Investimento comercial cai 66% no 1ºT face ao período homólogo de 2020
Para o fecho do ano 2021, a Savills Portugal prevê um volume de investimento que poderá atingir os 2,8 mil milhões de euros, mas que está muito dependente da conclusão de uma operação-chave para o alcance deste resultado
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Até Junho, o mercado de investimento imobiliário comercial em Portugal registou uma quebra de 66% face a igual período do ano anterior, registando um total de 569 milhões de euros transaccionados.
Os dados foram agora apresentados pela consultora Savills e indicam que os valores apurados no primeiro trimestre, “são o espelho de um país que iniciou o ano com um segundo confinamento obrigatório, colocando novo travão à retoma de actividade”.
Todavia, a consultora faz ainda notar que é “muito importante olhar para o comportamento do mercado de investimento no decorrer deste primeiro semestre de uma forma isolada e observar a evolução positiva dos montantes de investimento à medida que o país avança, com sucesso e a bom ritmo, no plano de desconfinamento”. No final do 2.º trimestre de 2021, o mercado de investimento imobiliário nacional somou um total de 348 milhões de euros, o que significa uma subida de 57% comparativamente ao 1.º trimestre de 2021.
Os investidores internacionais permaneceram activos no mercado de investimento português, tendo contribuído para mais de 80% das transacções fechadas, com uma forte presença dos investidores europeus oriundos de França, Espanha e Reino Unido.
Os investidores nacionais continuam, igualmente, a contribuir para um aumento da sua quota de mercado, através de fundos de gestão de investimento e investidores privados que apostam na aquisição de escritórios e activos de retalho, especialmente comércio de rua.
Comparativamente ao 1.º semestre de 2020, no qual foram registadas 3 operações que totalizaram mais de 1,2 mil milhões de euros, ajudando a alavancar o fecho de um ano em pleno contexto pandémico, no 1.º semestre de 2021 foram registadas apenas duas operações acima dos 100 milhões de euros.
De entre as principais transacções fechadas nos primeiros seis meses de 2021, destaca-se a venda do Portfolio Navigator por 120 milhões de euros, a compra do Edifício Sede da WPP Portugal pela Tishman Speyer por 50 milhões de euros, a compra da Makro Alfragide pelo BPI por 40 milhões de euros e a compra do Edifício D. Manuel II no Porto, pela Incus Capital assessorada pela Savills Portugal.
No que diz respeito à distribuição do investimento imobiliário comercial por segmento, o mercado de escritórios manteve-se no foco da atenção dos investidores, com 41% do volume total transaccionado no 1.º semestre de 2021, particularmente direccionado para activos em localizações prime nas cidades de Lisboa e Porto.
Para o fecho do ano 2021, a Savills Portugal prevê um volume de investimento que poderá atingir os 2,8 mil milhões de euros, mas que está muito dependente da conclusão de uma operação-chave para o alcance deste resultado. Assumindo uma previsão mais conservadora e admitindo derrapagens, o ano 2021 poderá fechar nos 1,9 mil milhões de euros, sendo esperada uma recuperação dos níveis de actividade do mercado de investimento imobiliário nacional num ritmo mais acelerado e sólido no ano 2022.
Alberto Henriques, Capital Markets Associate Director da Savills Portugal, refere que “um excelente indicador de retoma do ritmo de actividade na segunda metade do ano, foi o arranque fortíssimo do 3.º trimestre de 2021, que à data do final do mês de Julho contabiliza já mais de 300 milhões de euros, com o sector de hospitality na liderança e tendo o potencial de se tornar o segmento com maior volume de transacções em 2021”.