“2022 será o ano de afirmação”
Constituída em plena pandemia, a Fundação Mestre Casais participa em estudos, firma parcerias, organiza conferências e está a preparar o lançamento de prémios e ensaios. O seu director executivo, José Gomes Mendes, refere que este é só um ano de arranque. Já 2022, esse será o ano de afirmação, na sua dimensão temática e nacional
Manuela Sousa Guerreiro
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Completados quatro de meses de actividade, José Gomes Mendes, director executivo da Fundação Mestre Casais fala sobre os projectos já em curso pela entidade que lidera e que se desenvolvem em torno de três áreas críticas da sustentabilidade: ambiente, sociedade e governação.
Que papel está reservado à Fundação Mestre Casais?
A criação da Fundação era um desejo de longa data da família do Mestre Casais. Em 2021, esse desígnio foi concretizado pelo Grupo Casais, enquanto entidade instituidora, com o objectivo de nela reflectir a vontade e os valores da família que, desde há três gerações, lidera e desenvolve um universo empresarial, hoje presente em mais de 15 países.
A Fundação tem por missão central a promoção da sustentabilidade, através da geração e partilha de novo conhecimento, do debate independente e do reconhecimento dos bons exemplos, contribuindo para uma sociedade melhor preparada para enfrentar os desafios ambientais, climáticos, sociais e humanos e económicos.
Qual o plano de acção para 2021 – 2023 e quais suas áreas prioritárias? E qual o montante do orçamento previsto?
No plano estratégico está previsto um conjunto alargado de actividades que se podem tipificar em seis categorias: o programa de estudos, os prémios, as bolsas de estudo, as conferências e seminários, os debates e a produção e divulgação de conteúdos, incluindo publicações. Estas actividades expressam-se no âmbito das três áreas críticas da sustentabilidade: a ambiental e climática; a social e humana; e a financeira e de governação. Considerando tratar-se do ano de arranque, ainda por cima em contexto de pandemia, foi constituído um fundo inicial de 300 mil euros.
Enquanto instituição, como está organizada a Fundação e dá emprego a quantas pessoas?
A Fundação tem um Conselho de Administração constituído por cinco membros da segunda geração da família, que tem a responsabilidade estatutária de definir e aprovar a estratégia. O trabalho de liderança das operações está a cargo do Director Executivo. Nesta fase inicial estamos a contratar ao exterior os serviços necessários para a operação, tendo também a colaboração de alguns quadros do Grupo Casais.
As prioridades na agenda
Que actividades estão já programadas?
Este é um período muito particular, devido à pandemia, pelo que nos temos dedicado muito às questões da organização. Mesmo assim, arrancaram já dois projectos de estudo, um sobre a descarbonização das frotas de transporte urbano em Portugal e um segundo sobre a qualidade do ar exterior. Também fechámos um acordo com uma editora para a criação da colecção de ensaios sobre sustentabilidade e estamos a preparar o lançamento dos prémios de jornalismo para a sustentabilidade.
Organizaram já duas conferências, uma delas sobre financiamento de projectos, as PME podem encontrar na Fundação um interlocutor válido?
A conferência inaugural foi um sucesso e reflectiu bem o espírito da fundação. Numa mesa redonda, juntámos actores do sector social, das empresas e do ambiente, naquilo que foi um debate aberto e inspirador. Já em Setembro organizámos na Greenfest uma sessão sobre o financiamento de projectos de sustentabilidade, com a participação do Fundo Ambiental e dos EEA Grants. O nosso propósito é dar a conhecer estas possibilidades e não prestar serviços directos a empresas.
Sobre os dois estudos em curso: porquê começar por estas áreas? Noto uma proximidade à sua área de investigação, na Universidade do Minho.
O Protocolo com a Ordem dos Engenheiros visa uma colaboração mais próxima com esta importante entidade e materializa-se no projecto da rede experimental de sensores de avaliação da qualidade do ar exterior. Quanto ao estudo da descarbonização do transporte urbano, estamos a desenvolvê-lo com a participação do Instituto da Mobilidade e Transportes, com os operadores e com os fabricantes de veículos. Trata-se de oportunidades que surgiram em áreas críticas da sustentabilidade e o facto de eu ter sido investigador nestes domínios não é de todo limitador da nossa acção.
Lançada a instituição, formadas as primeiras parcerias e colaborações, o que se segue?
O ano de 2022 será o da afirmação da Fundação, na sua dimensão temática e nacional. Iremos percorrer o país com debates sobre sustentabilidade, continuaremos a desenvolver o plano de estudos e conferências, iniciaremos a publicação da colecção de ensaios e começaremos as obras da nossa sede, num imóvel que está já destinado para o efeito.