Estudo: Profissionais do sector imobiliário consideram que mercado vai acelerar nos próximos 12 meses
Novo estudo global da Berkshire Hathaway HomeServices destaca as principais tendências do setor imobiliário para 2022 em sete mercados-chave: Reino Unido, Alemanha, Itália, Espanha, Portugal, Grécia e Dubai
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De acordo com o novo estudo global realizado pela Berkshire Hathaway HomeServices, rede internacional de intermediação imobiliária, em sete mercados chave – Reino Unido, Alemanha, Itália, Espanha, Portugal, Grécia e Dubai – nos últimos dois anos registou-se um elevado nível de actividade do mercado residencial, em todo o mundo.
A pandemia acentuou o papel central da casa na vida das pessoas e deu-lhes oportunidade de se tornarem mais atentas às suas verdadeiras necessidades. Além disso, a acessibilidade dos preços e o poder de compra foram impulsionados pelas elevadas taxas de empregabilidade, pelo aumento dos salários e das poupanças por parte das famílias. Estes factores mitigaram o impacto do aumento generalizado dos preços.
“O facto de grande parte do mercado ter estado mais orientado para a procura do que para a oferta beneficiou os proprietários, que tiveram capacidade para praticar preços mais elevados. Esta situação tem sido particularmente acentuada nos tipos de imóveis residenciais que se destacaram nos últimos dois anos. Em muitos mercados, como no Reino Unido e em Espanha, houve uma enorme procura por propriedades rurais, com muito espaço ao ar livre e a carência de oferta fez com que os proprietário obtivessem retornos elevados”, segundo Christy Budnick, CEO da Berkshire Hathaway HomeServices.
Em 2022, é pouco provável que assistamos a um abrandamento do mercado. Os profissionais do sector imobiliário, na maioria dos mercados analisados, concordam que nos próximos doze meses o mercado vá continuar a acelerar, tornando-se ainda mais competitivo. É também pouco provável que a abundância de potenciais compradores seja invertida e, com a abertura das fronteiras, prevê-se que exista um aumento de compradores internacionais que não tenham ainda conseguido concretizar as suas aquisições à distância.
Christy Budnick salienta no entanto que “a inflação parece ser menos transitória do que muitos inicialmente acreditavam, o que terá um impacto generalizado no comportamento do consumo e na economia global. Da mesma forma, as políticas monetárias lançadas para combater os efeitos da inflação – nomeadamente, os aumentos de taxas bancárias – vão, também, influenciar o mercado e exercer pressão sobre a procura. “
O mercado deverá, no entanto, ser suficientemente robusto para ultrapassar estes desafios. Em toda a região EMEA, a procura continua a superar substancialmente a oferta e existe, cada vez mais, uma escassez de imóveis em stock, em muitos países. Nestas circunstâncias, é provável que continuemos a assistir a um mercado bastante activo durante o resto do ano.
No caso de Portugal, é consensual que o mercado imobiliário português entrou num novo e desafiante ciclo. De acordo com os profissionais do sector imobiliário português, o estudo revela que a pandemia veio gerar uma aceleração do mercado, que se tornou mais competitivo e focado no preço, o que é sustentado pelos elevados níveis de procura; cerca de 78% dos profissionais entrevistados afirmam que o mercado se tornou mais competitivo.
Para além disso, seis em cada dez profissionais (61%) afirmam que o aumento da procura de imóveis residenciais está acima da média global. Esta procura crescente está a afectar a relação entre preço e qualidade. Portugal foi, neste estudo, o mercado onde a maior proporção de inquiridos referiu estar a tornar-se mais focado no preço, ao longo dos últimos doze meses. Cerca de 78% dos inquiridos afirmou ser mais orientado pelo preço, enquanto apenas 17% considerou ser mais focado na qualidade. Da mesma forma, 62% afirmou ter-se tornado mais impulsionado pela procura, enquanto apenas 27% afirmou que se tinha tornado mais motivado pela oferta.
Os portugueses entrevistados referem que a imigração está diretamente relacionada com desempenho do mercado imobiliário, o que pode ser atribuído a dois fatores: a posição de Portugal como destino de turismo residencial e os efeitos do programa Golden Visa. Ao avaliar o desempenho esperado do mercado para os próximos três a cinco anos, mais de dois terços dos inquiridos (68%) acredita que a imigração vá ter impacto no mercado imobiliário residencial, o que está 9 pontos acima da média global.
Da mesma forma, também é possível perceber como é que a imigração pode ter moldado o mercado nos dozes meses anteriores. Mais de quatro em dez inquiridos (43%) afirmam registar um aumento da procura de habitações secundárias, ou de férias, e quase metade dos profissionais portugueses (49%) reporta um aumento da procura no segmento de luxo, superior à média global.