2022 será um ano de retoma para o mercado imobiliário
As perspectivas para 2022 apontam para uma retoma dos volumes de investimento para níveis pré-pandemia, sendo já hoje identificáveis mais de 2,1 mil milhões de euros de negócios em diversas fases de negociação, refere a Cushman & Wakefield
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No arranque do ano a Cushman & Wakefield avança com o resumo da actividade do mercado imobiliário nacional em 2021 e com as suas perspectivas para 2022.
“2021 foi um ano de recuperação para o imobiliário nacional. Face à fraca actividade no primeiro semestre, o mercado de investimento imobiliário comercial deverá ficar na ordem dos dois mil milhões de euros, uma quebra de 30% face a 2020 (um ano excelente por influência de algumas transacções de dimensão relevante). Já o mercado ocupacional revelou uma retoma da procura, embora com comportamentos díspares entre os diversos segmentos. Quanto à actividade da Cushman & Wakefield em Portugal, obtivemos um resultado muito positivo, tendo em conta os desafios que continuámos a enfrentar. A generalidade dos departamentos registou bons níveis de facturação e fomos, uma vez mais, distinguidos como a melhor consultora imobiliária em Portugal, atribuído pela Euromoney, em conjunto com a atribuição dos prémios de melhor consultora nacional a nível de transacções e research”, refere Eric van Leuven, director-geral da consultora em Portugal.
Relativamente à actividade de investimento em imobiliário comercial de rendimento em 2021 esta “foi caracterizada por um forte abrandamento no primeiro semestre, com um volume na ordem dos 570 milhões de euros, seguido de uma aceleração da retoma ao longo da segunda metade do ano. A consultora contabiliza até ao final de 2021 um total investido de 1,83 mil milhões de euros, o que representaria uma quebra de 35% face a 2020 (em que se atingiu o terceiro máximo histórico por influência de três grandes transacções). Para os resultados do ano transacto contribuíram as perto de duas dezenas de operações de portfólios, os quais foram responsáveis por 60% do volume total transaccionado. No entanto, “o elevado número de operações que terão sido concluídas nos últimos dias do ano (e cuja confirmação está ainda pendente) leva-nos a estimar um volume na ordem dos dois mil milhões de euros, reflectindo uma quebra homóloga de 30%”.
À semelhança dos anos anteriores, o capital estrangeiro dominou a actividade do mercado, agregando 70% do volume investido em imobiliário em 2021. A sua grande maioria teve origem na Europa, com destaque para os investidores franceses, 505 milhões de euros, e espanhóis, 246 milhões de euros. Por seu lado, o capital nacional cresceu em representatividade, atingindo um volume na ordem dos 550 milhões de euros.
No que respeita à actividade de promoção e reabilitação urbana, a consultora avança que em 2021 se tenha registado uma quebra de 10%, com um volume alocado a este tipo de operações na casa dos 465 milhões de euros.
Verificou-se uma contínua aposta dos investidores em sectores estratégicos, com destaque para escritórios, com perto de 40% do volume investido, seguido dos segmentos alternativos, com 34%.
Em termos de ocupação, o sector de escritórios registou novamente um comportamento díspar nas duas principais cidades do país, com um aumento homólogo de 17% na Grande Lisboa e uma quebra de 10% no Grande Porto.
O aumento da actividade no mercado de industrial e logística consolidou-se, com os volumes de absorção a atingir um máximo histórico anual nos três primeiros trimestres de 2021.
Após as quebras acentuadas em 2020, os sectores de retalho e hotelaria registaram um desempenho mais positivo no ano transacto – o primeiro registou estabilidade no número de abertura de novas lojas, com os alojamentos hoteleiros a crescer 30% nas dormidas e 46% nos proveitos totais.
No que diz respeito a previsões para 2022, Eric van Leuven avança que “as perspectivas são mais optimistas, suportadas numa expectativa de maior controlo da pandemia e consequente consolidação da retoma da economia mundial”. Desta forma, “embora os primeiros meses do ano possam ser uma vez mais caracterizados por uma cautela acrescida no mercado ocupacional, antecipa-se que os indicadores de final de ano ultrapassem de forma transversal os registados no ano anterior”, refere o responsável.
Relativamente à actividade de investimento institucional, o reconhecimento da boa resposta que o país tem tido face à pandemia e a pressão dos elevados níveis de liquidez deverão continuar a contribuir para uma manutenção do interesse no mercado nacional. Neste contexto, “as perspectivas para 2022 apontam para uma retoma dos volumes de investimento para níveis pré-pandemia, sendo já hoje identificáveis mais de 2,1 mil milhões de euros de negócios em diversas fases de negociação, com destaque para o portfolio de unidades hoteleiras gerido pela ECS, aos quais poderão acrescer perto de 600 milhões de euros em transacções actualmente suspensas, mas com possibilidade de conclusão até ao final do ano”.
Face ao contínuo interesse dos investidores internacionais em categorias que registam escassez de oferta em Portugal, nomeadamente os segmentos de logística e residencial para arrendamento (ou PRS – private rented sector), deveremos continuar a registar uma maior pressão para a colocação de produto transaccionável no mercado, inclusive através da promoção deste tipo de activos.
O teletrabalho, o comércio electrónio e a crescente importância dos critérios ESG no ciclo imobiliário, continuaram a marcar 2022.