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Engenharia

Infraestruturas de Portugal atribui duas bolsas de investigação

O apoio financeiro será concedido na área científica de Engenharia Civil, no âmbito do projecto de I&D ROBOSHOT, cofinanciado pelo Portugal 2020. As candidaturas decorrem até 16 de Fevereiro

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Encontram-se abertos, até 16 de Fevereiro, os concursos para a atribuição de duas bolsas de investigação na área científica de Engenharia Civil, com o apoio financeiro da Infraestruturas de Portugal (IP), no âmbito de projecto de I&D ROBOSHOT, cofinanciado pelo Portugal 2020:

O projecto ROBOSHOT tem como objectivo desenvolver um sistema robotizado para projecção de betão reforçado com fibras em tuneis ferroviários, para efeitos de reabilitação ou reforço estrutural.

À IP foi atribuída a responsabilidade de liderar a execução da actividade: “Desenvolvimento de plataforma BIM para caracterização integrada da rede de tuneis ferroviários e ferramentas de geração de metadados para programas de análise avançada do comportamento dos túneis”.

O consórcio é composto pela LEIRIMETAL, EPOS, TECLIS, Universidade do Minho, IP e Instituto Politécnico de Leiria.

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Engenharia

Prospectiva desenvolve sistema de reciclagem de lâmpadas em São Tomé e Príncipe

Sob a alçada do “Power Sector Recovery Project”, co-financiado pelo Banco Mundial e pelo Banco Europeu de Investimento, o novo sistema de gestão de resíduos para lâmpadas usadas naquele País terá uma duração de 12 meses

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Contratada pela Agência Fiduciária de Administração de Projectos (AFAP) e pela Empresa de Água e Electricidade (EMAE) de São Tomé e Príncipe, a empresa de estudos e projectos de engenharia, Prospectiva, em consórcio com a TESE – Associação para o Desenvolvimento, será responsável pelo desenvolvimento, implementação e supervisão de um novo sistema de gestão de resíduos para lâmpadas usadas naquele País.

Sob a alçada do “Power Sector Recovery Project”, co-financiado pelo Banco Mundial e pelo Banco Europeu de Investimento, este novo sistema visa a reciclagem ou destruição controlada de lâmpadas fluorescentes, incandescentes, de halogénio, entre outras, de São Tomé e Príncipe, e a sua substituição por cerca de quinhentas mil lâmpadas LED em casas particulares e em edifícios públicos.

A implementação do sistema terá uma duração de 12 meses, com um investimento de 409.600 euros, e passará por diversas fases, nomeadamente de estudo ambiental e social, de contratação e formação profissional, de sensibilização da população, de recolha e substituição das lâmpadas, e de armazenamento, transporte e reciclagem ou destruição das mesmas.

A preservação ambiental e a prevenção da contaminação do ar e do solo com mercúrio, vidro, metais e outros componentes presentes em lâmpadas antigas são o principal objectivo para o desenvolvimento deste sistema, o qual terá capacidade de reciclar até três mil lâmpadas por dia.

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Marisa Ferreira vence Prémio Secil Engenharia pelo Terminal de Cruzeiros de Lisboa

O XI Prémio Secil de Engenharia Civil, atribuído pela Secil e pela Ordem dos Engenheiros, distingue a distingue a projectista de estruturas da Fase na fase de projecto e reconhece “o betão como produto inovador, circular e sustentável, aplicado numa obra desafiante, em que é necessário garantir resistência sísmica e ao meio agressivo”

Ricardo Batista

Marisa Ferreira, autora do projecto de engenharia do Terminal de Cruzeiros de Lisboa, acaba de ser reconhecida com o Prémio Secil Engenharia 2023, uma referência entre distinções atribuídas em Portugal na área da engenharia e que distingue este ano, pela primeira vez, uma engenheira.

O XI Prémio Secil de Engenharia Civil, atribuído pela Secil e pela Ordem dos Engenheiros, distingue a projectista de estruturas da Fase na fase de projecto e reconhece “o betão como produto inovador, circular e sustentável, aplicado numa obra desafiante, em que é necessário garantir resistência sísmica e ao meio agressivo”.

“O Edifício do Terminal de Cruzeiros de Lisboa, construído entre as colinas da cidade e o rio, é hoje um elemento incontornável na beira-rio nascente da cidade. As soluções de engenharia encontradas permitiram realçar os aspectos arquitectónicos, respeitar alguma da história do local e garantir os exigentes requisitos funcionais e de durabilidade da obra. As fundações do edifício são um dos elementos mais marcantes desta solução de engenharia e a sua concepção e execução foram muito influenciadas pelas condições geotécnicas do local e pela necessidade de garantir a necessária resistência sísmica”, refere Carlos Pina, presidente do júri.

Licenciada e com mestrado em engenharia civil pela Universidade do Minho, Marisa Ferreira recebeu uma bolsa de estudo de seis meses na Universidade Politécnica da Catalunha, em Espanha, onde frequentou as disciplinas do ramo de Estruturas. No seu currículo conta com um conjunto de obras emblemáticas em Portugal, tendo colaborado com alguns dos maiores arquitectos portugueses. Entre os projectos de maior relevância destacam-se o Museu da Diáspora, o Centro de Congressos de Gaia, o Sines Data Center, as Torres de Oeiras e a Central do Freixo, no Porto, e também alguns projectos noutros países como é o caso do Belgrado Concert Hall e do NUMO Museu, em Santiago do Chile. “É gratificante verificar que todas as horas de trabalho são compensatórias. O Terminal de Cruzeiros de Lisboa deve ser visto como um elemento que respeita a cidade, promove a arquitectura e valoriza o melhor que a engenharia pode dar”, comenta Marisa Ferreira.

A solução estrutural do edifício do Terminal de Cruzeiros de Lisboa envolveu um processo de grande complexidade, nomeadamente no que respeita à acção antissísmica, e também de inovação. Foi identificada a necessidade de recurso a um betão leve, de forma a reduzir em 40% o peso da estrutura do edifício sem comprometer a sua resistência. Para o efeito, foi estabelecida uma parceria entre o arquitecto João Luís Carrilho da Graça, a Secil, o Grupo Amorim e o Itecons (Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico para a Construção, Energia, Ambiente e Sustentabilidade) para concepção de um betão branco com granulados de cortiça, substancialmente mais leve e com características térmicas melhoradas, fornecido em obra pela Secil Betão.

Este betão com cortiça é também mais ecológico e sustentável, decorrente da utilização de um material natural reciclado -o pó de cortiça – sem emissões de C02 associadas, reduzindo a pegada carbónica global do edifício. Devido a estas características, este produto recebeu uma menção honrosa na categoria de descarbonização no Prémio Nacional de Sustentabilidade, do Jornal de Negócios.

“É sempre com grande entusiasmo que nos associamos à Secil na valorização da Engenharia Nacional através da dinamização do Prémio Secil Engenharia Civil. Fazemo-lo sempre com a certeza de estarmos a cumprir um dos objectivos da nossa missão, ou seja, estimular os progressos e desenvolvimentos tecnológicos que caracterizam a actividade dos engenheiros. Este ano, é com redobrada satisfação que participamos na distinção da obra premiada, porquanto, pela primeira vez na história do Prémio Secil, será atribuído a uma mulher. Está de parabéns a Secil por mais uma edição deste prestigiado Prémio que demonstra bem a vitalidade e qualidade da Engenharia nacional”, refere Fernando de Almeida Santos, bastonário da Ordem dos Engenheiros.

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Mota-Engil assinala Dia Internacional da Mulher com novo programa de liderança

O programa de Formação em Liderança, Women Leaders, irá decorrer durante três anos consecutivos e visa formar anualmente cerca de 70 mulheres, num programa exclusivamente desenhado para a Mota-Engil e para as suas colaboradoras pela Porto Business School

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O Grupo Mota-Engil assinalou o Dia Internacional da Mulher com o lançamento do seu novo programa de capacitação WoMen, em parceria com a Porto Business School.

Tendo estabelecido no seu Plano Estratégico, Buiding´26, metas concretas de ESG a atingir nos próximos anos, que visam o cumprimento de medidas que reforcem a Mota-Engil como um exemplo internacional na promoção de uma estratégia de sustentabilidade, pretendendo afirmar-se cada vez mais como um espaço de desenvolvimento pessoal e profissional. Neste sentido, o Grupo tem como um dos seus compromissos mais alinhados com este objectivo a meta de assegurar a presença de 30% de mulheres em cargos de gestão até 2026.

O programa de Formação em Liderança, a decorrer durante três anos consecutivos, visa formar anualmente cerca de 70 mulheres, num programa exclusivamente desenhado para a Mota-Engil e para as suas colaboradoras, a decorrer remotamente (online) de modo a integrar simultaneamente mulheres de diversas nacionalidade e localizadas em diversos países onde o Grupo está presente, focando-se nos desafios da igualdade de género.

O WoMEn Leaders irá proporcionar uma experiência de aprendizagem assente em três pilares, com o foco no desenvolvimento de competências de liderança, gestão e de adaptabilidade àquele que será o futuro corporativo (Me as a Leader, Me as a Manager e Me as a Change Maker). O programa contempla módulos de diversos temas, como por exemplo: Liderança Integral, Finanças, Resolução de Problemas, Sustentabilidade e Gestão da Mudança.

Além deste programa, o Dia Internacional da Mulher contou, ainda, com diversas iniciativas, como a colocação nos seus escritórios centrais em Portugal de iluminação roxa, simbolizando, com a fusão entre o azul e o rosa, a igualdade de género com que o Grupo está comprometido.

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Segunda fase da obra de reforço estrutural da encosta do Forte de São Filipe avança

O investimento de mais de 4M€, da Câmara Municipal de Setúbal, está na fase de preparação do terreno para a realização de ensaios prévios. O prazo de execução é de 480 dias

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Os ensaios prévios têm como objectivo verificar se, tendo em conta as condições geológicas encontradas, é exequível avançar com o projecto tal como foi elaborado de acordo com as previsões, ou se é necessário proceder a alguma adaptação do mesmo.

As intervenções a realizar na segunda fase, no valor de 4 milhões, 179 mil e 983,98 euros e com um prazo de execução máximo de 480 dias, destinam-se a salvaguardar e valorizar aquele monumento nacional com soluções que garantam a segurança e estabilidade global do local, incluindo a colocação de microestacas e a realização de ancoragens definitivas.

Em alguns locais terá ainda de ser feita a injecção de caldas e argamassas de cimento no terreno, com o objectivo de preencher vazios existentes e consolidar o solo.


Após a instalação do estaleiro e a mobilização de mão de obra, materiais e equipamentos, em Janeiro procedeu-se à desmatação do local e posteriormente foram aprovados os procedimentos de execução, os quais careciam do parecer de várias entidades, incluindo o projectista e o LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil.
Na primeira fase da obra de reforço estrutural da encosta do Forte de São Filipe, executada em 2018, foram implementadas soluções para evitar o risco de derrocadas e um conjunto de medidas cautelares relacionadas com a ocupação ou potencial interferência com certas áreas marginais e destinadas à instalação de estaleiros, zonas de manobra, depósito de terras e exploração de pedreira.

Em face do estado do Forte, da geologia do local, dos resultados obtidos ao longo dos anos nos dispositivos de instrumentação e observação instalados e dos condicionamentos existentes na zona de intervenção, foi determinada a necessidade de dar continuidade a soluções que estabilizem a encosta.

A empreitada é financiada em 75 por cento pelo POSEUR – Programa Operacional da Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos e comparticipada em 25 por cento pelo Estado, nos termos de um protocolo firmado entre o município, o Estado Português, a ENATUR – Empresa Nacional de Turismo e o LNEC.

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BEI e Iberdrola assinam acordo para o desenvolvimento de projectos eólicos em Itália

Estas novas instalações produzirão energia verde e competitiva equivalente ao consumo médio de até 260.000 residências. Os projectos envolverão um investimento total de mais de 300 milhões de euros

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O Banco Europeu de Investimento (BEI) e a Iberdrola assinaram um novo acordo para acelerar a transição energética em Itália através do desenvolvimento de novos parques de energia renovável. O Banco da União Europeia concedeu um empréstimo verde de 150 milhões de euros para a construção de uma carteira de projectos eólicos e fotovoltaicos com uma capacidade total de cerca de 400 megawatts (MW).

Estas novas instalações produzirão energia verde e competitiva equivalente ao consumo médio de até 260.000 residências. Os projectos envolverão um investimento total de mais de 300 milhões de euros. O BEI financiará pequenas e médias centrais solares fotovoltaicas e eólicas e suas instalações de ligação. Estes projetos estão localizados principalmente em áreas do sul da Itália, regiões de coesão da União Europeia. O financiamento também incluirá infraestruturas auxiliares como estradas de acesso, subestações e interconexões. Estes investimentos não só aumentarão a geração de energia limpa, mas também melhorarão a garantia do abastecimento.

Os investimentos a serem realizados sob este acordo impulsionarão o crescimento económico e o emprego nas regiões. Como um todo, as novas infraestruturas criarão empregos para aproximadamente 600 pessoas por ano durante a fase de construção. A vice-presidente do BEI, Gelsomina Vigliotti, assume que “garantir um financiamento que assegure um fornecimento de energia resistente e sustentável é uma prioridade para o Banco do Clima da UE. Temos o prazer de trabalhar com a Iberdrola no desenvolvimento de suas primeiras plantas renováveis na Itália e do nosso compromisso de atingir as metas climáticas”.

O presidente-executivo da Iberdrola, Ignacio Galán, afirmou: “Este novo empréstimo verde assinado com o BEI nos permite aumentar nossa contribuição para uma Europa capaz de cumprir suas metas climáticas e aumentar sua independência energética. A liderança do Banco Europeu de Investimento é essencial para alcançar este objectivo”. A empresa já conta com uma carteira de projectos de quase 3.000 MW, incluindo um parque fotovoltaico de 23 MW já em operação e outros 4 projectos aprovados próximos ao início da construção, para um total de 116 MW.

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Sacyr Neopul com novo projecto ferroviário de 13M€ na Andaluzia

A ADIF adjudicou ao consórcio formado pela Sacyr Neopul e pela Sacyr Construcción a renovação integral de via num troço pertencente ao eixo de Córdoba – Sevilha – Cádiz, na Andaluzia, em Espanha. A empreitada tem um prazo de execução de 9 meses

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A Sacyr Neopul, empresa portuguesa do grupo Sacyr, faz parte de um consórcio com a Sacyr Construcción que acaba de conquistar a adjudicação de um contrato de 13 milhões de euros para a renovação integral de via num troço pertencente ao eixo de Córdoba – Sevilha – Cádiz, na Andaluzia, em Espanha.

A empreitada, adjudicada pela ADIF e com um prazo de execução de 9 meses, tem como objectivo a modernização da linha com reforço da plataforma, correcção de taludes, drenagens, reforço de tuneis e instalação de via nova, bem como trabalhos vários de melhoria geral, incluindo a instalação da infraestrutura de suporte ao novo sistema de sinalização e comunicações no referido troço da ferrovia andaluz.

“Para além de ser a única empresa portuguesa com experiência em projectos de Alta Velocidade, a Sacyr Neopul continua a afirmar-se como a empresa especialista do Grupo Sacyr para trabalhos no sector ferroviário em todo o mundo”, comenta Marcos Rubio, Administrador Delegado do Grupo Sacyr em Portugal.

A Sacyr Neopul tem actualmente em curso contractos ferroviários em vários mercados distintos como Portugal, Espanha, Reino Unido, Irlanda, Brasil e Uruguai, tendo conquistado na Irlanda um ICE Award na categoria de serviços especializados, graças às práticas inovadoras na renovação do sistema de electrificação de tracção eléctrica (catenária) no DART (Dublin Area Rapid Train) na capital irlandesa, em reconhecimento da qualidade da engenharia portuguesa.

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29-05-2020 MARTINHO OLIVEIRA – CEO AFA
(Foto Joana Sousa)

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AFAVIAS em expansão com reforço da actividade em África e em Portugal

2021 e 2022 foram anos de forte crescimento para a empresa de construção e engenharia do Grupo AFA. Com uma carteira de obras “adjudicadas, contratualizadas, negociadas e, em alguns casos, financiadas” superior a 1.000 milhões de euros, a expansão é a estratégia que o Grupo tem delineada para 2023

2023 será um ano de expansão e crescimento para a AFAVIAS, a empresa de engenharia e construção do madeirense Grupo AFA deposita as suas expectativas no mercado nacional e, sobretudo, em África, mais particularmente em Angola. Este país africano foi responsável, num passado recente, por cerca de 70% da facturação anual da AFAVIAS e a previsão é de que, em 2023, África volte a ser a geografia mais representativa, à boleia, uma vez mais da actividade no mercado angolano, como avançou Martinho Oliveira, CEO da AFAVIAS

A Construção e Engenharia está na génese do Grupo AFA. Esta é a área que ainda tem maior peso no volume de facturação do grupo?

A construção continua a ser a actividade com maior peso na facturação do Grupo AFA, variando em função da sazonalidade do mercado imobiliário, representando, em média, mais do que 60% do volume da facturação total. Em 2021, o volume de negócios da AFAVIAS (área da construção) rondou os 145 milhões de euros, o que representou um crescimento, em todas as geografias onde operamos, que excedeu em 30% a facturação alcançada em 2020. Para 2022, prevemos que o volume de negócios da AFAVIAS ronde os 200 milhões de euros.

Qual o volume de carteira de obras da AFAVIAS? E como tem esta evoluído?

Actualmente, a nossa carteira de obras adjudicadas, contratualizadas, negociadas e, em alguns casos, financiadas, ascende a 1.000 milhões de euros, sendo de salientar que cerca de 85% se localizarão fora da Região Autónoma da Madeira, com especial incidência em Angola.

Quanto desse crescimento e volume de obras [da AFAVIAS] vem de fora do Grupo AFA?

Existe de facto, uma forte interligação entre a área da construção e as demais actividades, que resultam dos outros dois pilares do Grupo AFA, a Imobiliária e a Hotelaria. Na verdade, a AFA Real Estate é, neste momento, o cliente, na área da construção civil mais representativo da AFAVIAS por conta dos novos projectos residenciais em execução em particular na Região Autónoma da Madeira. Relativamente ao volume total de obras, 20% dizem respeito a trabalhos executados para empresas do grupo e 80% para clientes externos.

No caso da hotelaria, a AFAVIAS foi responsável pela construção de hotéis do grupo, nomeadamente, o Calheta Beach, Saccharum, Savoy Palace e NEXT, assim como, executou obras de remodelação do Royal Savoy e Gardens.

Que geografias são hoje determinantes para a operação da AFAVIAS?

A internacionalização da empresa AFAVIAS iniciou-se em 2007, como resposta à diminuição da actividade na Madeira no contexto da crise financeira e recessão económica à época. Em termos de volume de facturação, e depois da Madeira, Angola continua a ser o nosso mercado mais representativo, tendo o mesmo, num passado recente, representado mais de 70% da facturação anual da AFAVIAS. É nossa convicção que já em 2023, África, volte a ser o nosso mercado mais representativo, naquilo que concerne ao volume de facturação. Mantemos representações comerciais na Guiné Equatorial, Colômbia e realizamos obras de grande dimensão na Mauritânia e Senegal, tendo, contudo, registado nestes países uma acentuada redução da nossa presença ao longo dos últimos anos.

Savoy Residence Monumentalis

“Crescimento” nos planos para 2023

A conjuntura de alta de preços das matérias-primas tem afectado de forma muito directa o sector da construção. Qual o impacto na actividade da AFAVIAS?

Devo realçar que, apesar do aumento generalizado de custos, nomeadamente das principais matérias-primas que a AFAVIAS integra na sua actividade principal, a sua grande autonomia lhe tem permitido ultrapassar, sem especiais constrangimentos, as dificuldades decorrentes da crise. No sector das obras públicas, as revisões ordinárias colmataram uma parte desse impacto, estando em processo a negociação de uma eventual revisão extraordinária, de acordo com a lei, para que se reponham as condições e as premissas contratualizadas. Contudo, importa registar que alguns dos atrasos verificados, nomeadamente na definição/publicação dos índices, se traduziram num esforço financeiro acrescido para a generalidade das empresas. Tivemos, e continuamos a ter, oscilações nos preços, nomeadamente na generalidade dos derivados do petróleo, combustíveis, aço e cimento, que constituem parte muito relevante da nossa estrutura de custos.

Como fazem para contornar o problema da mão de obra na construção que, por certo, a Madeira, à semelhança do que acontece no continente, também sente?

A falta de mão-de-obra está generalizada a várias empresas e a vários sectores a nível nacional, sendo particularmente relevante nalguns domínios da área da construção. Contudo, gostaria de destacar que o Grupo AFA é um dos grandes empregadores do arquipélago da Madeira, empregando, no total das três áreas de actividade, 3100 colaboradores. Para captar mão-de-obra, mantemos uma estreita colaboração com as entidades formadoras de referência na região, acolhendo diversos estagiários ainda em percurso académico e diferentes áreas do conhecimento, com o objectivo de se tornarem colaboradores do Grupo, após conclusão da sua formação. Na AFAVIAS, prevemos a contratação de mais colaboradores em 2023, para fazermos face ao acréscimo do volume expectável para 2023, muito especialmente na nossa actividade em Angola e nos Açores.

Esse sentimento de optimismo faz antever uma boa perspectiva para a actividade em 2023?

Em 2023, é nosso objectivo manter e ampliar a presença nos mercados onde operamos, com expectativas de forte crescimento em África e no continente português e mantendo na Madeira e nos Açores os volumes de negócios alcançados em 2022. No caso de Angola, relevamos igualmente, que para além do crescimento que registaremos em 2023, que garantiremos cumulativamente uma carteira de obras com enorme estabilidade, que constituirão um aval de grande solidez para os anos vindouros.

Na Madeira, manteremos uma inequívoca posição de liderança, continuaremos envolvidos na construção de obras de túneis e vias rápidas, algumas delas em curso e outras que terão o seu início no decorrer do ano. Destacamos ainda a obra da 2ª fase da Construção do Hospital Central e Universitário da Madeira, integrando um consórcio que lideramos, bem assim como a realização da ETAR do Funchal, a Central Hidroeléctrica da Serra de Água para a Empresa de Electricidade da Madeira e ainda o reinício das obras do Campo de Golfe da Ponta do Pargo e a ligação da Via Rápida entre o Arco de São Jorge e a Boaventura.

Savoy Residence Casa Insular

O peso do Imobiliário

No imobiliário, quais os projectos em curso actualmente?

Na Madeira, onde se encontra actualmente a maior parte a actividade da AFA Real Estate, o foco são os empreendimentos de luxo Savoy Residence. Ao Savoy Residence | Casa Branca, totalmente comercializado, segue-se o Savoy Residence | Insular, que está em fase avançada de construção no centro histórico do Funchal, com 49 apartamentos, e o Savoy Residence | Monumentalis, com 150 apartamentos em zona turística nobre da cidade, estará concluído no início de 2024.  A estes, somam-se outros projectos imobiliários que se irão desenvolver no centro do Funchal. O investimento global nestes empreendimentos ronda os 350 milhões de euros.

Integramos, igualmente, o projecto imobiliário do ‘Dubai Madeira’ no Funchal, no âmbito da Varino, na qual temos uma posição paritária. Trata-se de um projecto já em fase de construção, que terá uma área de construção de aproximadamente 80.000/m2 e um investimento de 250 milhões de euros.

Em Portugal continental, o Grupo AFA acaba de adquirir o número 35 da Av. 5 de Outubro, que terá projecto do Arquitecto Frederico Valsassina e ao qual será conferida a qualidade dos demais projectos da Savoy Residence. Nota também para outros projectos no âmbito da sociedade Varino, com investimento de 150 milhões de euros.

Como é que surgiu esta parceria com o Grupo Socicorreia?

Resultante da estreita colaboração entre o Grupo AFA (50,1%) e a Socicorreia (49,9%), a Varino Investimentos Imobiliários, Lda. surgiu, em 2016, para criar sinergias e dar resposta às fortes exigências do mercado imobiliário, defendendo desde os seus primórdios uma construção com arquitectura diferenciada de qualidade e rigor. A Varino encontra-se actualmente a desenvolver vários empreendimentos residenciais, com espaços comerciais integrados, em Portugal continental e na Madeira. A marca conta já com seis projectos, sendo cinco deles em Lisboa e o primeiro edifício em construção na Madeira, com tipologias que variam entre T0 a T3, edificados em localizações de excelência e com design contemporâneo.

Depois de Lisboa, a Madeira surge como o novo polo de atracão de investimento. Quais os factores de atractividade deste mercado?

A Madeira encontra-se num processo de transformação do sector imobiliário, tanto na oferta quanto na procura, e potencializado também pela conjuntura internacional dos últimos anos, que projectou a Madeira no mundo. É um destino que proporciona grande qualidade de vida pela sua localização geográfica, clima ameno, beleza natural, fácil acesso a bens e serviços, e segurança. A poucas horas de viagem das principais capitais europeias, muitas com voos directos, a região oferece uma experiência inigualável a quem a visita, mas também, e sobretudo, aos que a escolhem para viver.

Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

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Quadrante cria Centro de Excelência BIM

O novo Centro de Excelência “posiciona a Quadrante ao nível dos grandes grupos internacionais ao nível da digitalização”. Além disso irá permitir, também, aumentar a produtividade das equipas e integrar processos e novas ferramentas

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A Quadrante anunciou a criação de um Centro de Excelência dedicado à digitalização na construção, que vai permitir aumentar o peso do BIM na facturação global do grupo e criar cerca de 70 novos postos de trabalho no prazo de três anos, com tarefas diárias de produção com ferramentas BIM (Building Information Modelling).

O novo Centro de Excelência “posiciona a Quadrante ao nível dos grandes grupos internacionais ao nível da digitalização. Além disso, também, aumentar a produtividade das equipas e integrar processos e novas ferramentas para oferecer aos clientes edifícios e infraestruturas inteligentes e mais sustentáveis”, refere João Costa, administrador e responsável pela digitalização do Grupo. 

Os novos desenvolvimentos vão permitir integrar ferramentas de medição e monitorização da eficiência energética de edifícios e infraestruturas, gerir e medir a pegada de carbono de forma automática desde fases iniciais dos projetos, potenciar a economia circular em obras de elevada complexidade técnica, integrar simuladores de tráfego e inovar na gestão da construção e fiscalização, designadamente através de consultoria em serviços de Digital Twins, gestão e supervisão de obra, com as dimensões BIM do 4D e 5D.

 O novo Centro de Excelência BIM tem um gestor global dedicado totalmente ao BIM, que é responsável pelo desenvolvimento da tecnologia, com uma equipa focada e especializada em cada uma das unidades de negócio do Grupo. “Será feito um aumento significativo de recursos humanos distribuídos pelas diversas unidades de negócio, que se traduzem em investimento em software de última geração, formação contínua e especializada e novos processos de trabalho”. Neste momento, a Quadrante já conta com os primeiros técnicos em Portugal, nesta indústria, com certificado BIM profissional da buildingSMART International.

A Quadrante é membro da Comissão Técnica de Normalização CT197-BIM, em Portugal e sócio fundador e membro do Concelho Consultivo da Building Smart Portugal. Foi também distinguida com a menção honrosa do Prémio de Excelência BIM “Maturidade BIM” em 2021, pelo Built CoLAB, com o trabalho desenvolvido no projecto do Estádio de Bouaké, na Costa do Marfim. Entre outros projectos desenvolvidos destaca-se a Linha Rubi do metro do Porto, que vai ligar a Casa da Música e Santo Ovídio, o Mercado Central de Kumasi, a Subestação eléctrica 110/13.8kV de Panquehue no Chile, o Edifício Técnico de Apoio ao Novo Telescópio da ESO, entre outros.

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Riportico vendida aos espanhóis da Applus+

Os valores do negócio não foram revelados mas, em comunicado, os responsáveis da Applus+ revelam que a operação vai permitir ganhar dimensão para abordar os próximos projectos de infraestruturas, água e ambiente que estão previstos em Portugal nos próximos anos

Ricardo Batista

Os espanhóis da Applus+, especialistas globais na área das inspecções, ensaios e certificações, anunciaram esta quinta-feira a aquisição da totalidade do capital social da Riportico, um dos prestadores de referência em Portugal na área da fiscalização, gestão, coordenação de segurança e projectos de engenharia.

Os valores do negócio não foram revelados mas, em comunicado, os responsáveis da Applus+ revelam que a operação vai permitir ganhar dimensão para abordar os próximos projectos de infraestruturas, água e ambiente que estão previstos em Portugal nos próximos anos. Fundada em 2004, a Riportico factura por ano aproximadamente oito milhões de euros e conta, actualmente, com certa de 150 trabalhadores. A companhia fundada por Ricardo Campos tem um forte peso no mercado interno, nomeadamente na área de gestão de projectos publicos de infraestruturas para mais de 100 clientes, repartidos por rodovia, ferrovia, estações d emetro, aeroportos, edificios, estações de tratamento de águas e energias renováveis. A experiência da Riportico coloca a empresa “bem colocada para beneficiar do forte crescimento do setor das infraestruturas no País após a pandemia, impulsionado pelos programas que o Governo português tem lançado para potenciar a retoma económica”, observa Javier López Serrano, vice-presidente executivo da divisão Applus+ Energy & Industry.

O responsávels da Applus+ adianta ainda: “A Riportico encaixa-se muito bem no nosso plano estratégico. É uma plataforma altamente atraente para continuar a crescer em setores importantes para nós, como infraestrutura, meio ambiente ou tratamento de água, enquanto nos ajuda a continuar a melhorar as nossas margens”. “A sua vasta experiência e reputação colocam-no numa posição privilegiada para aproveitar as oportunidades que vão surgindo em Portugal”, sublinha Serrano.

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Renováveis: Eurowind Energy quer investir 400M€ em Portugal

Responsável da empresa alertou para dificuldades que o setor das renováveis enfrenta no país e que estão relacionadas com a morosidade na emissão e pareceres e licenças, incoerências legislativas

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A multinacional dinamarquesa Eurowind Energy, que inaugurou o segundo parque solar de produção de eletricidade do país, quer investir até ao fim desta década mais de 400 milhões de euros em Portugal. Pedro Pereira, diretor da empresa para a Europa do Sul, disse aos jornalistas que, “até ao final desta década, [serão investidos] 400 milhões” na construção de parques fotovoltaicos de pequena produção na Covilhã, Castelo Branco, Mafra, Vouzela e Bragança, com uma potência total instalada de 50 megawatts (MW).

“Metade vai arrancar em breve e a outra metade até ao final deste primeiro semestre para entrarem em exploração para o ano”, adiantou. A empresa dinamarquesa tem ainda três outros projetos previstos para Castelo Branco, dois parques eólicos e solares e um projeto de hidrogénio verde. “Temos o objetivo de hibridizar os nossos projetos com solar e eólico, juntando tecnologia para armazenar energia quando esta não está a ser produzida”, explicou.

O responsável alertou para diversas dificuldades que o setor das renováveis enfrenta em Portugal e que estão relacionadas com a morosidade na emissão e pareceres e licenças, incoerências legislativas, falta de recursos humanos” em diversos organismos como a Direção-Geral de Energia e Geologia e subdimensionamento da Rede Elétrica Nacional por insuficiência e incapacidade de pontos de injeção elétrica.

“Há uma grande morosidade no despacho de processos, o que explica que, para chegar à exploração de um parque, se tenha demorado seis anos, o que afasta o investimento”, disse, referindo-se ao Parque Solar de Triana, inaugurado no concelho de Alenquer, no distrito de Lisboa. Contudo, reconheceu o esforço de simplificação por parte do Governo para o cumprimento da agenda verde.

Na inauguração do investimento de 18 milhões de euros, o CEO da empresa, Jens Rasmussen, afirmou que estão “empenhados em construir mais parques no país”. O parque tem uma potência instalada de 22 MW, distribuídos por mais de 41 mil módulos fotovoltaicos ao longo de 30 hectares. Os promotores estimam uma produção de 41,5 gigawatts por ano, capazes de fornecer eletricidade a mais de 14 mil famílias.

Na inauguração, a secretária de Estado da Energia e do Clima, Ana Fontoura Gouveia, disse que 57% da eletricidade produzida em Portugal já provém de fontes renováveis e o objetivo é aumentar para os 80% até 2026. O país já dispõe de uma potência instalada de 2,5 GW e a meta é aumentar 1 a 1,2 GW este ano. Para simplificar os processos de licenciamento, foi lançado o programa ‘Simplex Ambiental’.

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