Edição digital
Assine já
Arquitectura

Setúbal: Pedro Domingos vence concurso para conjunto habitacional Varandas do Sado

O enquadramento paisagístico e a continuidade com o parque da Bela Vista, “criando um espaço público muito particular, no interior do quarteirão”, concebido “em função da qualidade de vida, com generosidade espacial e capaz de transformar e qualificar a envolvente” são os pontos destacados pelo júri.

CONSTRUIR
Arquitectura

Setúbal: Pedro Domingos vence concurso para conjunto habitacional Varandas do Sado

O enquadramento paisagístico e a continuidade com o parque da Bela Vista, “criando um espaço público muito particular, no interior do quarteirão”, concebido “em função da qualidade de vida, com generosidade espacial e capaz de transformar e qualificar a envolvente” são os pontos destacados pelo júri.

CONSTRUIR
Sobre o autor
CONSTRUIR
Artigos relacionados
Análise: Escritórios, hotéis e retalho serão as áreas com maior investimento em 2023
Imobiliário
Operadores do Mercado Residencial revelam confiança
Imobiliário
PRR reserva 40 M€ para Habitação das Forças de Segurança
Construção
Eurofred apresenta nova gama de máquinas de ligação a condutas a pensar “em projectos mais complexos”
Empresas
A APICER ruma aos EUA com Portugal Ceramics
Empresas
IHRU e DGAE assinam protocolo para garantir habitação a professores
Construção
Vilnius recebe arranque da Open House Europe
Arquitectura
UCI lança Livro Branco da Diversidade
Imobiliário
Primeiro hotel da cadeia Mercure na Galiza com soluções Vicaima
Empresas
Grupo Gresmanc distinguido pelas suas soluções para fachadas ventiladas
Empresas
A proposta do arquitecto Pedro Domingos ficou em primeiro lugar no concurso público  de concepção para a elaboração do projecto do conjunto habitacional Varandas do Sado, em Setúbal. Promovido pelo IHRU, o concurso contou com a assessoria técnica da Secção Regional de Lisboa e Vale do Tejo da Ordem dos Arquitectos.
Entre os 22 trabalhos apresentados a concurso, o júri considerou a proposta de Pedro Domingos por considerar que esta privilegia “um enquadramento paisagístico ímpar e a continuidade com o parque da Bela Vista, criando um espaço público muito particular, no interior do quarteirão” e que na sua generalidade “é um projecto concebido em função da qualidade de vida, com generosidade espacial e com uma implementação que se afigura simples, capaz de transformar e qualificar a envolvente”.
Como principais atributos o júri destacou “a robustez da proposta, a relação com a paisagem e o sistema de vistas, a relação do espaço público com a envolvente e a organização dos espaços interiores das tipologias habitacionais.”
Em segundo ligar ficou a proposta da autoria de Miguel Marcelino, que se evidencia pela criação de “um espaço público qualificado e multifuncional, que se torna uma componente central do projecto, articulado com as fachadas dos edifícios e com as varandas das habitações”. A organização interior “de grande riqueza” e em que “a ligação com os espaços exteriores de utilização privada contribui para uma multiplicidade de espaços interiores”, são também destacados pelo júri.
A proposta classificada em terceiro lugar, da autoria de Deparquitectura + Pablo Rebelo & Pedro Pereira, apresenta “um espaço público muito comunal, de carácter eminentemente urbano, de fácil manutenção e resolvendo bem a relação que estabelece com o piso térreo dos edifícios, através de um desenho muito apurado e eficaz, na sua dimensão construtiva”.
O júri destacou, ainda, os trabalhos classificados em quarto e quinto lugares, da autoria de MASS lab e Linhas Ímpares, respectivamente. atribuindo-lhes uma menção honrosa.
Sobre o autorCONSTRUIR

CONSTRUIR

Mais artigos
Artigos relacionados
Análise: Escritórios, hotéis e retalho serão as áreas com maior investimento em 2023
Imobiliário
Operadores do Mercado Residencial revelam confiança
Imobiliário
PRR reserva 40 M€ para Habitação das Forças de Segurança
Construção
Eurofred apresenta nova gama de máquinas de ligação a condutas a pensar “em projectos mais complexos”
Empresas
A APICER ruma aos EUA com Portugal Ceramics
Empresas
IHRU e DGAE assinam protocolo para garantir habitação a professores
Construção
Vilnius recebe arranque da Open House Europe
Arquitectura
UCI lança Livro Branco da Diversidade
Imobiliário
Primeiro hotel da cadeia Mercure na Galiza com soluções Vicaima
Empresas
Grupo Gresmanc distinguido pelas suas soluções para fachadas ventiladas
Empresas
Arquitectura

Vilnius recebe arranque da Open House Europe

O lançamento do novo projecto de cooperação internacional que “pretende abraçar um debate mais inclusivo sobre arquitectura e fortalecer o seu papel como agente de mudança positiva” acontece esta sexta-feira, às 18 horas, com transmissão online através do Youtube

CONSTRUIR

Realiza-se esta sexta-feira, dia 3 de Março, o lançamento oficial do novo projecto de cooperação internacional Open House Europe que “pretende abraçar um debate mais inclusivo sobre arquitectura e fortalecer o papel da arquitectura como agente de mudança positiva”.

Organizado pela Architektūros Fondas, o lançamento reúne representantes das 11 cidades, incluindo a coordenadora do Open House Lisboa, Carolina Vicente, e integra um programa de visitas à Filarmónica Nacional da Lituânia, o media center educativo “Lojoteka” e à zona histórica da cidade.

O arranque oficial do Open House Europe, que tem lugar na National Gallery of Art, abre com um discurso de boas-vindas pelo coordenador de projecto seguindo da apresentação por todos os membros do seu Open House da sua cidade. O dia termina com uma conversa sobre alfabetização arquitectónica e o envolvimento de públicos no processo de construção da cidade, que junta socióloga Dália Čiupailaitė, a urbanista Tadas Jonauskis e a activista em arquitectura Adelė Dovydavičiūtė com moderação de Matas Šiupšinskas.

No dia 4 de Março, realiza-se uma reunião de coordenação no emblemático centro cultural SODAS 2123 com o objectivo de discutir a estrutura geral de todo o programa Open House Europe nos próximos anos, nomeadamente, como se pode integrar mais o público com deficiência auditiva e visual e alcançar um público internacional. Este dia inclui, ainda, um debate aberto sobre Sustentabilidade como tema central para 2023 e o acerto da agenda de eventos OH Europe. Finalmente, o encontro aborda os desafios do Programa de Intercâmbio de Voluntários e ao Encontro Anual, que se vai realizar em Dezembro em Lisboa, na sede da Trienal.

O lançamento do Open House Europe pode ser acompanhado online, a partir das 18 horas, no canal do Youtube.

Sobre o autorCONSTRUIR

CONSTRUIR

Mais artigos
Arquitectura

Convento do Beato é um dos vencedores do prémio “Building of the year 2023” [c/ galeria de imagens]

O Conjunto Urbano do Convento do Beato, desenvolvido pelo português RISCO para a Beato Lux, foi um dos vencedores do Prémio ArchDaily 2023 na categoria “Best Applied Products”

CONSTRUIR


(Imagens: Carolina Delgado)
Ao longo de 14 edições o prémio ”Building of the year” consolidou-se como um dos prémios de arquitectura mais democráticos do mundo. A escolha dos melhores projectos publicados na plataforma durante um ano é deixada à votação do público. Este ano não foi excepção. Com mais de 150 mil votos recebidos ao longo das últimas três semanas, os leitores do ArchDaily encolheram, primeiro, entre os milhares de projectos os 75 finalistas e, depois, as 15 melhores obras de arquitectura que foram publicadas ao longo de 2022.

O Conjunto Urbano do Convento do Beato é composto por cerca de uma dezena de edifícios, de épocas distintas, foi um dos 15 vencedores, liderando as votações na categoria “Best Applied Products”. O projecto desenvolvido pelo RISCO, para a Beato Lux, inclui a remodelação do Centro de Eventos e a renovação/requalificação dos restantes edifícios para novos usos, nomeadamente, serviços na antiga igreja e habitação nos antigos edifícios industriais.

A obra começou em 2018 e tem conclusão prevista para 2024. Em Março de 2022 terminaram os trabalhos no Centro de Eventos, destinados a melhorar as condições de conforto e segurança para os milhares de pessoas que ali participam em festas, reuniões corporativas ou lançamentos de produtos.

A transformação mais importante ocorreu no claustro, o espaço que acolhe os maiores eventos e que tinha, desde os anos 80 do século passado, uma cobertura em forma de pirâmide, revestida com painéis de acrílico, que não acautelava a desenfumagem nem os isolamentos térmico e acústico necessários numa utilização deste tipo. E onde não existia qualquer sistema de climatização, o que criava grande desconforto em dias de temperaturas extremas.

O desenho do novo tecto foi o resultado de um longo processo de investigação técnica e formal, pois pretendia-se uma solução estruturalmente ligeira, tecnicamente eficaz e arquitectonicamente coerente com os alçados do claustro. A solução adoptada é composta por um sistema de treliças, ortogonais entre si, que formam um conjunto de “favos” iluminados superiormente por clarabóias.

Sobre o autorCONSTRUIR

CONSTRUIR

Mais artigos
Arquitectura

Open House anuncia datas para a edição de 2023

Com data marcada para os dias 13 e 14 de Maio, a edição de 2023 incide sobre as “diferentes vidas dos edifícios” com curadoria do atelier lisboeta Embaixada

CONSTRUIR

A 12ª edição do Open House Lisboa já tem data marcada para os dias 13 e 14 de Maio. Com curadoria do atelier lisboeta Embaixada, a edição de 2023 incide sobre as “diferentes vidas dos edifícios”.

“Um olhar para as arquitecturas que nos rodeiam enquanto entidades vivas, com um antes e depois, reflectindo as diferentes fases do ciclo de vida dos edifícios” é a proposta do atelier.

A Open House Lisboa propõe, assim, a visita, livre ou acompanhada por especialistas, a mais de 50 projectos, passeios urbanos com quem melhor conhece cada bairro, desafios para crianças e visitas acessíveis sensoriais para pessoas cegas, com baixa visão, ou com deficiência cognitiva, a par das visitas com interpretação LGP para pessoas surdas.

Em 2023, a equipa de voluntariado do Open House Lisboa vai vestir novos coletes em vez das tradicionais t-shirts, fomentando assim a reutilização futura e melhores práticas ao nível da sustentabilidade. Criados pelo designer Jorge Moita, os coletes vão ser produzidos com materiais recicláveis e podem ser reutilizados em futuras edições.

É também sob o lema da sustentabilidade que Lisboa acolhe, em Dezembro, o primeiro encontro presencial do Open House Europe, um projecto de cooperação financiado pelo programa Creative Europe da Comissão Europeia.

Em simultâneo, os 372 diferentes projectos, que participaram no Open House Lisboa ao longo de todos estes anos, estão agora reunidos num atlas digital.

Sobre o autorCONSTRUIR

CONSTRUIR

Mais artigos
Arquitectura

Roca One Day Design Challenge regressa a Portugal em formato presencial

No regresso ao formato presencial, a sétima edição deste concurso internacional promete testar a imaginação e competência de centenas de estudantes, designers e jovens arquitectos, os quais serão desafiados a criar soluções inovadoras para o espaço de banho

CONSTRUIR

O Roca One Day Design Challenge regressa a Portugal, no próximo dia 11 de Março, em formato presencial. Depois de atrair mais de 200 participantes, a nível nacional, em 2022, o concurso promete testar a imaginação e competência de centenas de estudantes, designers e arquitectos profissionais com menos de 30 anos de todo o país, os quais serão desafiados a criar soluções inovadoras para o espaço de banho que possam contribuir para um futuro mais sustentável e consciente.

O concurso, que se rege em conformidade com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da Organização das Nações Unidas, é testemunho “do compromisso da Roca para com o talento, a inovação e a sustentabilidade, com o objectivo de promover a importância do design na resposta aos principais desafios globais, como a emergência climática e as novas realidades em todo o mundo”, sustenta a marca.

A sétima edição deste concurso internacional será realizada em formato presencial, depois de dois anos consecutivos em edições apenas online.

Os projectos serão avaliados por um júri composto por um elemento da Roca, por profissionais de renome do mundo do design e da arquitectura: Jorge Vieira, Managing Diretor da Roca, Pedro Novo, fundador do atelier Pedro Novo arquitectos,Isabel Dâmaso, Professora na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, Susan Cabeceiras, Fundadora da Konceptness, e contará ainda com a presença de ambas as vencedoras da edição anterior, Rosana Sousa, com formação académica no Instituto Politécnico do Cávado, e Sofia De Francesco com formação académica em Belas Artes da Universidade do Porto.

Organização e inscrição

O Roca One Day Design Challenge é organizado em formato contrarrelógio, convidando jovens, designers e arquitectos a demonstrarem o valor das suas ideias para o espaço de banho ao longo de um só dia de concurso. No dia 11 de Março, os participantes são desafiados a criar os seus projetos, tendo por base um briefing apresentado nessa mesma manhã pelo júri do concurso, submetendo-os, no final do dia, no site do concurso. Os vencedores serão anunciados às 20h30, no “Cubo” do auditório da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.

O projecto vencedor receberá um prémio de 2.000€ e há prémios adicionais de 1.500€ e 1.000€, para os segundos e terceiros classificados.

As inscrições para o Roca One Day Design Challenge 2023 estão abertas até às 23h59 do dia 08 de março de 2023 e estão limitadas a 300 participantes.

Sobre o autorCONSTRUIR

CONSTRUIR

Mais artigos
Arquitectura

MASSLAB e AFRY Ark Studio vencem concurso internacional em Helsínquia

O gabinete português MASSLAB e o AFRY Ark Studio venceram o “Train Factory Mixed-Use Competition”, um concurso internacional que teve como principal objectivo criar um novo marco para a capital filandesa

CONSTRUIR

A proposta, que visa reabilitar o complexo industrial que albergou durante quase 100 anos a fábrica de comboios, foi seleccionada de entre cinco consórcios de arquitectura reconhecidos mundialmente. O concurso foi organizado pelo The Train Factory Group e pela Câmara Municipal de Helsínquia, sendo escolhida a proposta “A roof for Helsinki” para o antigo edifício, com uma área total de 45.000 m2, que irá albergar escritórios, comércio e um Hotel, e o qual foi re-imaginado como parte do núcleo social, comercial e cultural do património histórico.
“O programa surge como incentivo para renovar a área através de uma remodelação urbana abrangente, onde o edifício anexo à oficina dos anos 70 se tornaria parte integrante da vida quotidiana dos habitantes da área. A proposta vencedora procura esta pertença através do desenho a partir das necessidades da população, não se impondo apenas como um edifício, mas sim como um sistema de usos, acções e hábitos. Todo o programa comercial está organizado em torno de um tecto orgânico abobadado que o convida a entrar no edifício e percorrê-lo. Em cima da plataforma verde criada é possível ter vistas sobre Helsínquia e disfrutar de uma pequena floresta no centro da cidade”, descreve o comunicado do gabinete português.

De realçar ainda que “todo o processo foi permeado pela noção de que só através do diálogo, as estratégias e soluções finais são alcançadas. Durante o desenvolvimento da proposta, o envolvimento do promotor, das autoridades públicas e sobretudo das pessoas que habitam em redor do local foram um recurso constante e de valor inestimável”.
Através da colaboração de todas as partes, conseguiu-se a coesão da proposta. Com esta ação, o promotor (The Train Factory Group) e a Câmara Municipal de Helsínquia permitiram à equipa vencedora apoiar-se na sua experiência multidisciplinar, onde a partir de um vasto conjunto de ideias, antecedentes e práticas chegaram à solução ideal. Isto aliado à vontade de envolver o público num empreendimento privado criou uma solução fiel às necessidades dos tempos, sinal claro de que quando se dá espaço, a opinião pública torna-se o catalisador para a melhoria imediata do bem-estar de todos. A MASSLAB foi capaz de dar uma resposta abrangente, que foi muito além das premissas do concurso.

Com base em parcerias anteriores bem-sucedidas entre os escritórios de arquitectura, a equipa liderada pela MASSLAB assegurou a experiência criativa, lado-a-lado com os conhecimentos locais e técnicos necessários da AFRY Ark Studio, numa combinação capaz de proporcionar uma abordagem contemporânea e fresca ao projecto. Entre os concorrentes do concurso estavam outros gabinetes de arquitectura de referência a nível mundial: Cobe + Schauman & Nordgren Architects, Architects Lahdelma & Mahlamäki; Architects Rudanko + Kankkunen, e Tommila Architects & Kaleidoscope Architectural & Urban Design.

Sobre o autorCONSTRUIR

CONSTRUIR

Mais artigos
Arquitectura

“Personalidade geométrica” marca condomínio Distrikt

O traço, do Morph Studio e de Bak Gordon, combina a experiência dos dois atelieres. Partindo de um modelo com características geométricas, são as varandas, com as suas formas curvas, que mais se destacam na fachada. A arquitectura procura, ainda, “a melhor orientação solar” colocando, por isso, os edifícios numa rotação a 45º

Cidália Lopes

Aquele que foi o primeiro projecto de habitação da Kronos Homes em Portugal já se encontra em desenvolvimento. Composto por quatro torres residenciais e um total de 214 apartamentos, o Distrikt, no Parque das Nações, junto ao hospital CUF Descobertas, marca a paisagem pela “forte personalidade geométrica”. O projecto de arquitectura é assinado pelo Morph Studio e por Bak Gordon Arquitectos.


Os trabalhos de execução da estrutura dos primeiros dois edifícios vão iniciar, tendo já 80% das vendas alcançadas na primeira fase de vendas, ou seja, mais de 100 apartamentos de um total de 128.

“Este projecto distingue-se pela arquitectura com a melhor orientação solar e rotação de 45 graus dos edifícios, que garante o máximo contacto com o exterior das salas principais e, na grande maioria das casas, com a melhor vista panorâmica. Os elementos arquitectónicos mais poderosos do projecto são as varandas, com formas curvas que se destacam nas fachadas”, explica César Frías Enciso, arquitecto da Morph Studio, responsável pelo desenho do projecto.

Dando continuidade ao “espirito urbanístico do Plano de Pormenor”, o Distrikt desenvolve-se no conjunto dos quatro lotes um embasamento “funcionalmente articulado e coerente”, onde se configura um jardim visível de todos os edifícios. “O facto de se tratar de quatro lotes edificáveis permitiu a constituição de edifícios menos extensos em planta, valorizando o seu sentido vertical e libertando área ao nível do piso térreo, que se transforma em extensão do jardim”.

A morfologia da planta, “assente numa génese ziguezagueante”, permite um desenho dinâmico do conjunto que usufrui de visuais diversificadas em todos os apartamentos, para lá de contrastar com os volumes rígidos da envolvente. “Poderia dizer-se que toda a planta parece atraída pelo sol e pelo rio. Todas as casas rodam com se fossem grandes bússolas, em direcção ao polo magnético que é o sol. Também o modo como os limites da construção e os seus terraços descobertos se organizam, empresta ao edifício uma particular leveza face ao que uma solução monolítica representaria”.

Este mesmo ADN, que se abre de forma horizontal para o interior do lote e para sul/nascente, também permite a construção de um limite dinâmico nos casos perimetrias quando se expõe à Rua Mário Botas ou Rua dos Adeus Português. Nestes casos, o mesmo ziguezague ganha um sentido vertical criando uma ilusão sobre os limites de cada edifício e o seu plano de fachada.

Com tipologias que vão desde o T1 ao T3, o empreendimento contará, ainda, com uma zona destinada a comércio.

Revestimentos e isolamento

A escolha dos materiais de revestimento e acabamento, pretende acentuar o conceito arquitectónico, reforçando a horizontalidade dos alçados virados sobre o estuário, e a verticalidade do alçado para a Rua Mário Botas.
Escolhe-se como matéria privilegiada o GRC (Glass Reinforced Concrete), pela sua versatilidade e características plásticas. Este material dá corpo às grandes faixas horizontais de cor clara das varandas que se projectam para sul, assim como as estruturas de sombra sobre os mesmos e os aos elementos verticais que marcam o alçado da Rua Mário Botas.

Os espaços entre estes corpos claros são preenchidos por uma materialidade cerâmica de perfil tridimensional. Este revestimento cerâmico é pontualmente interrompido por um revestimento do tipo Alucobond, que completa verticalmente o alinhamento das janelas, dando continuidade à materialidade da caixilharia de alumínio.

Todos os vãos serão de alumínio lacado a uma cor a definir, com acabamento matte, com vidro duplo, cujo comportamento térmico será complementado por estores metálicos exteriores, também em alumínio lacado. O desenho dos vãos varia consoante a sua tipologia, existindo variantes como folha dupla de correr nas sacadas, ou folha dupla de batente nas janelas de peito. As varandas das habitações apresentam tectos em madeira, enquanto os pavimentos serão peças cerâmicas ou de mármore compacto antiderrapantes.

No jardim do piso vazado, os pavimentos verdes permeáveis serão atravessados por percursos pedonais, também eles executados em matéria permeável do tipo terraway, complementados nas zonas de estadia por pavimentos mais confortáveis como o deck de madeira.

De referir ainda quanto ao jardim, a plantação sumária e precisa de espécies arbóreas como complemento à composição de ambientes de estadia e ócio, que será objecto de um projecto de arquitectura paisagista.

Ainda no que aos acabamentos exteriores diz respeito, e considerando que as escadas dos edifícios de habitação são exteriores e naturalmente ventiladas, o seu “encerramento vertical” e será constituído por uma grelhas de lâminas metálicas verticais, de cor semelhante às caixilharias do edifício.

O embasamento sempre que não seja encerrado com caixilharia de alumínio e vidro será igualmente revestido com lâminas metálicas para ventilação natural dos seus espaços interiores ou com painéis do tipo Alucobond, os quais permitirão uma atmosfera de continuidade entre os quatro lotes.

Os revestimentos interiores das casas serão convencionais, mas seleccionados entre um grupo reduzido de materiais de alta qualidade. Optou-se por soalho de madeira no pavimento, gesso cartonado nas paredes divisórias dos apartamentos, estuque projectado nos tectos das salas e quartos, e peças de mármore compacto nas áreas húmidas.
As entradas dos edifícios de apartamentos serão tratadas como áreas significativas uma vez que se pretende enobrecer as suas dimensões generosas. Opta-se por pavimentos em mármore compacto, paredes de alvenaria de tijolo rebocado e acabadas a estuque decorativo. O cuidado com o desenho e uma escolha criteriosa dos materiais de revestimento destas áreas, será prolongado até às portas de entrada de cada casa, passando por escadas, elevadores ou patamares de distribuição.

10 resorts e quatro projectos residenciais
Além do Distrikt, a Kronos Homes tem em desenvolvimento outros dois projectos residenciais em Lisboa, o The One e o Zen. Mas é no turismo residencial que o Grupo se tem destacado. Depois da aquisição do Palmares Ocean Living & Golf, em Lagos, e o Amendoeira Golf Resort, em Silves, o Grupo reforçou a sua presença naquela região com a aquisição de sete activos pertencentes ao portefólio Crow, da sociedade de investimentos portuguesa ECS Capital. A promotora será agora responsável pelo “reposicionamento e pelas operações comerciais imobiliárias” do resort Vale do Lobo, o Salema Beach Viilage, Cascade Wellness Resort, Monte Santo resort, Conrad Algarve, Salgados Palm Village e Salgados Dunas Suites.

Sobre o autorCidália Lopes

Cidália Lopes

Jornalista
Mais artigos
Arquitectura

Gare de Mons ou a personificação da arquitectura espectáculo de Calatrava [c/ galeria]

: O projecto arrancou em 2011 e foram precisos 11 anos para ficar concluído. Com assinatura do arquitecto e engenheiro espanhol Santiago Calatrava, a Gare de Mons assume o nome da cidade que a alberga, ao mesmo tempo que assume “claramente o estatuto de referência arquitectónica e simboliza as sinergias entre a cultura e a tecnologia” desta cidade belga

“Mons tem um património histórico e arquitectónico bastante rico. É, desde 2002, a capital cultural da Região da Valónia, e em 2015 foi Capital Europeia da Cultura. Com uma estética bastante característica, a Gare de Mons impressiona e é impossível dissociá-la da ‘arquitectura espectáculo’ de Calatrava”, sublinha ao CONSTRUIR fonte da Martifer.

A construção da nova Estação Mons, com as suas linhas arquitectónicas muito vincadas e à imagem do que o arquitecto e engenheiro Santiago Calatrava já nos habituou, teve início no ano de 2011 e somente em 2020, após diversas paragens, foi atribuído à Martifer Metallic Constructions o desafio da sua conclusão, tendo sido responsável pela realização parcial do projecto da modernização da gare multimodal. A empresa portuguesa acabou por dar por concluído o projecto já em Agosto do ano passado.

A Gare de Mons consiste numa estação multimodal e toda a estrutura envolvente. O projecto abarcou uma galeria, uma ponte sobre os caminhos-de-ferro e plataformas que ligam duas áreas anteriormente desconectadas e distintas da cidade, a área residencial menos densa, a norte, com a cidade histórica, a sul.

Os desafios impostos pelo arquitecto/engenheiro
A linha arquitectónica e conceptual do projecto, imagem de marca de Santiago Calatrava, confere ao projecto elevados níveis de exigência e complexidade. “Esta complexidade, aliada a uma elevada classe de execução, aumentou ainda mais o grau de exigência da Martifer” na execução da empreitada a qual incluiu o fornecimento e a montagem de aproximadamente 3 000 toneladas de estrutura metálica, às quais se somaram a montagem de 600 toneladas adicionais de estrutura metálica, previamente fabricada e armazenada em obra. Em paralelo, foram ainda realizados trabalhos associados à desmontagem de estruturas temporárias que ainda permaneciam de empreitadas anteriores.

As 3 000 toneladas de estrutura metálica foram fabricadas nas fábricas do Grupo, em Oliveira de Frades e em Viana do Castelo (West Sea), tendo sido posteriormente transportadas por via terrestre até à cidade de Mons, na Bélgica.
Entre as maiores dificuldades do projecto, a empresa portuguesa elege as suas “geometrias singulares”, mas também o facto das obras terem decorrido com a estação multimodal em pleno funcionamento que obrigou ao cumprimento de regras de segurança restritivas, com planos de trabalho limitados. Acresce que o clima desta cidade, localizada a 70 quilómetros de Bruxelas, com os seus “Invernos rigorosos e existência de quatro estações num só dia, interrompem trabalhos de pintura, dificultam a soldadura, abrandam o ritmo e levam a alterações diárias, que exigem muita capacidade de adaptação e flexibilidade”.

O projecto decorreu em plena pandemia da Covid-19 e por isso sofreu ainda com os constrangimentos inerentes a esta situação. “Só com uma grande capacidade de resiliência e adaptação ao planeamento foi possível concluir este projecto dentro do prazo acordado com o cliente”.


Martifer: Construção Metálica com crescimento moderado em 2023

A Construção Metálica, a par da Indústria Naval e das Renováveis & Energia, é uma das três áreas fortes do Grupo português, e decorre da reestruturação profunda do seu posicionamento estratégico. Para 2023, a estratégia delineada assente na dicotomia “escolha criteriosa de mercados, clientes e produtos vs preço, com foco na produtividade, na organização das equipas e na primazia dos centros de produção exportadores”, continuará a fazer desta o negócio core do grupo Martifer.
“Para 2023, prevemos que a Construção Metálica tenha um crescimento moderado. O mercado do Reino Unido, após um ano com menor actividade devido a diversos factores, voltará a ter um peso significativo, muito devido aos novos projectos previstos para aquele país, como é o caso do projecto High Speed Two, que nos foi recentemente adjudicado”.
Noutras geografias onde está presente, nomeadamente Espanha, França, Roménia, Arábia Saudita e Angola, “prevemos uma continuação do percurso do ano anterior, com um crescimento moderado. Mantemo-nos atentos a projectos fora destas geografias de forma a replicar o sucesso obtido na Suíça, na Bélgica, no Ruanda ou na Costa do Marfim”, refere fonte do grupo ao CONSTRUIR.
O grupo divide em dois tipos os desafios a enfrentar em 2023. O primeiro decorre da conjuntura económica e política internacional: a guerra da Ucrânia a subida da inflação e das taxas de Juro farão do planeamento e gestão dos riscos o exercício maior. Por outro lado, à semelhança do sector AEC, o grupo debate-se com o problema da escassez de mão-de-obra especializada, do desafio da digitalização e da descarbonização.

Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

Manuela Sousa Guerreiro

Mais artigos
Arquitectura

Ponta Delgada recebe 16º congresso da Ordem dos Arquitectos

Repensar os recursos, a resiliência, a inclusividade e saúde e colaborar pelo compromisso com a qualidade da arquitectura são alguns dos temas em destaque. Antes disso, nos dias 9, 16 e 23 de Fevereiro, o programa “Warm Up” convoca as escolas de arquitectura para o debate

Cidália Lopes

“Qualidade e Sustentabilidade: construir o [nosso] futuro” é o tema do 16º congresso da Ordem dos Arquitectos que, pela primeira vez, vai acontecer fora de Portugal Continental. Ponta Delgada, na Ilha de São Miguel, no arquipélago dos Açores, é o local escolhido, para receber as temáticas ligadas à arquitectura, construção e sustentabilidade, nos próximos dias 2, 3 e 4 de Março de 2023.

Um local que não foi escolhido por acaso, mas porque sendo “um ecossistema frágil e diverso representa um exemplo daquilo que importa conservar”, sendo por isso a “escolha perfeita” para reflectir sobre questões incontornáveis que a todos afectarão no futuro próximo”.

O 16º congresso pretende, assim, investigar e reflectir sobre novas formas de intervenção como meio de promover a consciência colectiva sobre o impacto social e ambiental da arquitectura, tendo em conta que arquitectos e projectistas assumem o papel de mediador e gestor de recursos, promovendo a integração de conhecimentos e capacidades interdisciplinares e transdisciplinares.

Com um programa que inclui vários painéis de debate, dedicados a “Repensar os recursos e adaptar a casa comum”; “Planear para a resiliência, inclusividade e saúde da casa comum”; ou “Colaborar pelo compromisso com a qualidade da casa comum”, o congresso contará, também, com a participação e contributos de vários convidados nacionais e internacionais, nomeadamente Iñaqui Carnicero Alonso-Colmenares, director general de Agenda Urbana y Arquitectura do Governo de Espanha.

Destaque também para o Programa Paralelo, onde teremos o “Warm Up” a 9, 16 e 23 de Fevereiro, através do qual o comité organizativo do congresso convoca as escolas de arquitectura para o debate e a construção de uma agenda da prática da arquitectura de jovens arquitectos com atenção à necessária sustentabilidade ambiental, social, económica e cultural.

De 1 a 5 de Março tem lugar o “Debater a Mudança”, uma exposição dos trabalhos vencedores dos quatro concursos de arquitectura organizados pela Secção Regional dos Açores da Ordem dos Arquitectos, pela promoção das boas práticas de encomenda e defesa do interesse público por uma arquitectura de qualidade.

Nos dias 1, 2 e 3 de Março terá lugar o “Mudar Film Festival”, um ciclo de filmes de uma nova geração de autores e colectivos, em Portugal continental e nos arquipélagos do Atlântico, que desenvolve um trabalho de investigação e exploração do impacto, e tomada de consciência colectiva, das manifestações no território de fenómenos que recentemente articulamos como transição ecológica, digital e carbónica. Este projeto constitui-se em parceria com Jonathan Levine (Grémio dos Arquitectos) e Tiago Bartolomeu Costa (projecto FILMar), operacionalizado pela Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema e com o apoio do Mecanismo Financeiro Europeu EEAGrants 2020-2024.

Haverá, também, lugar ao programa “Escola da Mudança”, que consiste na exibição de artes performativas sob os conceitos que se reflectem no quotidiano de estudantes do ensino secundário sobre o tema da sustentabilidade, tendo por base a especificidade do seu território – os Açores.

A fechar o programa paralelo “Climas Paralelos”, onde terão lugar duas conversas locais, com diferentes agentes da região, para debate das especificidades locais no âmbito da sustentabilidade social, ambiental e económica, e o “Roteiro pela Mudança”, que consiste em três itinerários organizados em articulação com a Anda&Fala, associação cultural que promove novas centralidades para a criação contemporânea no campo expandido das artes visuais.

Sobre o autorCidália Lopes

Cidália Lopes

Jornalista
Mais artigos
Arquitectura

IHRU premeia reabilitação e trabalhos científicos

O concurso, referente ao ano de 2022, recepcionou um total de 55 candidaturas, dos quais 45 foram na vertente de Reabilitação Urbana e 10 na vertente de Trabalhos de Produção Científica. Com periodicidade bienal, a próxima edição está prevista para 2024

CONSTRUIR

Foi a propósito de mais uma edição do Prémio Nuno Teotónio Pereira que o Instituto de Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) premiou arquitectos, entidades promotoras, engenheiros e construtores.

O concurso, referente ao ano de 2022, recepcionou um total de 55 candidaturas, dos quais 45 foram na vertente de Reabilitação Urbana e 10 na vertente de Trabalhos de Produção Científica.

Considerado um dos mais antigos concursos do sector imobiliário em Portugal, com o objectivo de “distinguir e incentivar as boas práticas nas áreas de actuação do IHRU”, o Prémio NTP tem periodicidade bienal, pelo que a próxima edição está prevista para 2024.

A entrega dos prémios, que decorreu no dia 30 de Janeiro, no Museu da Electricidade, contou a presença de Isabel Dias, presidente do IHRU e de Fernanda Rodrigues, secretária de Estado da Habitação.

No que diz respeito aos trabalhos de Produção Cientifica, os premiados são o arquitectos João Santa Rita, pela tese “Projectar com o Clima em Portugal: entre o Inquérito à Arquitectura Regional Portuguesa e a Revolução de Abril, 1955-1974” e a arquitecta Mariana Antunes, pela dissertação “Lugar Comum: Habitar (n)a cidade do Porto. Princípios de intervenção para uma área de habitação municipal”.

Já na vertente de Reabilitação Urbana foram atribuídos quatro prémios e três menções honrosas. Sobre reabilitação de edifícios de habitação, o primeiro lugar coube à recuperação do nº 339 na rua Álvares Cabral, com assinatura de Inês da Silva Pimentel. A promoção é de Daniel Lamas e Sónia Martins e a obra foi executada pela Rielza. O júri atribui, ainda, um Prémio Especial ao projecto que reabilitou a antiga sede do Diário de Notícias, na avenida da Liberdade. Promovido pela Avenue, a arquitecto teve a assinatura da Contacto Atlântico e a HCI executou a obra.

A reabilitação de edifícios para renda acessível na Rua Infante D. Henrique recebeu, ainda, uma menção honrosa nesta categoria. O projecto promovido pela Domus Social, contou com projecto de André Eduardo Tavares e execução da Expoentinédito.

Na variante de reabilitação de equipamentos, o prémio foi para o arquitecto Carrilho da graça pelo projecto do Convento de São Domingos, em Abrantes. Promovido pela Câmara Municipal, a obra foi executada por Teixeira, Pinto & Soares.

Por fim, a reabilitação de conjunto urbano ou de requalificação de espaço público coube à avenida Condestável D. Nuno Álvares Pereira. Uma obra promovida pela Câmara Municipal de Tomar e cujo projecto é de Paulo Tormenta Pinto. Carlos Gil foi o responsável pela obra.

Para esta variante o júri atribui, ainda, duas menções honrosas. Uma delas foi para o Centro de Artes e Criatividade (CAC), como projecto e promoção do Município de Torres Vedras. A obra foi da responsabilidade das Construções Pragosa. A outra menção honrosa coube ao projecto de Nuno Lopes e Sofia Mota pela requalificação do Bairro do Sobreiro, na Maia. Promovida por Espaço Municipal – Renovação Urbana e Gestão do Património e executada por Pascoal & Veneza.

Sobre o autorCONSTRUIR

CONSTRUIR

Mais artigos
Arquitectura

Dupla Rafael Montes e Miguel Acosta assinam ‘novo’ Quarteirão da Oficina do Ferro

A proposta vencedora para a revitalização do espaço, que inclui o antigo Palácio Ford, no Porto, destacou-se pela “criatividade e inovação”, assim como pela “sustentabilidade económica e ambiental”, segundo o júri

Cidália Lopes

Edifícios sustentáveis e novos arruamentos num processo de urbanização de todo o quarteirão, enquadrada num plano urbanístico e de desenvolvimento da cidade, foi a premissa para o concurso de ideias, lançado por ocasião do evento Archi Summit 2022 e que conta com a assessoria da Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos (OASRN).

Localizado na zona do Heroísmo, no Porto, o quarteirão Oficina do Ferro, ou como ainda hoje é conhecido, o Palácio Ford, tem um historial intimamente ligado ao sector industrial desde os anos 20 do século XX. Propriedade da promotora IME – Imóveis e Empreendimentos, a ideia passa por revitalizar o espaço devoluto das antigas instalações do Palácio Ford, como , também, dar uma nova vida ao espaço envolvente.

“Este será um marco na cidade do Porto, na medida em que esta área de mais de 50 mil metros quadrados em pleno coração da cidade esteve abandonado e sem qualquer utilidade. Prevê-se um processo de urbanização de todo o quarteirão, com novos arruamentos e organização daquele quarteirão”, refere a empresa.

Funcionalidade e sustentabilidade

Entre os critérios avaliados pelo júri, a proposta escolhida destacou-se pela sua “criatividade e inovação”, assim como pelos elementos de “sustentabilidade económica e ambiental” que integra.

Mas não só. A dupla Rafael Montes & Miguel Acosta apresentaram uma proposta com “uma forte concentração programática” na medida em que concentra um conjunto de soluções que procuram optimizar temas como “a funcionalidade e sustentabilidade, mas também do ponto de vista económico, especificamente na partilha de serviços entre usos e na racionalização de circulação e distribuição no interior do quarteirão”.

Em termos programáticos pretende-se a concepção de um hotel, de apartamentos turísticos e de habitação acessível, nos termos do estabelecido no Programa Preliminar do concurso. Atendendo à envolvente e aos seus condicionalismos, torna-se necessária, importante e relevante uma inserção e agregação urbana eficaz. Deseja-se, ainda, uma definição e distribuição funcional justa, associada à cidade, com um desenho urbano agregador e articulador com o existente, com a localização e caracterização de acessos, distribuições e circulações, disposição e proporção dos volumes dos diversos usos previstos, organigramas de distribuição e circulação comum para os diferentes usos e diferentes pisos que tomem em consideração a melhor gestão de domínios por diferentes entidades ou condomínios no futuro.

A área de intervenção agrega três parcelas. A maior pertence à IME, Imóveis e Empreendimentos Hoteleiros, com acesso pelo número 291 da Rua do Heroísmo. As restantes estão directamente relacionadas com a Rua do Barão de Nova Sintra e estão destinadas à abertura de uma via a implantar e viabilizar pelos concorrentes. Uma, igualmente pertencente à IME, integra a antiga fábrica Dunil e tem acesso pelo número 433. A outra, localizada entre os números 409 e 417, pertence à empresa municipal Águas e Energia do Porto.

A história do espaço

A área de intervenção integrou anteriormente a Quinta de Vilar dos Oliveiras, mais conhecida como Quinta dos Oliveiras. Em 1917, a Empreza Ferro Esmalte, decide edificar uma fábrica e todas as estruturas de apoio como, por exemplo, a chaminé, vocacionando a parcela para usos industriais, de armazenamento e fornecimento de matérias-primas. A Companhia Metalúrgica do Norte, procede em 1920 e 1922, respectivamente, a alterações da entrada pela Rua do Heroísmo e à demolição de paredes e construção de pilares. Mais tarde, em 1934, as instalações inicialmente criadas, agora ampliadas e actualizadas, são transformadas e adaptadas pela Manuel Alves de Freitas & Companhia, a Palácio Ford, com motores de automóveis, camiões e aviões, para além de tractores, com Super Serviço da Ford Motor Company em oficinas e outros serviços complementares. Das suas instalações saíram os três Ford V8 conduzidos por Manoel de Oliveira (Carro 1), o cineasta, Giles Holroyd (Carro 2) e Eduardo Ferreirinha (Carro 3). A CAMO, Carroçarias Modernas, realiza ampliações em 1965 e legalizações em 1966, localizadas a Poente da parcela.

Propostas passam ‘ao lado’ do desafio

Não obstante ter sido a solução escolhida, a OASRN destaca a “fragilidade” de todas as propostas apresentadas, as quais “revelam um fraco entendimento do lugar, não estabelecendo relações com o tecido urbano envolvente”.

Seja no campo disciplinar da arquitectura, pela oportunidade que representa para a cidade, seja pela transformação e evolução futura, na medida em que “o Quarteirão Oficina do Ferro apresenta motivações várias capazes de potenciar conceitos e ideias com elevada qualidade”, as propostas apresentadas, de uma forma geral, “não correspondem ao desafio lançado”, indica o júri.

Sobre o autorCidália Lopes

Cidália Lopes

Jornalista
Mais artigos

Navegue

Sobre nós

Grupo Workmedia

Mantenha-se informado

©2021 CONSTRUIR. Todos os direitos reservados.