Sierra reforça posicionamento com aposta confirmada no imobiliário
“Open Mind Greater Value.” ou numa tradução mais ou menos livre “mente aberta para novas oportunidades de criar valor”. Este é o novo posicionamento da Sierra, em linha com a nova estratégia e com a uma renovação de “identidade” do grupo
Manuela Sousa Guerreiro
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A ‘nova’ Sierra, até agora designada como Sonae Sierra, e a construtora Grupo Ferreira anunciaram em meados do mês um investimento de 42 milhões de euros no desenvolvimento de um complexo de escritórios de última geração no Porto. Uma parceria de 50/50, que inaugura, oficialmente, uma nova aposta “estratégica” no desenvolvimento das cidades do futuro. “Este projecto enquadra-se no objectivo estratégico da Sierra de ser um player chave na reconversão urbana e no desenvolvimento das cidades do futuro, através da promoção de projectos urbanos sustentáveis, diferenciadores e inovadores”, reforça Alexandre Fernandes, administrador da área de Developments da Sierra. O investimento não é alheio ao “contexto de recuperação e dinamismo do mercado de escritórios do Porto”.
“Ambicionamos desenvolver um projecto único em termos de qualidade, dimensão e sustentabilidade. Estamos muito entusiasmados em desenvolver este projecto com o Grupo Ferreira, um parceiro de reconhecida experiência e prestígio na promoção de projectos imobiliários”, continua Alexandre Fernandes.
O novo complexo de escritórios tem a assinatura da Broadway Malyan, e foi desenvolvido “com uma linguagem arquitectónica contemporânea, com especial ênfase na flexibilidade, inovação e sustentabilidade”. As tendências actuais associadas ao conforto e bem-estar dos utilizadores, e a prioridade na qualidade dos espaços marcam presença obrigatória neste projecto que se irá desenvolver em altura. A torre de escritórios terá uma área bruta de construção com cerca de 19 mil m2, distribuída por nove andares. Cada piso terá cerca de 2 mil m2, totalmente livres de barreiras ou colunas, beneficiando ainda de varandas e vista panorâmica de 360º. “Com uma arquitectura contemporânea, está dotado de áreas amplas e flexíveis, que permitirão aos seus utilizadores adequar cada espaço às suas necessidades”.
O projecto contempla ainda 338 lugares de estacionamento subterrâneos.
Ainda de acordo com a Sierra, “o projecto foi concebido mediante exigentes requisitos de sustentabilidade, de modo a proporcionar um elevado desempenho ambiental e energético, com altos níveis de conforto e consistente com as melhores práticas de ESG”.
Com o processo de licenciamento já concluído, a construção do complexo deverá ter lugar a partir de Julho e o mesmo deverá estar concluído até ao final de 2023.
Parceiro na operação o Grupo Ferreira consolida assim a sua presença na área metropolitana do Porto onde nos últimos anos tem reforçado a sua presença.
Uma estratégia anunciada
O lançamento do projecto coincide com a confirmação do novo posicionamento Sierra, em linha com a nova estratégia já apresentada em Novembro do ano passado pelo seu presidente executivo Fernando Guedes de Oliveira.
“Open mind, greater value.” é o novo posicionamento da Sierra, que reflecte a ambição de expansão do seu negócio para novas áreas, conforme a sua nova estratégia. A mudança enquadra-se no propósito de contribuir activamente para a reconversão urbana e a criação das cidades do futuro, apostando no desenvolvimento de activos imobiliários de uso misto, na prestação de serviços e na gestão de fundos de investimento”, justifica a Sierra num comunicado enviado agora.
Citada no mesmo comunicado Inês Drummond Borges, Chief Transformation Officer da Sierra, explica que “a nova estratégia de negócio contém uma ambição renovada de crescimento e exige da Empresa uma maior abertura ao mercado, com um posicionamento mais abrangente e flexível. “Open mind” é isso mesmo. Com essa abertura de espírito, queremos gerar mais valor económico, ambiental e social (“Greater value”), através da criação, desenvolvimento e gestão de espaços para as cidades do futuro, com melhor e mais sustentável qualidade de vida para pessoas e comunidades.”
Para além da abertura a negócios mais diversos, “esta mudança vai valorizar aspectos que sempre diferenciaram a Empresa no mercado. De entre estes, destaca-se a capacidade de criar relações de parceria de longo prazo com investidores, instituições e profissionais de referência. A valorização da perspectiva local, conjugada com a visão e as práticas de player internacional, o pragmatismo e know-how para fazer acontecer e o foco na sustentabilidade, são outros aspectos do capital da marca que serão reforçados”.
A mudança surge pela necessidade continua de crescimento numa altura em que o segmento de centros comercias está maduro, tanto em Portugal como noutros países europeus, o que empurra a empresa a procurar “novas avenidas de crescimento no imobiliário, assentes no know-how que construímos nos centros comerciais, que a par dos aeroportos e dos hospitais são dos activos mais difíceis de desenvolver”, justificou em Novembro o seu presidente executivo.
Na altura a empresa anunciou a intenção de investir mil milhões de euros no desenvolvimento de “espaços urbanos sustentáveis”, num total de 300 mil metros quadrados de área de construção, entre projectos mistos, com componente residencial, comercial e de escritórios. Tendo confirmado para 2022 a arranque da construção da terceira torre do Colombo, orçamentada em 100 milhões de euros, e um empreendimento residencial em Bucareste, Roménia, orçado em 22 milhões de euros. O projecto agora apresentado junta-se à lista e confirma o posicionamento da empresa e insere-se num dos quatro pilares da nova estratégia de investimento de negócio da empresa.
O primeiro é a expansão do negócio de gestão de fundos de investimento através da criação de veículos adaptados aos objectivos de rentabilidade e sustentabilidade de diferentes tipos de investidores.
O segundo, o alargamento da actividade de promoção imobiliária a projectos urbanos sustentáveis e diferenciadores, integrados nas vidas das comunidades locais, com diferentes usos, como residencial, escritórios, lazer ou comercial.
O terceiro, o reforço da oferta integrada de serviços imobiliários, no contexto das novas vivências projectadas para as cidades, através da Reify., unidade de negócio focada em desenvolver soluções multidisciplinares para criação, renovação e melhoramento de espaços.
O quarto pilar consiste na preparação para o futuro do portefólio de centros comerciais sob gestão, através da criação de experiências diferenciadoras e multicanal, acrescentando valor para consumidores, lojistas e parceiros.
A nova imagem agora apresentada está alinhada com a renovação da identidade da Sonae que foi apresentada no final de Fevereiro e na qual cada área de negócio assumiu uma nova identidade endossada pela marca Sonae. Assim, a unidade de centros comerciais assume o nome Sierra, o retalho alimentar passa a designar-se MC, os serviços financeiros são agora Universo, a unidade de moda é Zeitreel e a unidade de gestão de investimentos em tecnologia muda para Bright Pixel. Apenas a área de retalho de electrónica mantém a designação Worten.