção da digitalização é ajustada de acordo com as exigências específicas do negócio, enquanto a orientação para a sustentabilidade está intimamente ligada à postura do líder em relação a estas questões. A digitalização nessas organizações avança conforme as necessidades operacionais, e a atitude em relação à sustentabilidade é moldada pela perspectiva do líder sobre esses temas.

    Neste processo de transformação em curso, na forma como se trabalha e na própria orgânica das empresas, que papel cabe a organizações como a APPC?
    A APPC integra a EFCA que é a Federação Europeia das associações de empresas de engenharia dos diferentes países. Dentro desta organização existem fóruns que envolvem as melhores empresas europeias do sector e que se dedicam ao estudo de problemas de mercado, por exemplo as ameaças que enfrenta o sector, as condições de contratação pública no mercado interno europeu e a cooperação externa europeia. Estes temas são transversais na Europa e estarmos presentes nestes fóruns permite-nos estarmos actualizados e transmitir aos nossos associados e clientes as melhores práticas europeias.

    Procuramos assim transmitir o que melhor se sabe e discute acerca de novas tecnologias, como a utilização do BIM e da AI, sobre como influencia na nossa forma de conceber e projectar, das alterações climáticas, da sustentabilidade, em geral, e da circularidade dos materiais da construção, em particular; ou ainda, por exemplo, sobre a problemática da industrialização e a necessidade de formas de contratação mais colaborativas. Internamente a nossa actividade é bastante diversificada, mas com maior intervenção no mercado público, por força dos problemas que nos traz o Código dos Contratos Públicos os quais, como lei geral que é o CCP, por vezes trespassam para o sector privado. A discussão dos problemas técnico-comerciais dos nossos associados é debatida quinzenalmente na nossa Direcção, constituída por sete membros oriundos de empresas de diferentes especialidades e áreas geográficas, onde se incluem engenheiros e arquitectos.
    Temos dois Grupos de Trabalho actualmente operacionais, um dedicado à elaboração de Estudos e Projectos e outro à Gestão de Empreendimentos e Fiscalização de Obras. Como resultado de tudo isto procuramos intervir junto dos clientes públicos, do IMPIC e da sociedade em geral no sentido de defender os nossos interesses e prestigiar a nossa actividade, pois embora seja dela que emanem os primeiros passos, por isso os mais críticos, de uma construção, é muitas vezes maltratada.

    A APPC zela pela melhoria do ambiente de negócios para as empresas do sector que representa, nos diferentes aspectos presentes na actividade e gestão das empresas.

    Sem necessariamente antecipar o que será apresentado, Inés Ferguson, a sua congénere europeia, virá dissertar sobre “as tendências futuras de consultoria de engenharia”. Que tendências são estas? Que caminho têm / devem as empresas portuguesas percorrer para acompanhar estas tendências?
    Realmente não me queria antecipar muito, mas este mundo em mudança acelerada, com a inteligência artificial aí em força, combinada com computação quântica, irá revolucionar o modo como trabalhamos. As empresas portuguesas terão de se adaptar a este novo paradigma e ter capacidades dinâmicas que permitam adquirir uma vantagem competitiva.

    Isto obriga a desenvolver essas capacidades para fomentar as mudanças culturais nas áreas de marketing, investigação e desenvolvimento e inovação organizacional o que implica um dispêndio de recursos financeiros, por natureza sempre escassos, e recursos humanos especializados, que como se sabe também escasseiam, particularmente em Portugal, onde os salários são muito baixos e os melhores talentos escolhem países mais desenvolvidos. Por estarmos nesta área de negócio as nossas empresas são das primeiras a sentir esta disrupção. Por isso mesmo precisamos que o Estado dê um exemplo de exigência e comece a escolher os seus Projetistas e consultores, pela qualidade, capacidade de inovação e de utilização de tecnologias avançadas e não como até aqui, pelo mais baixo preço.

    Há, hoje em dia, fortes indicadores sobre a necessidade de se repensar, com mais rigor, sobre a industrialização do processo construtivo. O que é expectável que aconteça nos próximos anos na fileira da construção, na forma como se projecta, na forma como se lançam concursos ou se avalia propostas?
    A industrialização do processo construtivo é realmente uma necessidade e vai ser essencial para garantir uma melhor qualidade das obras e maior sustentabilidade. Embora seja um modelo já existente há muito, na verdade os passos dados pela indústria da construção no sentido da qualidade têm sido muito ténues e julgo que, com a evolução digital e a necessidade absoluta de diminuirmos a pegada carbónica da construção, responsável por 45% da pegada total do planeta, será desta que a industrialização definitivamente avançará.

    Isto vai implicar para nós, Projectistas, grandes alterações na forma de projectar, pois tendencialmente assistir-se-á a que sejam os industriais da construção a adaptar o projecto aos seus produtos. Se no mercado privado podemos, de acordo com o Dono da Obra ou Promotor, incorporar marcas industriais no nosso projecto de execução – que a partir de agora não serão apenas marcas de materiais, mas sim de blocos/componentes/sistemas integrados da construção (por exemplo casas de banho) – no mercado público isso não é possível. Para ultrapassar este problema há três hipóteses: enveredar pela via da concepção/construção que o nosso CCP já admite, de forma temporária; aceitar variantes ao projecto de execução, o que tem sido raro ou lançar obras públicas com base em anteprojectos, que posteriormente serão completados em projecto de execução com os sistemas industriais que o construtor considerar. As duas primeiras hipóteses, podem ter algumas vantagens, mas envolvem dispêndios de energia inúteis, obrigam no primeiro caso a que os concorrentes façam vários estudos e propostas para a mesma obra e no segundo caso, que o projectista despenda energias a elaborar um projecto de execução que posteriormente será alterado pelo industrial ou que, na fase de concurso, haja vários concorrentes a apresentar variantes diferentes.

    Por isso penso que aos poucos e poucos vamos ter que adoptar a terceira hipótese- lançar obras públicas tendo por base anteprojectos- o que actualmente não é permitido pelo CCP- o que nos levará a um sistema similar ao Franco-Belga, com alterações também ao nível do controlo das obras. Se isto acontecer haverá uma revolução completa no sistema de contratação pública.

    Olhando para a realidade nacional, por onde passa o futuro de projectistas e consultores?
    A evolução vertiginosa da inteligência artificial vai tornar-nos aos poucos adaptadores, revisores e correctores de projectos por ela pré-realizados ou pré-definidos. Estes projectos vão seguir já modelos potentes de sustentabilidade durante todo o ciclo de vida do objecto construído e tender cada vez mais para a aplicação da circularidade. O nosso papel será seleccionar esses projectos à medida do nosso cliente e deveremos adaptá-los à funcionalidade desejada e às condições locais. À primeira vista o nosso trabalho poderá diminuir, mas por isso mesmo faremos mais no mesmo tempo, tornaremos muito mais eficiente o parque construído e se tudo isto resultar num aumento de qualidade e rigor dos projectos, também vamos melhorar o controlo das obras, as derrapagens, enfim, contribuiremos sempre para um Mundo mais sustentável.

    A inscrição para este encontro pode ser feita através deste Formulário de Inscrição (google.com)

    Sobre o autorRicardo Batista

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    A plataforma utiliza um ecossistema único de algoritmos para maximizar a eficiência da produção de energia solar e eólica. A monitorização é feita em tempo real, o que assegura decisões precisas, maximiza a rentabilidade e aumenta a eficiência dos parques solares e eólicos. A empresa do Porto espera atingir um volume de negócios de 6,9 milhões de euros até 2025

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    A Enlitia, empresa portuguesa pioneira em energia renovável, apresenta a sua plataforma de ponta, impulsionada por um ecossistema único de algoritmos, concebidos para maximizar a eficiência da energia solar e eólica. Com clientes em 12 países e uma receita de um milhão de euros em 2022, a Enlitia reforça, com esta revolucionária plataforma, o seu crescimento, com o objectivo de alcançar um volume de negócios de 6,9 milhões de euros até 2025.

    Enlitia’s Platform Demo
    A plataforma da Enlitia oferece monitorização em tempo real dos dados, utilizando um ecossistema sofisticado de algoritmos, que vão desde a simples regressão linear até à inteligência artificial. Estes algoritmos analisam milhares de dados a cada minuto, permitindo maximizar a energia produzida através de fontes renováveis.
    Este novo sistema, criado pela Enlitia, funciona como um assistente digital para profissionais que gerem activos de energia, uma vez que permite trabalhar com informações complexas dispersas. Este produto simplifica o processo com alertas em tempo-real de potencias problemas, de forma fácil e directa. A principal vantagem da plataforma é a utilização de índices de qualidade de dados, performance dos activos, e estado de saúde, que permitem uma análise global e normalizada de todos os equipamentos. Assim, a identificação de problemas que demorava semanas, é imediata, assim como o impacto que esse problema tem em toda a carteira de activos.

    A Enlitia desenvolve algoritmos há mais de cinco anos, mas é a primeira vez que lança um produto no mercado que disponibiliza aos seus clientes uma interface que lhe permite não só perceber imediatamente que tem um problema, mas também a dimensão do seu problema, podendo priorizar um plano de acção adequado para o mitigar.
    Tiago Santos, CEO da empresa inovadora do Porto, acentua a importância deste sistema único no sector energético em Portugal: “A Enlitia representa um marco significativo no aproveitamento do poder dos dados para as energias renováveis. A nossa plataforma simplifica a análise de dados complexos, tornando-os acessíveis e accionáveis para os profissionais da energia em todo o mundo. Com a Enlitia, não estamos apenas a prestar um serviço; estamos a ser pioneiros num futuro energético sustentável”, avança o responsável.

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    MAAT recebe inventário gráfico e audiovisual de barragens em Portugal

    Entre 2019 e 2022, o arquitecto chileno Eduardo Corales, visitou e documentou, em fotografia e vídeo, 30 casos paradigmáticos do sistema de infraestruturas hidroeléctricas nacional. Uma mostra que está patente no edifício MAAT Central até 5 de Fevereiro de 2024

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    O arquitecto chileno Eduardo Corales esteve, durante três anos, a fazer um inventário gráfico e audiovisual de barragens em Portugal. Entre 2019 e 2022 visitou e documentou, em fotografia e vídeo, 30 casos paradigmáticos do sistema de infraestruturas hidroeléctricas nacional. Uma investigação realizada com o objectivo de constituir o primeiro registo gráfico e audiovisual da história hidroeléctrica de Portugal, que contou com o apoio da Fundação EDP e da DG Artes, em conjunto com o centro de investigação CEACT da Universidade Autónoma de Lisboa.

    Uma parte significativa desse trabalho é agora mostrada na exposição Powerpoint, patente no edifício MAAT Central entre 1 de Novembro de 2023 e 5 de Fevereiro de 2024. Em exibição estão fotografias, maquetes tridimensionais dos elementos volumétricos e um vídeo de 20 das barragens estudadas por Eduardo Corales: Aguieira, Alqueva, Alto Lindoso, Alto Rabagão, Baixo Sabor, Bemposta, Cabril, Castelo de Bode, Foz Tua, Fronhas, Lagoa Comprida, Miranda, Picote, Pracana, Salamonde, Santa Luzia, Torrão, Varosa, Venda Nova e Vilarinho das Furnas.

    Trata-se de formar uma crónica de elementos que deram origem a uma paisagem eléctrica e que, a partir dos seus vários capítulos, podem contribuir para a compreensão das complexidades, conflitos e futuro destas infraestruturas, bem como do desenvolvimento do território e das suas mudanças. Ou seja, uma compilação de capítulos na história da electrificação nacional, do território onde se inserem e do próprio percurso da EDP.

    Esta foi a primeira vez que Eduardo Corales teve como objecto de estudo infraestruturas energéticas. Ao longo do processo, conta, surpreendeu-o “constatar o trabalho de uma geração de engenheiros, num contexto complexo em que as barragens foram tratadas como elementos de vanguarda construtiva, mas também com uma componente política”.

    “Vejo-o como uma lição para a nossa geração: é preciso responder a este tipo de problemáticas através de uma abordagem multidisciplinar e com compromisso nas futuras obras públicas, incluindo as infraestruturas”. acrescenta.

    Este foi “um primeiro passado de um projecto futuro sobre o registo da história energética em Portugal o qual poderá incluir, por exemplo, outras infraestruturas como parques eólicos e solares”, acrescenta Eduardo Corales.

    O apoio da Fundação EDP a esta investigação de Eduardo Corales enquadra-se na sua missão de “identificação, classificação e valorização” do património eléctrico nacional, nomeadamente, através de investigação histórica com vista à produção de bibliografia que contribua para aprofundar o conhecimento sobre a história do setor energético em Portugal.

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    Impacto das alterações climáticas no Alentejo

    Encontro sobre o impacto das alterações climáticas nas políticas de desenvolvimento regional promove boas práticas no Alentejo

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    O Campus do Instituto Politécnico de Portalegre (IPP), vai ser palco, no próximo dia 16 de Novembro do encontro “Ciência Global/Cultura Local – O Impacto das Alterações Climáticas nas Políticas de Desenvolvimento Regional” que conta com a intervenção do antigo ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.

    A iniciativa é promovida pelo Projecto Guardiões, fruto da parceria entre o Instituto Politécnico de Portalegre (IPP), a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDR Alentejo) e o Fórum da Energia e Clima (FEC), e pela Academia Internacional de Marvão para a Música, Artes e Ciências.

    No âmbito deste evento vão ser apresentados vários projectos de boas práticas no combate às alterações climáticas, e que vêm sublinhar o contributo decisivo das opções de desenvolvimento regional para o sucesso da causa ambiental.

    Ricardo Campos, presidente do Fórum Energia e Clima, uma das três entidades fundadoras do Projecto Guardiões, adianta que o Campus do Politécnico vai receber as diferentes comunidades intermunicipais do Alentejo e representantes dos municípios relacionados com as temáticas em discussão, nomeadamente Ambiente, Gestão Urbanística, Planeamento, Protecção Civil e Gestão do Ciclo da água. “Esperamos poder contar com a intervenção de todos e, em particular, daqueles que têm responsabilidades ao nível do desenvolvimento regional e da transição energética”, adiantou.

     

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    Nova vida para antiga Refinaria de Matosinhos

    Os trabalhos de demolição da antiga Refinaria de Matosinhos arrancaram no final de Outubro e vão demorar, sensivelmente, dois anos e meio. Esta é a face mais visível de um processo que já leva dois anos

    A face mais visível do “processo de descomissionamento e desmantelamento” da antiga Refinaria de Matosinhos arrancou durante o mês de Outubro. O processo de desactivação teve início em 2021 e ao longo dos últimos 24 meses foi implementado “um vasto conjunto de operações preparatórias”, entre as quais se incluiu “a paragem, em segurança, das unidades processuais, bem como a limpeza e desgaseificação de todas as unidades processuais, equipamentos e tubagens de forma a garantir a eliminação de hidrocarbonetos e produtos”, explica a Galp no site dedicado ao projecto de demolição da refinaria através do qual poderá ser acompanhado o processo. Também essencial foi a separação física entre a refinaria a demolir e o parque logístico, que se mantém em funcionamento para assegurar o abastecimento da região norte do país. Trabalho que ficou concluído nos últimos meses.
    Segundo a informação disponibilizada, o plano de demolição incidirá, numa primeira fase, na zona sul (ver mapa), com a demolição dos tanques de armazenagem, que teve já parecer favorável da Agência Portuguesa do Ambiente.

    “A complexidade do procedimento é extensível também a todo o processo de licenciamento associado a uma operação desta envergadura, incluindo todo o trabalho preparatório até à emissão das licenças de demolição (que envolveu pareceres de um conjunto significativo de entidades públicas) ou concursos para escolhas de empreiteiros”, refere a Galp.
    Os trabalhos que vão desenrolar-se durante os próximos dois anos e meio e incluem um vasto conjunto de medidas “para monitorizar, controlar e mitigar possíveis constrangimentos pontuais, sejam eles relacionados com ruídos, poeiras, odores ou movimento de viaturas”. Finalizado o “descomissionamento, desmantelamento e demolição”, seguir-se-á a fase de reabilitação ambiental dos solos, propriamente dito.

    Muito embora o processo de caracterização ambiental já tinha sido iniciado a “remedição dos solos” apenas ocorrerá após a conclusão dos trabalhos de demolição. Só nessa altura será possível ter o retracto completo sobre o estado de afectação dos solos e águas subterrâneas da refinaria. Este será um processo faseado, de longa duração, que irá ocorrer por áreas de intervenção pré-definidas. O processo de remediação dos solos e águas subterrâneas dependerá do estado de afectação dos mesmos e do seu uso futuro, que não está ainda definido. “A duração destes trabalhos dependerá também das metodologias que venham a ser consideradas adequadas para cada área de intervenção, sendo que o plano de remediação é sujeito a licenciamento pela CCDR-Norte e que as soluções de remediação e a sua calendarização serão aí estabelecidas.”

    “Nova vida” em preparação
    “Mais do que o fim de uma era, encaramos este momento como um novo começo: o da reconversão da refinaria e da concretização de uma visão de futuro, alinhada com os princípios da inovação, da transição energética e da sustentabilidade”.
    Nesta nova vida há espaço para a manutenção de algumas das infraestruturas actuais num movimento de “valorização e preservação” da memória e da história do local que é visto como um “factor diferenciador e um ponto forte do projecto de urbanização”. “As instalações a manter foram definidas em conjunto com a Câmara Municipal de Matosinhos, ponderando o seu impacto e futuro potencial de utilização, mas também as implicações sobre os trabalhos de demolição e de manutenção e conservação das estruturas a preservar, bem como da remediação ambiental do local”.

    A Galp e a Câmara Municipal de Matosinhos já chegaram a acordo sobre os princípios orientadores para o projecto de reconversão na área da antiga refinaria de Matosinhos, fundamentais para o desenho de um Masterplan. Relativamente ao futuro a informação disponibilizada no site do projecto refere que “a perspectiva macro deste projecto de reconversão assenta na capacidade de atrair investimentos mobilizadores nacionais e internacionais que garantam emprego qualificado, nomeadamente através da configuração de um hub tecnológico, estruturado num polo universitário, num parque tecnológico e em centros empresariais. A reconversão deverá também garantir uma estrutura urbana plural nas suas diferentes escalas e modos de mobilidade, aplicando princípios urbanísticos das ‘Eco Smart Cities15’, em harmonia com o ecossistema ambiental e respeitando as características específicas de frente marítima.

    Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

    Manuela Sousa Guerreiro

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    ISEL apresenta residência de estudantes “carbono zero”

    Financiada no âmbito do Programa Alojamento Estudantil a Custos Acessíveis, a nova residência conta com uma verba de cerca de 7 500 milhões de euros

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    O Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL) acaba de anunciar o arranque da “Residência ISEL Carbono Zero”, um projecto que se destina à construção de uma residência para alojamento de estudantes, docentes e investigadores. Financiada no âmbito do Programa Alojamento Estudantil a Custos Acessíveis, com uma verba de cerca de 7 500 milhões de euros, esta residência integrará um conjunto de novas infraestruturas.

    Além de possibilitar o alojamento a custos reduzidos de estudantes deslocados nacionais e estrangeiros, com uma capacidade máxima de 230 camas, esta residência constitui-se como peça fundamental numa infraestrutura mais abrangente de um eco-campus em meio urbano, que contará também com um HUB de investigação e formação avançada, com laboratórios tecnológicos, salas de formação, zona de incubadora de startups e espaços empresariais, a desenvolver em Marvila.

    Estima-se que esta residência possa dar início ao seu funcionamento no ano letivo 2025/2026.

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    Fim-de-semana só com energias renováveis e com exportação para Espanha

    Entre a noite de sexta-feira e a manhã de segunda-feira, a electricidade consumida pelos portugueses foi integralmente produzida em Portugal, a partir de energias renováveis, com destaque para a energia eólica e hídrica

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    tagsREN

    Portugal foi autossuficiente durante quase 3 dias em produção de electricidade. E ainda exportou para Espanha. De acordo com os dados disponibilizados pela empresa Redes Energéticas Nacionais (REN), apenas foi necessário recorrer à energia de fontes renováveis, embora numa percentagem muito reduzida, entre as 22h30 de domingo e as 10h45 de segunda-feira.

    Nestes três dias, Portugal esteve permanentemente a exportar energia para Espanha, tendo realizado algumas importações por razões meramente estratégicas.

    Por exemplo, entre as 22h30 de sexta-feira e as 24h00 de sábado, foram gerados 172,5 GWh de energia (97.6 GWh de eólica, 68,3 GWh de hídrica e 6,6 GWh de solar), tendo Portugal consumido 131,1 GWh e o excedente sido exportado através da ligação com Espanha.

    A produção de energia de fontes renováveis neste fim-de-semana beneficiou das condições favoráveis de vento e chuva que se fizeram sentir. No entanto, Portugal tem vindo a destacar-se como um dos países da União Europeia com maior percentagem de energias renováveis no seu cabaz energético, enquanto é também um dos países que melhor conseguiu controlar os preços, na sequência da crise motivada pela invasão da Ucrânia pela Rússia.

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