“A falta de mão-de-obra constitui um problema gravíssimo”
Ao CONSTRUIR, José Neves, responsável pela STO Ibérica Portugal, explica a importância da aposta na formação de técnicos instaladores, considerando que sem essa qualificação de pouco serve haver produtos de excelência
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A STO apostou, no último ano, na abertura de um showroom, uma estratégia que se enquadra na política que está delineada para os próximos anos, atendendo a que o espaço, além de expositivo, poderá servir de base para a componente formativa que José Neves, responsável pela STO Ibérica Portugal, considera fundamental
A STO anunciou, há aproximadamente um ano, o reforço da aposta no mercado nacional, uma aposta que passava, entre outras implicações, pela abertura de um showroom. Que critérios estiveram na base desta decisão?
A STO, sendo uma multinacional alemã, opera em diversos países, países que estão em desenvolvimento. Internamente, o que fizemos foi uma interligação com uma empresa local para iniciarmos actividade e a divulgação dos produtos da marca. Quando verificamos que o mercado tem potencial, normalmente acabamos por nos substituirmos a esse parceiro. Foi o que aconteceu aqui Portugal. Trabalhávamos com uma empresa no Algarve que, entretanto, se transferiu para Gibraltar e esse momento acabou por ser a oportunidade ideal para a STO decidir apostar no mercado português. E porquê esta aposta? Por mais curioso que pareça, o mercado português consegue ser maior que o mercado espanhol, sobretudo no segmento do Isolamento Térmico pelo Exterior (ITE).
Sendo o volume sempre um atractivo para qualquer empresa, encontrámos aqui um elo de conexão com outros países, nomeadamente por via dos arquitectos portugueses. Os arquitectos portugueses estão extraordinariamente bem distribuídos a nível Mundial, e acabámos por perceber que há vários critérios chave, desde logo a evidência de que estão bem familiarizados com os nossos produtos. Eles têm grande apetência pelos nossos produtos, logo fazia todo o sentido apostar no mercado português. Começámos por estudar o mercado, suavemente, e há um ano decidimos abrir um showroom pois começámos a sentir duas coisas importantes. Desde logo, a facilidade de poder demonstrar as nossas diversas soluções. É impossível transportar uma série de amostras, mockups, catálogos para que eles pudessem ver. Portanto, esta solução permite que tenhamos aqui um centro nevrálgico para o nosso negócio. Os nossos clientes podem visitar-nos e conseguem ver todos os temas que nós temos. Outra situação muito importante para nós passa por profissionalizar o sector. Fosse no isolamento térmico, fosse no isolamento acústico, sentimos que existia uma necessidade muito grande de formar os instaladores. Por exemplo, o sistema de isolamento térmico foi trazido para Portugal pelos nossos emigrantes, por via das experiências que tinham lá fora e começaram a disseminar o produto. Mas faltava a componente da formação, até porque estão sempre a surgir novas soluções, a tecnologia muda, muita coisa muda. Enquanto fabricante, a STO tem responsabilidade de formar instaladores. Este showroom serve não só para mostrar as nossas soluções mas também como um centro de formação. Por isso, dispomos de uma área de armazenagem e uma área logística, onde criámos todas as condições para podermos fazer essa formação e onde convidamos regularmente as pessoas para nos visitarem. Já se notam resultados excelentes, porque já se começa a falar com qualidade e com preocupação.
Quando fala na questão da formação, em que ponto estamos? Sentimos hoje algumas complexidades, de um modo global, para encontrar profissionais de segmentos específicos. No caso da aplicação de isolamento, que radiografia pode traçar ao nível da qualidade da mão-de-obra que existe em Portugal?
Os portugueses, por norma, têm um sentimento de subserviência face a outros países mais desenvolvidos do centro da Europa e acabamos por desvalorizar muito o que é nosso. É curioso verificar que muitos desses países, como França, Suíça, Alemanha ou Luxemburgo utilizam mão-de-obra portuguesa que dizem que é especializada na aplicação dos produtos de isolamento térmico e nós, quando chegamos a Portugal, transformamo-nos em meros aplicadores de placas e de argamassas. Não estamos muito preocupados com o sistema. Ora, hoje em dia o que nós sentimos é que existe uma necessidade muito grande de renovar o parque habitacional que existe em Portugal porque é pobre energeticamente. Há poucos dias, surgiu uma notícia de que Portugal é o país que tem mais custos para aquecer a casa. Isto não faz sentido nenhum, desde logo pelo clima que temos. Isto acontece pela precariedade que existe ao nível das soluções de isolamento térmico. Se nós transportarmos isto para a área da formação de instaladores, estamos a valorizar a mão-de-obra e um sistema que vai dar resultados. Não aplicar uma coisa que não vai dar resultados, que vai criar pontes térmicas, que vai fissurar, etc… Com esta valorização, as pessoas sentem-se mais atraídas para exercer este tipo de actividade e deixam de se sentir como meros operários de construção civil. No fundo, passam a ser considerados como técnicos qualificados. É isso que nós procuramos com a certificação de instaladores. Hoje em dia, a falta de mão-de-obra constitui um problema gravíssimo, não apenas em Portugal a nível europeu, logo está na altura de nós aproveitarmos bem o que é nosso. Eu sei que é um cliché falarmos de médicos e enfermeiros que saem para fora do País à procura de melhores condições, mas na construção passa-se exactamente a mesma coisa. Pessoas que são qualificadas vão para fora à procura de melhores condições. Está na altura de nós criarmos esse critério de qualidade e colocá-lo no topo das prioridades para que as pessoas se sintam valorizadas aqui e que consigam ter os rendimentos que procuram. Esse será o caminho. Daí ser muito importante, para nós, a questão da formação. Em todas as obras que começamos, a primeira pergunta que fazemos: “É necessário ter aqui um técnico nosso, durante 2 ou 3 dias? Não para ensinar o que quer que seja, mas para ajudar!”. Isto é uma condição sine qua non de trabalhar com os produtos da STO. Na relação com os arquitectos é igual, tentamos que no caderno de encargos faça parte a indicação de que o trabalho deve ser feito por instalador certificado. Muitas das vezes, o instalador valoriza o produto e não o inverso.
Ou seja, estamos aqui a falar de uma cadeia de valor onde todos saem a ganhar. O produto pode ser extraordinário, mas se for mal aplicado já terá implicações no resultado final…
Eu costumo dizer, na brincadeira, que o nosso produto vem dentro de um balde ou de um saco e enquanto não for para uma fechada, não tem valor rigorosamente nenhum. Para ir para uma fachada não vai sozinho, necessita de mãos qualificadas. Isso é que vai fazer toda a diferença, porque o projecto final vai ser um projecto duradouro, com estética agradável, funcional do ponto de vista técnico. Saímos todos a ganhar, até porque o instalador, no fundo, também vai ter orgulho pelo trabalho realizado. Hoje em dia, sentimos que boa parte dos instaladores compram um produto aqui, outro produto acolá para depois, no final, compor um sistema que acaba por não ser bem um sistema. Diversas marcas, muitas não combinam entre si e vai acabar por não funcionar. É um pouco como irmos à farmácia aviar uma receita: portanto, se os arquitectos definem a receita e se o instalador trouxer a receita como deve ser, no final do dia tudo funciona. Em Portugal, tentamos ir sempre ao mais barato e os instaladores acabam por trabalhar de certa forma contra eles mesmos. Se eu vou comprar um produto barato, a minha mão-de-obra vai-se adaptar a este produto barato, a minha margem, que será percentualmente igual, será mais reduzida financeiramente porque eu estou a ver uma coisa muito mais barata. Há que educar nesse sentido.
No que diz respeito a este segmento em específico dos isolamentos, que radiografia a traça do mercado, seja ao nível da legislação ou da oferta de empresas como a STO promovem?
Dividindo o mercado entre isolamento térmico e a parte acústica, na área acústica, Portugal está num nível top. Somos dos países com uma regulamentação mais concreta, em que é mais fácil seguir a regulamentação por parte de todos os agentes do mercado. Essa regulamentação faz com que toda a cadeia se ajuste. Quando uma regulamentação é boa tudo que vem atrás tem que funcionar de uma forma boa, desde que haja depois uma fiscalização inerente que faça com que se cumpra. Na parte do isolamento térmico, já não existe essa regulamentação. Existem os certificados térmicos que variam consoante os sectores. Por exemplo, se não tivermos isolamento térmico pelo exterior mas se tivermos um equipamento muito bom que aqueça e arrefeça a casa, já está tudo bem. Só que não está tudo bem. Porque se nós tivermos um equipamento para aquecer ou arrefecer, vamos gastar recursos naturais e vamos ter um custo de energia brutal. Não funciona. Temos que pensar nisto como um todo, como uma construção sustentável e sustentável desde os produtos que utilizamos à sustentabilidade dos edifícios e das famílias que vivem nesses edifícios. Se gastamos muita energia, isso não é sustentável para a família, se o edifício não está protegido, isso não é sustentável no seu ciclo de vida, se utilizamos produtos que não têm qualquer tipo de preocupação ecológica estamos a poluir. Toda esta economia circular, se houvesse uma regulamentação que classificasse os edifícios, tornar-se-ia muito mais simples, eficaz e duradoura de implementar algo em Portugal. As notícias que temos lido, sobre os custos para aquecer uma casa, sobre pessoas não estão confortáveis, andamos em casa de casaco, temos que ter enormes recursos naturais para aquecer a casa não faz rigorosamente sentido nenhum. Somos patrocinadores da associação PassivHouse em Portugal, que é o expoente máximo de uma construção do ponto de vista eficiente, que não encarece a construção e que, no fundo, é muito similar ao que temos hoje em dia, com a benesse de não haver custos depois para climatizar uma habitação…
Tem mais em conta aquilo que é o que é o investimento diluído no ciclo de vida do edifício… É muito frequente ver edifícios novos já com tijolos à vista na fachada, onde se notam pontes térmicas de uma forma muito violenta. Isto não faz sentido. Podemos olhar para isto como um plano a 20, 30 ou 40, mas assim como está não funciona. Se tivéssemos uma regulamentação muito bem definida no que diz respeito aos edifícios em termos de isolamento térmico de todas as áreas, desde a caixilharia, coberturas, paredes, teríamos, de certeza, melhores projectos e edifícios melhores.
Houve um inquérito há relativamente pouco tempo, realizado pelo Portal da Construção Sustentável, que apontava para dados algo preocupantes. Segundo os dados, apenas um em cada 10 portugueses vive numa casa em que a temperatura é satisfatória. Aqui acrescem os dados do Observatório da Energia que dizem que dizem que 70% das habitações certificadas têm baixa eficiência energética. Em que medida é que as empresas, no núcleo de que a STO faz parte, podem ser parte da solução?
Empresas como a STO que desenvolvem isolamento térmico de fachadas têm um papel fundamental para melhorar, em muito, esses índices. Preocupamo-nos em desenvolver sistemas que funcionem, que não criem pontes térmicas e que sejam duradores. Isso é um factor chave. Hoje em dia consegue-se fazer obras de isolamento térmico e passados 3 ou 4 anos já se notam as fachadas envelhecidas. É preciso ter atenção porque numa casa, uma fachada a Norte tem uma necessidade, uma fachada a Sul tem outra necessidade. Nós não podemos olhar para o mesmo edifício e dizer que ‘a minha receita é isto para o edifício todo’. Temos de parar, olhar, estudar e ver a solução para a fachada Norte, para a Sul outra solução, definirmos bem o que estamos a utilizar. O que vai acontecer com tudo isto? Vamos melhorar consideravelmente os custos energéticos de cada habitação e não vamos ter esta necessidade de vestir casaco para estar em casa.
O sistema de isolamento térmico pelo exterior permite regular a temperatura entre o interior e o exterior, e vice-versa. Com isto, não vamos ter essa pobreza energética que você menciona. O Portal da Construção Sustentável foi muito duro em alguns artigos que tive oportunidade de ler porque, de facto, isto não faz sentido. Quando olhamos para edifícios de construção social e vemos a forma como estão construídos, constatamos que estamos a colocar pessoas com algumas limitações de recursos a habitar edifícios que vão custar quase um rendimento de inserção só para aquecer. Não faz sentido. O isolamento térmico de fachadas tem uma vantagem enorme e que consegue ser a solução mais económica que existe do ponto de vista para fachadas para isolar termicamente uma fachadas. Daí o peso das empresas que operam neste mercado. Esse peso traz uma responsabilidade acrescida de executar as coisas como têm de ser executadas.
Estamos a falar, invariavelmente, dos custos à cabeça. Falamos de investimento público e de uma lógica do investimento em habitação social perigosamente economicista e concentrada em baixo preço?
É fundamental que quem está a analisar estes projectos, do ponto de vista financeiro, tenha em consciência essa questão do custo não só da operação em si como depois na manutenção e nos custos energéticos para poder ter condições dentro de casa. Se nos deixarmos de frases políticas, se pensarmos que num sistema térmico de fachadas que custa 40 EUR o metro quadrado, um sistema de reboco com pintura custa 20 euros, imagine o que será, daqui a três anos, caso tenhamos optado pelo sistema de reboco com pintura. O mais certo é estarmos perante um aspecto horrível porque a pintura não aguentou, o reboco fez pontes térmicas e a fachada está com um aspecto muito mau. Todos nós nos preocupamos com o ambiente que nos rodeia e não gostamos de ver coisas feias, isso é natural. Assim sendo, vamos ter de reparar, montar um andaime que custa 10 euros/metro e voltar a pintar, que são mais 10€. Está bom de ver que, somando todas essas parcelas, em 3 anos o custo do sistema de isolamento térmico já se recuperou. É isto que acontece.
Analisando friamente e sem políticas à mistura, não faz sentido nenhum, do ponto de vista financeiro, olharmos os projectos da forma como temos olhado até aqui. Não existe, na Europa, um edifício que não tenha protecção de fachada, seja pelo isolamento térmico que a STO tem, seja pelas fachadas ventiladas ou outro qualquer sistema que exista. Não existem edifícios feitos sem estes critérios. E quando olhamos ainda mais profundamente, com os fundos que existem para melhorar energeticamente os edifícios a nível Europeu, e se olharmos para Países como Espanha ou Itália… Vou dar-lhe um exemplo muito simples: em Itália, no último ano, com esta questão da pandemia notou-se que a pobreza energética dos edifícios era brutal.
O Governo iniciou automaticamente acções para melhorar, foi ao cúmulo de dizer ‘eu comparticipo as vossas obras de renovação do edifício em 110%’, ou seja, os italianos faziam obras e ganhavam 10%. Para lhe dar um número, a facturação da STO e de empresas como a STO aumentou 100% no último ano, essencialmente porque houve imposição de medidas e as pessoas sentiram-se atraídas para estas intervenções. Em Portugal existem já soluções mas temos de as implementar e de facilitar o caminho. Não fazer como existem vales de eficiência, em que atribuímos 1300 euros a uma família carenciada para renovar o que quer que seja. A pergunta é: o que se faz com 1300 euros? E que empresas estão dispostas a esperar três ou quatro meses para receberem o vale eficiência? Este dificultar do caminho é que, muitas vezes, atrasa todo o processo.
Como é que uma empresa como a STO olha para os impactos gerados pelas alterações climáticas, que ultimamente temos sentido de uma forma muito incisiva?
As alterações que temos de fazer hoje em dia para melhorar o que estamos a viver diria que são drásticas. É alarmante aquilo que nos temos assistido e está na altura de deixar de assobiar para o lado e de deixar que outros decidam por nós. Eu costumo dizer que a melhor forma de podermos o Mundo é mudando o Mundo de cada um, de cada indivíduo. Se conseguíssemos melhorar cada indivíduo e o seu Mundo vamos de certeza, todos juntos, conseguir melhorar um pouco mais aquilo que fazemos. Agora, é preciso condições. Verificamos que Portugal é um dos países com salários mais baixos e, portanto, é difícil que as pessoas, por si só, adoptem medidas drásticas. O exemplo tem de vir de cima e daí a importância de uma certificação muito bem definida no que diz respeito à construção de edifícios. Qualificar os edifícios do ponto de vista sustentável penso que seria o passo número um a darmos, e consoante a classificação que cada edifício tenha, assim seria o benefício, fosse ao nível do IMI ou de acesso a fundos. Mas cabe ao Governo definir esse caminho. Está na altura de valorizarmos isto porque se não o fizermos cada vez mais vai ser pior. Estamos a ter um consumo de recursos naturais excessivo e notámos muito isso durante a pandemia. Com as pessoas em casa, mais intensivo foi o uso de recursos naturais e as coisas estão a piorar. Eu não me recordo do último dia que choveu, por exemplo. Isto está tudo completamente mudado. Fomos nós que fizemos essas alterações, a Humanidade. Está na altura de colocarmos, por assim dizer, o pé na parede e trilhar um bom caminho. Precisamos que nos ajudem a indicar esse caminho.
Temos estado a falar em isolamento e, essencialmente, em isolamento térmico. Mas há um outro Mundo ao nível do isolamento acústico em que estamos num patamar diferente até mesmo ao nível da legislação. Ainda assim, que necessidades identifica ao nível da procura ou mesmo da estratégia das empresas para crescer e para encontrar mercado?
A STO opera, principalmente, dentro do isolamento acústico, dentro da absorção do ruido. Existem necessidades, a legislação ajuda-nos a manter essas necessidades bem activas. Nos últimos anos, foi-se notando que o ruido, nomeadamente em ambientes de trabalho, é potenciador de stress. Se quiser ser mais mordaz, diria que o ruído mata. EM termos de stress, passamos muito tempo a trabalhar e não se coadunam com as condições que ainda vão existindo do ruido nesse ambiente de trabalho. Outro exemplo: Restaurantes. Quem nunca foi a um restaurante e está com uma pessoa em frente e não consegue manter uma conversa inteligente, não consegue perceber o que a outra pessoa está a dizer. E isto são as necessidades que identificamos. A STO produz tectos de acondicionamento acústico, sem juntas, esteticamente muito agradáveis para os arquitectos e que faz de nós um parceiro fiável na resolução desses produtos. Esse é o tipo de mercado que a STO procura nessa área, temos trabalhado com arquitectos fantásticos, arquitectos de renome com Siza Vieira, Souto Moura, Carrilho da Graça, Aires Mateus, a nata da nata dos arquitectos portugueses porque são aqueles que de facto têm a capacidade de manter um projecto com qualidade e ter força para que ele se execute dessa forma. Cabe-nos a nós atribuir ‘armas’ aos arquitectos para que eles tenham soluções eficazes, esteticamente agradáveis, economicamente interessantes para o investidor e nesse sentido melhorando a qualidade de vida.
Existem muitas diferenças na aplicação deste tipo de soluções num projecto feito de raiz face a uma obra de requalificação?
Diria que intervir numa obra de requalificação, não sendo complicado, é um desafio mais aliciante. Não é complicado definirmos soluções para edifícios existentes. Vou-lhe dar um exemplo prático: investimos, no final do ano passado, em três scanners de edifícios, em que o operador, com o aparelho na mão, pode passear pela Avenida da Liberdade e ele lança-lhe em AutoCAD todos os edifícios existentes, conseguindo assim rapidamente ter uma fachada em CAD e aplicarmos aí a solução que tivermos de aplicar para melhorar esse edifício. Temos investido muito na necessidade de atribuir ferramentas aos nossos técnicos para a requalificação e os nossos sistemas, como não têm muita complexidade um ponto de vista da instalação, acabam resultar num mercado sem grandes implicações. Na área da acústica, passa-se o mesmo, porque estamos a falar de tectos falsos. Aplicamos um tecto falso em gesso cartonado, sem absorção acústica ou optamos por uma solução mais avançada. O que existia antigamente era gesso cartonado ou tectos modulares com perfis, que os arquitectos, do ponto de vista estético, não achavam tão atraente. Nós o que fazemos é manter o aspecto do tecto em gesso cartonado, com uma componente oculta que é a absorção acústica, melhorando a qualidade do espaço. Na realidade, não existem muitas implicações. O que é preciso é que haja bons instaladores.
A empresa tem apostado em soluções para a melhoria acústica, nomeadamente STO Silent. O que é que esta solução tem de diferenciador em relação àquilo que era, não só a vossa oferta, como naturalmente também aquilo que era a oferta de mercado num sentido mais abrangente?
O que o STO SIlent o que traz realmente é a combinação da estética com uma acústica invisível. Quando olhamos para o tecto, vemos que é um tecto liso, uniforme, sem muito ruído estético e com a absorção acústica por dentro do sistema. Isso acaba por ser uma mais-valia. A STO é a única no mercado que tem um sistema deste género que consegue funcionar como tecto falso. Ou seja, as soluções que existiam passavam por colar lã numa superfície existente, fosse em laje virgem ou tecto de gesso cartonado e nós temos a possibilidade de fazer isto com um sistema de perfilaria normal, podendo passar todas as instalações necessários do edifício por trás. É nesta solução que apostamos para o futuro mais imediato, com selo de qualidade de arquitectos portugueses, arquitectos extremamente conhecidos e criadores de tendências que nos ajudam também a nós a consolidar a tendência de haver um típico tecto STO.
No fundo, o que é que vos diferencia neste segmento de mercado?
É o caminho que nós definimos. Nós seguimos o nosso caminho, assente em pilares fundamentais de desenvolvimento do mercado, soluções duradouras, soluções em que conseguimos atribuir garantias 10 anos de vida útil do produto sem qualquer tipo de manutenção, algo que mais ninguém consegue fazer. Asseguramos formação, assistência técnica. Nós vamos ao mercado contratar instaladores para serem integrados nos nossos quadros como técnicos de instalação. São essas pessoas que depois vão dialogar e comunicar com a rede de instaladores. Não vou ser eu, que não sei colar uma placa de esferovite a uma parede. São os meus colegas, técnicos de instalação, que fizeram disto a sua vida, o seu ganha-pão, que vão ensinar ou melhorar o conhecimento que existe por parte do instalador. Este é o ponto chave, esta parte da garantia e, obviamente, os bons produtos. Essa transparência de estar no mercado, essa qualificação que queremos trazer para que as pessoas entendam e que nos ajudem a percorrer este caminho, um caminho que não é fácil mas que tem de ser trilhado todos os dias.
Por onde passa o vosso crescimento?
Este ano temos como objectivo número 1 contratar uma pessoa para a Zona Norte. É importante termos alguém com muita experiência que possa estar mais próximo do mercado e dos nossos clientes da região Norte e, no fundo, deixar de ser um ‘one man show’. O caminho passa por abrir também um centro logístico com produtos constantemente em Stock da STO, para um rápido fornecimento à obra. Este projecto será implementado nos primeiros seis meses. Temos três localizações em estudo, mas o lugar exacto não está ainda fechado.