Construção com crescimento esperado de 3% para 2021
APCMC revê em alta as previsões para 2021 e apontam para um crescimento do negócio do sector na ordem dos 3%, com a construção nova a superar a reabilitação em apenas alguns pontos percentuais
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Em 2020, o sector da construção apresentou um comportamento positivo, visível no crescimento do 1,8% do volume de negócios, demonstrando ser este um dos mercados mais resiliente aos efeitos económicos provocados pela pandemia de Covid-19. Para 2021, as estimativas são ainda mais favoráveis e reforçam o crescimento do volume de negócios da construção, tendo por base o comportamento positivo esperado nos diferentes segmentos que o constituem, e, por conseguinte, no aumento do total do volume de negócios do comércio e distribuição dos materiais de construção.
De acordo com a Associação Materiais de Construção (APCMC), 2021 deverá registar um crescimento de 3% no que diz respeito ao volume de negócios da construção. As previsões apontam para um pequeno decréscimo da intensidade de crescimento em 2022, para 2,9%, e um aumento novamente, em 2023, para os 3,1%.
As previsões de crescimento do sector da construção têm como base o estudo “Evolução dos Negócios no Comércio de Materiais de Construção”, elaborado para a APCMC por Manuel Carlos Nogueira, economista e docente universitário. Assim, as previsões apresentadas para este ano e seguintes foram agora revistas em alta, face às anteriores estimativas publicadas no final do ano passado.
Para José de Matos, secretário-geral da APCMC, estas previsões demonstram uma “uma grande resiliência” do sector imobiliário e “cuja pandemia veio demonstrar ser ainda maior do que o esperado, na medida em que, nem a construção, nem o comércio de materiais de construção pararam durante o próprio confinamento”.
Este foi, também, um período em que muitos portugueses aproveitaram para fazer pequenas obras em casa, o que terá contribuído para este dinamismo do sector, assim como as taxas de juro baixas, sobretudo, e nos tempos mais recentes, no domínio da construção de habitações. “A maior limitação ao crescimento está a ser a falta de mão de obra”, destaca José de Matos, que, ainda assim, recorda que “o PRR, entretanto aprovado, também contribuirá para a sustentabilidade do crescimento da construção nos próximos anos, sobretudo no subsector da engenharia civil”.
Segmentos com ‘velocidades’ diferentes
O estudo sobre o comportamento do sector da construção contempla a previsão sobre os volumes de produção dos seus diferentes segmentos.
Assim, em termos de construção habitacional nova – que em 2020 registou um crescimento de 2,1% – estima-se que esta situação continue a acontecer este ano e nos próximos dois anos, com 2,5%, 3,1% e 3,2%, respectivamente.
Em relação à construção habitacional, na vertente de reabilitação, a expectativa aponta para o crescimento, nos próximos dois anos, de 2,8% e 3%, respectivamente. Em 2020, o crescimento foi de 2% e a previsão para este ano é de 2,3%.
No que se refere à construção não habitacional nova, estão previstos crescimentos entre os 2,6%, 1,8% e os 2,1% em relação aos três anos em análise. Enquanto na componente de construção não habitacional, na vertente de reabilitação, os crescimentos previstos são ainda mais expressivos, sobretudo para este ano, de 4,5%. Nos próximos dois anos espera-se um menor crescimento de 2,6% e 2,8%, respectivamente.
De referir que o segmento da construção não habitacional nova e reabilitada, mais dependente do nível de actividade económica, apresentou, em 2020, um crescimento mais reduzido, de 0,2% e 0,1%, respectivamente.
Em relação ao segmento da engenharia civil nova e de reabilitação, o crescimento esperado este ano é significativo, de 3,7% e 3,9%, respectivamente.
Nos próximos dois anos os crescimentos esperados superam as estimativas feitas no final de 2020. Assim, para 2022 e 2023, a engenharia civil nova espera um crescimento de 3,8% e 3,9%, enquanto para a reabilitação se perspectiva um crescimento de 3,5% e 3,4%, respectivamente.