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    “A falta de mão-de-obra constitui um problema gravíssimo”

    Ao CONSTRUIR, José Neves, responsável pela STO Ibérica Portugal, explica a importância da aposta na formação de técnicos instaladores, considerando que sem essa qualificação de pouco serve haver produtos de excelência

    Ricardo Batista
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    “A falta de mão-de-obra constitui um problema gravíssimo”

    Ao CONSTRUIR, José Neves, responsável pela STO Ibérica Portugal, explica a importância da aposta na formação de técnicos instaladores, considerando que sem essa qualificação de pouco serve haver produtos de excelência

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    A STO apostou, no último ano, na abertura de um showroom, uma estratégia que se enquadra na política que está delineada para os próximos anos, atendendo a que o espaço, além de expositivo, poderá servir de base para a componente formativa que José Neves, responsável pela STO Ibérica Portugal, considera fundamental

    A STO anunciou, há aproximadamente um ano, o reforço da aposta no mercado nacional, uma aposta que passava, entre outras implicações, pela abertura de um showroom. Que critérios estiveram na base desta decisão?
    A STO, sendo uma multinacional alemã, opera em diversos países, países que estão em desenvolvimento. Internamente, o que fizemos foi uma interligação com uma empresa local para iniciarmos actividade e a divulgação dos produtos da marca. Quando verificamos que o mercado tem potencial, normalmente acabamos por nos substituirmos a esse parceiro. Foi o que aconteceu aqui Portugal. Trabalhávamos com uma empresa no Algarve que, entretanto, se transferiu para Gibraltar e esse momento acabou por ser a oportunidade ideal para a STO decidir apostar no mercado português. E porquê esta aposta? Por mais curioso que pareça, o mercado português consegue ser maior que o mercado espanhol, sobretudo no segmento do Isolamento Térmico pelo Exterior (ITE).

    Sendo o volume sempre um atractivo para qualquer empresa, encontrámos aqui um elo de conexão com outros países, nomeadamente por via dos arquitectos portugueses. Os arquitectos portugueses estão extraordinariamente bem distribuídos a nível Mundial, e acabámos por perceber que há vários critérios chave, desde logo a evidência de que estão bem familiarizados com os nossos produtos. Eles têm grande apetência pelos nossos produtos, logo fazia todo o sentido apostar no mercado português. Começámos por estudar o mercado, suavemente, e há um ano decidimos abrir um showroom pois começámos a sentir duas coisas importantes. Desde logo, a facilidade de poder demonstrar as nossas diversas soluções. É impossível transportar uma série de amostras, mockups, catálogos para que eles pudessem ver. Portanto, esta solução permite que tenhamos aqui um centro nevrálgico para o nosso negócio. Os nossos clientes podem visitar-nos e conseguem ver todos os temas que nós temos. Outra situação muito importante para nós passa por profissionalizar o sector. Fosse no isolamento térmico, fosse no isolamento acústico, sentimos que existia uma necessidade muito grande de formar os instaladores. Por exemplo, o sistema de isolamento térmico foi trazido para Portugal pelos nossos emigrantes, por via das experiências que tinham lá fora e começaram a disseminar o produto. Mas faltava a componente da formação, até porque estão sempre a surgir novas soluções, a tecnologia muda, muita coisa muda. Enquanto fabricante, a STO tem responsabilidade de formar instaladores. Este showroom serve não só para mostrar as nossas soluções mas também como um centro de formação. Por isso, dispomos de uma área de armazenagem e uma área logística, onde criámos todas as condições para podermos fazer essa formação e onde convidamos regularmente as pessoas para nos visitarem. Já se notam resultados excelentes, porque já se começa a falar com qualidade e com preocupação.

    Quando fala na questão da formação, em que ponto estamos? Sentimos hoje algumas complexidades, de um modo global, para encontrar profissionais de segmentos específicos. No caso da aplicação de isolamento, que radiografia pode traçar ao nível da qualidade da mão-de-obra que existe em Portugal?
    Os portugueses, por norma, têm um sentimento de subserviência face a outros países mais desenvolvidos do centro da Europa e acabamos por desvalorizar muito o que é nosso. É curioso verificar que muitos desses países, como França, Suíça, Alemanha ou Luxemburgo utilizam mão-de-obra portuguesa que dizem que é especializada na aplicação dos produtos de isolamento térmico e nós, quando chegamos a Portugal, transformamo-nos em meros aplicadores de placas e de argamassas. Não estamos muito preocupados com o sistema. Ora, hoje em dia o que nós sentimos é que existe uma necessidade muito grande de renovar o parque habitacional que existe em Portugal porque é pobre energeticamente. Há poucos dias, surgiu uma notícia de que Portugal é o país que tem mais custos para aquecer a casa. Isto não faz sentido nenhum, desde logo pelo clima que temos. Isto acontece pela precariedade que existe ao nível das soluções de isolamento térmico. Se nós transportarmos isto para a área da formação de instaladores, estamos a valorizar a mão-de-obra e um sistema que vai dar resultados. Não aplicar uma coisa que não vai dar resultados, que vai criar pontes térmicas, que vai fissurar, etc… Com esta valorização, as pessoas sentem-se mais atraídas para exercer este tipo de actividade e deixam de se sentir como meros operários de construção civil. No fundo, passam a ser considerados como técnicos qualificados. É isso que nós procuramos com a certificação de instaladores. Hoje em dia, a falta de mão-de-obra constitui um problema gravíssimo, não apenas em Portugal a nível europeu, logo está na altura de nós aproveitarmos bem o que é nosso. Eu sei que é um cliché falarmos de médicos e enfermeiros que saem para fora do País à procura de melhores condições, mas na construção passa-se exactamente a mesma coisa. Pessoas que são qualificadas vão para fora à procura de melhores condições. Está na altura de nós criarmos esse critério de qualidade e colocá-lo no topo das prioridades para que as pessoas se sintam valorizadas aqui e que consigam ter os rendimentos que procuram. Esse será o caminho. Daí ser muito importante, para nós, a questão da formação. Em todas as obras que começamos, a primeira pergunta que fazemos: “É necessário ter aqui um técnico nosso, durante 2 ou 3 dias? Não para ensinar o que quer que seja, mas para ajudar!”. Isto é uma condição sine qua non de trabalhar com os produtos da STO. Na relação com os arquitectos é igual, tentamos que no caderno de encargos faça parte a indicação de que o trabalho deve ser feito por instalador certificado. Muitas das vezes, o instalador valoriza o produto e não o inverso.

    Ou seja, estamos aqui a falar de uma cadeia de valor onde todos saem a ganhar. O produto pode ser extraordinário, mas se for mal aplicado já terá implicações no resultado final…
    Eu costumo dizer, na brincadeira, que o nosso produto vem dentro de um balde ou de um saco e enquanto não for para uma fechada, não tem valor rigorosamente nenhum. Para ir para uma fachada não vai sozinho, necessita de mãos qualificadas. Isso é que vai fazer toda a diferença, porque o projecto final vai ser um projecto duradouro, com estética agradável, funcional do ponto de vista técnico. Saímos todos a ganhar, até porque o instalador, no fundo, também vai ter orgulho pelo trabalho realizado. Hoje em dia, sentimos que boa parte dos instaladores compram um produto aqui, outro produto acolá para depois, no final, compor um sistema que acaba por não ser bem um sistema. Diversas marcas, muitas não combinam entre si e vai acabar por não funcionar. É um pouco como irmos à farmácia aviar uma receita: portanto, se os arquitectos definem a receita e se o instalador trouxer a receita como deve ser, no final do dia tudo funciona. Em Portugal, tentamos ir sempre ao mais barato e os instaladores acabam por trabalhar de certa forma contra eles mesmos. Se eu vou comprar um produto barato, a minha mão-de-obra vai-se adaptar a este produto barato, a minha margem, que será percentualmente igual, será mais reduzida financeiramente porque eu estou a ver uma coisa muito mais barata. Há que educar nesse sentido.

    No que diz respeito a este segmento em específico dos isolamentos, que radiografia a traça do mercado, seja ao nível da legislação ou da oferta de empresas como a STO promovem?
    Dividindo o mercado entre isolamento térmico e a parte acústica, na área acústica, Portugal está num nível top. Somos dos países com uma regulamentação mais concreta, em que é mais fácil seguir a regulamentação por parte de todos os agentes do mercado. Essa regulamentação faz com que toda a cadeia se ajuste. Quando uma regulamentação é boa tudo que vem atrás tem que funcionar de uma forma boa, desde que haja depois uma fiscalização inerente que faça com que se cumpra. Na parte do isolamento térmico, já não existe essa regulamentação. Existem os certificados térmicos que variam consoante os sectores. Por exemplo, se não tivermos isolamento térmico pelo exterior mas se tivermos um equipamento muito bom que aqueça e arrefeça a casa, já está tudo bem. Só que não está tudo bem. Porque se nós tivermos um equipamento para aquecer ou arrefecer, vamos gastar recursos naturais e vamos ter um custo de energia brutal. Não funciona. Temos que pensar nisto como um todo, como uma construção sustentável e sustentável desde os produtos que utilizamos à sustentabilidade dos edifícios e das famílias que vivem nesses edifícios. Se gastamos muita energia, isso não é sustentável para a família, se o edifício não está protegido, isso não é sustentável no seu ciclo de vida, se utilizamos produtos que não têm qualquer tipo de preocupação ecológica estamos a poluir. Toda esta economia circular, se houvesse uma regulamentação que classificasse os edifícios, tornar-se-ia muito mais simples, eficaz e duradoura de implementar algo em Portugal. As notícias que temos lido, sobre os custos para aquecer uma casa, sobre pessoas não estão confortáveis, andamos em casa de casaco, temos que ter enormes recursos naturais para aquecer a casa não faz rigorosamente sentido nenhum. Somos patrocinadores da associação PassivHouse em Portugal, que é o expoente máximo de uma construção do ponto de vista eficiente, que não encarece a construção e que, no fundo, é muito similar ao que temos hoje em dia, com a benesse de não haver custos depois para climatizar uma habitação…

    Tem mais em conta aquilo que é o que é o investimento diluído no ciclo de vida do edifício… É muito frequente ver edifícios novos já com tijolos à vista na fachada, onde se notam pontes térmicas de uma forma muito violenta. Isto não faz sentido. Podemos olhar para isto como um plano a 20, 30 ou 40, mas assim como está não funciona. Se tivéssemos uma regulamentação muito bem definida no que diz respeito aos edifícios em termos de isolamento térmico de todas as áreas, desde a caixilharia, coberturas, paredes, teríamos, de certeza, melhores projectos e edifícios melhores.

    Houve um inquérito há relativamente pouco tempo, realizado pelo Portal da Construção Sustentável, que apontava para dados algo preocupantes. Segundo os dados, apenas um em cada 10 portugueses vive numa casa em que a temperatura é satisfatória. Aqui acrescem os dados do Observatório da Energia que dizem que dizem que 70% das habitações certificadas têm baixa eficiência energética. Em que medida é que as empresas, no núcleo de que a STO faz parte, podem ser parte da solução?
    Empresas como a STO que desenvolvem isolamento térmico de fachadas têm um papel fundamental para melhorar, em muito, esses índices. Preocupamo-nos em desenvolver sistemas que funcionem, que não criem pontes térmicas e que sejam duradores. Isso é um factor chave. Hoje em dia consegue-se fazer obras de isolamento térmico e passados 3 ou 4 anos já se notam as fachadas envelhecidas. É preciso ter atenção porque numa casa, uma fachada a Norte tem uma necessidade, uma fachada a Sul tem outra necessidade. Nós não podemos olhar para o mesmo edifício e dizer que ‘a minha receita é isto para o edifício todo’. Temos de parar, olhar, estudar e ver a solução para a fachada Norte, para a Sul outra solução, definirmos bem o que estamos a utilizar. O que vai acontecer com tudo isto? Vamos melhorar consideravelmente os custos energéticos de cada habitação e não vamos ter esta necessidade de vestir casaco para estar em casa.

    O sistema de isolamento térmico pelo exterior permite regular a temperatura entre o interior e o exterior, e vice-versa. Com isto, não vamos ter essa pobreza energética que você menciona. O Portal da Construção Sustentável foi muito duro em alguns artigos que tive oportunidade de ler porque, de facto, isto não faz sentido. Quando olhamos para edifícios de construção social e vemos a forma como estão construídos, constatamos que estamos a colocar pessoas com algumas limitações de recursos a habitar edifícios que vão custar quase um rendimento de inserção só para aquecer. Não faz sentido. O isolamento térmico de fachadas tem uma vantagem enorme e que consegue ser a solução mais económica que existe do ponto de vista para fachadas para isolar termicamente uma fachadas. Daí o peso das empresas que operam neste mercado. Esse peso traz uma responsabilidade acrescida de executar as coisas como têm de ser executadas.

    Estamos a falar, invariavelmente, dos custos à cabeça. Falamos de investimento público e de uma lógica do investimento em habitação social perigosamente economicista e concentrada em baixo preço?
    É fundamental que quem está a analisar estes projectos, do ponto de vista financeiro, tenha em consciência essa questão do custo não só da operação em si como depois na manutenção e nos custos energéticos para poder ter condições dentro de casa. Se nos deixarmos de frases políticas, se pensarmos que num sistema térmico de fachadas que custa 40 EUR o metro quadrado, um sistema de reboco com pintura custa 20 euros, imagine o que será, daqui a três anos, caso tenhamos optado pelo sistema de reboco com pintura. O mais certo é estarmos perante um aspecto horrível porque a pintura não aguentou, o reboco fez pontes térmicas e a fachada está com um aspecto muito mau. Todos nós nos preocupamos com o ambiente que nos rodeia e não gostamos de ver coisas feias, isso é natural. Assim sendo, vamos ter de reparar, montar um andaime que custa 10 euros/metro e voltar a pintar, que são mais 10€. Está bom de ver que, somando todas essas parcelas, em 3 anos o custo do sistema de isolamento térmico já se recuperou. É isto que acontece.

    Analisando friamente e sem políticas à mistura, não faz sentido nenhum, do ponto de vista financeiro, olharmos os projectos da forma como temos olhado até aqui. Não existe, na Europa, um edifício que não tenha protecção de fachada, seja pelo isolamento térmico que a STO tem, seja pelas fachadas ventiladas ou outro qualquer sistema que exista. Não existem edifícios feitos sem estes critérios. E quando olhamos ainda mais profundamente, com os fundos que existem para melhorar energeticamente os edifícios a nível Europeu, e se olharmos para Países como Espanha ou Itália… Vou dar-lhe um exemplo muito simples: em Itália, no último ano, com esta questão da pandemia notou-se que a pobreza energética dos edifícios era brutal.

    O Governo iniciou automaticamente acções para melhorar, foi ao cúmulo de dizer ‘eu comparticipo as vossas obras de renovação do edifício em 110%’, ou seja, os italianos faziam obras e ganhavam 10%. Para lhe dar um número, a facturação da STO e de empresas como a STO aumentou 100% no último ano, essencialmente porque houve imposição de medidas e as pessoas sentiram-se atraídas para estas intervenções. Em Portugal existem já soluções mas temos de as implementar e de facilitar o caminho. Não fazer como existem vales de eficiência, em que atribuímos 1300 euros a uma família carenciada para renovar o que quer que seja. A pergunta é: o que se faz com 1300 euros? E que empresas estão dispostas a esperar três ou quatro meses para receberem o vale eficiência? Este dificultar do caminho é que, muitas vezes, atrasa todo o processo.

    Como é que uma empresa como a STO olha para os impactos gerados pelas alterações climáticas, que ultimamente temos sentido de uma forma muito incisiva?
    As alterações que temos de fazer hoje em dia para melhorar o que estamos a viver diria que são drásticas. É alarmante aquilo que nos temos assistido e está na altura de deixar de assobiar para o lado e de deixar que outros decidam por nós. Eu costumo dizer que a melhor forma de podermos o Mundo é mudando o Mundo de cada um, de cada indivíduo. Se conseguíssemos melhorar cada indivíduo e o seu Mundo vamos de certeza, todos juntos, conseguir melhorar um pouco mais aquilo que fazemos. Agora, é preciso condições. Verificamos que Portugal é um dos países com salários mais baixos e, portanto, é difícil que as pessoas, por si só, adoptem medidas drásticas. O exemplo tem de vir de cima e daí a importância de uma certificação muito bem definida no que diz respeito à construção de edifícios. Qualificar os edifícios do ponto de vista sustentável penso que seria o passo número um a darmos, e consoante a classificação que cada edifício tenha, assim seria o benefício, fosse ao nível do IMI ou de acesso a fundos. Mas cabe ao Governo definir esse caminho. Está na altura de valorizarmos isto porque se não o fizermos cada vez mais vai ser pior. Estamos a ter um consumo de recursos naturais excessivo e notámos muito isso durante a pandemia. Com as pessoas em casa, mais intensivo foi o uso de recursos naturais e as coisas estão a piorar. Eu não me recordo do último dia que choveu, por exemplo. Isto está tudo completamente mudado. Fomos nós que fizemos essas alterações, a Humanidade. Está na altura de colocarmos, por assim dizer, o pé na parede e trilhar um bom caminho. Precisamos que nos ajudem a indicar esse caminho.
    Temos estado a falar em isolamento e, essencialmente, em isolamento térmico. Mas há um outro Mundo ao nível do isolamento acústico em que estamos num patamar diferente até mesmo ao nível da legislação. Ainda assim, que necessidades identifica ao nível da procura ou mesmo da estratégia das empresas para crescer e para encontrar mercado?
    A STO opera, principalmente, dentro do isolamento acústico, dentro da absorção do ruido. Existem necessidades, a legislação ajuda-nos a manter essas necessidades bem activas. Nos últimos anos, foi-se notando que o ruido, nomeadamente em ambientes de trabalho, é potenciador de stress. Se quiser ser mais mordaz, diria que o ruído mata. EM termos de stress, passamos muito tempo a trabalhar e não se coadunam com as condições que ainda vão existindo do ruido nesse ambiente de trabalho. Outro exemplo: Restaurantes. Quem nunca foi a um restaurante e está com uma pessoa em frente e não consegue manter uma conversa inteligente, não consegue perceber o que a outra pessoa está a dizer. E isto são as necessidades que identificamos. A STO produz tectos de acondicionamento acústico, sem juntas, esteticamente muito agradáveis para os arquitectos e que faz de nós um parceiro fiável na resolução desses produtos. Esse é o tipo de mercado que a STO procura nessa área, temos trabalhado com arquitectos fantásticos, arquitectos de renome com Siza Vieira, Souto Moura, Carrilho da Graça, Aires Mateus, a nata da nata dos arquitectos portugueses porque são aqueles que de facto têm a capacidade de manter um projecto com qualidade e ter força para que ele se execute dessa forma. Cabe-nos a nós atribuir ‘armas’ aos arquitectos para que eles tenham soluções eficazes, esteticamente agradáveis, economicamente interessantes para o investidor e nesse sentido melhorando a qualidade de vida.

    Existem muitas diferenças na aplicação deste tipo de soluções num projecto feito de raiz face a uma obra de requalificação?
    Diria que intervir numa obra de requalificação, não sendo complicado, é um desafio mais aliciante. Não é complicado definirmos soluções para edifícios existentes. Vou-lhe dar um exemplo prático: investimos, no final do ano passado, em três scanners de edifícios, em que o operador, com o aparelho na mão, pode passear pela Avenida da Liberdade e ele lança-lhe em AutoCAD todos os edifícios existentes, conseguindo assim rapidamente ter uma fachada em CAD e aplicarmos aí a solução que tivermos de aplicar para melhorar esse edifício. Temos investido muito na necessidade de atribuir ferramentas aos nossos técnicos para a requalificação e os nossos sistemas, como não têm muita complexidade um ponto de vista da instalação, acabam resultar num mercado sem grandes implicações. Na área da acústica, passa-se o mesmo, porque estamos a falar de tectos falsos. Aplicamos um tecto falso em gesso cartonado, sem absorção acústica ou optamos por uma solução mais avançada. O que existia antigamente era gesso cartonado ou tectos modulares com perfis, que os arquitectos, do ponto de vista estético, não achavam tão atraente. Nós o que fazemos é manter o aspecto do tecto em gesso cartonado, com uma componente oculta que é a absorção acústica, melhorando a qualidade do espaço. Na realidade, não existem muitas implicações. O que é preciso é que haja bons instaladores.

    A empresa tem apostado em soluções para a melhoria acústica, nomeadamente STO Silent. O que é que esta solução tem de diferenciador em relação àquilo que era, não só a vossa oferta, como naturalmente também aquilo que era a oferta de mercado num sentido mais abrangente?
    O que o STO SIlent o que traz realmente é a combinação da estética com uma acústica invisível. Quando olhamos para o tecto, vemos que é um tecto liso, uniforme, sem muito ruído estético e com a absorção acústica por dentro do sistema. Isso acaba por ser uma mais-valia. A STO é a única no mercado que tem um sistema deste género que consegue funcionar como tecto falso. Ou seja, as soluções que existiam passavam por colar lã numa superfície existente, fosse em laje virgem ou tecto de gesso cartonado e nós temos a possibilidade de fazer isto com um sistema de perfilaria normal, podendo passar todas as instalações necessários do edifício por trás. É nesta solução que apostamos para o futuro mais imediato, com selo de qualidade de arquitectos portugueses, arquitectos extremamente conhecidos e criadores de tendências que nos ajudam também a nós a consolidar a tendência de haver um típico tecto STO.
    No fundo, o que é que vos diferencia neste segmento de mercado?

    É o caminho que nós definimos. Nós seguimos o nosso caminho, assente em pilares fundamentais de desenvolvimento do mercado, soluções duradouras, soluções em que conseguimos atribuir garantias 10 anos de vida útil do produto sem qualquer tipo de manutenção, algo que mais ninguém consegue fazer. Asseguramos formação, assistência técnica. Nós vamos ao mercado contratar instaladores para serem integrados nos nossos quadros como técnicos de instalação. São essas pessoas que depois vão dialogar e comunicar com a rede de instaladores. Não vou ser eu, que não sei colar uma placa de esferovite a uma parede. São os meus colegas, técnicos de instalação, que fizeram disto a sua vida, o seu ganha-pão, que vão ensinar ou melhorar o conhecimento que existe por parte do instalador. Este é o ponto chave, esta parte da garantia e, obviamente, os bons produtos. Essa transparência de estar no mercado, essa qualificação que queremos trazer para que as pessoas entendam e que nos ajudem a percorrer este caminho, um caminho que não é fácil mas que tem de ser trilhado todos os dias.
    Por onde passa o vosso crescimento?
    Este ano temos como objectivo número 1 contratar uma pessoa para a Zona Norte. É importante termos alguém com muita experiência que possa estar mais próximo do mercado e dos nossos clientes da região Norte e, no fundo, deixar de ser um ‘one man show’. O caminho passa por abrir também um centro logístico com produtos constantemente em Stock da STO, para um rápido fornecimento à obra. Este projecto será implementado nos primeiros seis meses. Temos três localizações em estudo, mas o lugar exacto não está ainda fechado.

    Sobre o autorRicardo Batista

    Ricardo Batista

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    Roca apresenta “Sparking Change” na Fuorisalone

    Concebida pela Mario Cucinella Architects, a instalação que representa os princípios da circularidade e descarbonização no sector da cerâmica, vai estar presente na feira Fuorisalone, em Milão

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    Com uma altura de 4,5 metros, um cenário semicircular de elementos cerâmicos modulares, a instalação inspirada no primeiro forno túnel eléctrico do Mundo para a produção sanitária. Apresentada pela Roca, “Sparking Chance” foi concebida pela Mario Cucinella Architects, que representa os princípios da circularidade e descarbonização no sector da cerâmica, vai estar presente na feira Fuorisalone, em Milão.

    Composta por 1200 blocos cerâmicos impressos em 3D de cores únicas, a gradação cromática e o formato da instalação servem como metáforas visuais que representam as temperaturas de funcionamento progressivas do processo de cozedura da cerâmica. Em cada bloco, meticulosamente elaborado, estão incluídos pormenores que ilustram a temperatura exata necessária em cada fase da produção para garantir a máxima qualidade dos produtos de louça sanitária.

    “Sparking Change” reforça o compromisso da Roca com a sustentabilidade numa instalação única que demonstra de que forma o conhecimento, a experiência e a tecnologia contribuíram para que a Roca desenvolvesse a maior inovação dentro do setor”, explica Marc Viardot, director de marketing e design do Roca Group.

    O design da instalação, com uma “elegante” curva e diferentes alturas, encaixa na perfeição no espaço triangular e integra-se plenamente no pátio da Universidade de Milão, disponibilizando toda uma gama de possibilidades espaciais e funcionais.

    Mas além do seu aspecto visual apelativo, os blocos que compõem a instalação convertem-se em parte da narrativa, transformando-se em zonas acolhedoras com assentos que convidam os visitantes a sentaram-se, conversarem e socializarem neste espaço dinâmico.

    Combinando o mundo físico e o mundo virtual, a instalação oferece aos visitantes uma exploração atractiva e envolvente do processo de produção desta inovação pioneira. Através da utilização da realidade aumentada na web, os visitantes são convidados a entrar numa viagem interactiva para descobrir os benefícios do inovador forno túnel eléctrico da Roca. Esta nova abordagem permite que os visitantes conheçam mais pormenorizadamente o compromisso da Roca no que toca a ampliar os limites da inovação, ao mesmo tempo que abraça a sustentabilidade.

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    A DS Private, marca do Grupo Decisões e Soluções especializada na compra e venda de imóveis de luxo e do segmento premium, registou um crescimento na facturação de 29% no primeiro trimestre de 2024, em comparação com o período homólogo.

    Durante os primeiros três meses deste ano, a Ds Private reforçou a sua rede com abertura de quatro novas lojas, Ponte de Lima, Vila do Conde, Póvoa de Varzim e Oliveira de Azeméis, com especial enfoque na zona Norte e Centro do país.

    Os resultados do primeiro trimestre de 2024 acompanham a tendência de crescimento da marca, que em 2023 registou um crescimento de 96% na facturação da sua rede de lojas e abriu cinco novas lojas no país.

    “Os resultados obtidos nestes primeiros meses do ano reflectem o caminho de consolidação que temos vindo a fazer desde que chegámos ao mercado, em 2020. Este crescimento significativo na facturação deve-se ao empenho e à entrega de todos os profissionais que trabalham na rede DS Private e que asseguram um serviço de excelência para com os nossos clientes. Continuaremos focados na expansão da nossa rede de lojas em todo o território nacional, em reforçarmos o nosso posicionamento na vanguarda do aconselhamento premium para o imobiliário de alta qualidade e em oferecermos um serviço personalizado e exclusivo a quem nos procura”, sublinhou Adriano Nogueira Pinto, director coordenador nacional da DS Private.

     

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    A Weber apresenta uma nova solução de acabamento para complementar a sua alargada gama de produtos para fachadas. O weberdecor liso é um acabamento extrafino texturado, à base de siloxanos. Disponível em 110 cores do Grupo A, o weberdecor liso é uma solução durável, possível de aplicar em sistemas de isolamento térmico pelo exterior – ETICS.

    Outra novidade é a evolução dos acabamentos weberplast decor F e M, que passam a designar-se weberdecor F+ e M+. Foi realizada uma melhoria dos produtos atuais, que passam a apresentar maior resistência ao desenvolvimento de fungos e algas, são mais hidrófugos e mais duráveis esteticamente.

    A restante gama de fachadas vai ser atualizada ao longo do ano, sendo que as propriedades dos restantes produtos não se alteram, passando a existir apenas uma uniformização dos nomes para weberdecor. As atualizações serão feitas ao longo do ano, de acordo com escoamento de stock de embalagens atuais, por motivos de sustentabilidade.

    Importa realçar que os baldes da gama de fachadas passam a ser comercializados em embalagens de plástico reciclado.

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    Grupo Eurofred formaliza venda da sua filial Horeca Global Solutions

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    O Grupo Eurofred, holding multinacional especializada em soluções integrais de climatização, refrigeração e serviços, formalizou a venda da sua filial Horeca Global Solutions à Tefcold Group, especialista na distribuição de equipamentos de refrigeração comercial e com sede em Viborg, Dinamarca.

    Uma decisão que se prende com o plano estratégico do Grupo em concentrar os seus esforços nas unidades de negócio de climatização e refrigeração.

    “Este acordo responde à implantação de nosso Plano Estratégico e que nos permitirá centrar a atenção no nosso negócio ‘core’ de confort térmico e refrigeração, reforçando ainda mais a nossa posição no mercado”, afirma Ferran Baldirà, CEO do Grupo Eurofred.

    E acrescenta: “A Horeca Global Solutions conta com um catálogo de marcas de prestígio, um ‘expertise’ e uma equipa de profissionais que estou certo que permitirão continuar a crescer sob a direcção do Tefcold Group”.

    A Eurofred Group criou a empresa Horeca Global Solutions em 2022 a partir de sua unidade de negócio de equipamentos para restauração com o objectivo de impulsionar seu crescimento e dar resposta especializada às necessidades dos clientes do sector Horeca. A relação entre as duas empresas começou em 2006 com o desenvolvimento, por parte de Tefcold, da marca própria de produto da Horeca Global Solutions.

    Nascida em 1966, a Eurofred é uma holding multinacional, que conta, actualmente, com 11 empresas na Espanha, França, Portugal, Itália e Chile, além de joint ventures no Reino Unido e Irlanda.

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    Em Portugal desde 2020, iniciou as suas operações na cidade do Porto, onde conta actualmente com mais de 70 colaboradores. A abertura do novo escritório em Lisboa visa ampliar a capacidade da empresa para responder à crescente procura pelos seus serviços.

    João Sales, director da empresa em Portugal, sublinha a importância da retenção de jovens talentos no país. “O facto de sermos uma grande empresa internacional, que oferece a possibilidade de desenvolver uma carreira aliciante e trabalhar em projectos ambiciosos, é fundamental para atrair e reter os melhores profissionais”, afirma.

    “A abertura deste novo espaço irá permitir a expansão da nossa equipa e continuar a desenvolver projectos de grande relevância internacional. Para alcançarmos esse objectivo, pretendemos atingir ainda este ano os 150 colaboradores em Portugal”, refere o responsável.

    Donna Sultan, presidente e CEO, destaca a qualidade dos profissionais nos escritórios da empresa em Portugal. “Os nossos escritórios em Portugal são um centro de excelência na concepção e execução de projectos”, afirma. “A experiência global da KEO permite-nos oferecer aos nossos clientes soluções inovadoras e personalizadas que atendem às suas necessidades específicas.”

    Em Portugal, a empresa procura arquitectos e engenheiros que irão desenvolver projectos nas suas várias áreas de actuação: arquitectura e design de interiores, planeamento urbano, arquitectura paisagista, infraestruturas e vias de comunicação, sustentabilidade e ambiente.

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    Geberit volta a juntar-se a Miguel Muñoz para espaço na Casa Decor 2024

    O novo projecto de Miguel Muñoz chama-se ‘Templo Shamash: a Alvorada’ e é uma homenagem à civilização da antiga Mesopotâmia que, com as suas inovações e contribuições culturais, mudou a evolução do mundo

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    Depois do sucesso alcançado no ano passado com o espaço ‘Magnum Lignum’, que ganhou o prémio de Melhor Projecto Casa Decor 2023, a Geberit, especialista em louça sanitária e tecnologia para a casa de banho, voltou a apostar no elegante design de interiores de Miguel Muñoz Estudio.

    O novo projecto de Miguel Muñoz para a Geberit chama-se ‘Templo Shamash: a Alvorada’ e é uma homenagem à civilização da antiga Mesopotâmia que, com as suas inovações e contribuições culturais, mudou a evolução do mundo. Shamash, o deus sumério do sol, dá nome a este espaço e é representado como um sol nascente, no mármore do chão da casa de banho.

    Este “sol no seu amanhecer” é, também, uma homenagem ao principal lançamento da Geberit que se apresenta no espaço: a sanita com sistema integrado de lavagem AquaClean Alba. Na casa de banho ‘Templo Shamash: a Alvorada’, cores puras como o branco e o preto, junto com tons áridos e alaranjados transportam-nos até às terras da antiga Mesopotâmia. Nas paredes, um revestimento têxtil de requintada delicadeza fala-nos da Babilónia, a capital desta civilização e evoca os relevos que se representaram nos seus templos sagrados, denominados zigurat.

    Na Casa Decor 2024, as soluções Geberit também foram incluídas noutros espaços do palácio da Trinidad, nomeadamente no Espaço Woodmodulor e no Espaço Niessen.

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    Enrique Rodriguéz, responsável de Filiais Península Ibérica

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    Porcelanosa: “2024 será marcante para o desenvolvimento da construção offsite em Portugal”

    Em entrevista à Traço, Enrique Rodriguéz, responsável de Filiais Península Ibérica, destacou o crescimento do Grupo, a estratégia e a consolidação da presença em Portugal, para onde está prevista a aberturas de novas lojas ainda este ano. A construção offsite é uma das grandes tendências para 2024. Com duas grandes encomendas em Portugal, a expectativa é de “crescimento” na ordem dos 6%

    Cidália Lopes

    O Grupo Porcelanosa celebra este ano a sua 30ª feira internacional, onde a multinacional espanhola tem dado a conhecer as novidades das diferentes empresas do Grupo, que além da própria empresa ‘mãe’, inclui, ainda, a Gamadecor, L’Antic Colonial, Butech, Noken, Krion e Xtone. Até 22 de Março, a sede do Grupo, em Vila Real, Espanha, contou com um conjunto de iniciativas marcadas pela “inovação, sustentabilidade e design”. Nos diferentes showrooms foi possível conhecer as últimas novidades, tanto em produtos cerâmicos, equipamentos para casas de banhos e cozinhas e sistemas construtivos, como as últimas tendências em design para 2024.

    No que diz respeito à Porcelanosa, com revestimentos e pavimentos inspirados no cimento, pedra calcária e mármore, estão em destaque no Xlight, ao qual dedicou um dos seus showrooms. Mais de mil metros quadrados nos quais se mostram as possibilidades deste material porcelânico através da recriação de um restaurante e duas casas, onde o espaço, formado por diferentes arcos revestidos.

    Também a Krion renovou completamente o seu showroom com a ajuda da estudi{H}ac. O novo espaço foi concebido como um ponto de encontro onde os profissionais do sector e os particulares podem conhecer, de forma física e sensorial, as múltiplas aplicações na arquitectura e no design de interiores. K-ONCENTRICO 360º é o novo conceito de exposição em que a circularidade se torna a chave de tudo.

    Outra das empresas do grupo que renovou o seu showroom foi a L’antic Colonial, que este ano cumpre o seu 25º aniversário. Para esta transformação, contou com o Summumstudio. Uma proposta “inspiradora” e “carregada de simbolismo”, que tem como objectivo mostrar a profunda conexão da L’Antic Colonial com a natureza. A empresa apresentou, ainda, a sua nova marca de cerâmica decorativa de pequeno formato, o S-Tile.

    A empresa de designs e materiais para mobiliário de cozinhas, salas de estar e casas de banho, Gamadecor, destacou, este ano, o estilo minimalista, assim como a versatilidade e possibilidade de personalização das suas soluções.

    Pensados para os espaços de banho, a Noken aposta em novos modelos de duche com a tecnologia mais avançada. E pelo aniversário do 15º aniversário das torneiras Lounge, da autoria do designer italiano Simone Micheli, é apresentada na feira a nova versão, a Lounge Fluid.

    Os grandes formatos estão, igualmente, em destaque na Xtone, a empresa do Grupo que reproduz em porcelânico o aspecto do mármore, da madeira e do cimento. Sem esquecer, a Butech, a empresa que actua na área das fachadas e na indústria offsite. Uma área com um “crescimento consolidado” e que pretende responder à escassez de mão de obra e necessidades urgentes de habitação. No showroom é possível não só acompanhar o processo produtivo como verificar alguns exemplos de casas de banho e cozinhas construídas através de módulos e previamente em fábrica.

    Qual o balanço do Grupo em 2023? E quais as áreas da Porcelanosa que mais contribuíram?
    O Grupo Porcelanita terminou o ano com uma facturação de 900 milhões de euros em 2023, conseguindo manter a sua solidez no mercado internacional, num contexto político e económico incerto no mercado da construção. A empresa tem vindo a levar a cabo um plano de investimento estratégico sustentado nas suas instalações para utilizar a tecnologia mais avançada e eficiente nos seus processos, no qual investiu 81 milhões de euros em 2023.
    Todas as áreas do Grupo manifestaram um crescimento similar e sustentável no ano passado, destacando-se a crescente procura pelas peças de grés porcelânico de grande formato. Este crescimento alinha-se com o investimento de 55 milhões de euros na sua última fábrica automatizada, com uma superfície de 36 mil metros quadrados. Situada na sede central da multinacional, em Vila Real, em Espanha, este novo centro de produção está especializado na produção de porcelânico e pedra sintetizada de grande formato que se comercializa pela marca XTONE.

    Novas lojas em Portugal
    Que estratégia definiram para este ano e que poderão representar o maior investimento do Grupo?
    Em 2024, o Grupo Porcelanosa planeia continuar a crescer a sua rede comercial por todo o território ibérico e de forma internacional. No que respeita ao mercado português, a empresa prevê a abertura de novas lojas, nomeadamente no Funchal, na ilha da Madeira, no segundo semestre de 2024, e está constantemente à procura de novas localizações que lhe permitam continuar a sua aposta e crescimento em todo o País.
    A nível global, a empresa continuará a sua estratégia de expansão noutros mercados com a abertura e remodelação de novos pontos de venda em Marbella, Málaga, Galiza, Bilbau e no estrangeiro, nos Estados Unidos, América do Sul e Norte da Europa.

    Design e Inovação
    Que principais tendências destacam no sector onde actuam e que se vão reflectir em 2024?
    Um dos principais compromissos do Grupo Porcelanosa para 2024 é continuar com a introdução do processo de construção industrializada com os novos sistemas industrializados de casas de banho, cozinhas e fachadas.
    Além disso, a Porcelanosa continua a apostar na inovação, no design e na qualidade dos seus produtos, a nível cerâmico. Aproveitando as vantagens dos azulejos de grande formato, que reduzem o número de juntas, estas peças também serão utilizadas em 2024 para revestir volumes como bancadas de cozinha, ilhas e mesas de jantar, juntamente com outros materiais como os painéis decorativos.
    Quanto às tendências para 2024, no mobiliário de cozinha, a empresa do grupo Gama Decor destaca a bancada dupla invisível, conhecida como SmartKitchen, que combina o sistema de indução e electrificação para electrodomésticos, proporcionando uma transmissão de energia de até 2.000 watts, sem baterias ou cabos externos. Um sistema que revoluciona a fusão da inovação e do design, utilizando a tecnologia mais avançada. Os designs sustentáveis e naturais continuarão a estar muito presentes, com materiais orgânicos e naturais, como a madeira e a pedra, bem como novos sistemas de poupança nas torneiras e loiças sanitárias.

    Crescer mais 6%
    Em relação a Portugal, qual o seu peso no volume de vendas do Grupo?
    Apesar da forte aposta na exportação que marca o crescimento do Grupo praticamente desde o início, Espanha continua a ser o mercado com maior dimensão no volume de vendas para o Grupo Porcelanosa. No entanto, a aposta no mercado português tem-se verificado bastante positiva, com um crescimento muito significativo nos últimos anos. A nível ibérico, Portugal representa hoje entre 9 a 10% do volume de vendas do Grupo, o que representa o reconhecimento e grande crescimento da marca no mercado português.

    Como avalia e antecipa o mercado português? Perspectivam algum crescimento?
    Como mencionado, o mercado português tem desenvolvido significativamente nos últimos anos, apresentando um crescimento de 47,6% nos últimos cinco anos, resultado do aumento da procura em várias áreas do sector da construção, quer na reabilitação como construção nova. Em 2024, perspectiva-se a continuidade do aumento de vendas no mercado português, estimando-se um crescimento na ordem dos 6%.

    O ‘salto’ do offsite
    Uma das vossas áreas de actuação é a construção offsite, que também tem sido impulsionada em Portugal. São muitos os profissionais do sector da construção que acreditam nesta forma de construir como forma de acelerar a colocação no mercado de mais habitação, por exemplo. Como vê a Porcelanosa este segmento em Portugal?
    O paradigma do sector da construção enfrenta sérias dificuldades que conseguimos aligeirar com a construção offsite, nomeadamente a falta de mão de obra e a variação dos preços dos materiais de construção. Além das várias vantagens que os sistemas offsite oferecem, como a mão de obra qualificada, redução dos prazos de execução e a eliminação do risco da variação dos preços, estes sistemas apresentam-se, ainda, como mais sustentáveis e eficientes.
    Em Portugal começa a assistir-se a uma procura crescente por este tipo de soluções, principalmente quando falamos de empreendimentos ou outros edifícios de grande dimensão, sejam residenciais ou comerciais e acreditamos que 2024 será marcante para o desenvolvimento da construção offsite em Portugal.
    Neste sentido, a Porcelanosa tem vindo a desenvolver um trabalho no sentido de apresentar e dar formação a profissionais do sector e outros players, nomeadamente promotores, sobre as suas características e vantagens dos sistemas.

    Em que principais projectos a Porcelanosa se encontra a participar em Portugal?
    A nível de construção offsite, encontra-se a desenvolver dois projectos de grande importância, que reconhece como impulsionadoras para o desenvolvimento desta forma de construção em Portugal. Desta forma, a Porcelanosa Offsite uniu-se à Garcia Garcia Design & Build para introduzir Monobaths (casas de banho modulares) pela primeira vez em Portugal, com a primeira instalação realizada em Santo Tirso. Um projecto que demonstra como a colaboração estratégica e a procura de soluções avançadas podem conduzir a resultados excepcionais na construção industrializada.
    Por outro lado, destaca-se ainda o projecto Naus Eco Village, no Barreiro, que combinará, pela primeira vez. em Portugal os dois sistemas de construção industrializada, a Monobath e Monofachadas (fachadas modulares). Para este projecto, a Porcelanosa Offsite irá fornecer e instalar 88 casas de banho modulares e toda a fachada dos edifícios, o que irá permitir uma redução significativa do tempo de execução da obra, uma vez que tanto os módulos de casa de banho como os módulos de fachada serão produzidos em fábrica e entregues e aplicados em obra totalmente finalizados. Prevê-se o começo da obra em Junho de 2024 e o início da instalação dos sistemas de construção offsite no primeiro trimestre de 2025. Com o desenvolvimento destes projectos, perspectiva-se que surjam novas oportunidades de fornecimento e instalação de construção offsite em Portugal.

    (A jornalista viajou a convite da empresa)

    Sobre o autorCidália Lopes

    Cidália Lopes

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    Dstgroup integra laboratório vivo para a descarbonização “Afurada LL”

    Este projecto conta com quatro eixos oficiais verticais e um eixo horizontal: economia circular, mobilidade, energia, edifícios e o eixo do capital humano

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    O consórcio que inclui o Dstgroup, através das suas empresas Dstsolar, Innovationpoint e MOSAIC (Hub de inovação do grupo para as smart cities – cidades do futuro sustentáveis), lançou o projecto ‘Afurada LL’, que surge da urgência de reduzir a pegada carbónica, tendo alcançado o objectivo de poupar mais de 13 toneladas de dióxido de carbono.

    Este projecto conta com quatro eixos oficiais verticais e um eixo horizontal: economia circular, mobilidade, energia, edifícios e o eixo do capital humano.

    Contempla um Laboratório Vivo para a Descarbonização e Mitigação das Alterações Climáticas, com base na experimentação de soluções tecnológicas, de mobilidade, de energia e de edifícios, incluindo os cidadãos no processo e na dinamização das artes.

    De forma integrada, o Dstgroup entregou uma solução chave-na-mão para a implementação da Comunidade de Energia Renovável do ‘Afurada LL’, com a instalação de Unidades de Produção para Autoconsumo, sistemas de armazenamento e uma plataforma na cloud que gere toda a energia da comunidade, baseada em inteligência artificial.

    O impacto positivo junto dos mais de 1000 habitantes da Afurada traduz-se na consciencialização da população para a literacia energética e para a urgência da mudança de comportamentos, numa iniciativa que permitiu a geração de energia responsável por 44% do autoconsumo dos edifícios, num total de 27,4 MWh.

    As soluções para a descarbonização testadas com sucesso na Afurada poderão ser aplicadas a outras freguesias de Vila Nova de Gaia, mas também a nível nacional e internacional.
    O Dstgroup colaborou também na implementação de actividades que visaram a promoção de literacia energética e sensibilização ambiental, com o intuito de ligar a comunidade ao projecto, transmitindo conhecimento e sentimento de pertença.

    “Este projecto demonstra que o Dstgroup está a construir cidades à prova de futuro. O desafio era grande e apontámos à lua. Hoje, a Afurada e Vila Nova de Gaia já estão num futuro onde a sustentabilidade, a tecnologia e a arte convergem e é bom sermos parte integrante desse sucesso”, afirmou Raul Junqueiro, head of smartcities & business development do Dstgroup.

    O Afurada Living Lab materializa uma parceria entre a Associação CEDES, o município de Vila Nova de Gaia, a GAIURB, a Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia de Trondheim, a Dstsolar, a Innovationpoint, a Watt Is, a UBIWHERE e o CEiiA.

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    CIN investe 3,5M€ na automação do Centro de Distribuição de Tintas na Maia

    De modo a duplicar a capacidade de resposta e a aumentar a eficiência operacional, a CIN investiu 3,5 milhões de euros num projecto de automação no Centro de Distribuição da Maia. As obras estarão concluídas no próximo mês de Julho 

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    A CIN investiu 3,5 milhões de euros num novo projecto de automação do seu Centro de Distribuição, situado na Maia, de forma a criar um serviço end-to-end que aumente a capacidade e eficiência do armazém, com enfoque nas etapas finais dos processos de expedição.

    O novo investimento da CIN pressupõe a integração de tecnologias de ponta que incluem um circuito RGV para movimentação automatizada de paletes para o final do seu fluxo, uma máquina plastificadora e uma remodelação de todos os tapetes transportadores, garantindo assim ganhos de eficiência operacional.

    Esta nova concepção do Centro de Distribuição da Maia levará também à reconfiguração estratégica de áreas-chave, nomeadamente a de expedição, bem como à implementação de soluções tecnológicas de última geração e a sincronização de todas as operações. O objectivo deste investimento passa, acima de tudo, por elevar a excelência logística, reduzir tempos de espera, optimizar o uso do espaço e minimizar interrupções operacionais.
    Isabel Lopes, directora de operações da CIN afirma que “este projecto de automação do Centro de Distribuição da Maia tem como objectivo primordial estabelecer um modelo que permita duplicar a capacidade instantânea do armazém para responder a picos de procura, bem como assegurar a preparação para diversos desafios logísticos que possam existir na resposta aos vários mercados da CIN”.

    Em 2004, a CIN criou um projecto de robotização deste armazém, por forma a que houvesse apoio na preparação de encomendas para expedição. Na data, o Centro de Distribuição da CIN foi o primeiro, a nível ibérico, a ser considerado robotizado. Cerca de 20 anos mais tarde, o reforço de automação por parte da marca distingue-se, mais uma vez nos mercados português e espanhol.

    Para a marca, este investimento é particularmente relevante em momentos de grande procura, uma vez que tem efeitos, por exemplo, no número de paletes completas que saem do armazém. Este processo irá incluir a criação de uma saída independente destas mesmas paletes, optimizando as entregas. Além disso, permite ter um inventário em tempo real, não sendo necessário esperar pelo levantamento anual.

    Isabel Lopes acrescenta que “é importante explicar que nenhum processo de inovação da CIN compromete os seus colaboradores, estando prevista uma total harmonia entre o trabalho humano e todas as soluções que serão implementadas como suporte ao seu desempenho”.

    As obras de implementação das novas tecnologias no Centro de Distribuição da CIN estarão terminadas em julho de 2024.

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    Freeport Lisboa Fashion Outlet lança nova fase de remodelação

    Arranca em Junho a nova fase de remodelação do Freeport Lisboa Fashion Outlet, que inclui a transformação completa da rua do canal central e da praça da entrada principal

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    A transformação visual e arquitectónica das duas zonas tem como objectivo dar continuidade à remodelação feita anteriormente, harmonizando as várias áreas do centro num conceito village, para elevar a experiência de compra e tornar o espaço ainda mais sofisticado. Haverá alteração das fachadas, diminuição de barreiras físicas para uma maior amplitude visual e de circulação no espaço, e ainda o aumento das zonas verdes e de descanso, convidando a momentos de prazer e relaxe entre compras.

    “A nossa missão é a de transformar os centros que gerimos em espaços únicos e diferenciados, permitindo proporcionar experiências de compra completamente diferentes das existentes.” começa por explicar Jorge Pinto Fernandes, Portugal business director da VIA Outlets, acrescentando que “desde a primeira intervenção, concluída em 2017, já assistimos à entrada de mais de 30 novas marcas, assim como à remodelação e aumento de área de muitas lojas já existentes, o que demonstra, a par dos resultados de vendas das marcas, a confiança que as marcas estão a depositar em nós. O trabalho consolidado que temos vindo a construir permite-nos ter hoje uma oferta diversificada e de grande qualidade para quem nos visita.”

    O resultado do trabalho desenvolvido desde a aquisição é também reflectido nos resultados do grupo e do centro. O ano de 2023 foi registo um aumento de 13% nas vendas das marcas do centro, assim como um crescimento de 11% no número de visitantes, face ao ano anterior. O turismo também registou um excelente crescimento, nomeadamente o não europeu, que foi superior a 30% (Tax Free). Visitantes do Brasil, Angola, Moçambique, Estados Unidos e China estão no top de nacionalidades.

    Já Nuno Oliveira, regional business director da VIA Outlets Ibéria, afirma que “Portugal é um mercado de enorme relevância no grupo VIA Outlets, razão pela qual tem havido um investimento contínuo nos nossos centros no país. Recentemente anunciamos a expansão do Vila do Conde Porto Fashion Outlet e, agora, num esforço de uniformização da experiência de compra e do acolhimento dos nossos convidados a nível internacional, estamos a investir na remodelação e expansão de alguns centros, como é o caso do Sevilla Fashion Outlet, que já foi inaugurado no final de 2023, ou agora o Freeport Lisboa Fashion Outlet.”

    A sustentabilidade também faz parte do novo projecto, e está integrada em todos os aspectos da gestão e, sobretudo, numa remodelação desta natureza. As directrizes internas de sustentabilidade do Grupo VIA Outlets, para a Construção e Remodelação requerem que todos os novos edifícios ou remodelações relevantes sejam desenvolvidos de forma a atingir a eficiência energética, hídrica e o respeito pela biodiversidade.

    Desde os materiais utilizados à eficiência energética, passando pelo respeito pela tradição local, pela inspiração na arquitectura local e inclusão de espaços verdes, a remodelação do centro tem a sustentabilidade presente. O objectivo passa por dar continuidade aos esforços já existentes para o centro no geral e conseguir alcançar o nível máximo de certificação BREEAM de Outstanding. Para tal, contam com a instalação recente de painéis solares e iluminação de baixo consumo LED; a reutilização e recolha de águas pluviais; a plantação de vegetação local de baixo consumo de água e com rega gota-a-gota automática e com sensores de humidade, entre outras acções. Haverá também um reforço de instalação de carregadores de veículos eléctricos, para um total de 34 lugares de carregamento.

    O projecto de remodelação será desenvolvido em parceria com o atelier de Arquitectura L35, que tem colaborado também com outros centros do portfólio VIA Outlets na Europa, nomeadamente responsável pelo projecto de expansão de Vila do Conde Porto Fashion Outlet.

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