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    Câmara de Faro e IHRU assinam compromisso para construção de 71 casas

    A Estratégia Local de Habitação do Município de Faro implica um investimento total superior a 25 milhões de euros, com impacto em mais de 350 famílias, entre arrendamento apoiado e vendas a custos controlados

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    A Estratégia Local de Habitação do Município de Faro implica um investimento total superior a 25 milhões de euros, com impacto em mais de 350 famílias, entre arrendamento apoiado e vendas a custos controlados

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    O presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, assinou com o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana, na pessoa da sua presidente, Isabel Dias, dois contratos destinados a cofinanciar a construção de um total de 71 novos fogos no concelho, no âmbito do Programa 1.º Direito, com financiamento do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).

    Um dos contratos assinados prevê o financiamento de 22 novas habitações na Rua Ludovico Menezes, destinados a famílias com carência económica, a atribuir através de concurso, num investimento total de 2,22 milhões de euros (de que o IHRU financiará 1,92 milhões de euros).

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    O outro contrato prevê a construção de 49 novos fogos em Montenegro, num investimento total de 5,47 milhões de euros – com financiamento do IHRU de 5,22 milhões de euros -, para realojar 49 famílias que actualmente residem na Praia de Faro.
    O presidente do Município, Rogério Bacalhau, revelou “uma enorme satisfação por celebrar estes dois tão importantes contratos destinados a cofinanciar um total de 71 novos fogos, cuja construção só se torna possível através das candidaturas do Município” no âmbito deste programa com financiamento do PRR.

    “O financiamento, estatal ou comunitário, assume, aliás, um papel absolutamente fulcral no processo de construção de habitação, social ou municipal, tornando-se impossível que este seja integralmente suportado pelos municípios, tendo em conta os recursos limitados de que dispõem e o cada vez maior leque de competências que são chamados a assumir”, acrescentou Rogério Bacalhau, adiantando, que, no entanto, e à luz da receite Lei de Bases da Habitação, “o Estado não pode descurar a efectiva garantia do direito à habitação digna a todos os cidadãos, que se constitui como uma das expressões mais visíveis da condição social das nossas populações”.

    No âmbito da cerimónia de assinatura dos contratos, a secretária de Estado da Habitação, Marina Gonçalves, respondeu ao apelo do autarca garantindo que o Estado “não pode achar que os municípios resolvem sozinhos o problema da habitação”, adiantando que o Município de Faro pode continuar a contar com o Estado para ajudar a assegurar este seu direito.

    Neste âmbito, a Câmara Municipal e a Assembleia Municipal de Faro aprovaram, em Novembro de 2018, a Estratégia Local de Habitação do Município de Faro – que tornaram possíveis as candidaturas a estes dois financiamentos – que visa a necessidade de desenvolver medidas para facilitar o acesso à habitação a todos os seus munícipes, em particular àqueles com maiores carências financeiras, os que vivem em condições precárias de alojamento ou os mais jovens.

    De acordo com o presidente da Câmara Municipal de Faro, o Município perspectiva já novas candidaturas para esta área, além da revisão da Estratégia Local de Habitação, de forma a contemplar novos projectos, nomeadamente cerca de 200 novos fogos para venda a custos controlados em Estoi.

    Ao todo, a Estratégia Local de Habitação do Município de Faro implica um investimento total superior a 25 milhões de euros, com impacto em mais de 350 famílias, entre arrendamento apoiado e vendas a custos controlados.

    À margem da cerimónia, a comitiva liderada pelo presidente da Câmara Municipal visitou ainda as obras de construção de 90 novos fogos a custos controlados, que já decorrem a bom ritmo, na Rua Capitães de Abril.

    De acordo com Rogério Bacalhau, está neste momento a ser elaborado o regulamento de candidatura para atribuição destas habitações, que deverá ser votado em reunião de câmara no próximo mês. “O regulamento estará depois em discussão pública e se tudo correr bem poderemos no início de 2023 fazer a atribuição destes fogos às famílias”, concluiu Rogério Bacalhau.

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    Insolvências em Julho voltam a crescer mais de 23% face a 2022

    Segundo a Iberinform, o mês de Julho fechou com um total de 286 insolvências, mais 54 que no mês homólogo do ano passado, o que confirma a tendência de subida que se regista desde Maio deste ano 

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    O mês de Julho fechou com um total de 286 insolvências, mais 54 que no mês homólogo do ano passado, o que confirma a tendência de subida que se regista desde Maio deste ano, com aumentos de 21%, 28% e 23%, respectivamente.

    Segundo a Iberinform, face a 2022, as declarações de insolvências requeridas por terceiros aumentaram 20% nos primeiros sete meses de 2023 (mais 75 pedidos), enquanto as declarações de insolvência apresentadas pelas próprias empresas cresceram 13% (mais 48 apresentações). Os encerramentos com plano de insolvência diminuíram 8% face a igual período do ano passado, com um total de 23 acções, a mesma percentagem de decréscimo registada no encerramento de processos que viu o seu número baixar de 1.552 para 1.429. O acumulado das acções registadas até final de Julho ascendeu a 2.341 insolvências, menos 0,1% que em igual período de 2022.

    Os sectores dos Transportes (+17%), Outros Serviços (+8%), Construção e Obras Públicas (+ 6.3%),  Agricultura, Caça e Pesca (+2,4%) e Comércio a Retalho (+1,1%) encabeçam o top cinco das insolvências.

    No comparativo com 2002 e até final de Julho deste ano, seis setores registaram menor número de insolvências: Eletricidade, Gás, Água (-70%); Comércio de Veículos (-22%); Comércio por Grosso (-16%); Indústria Extrativa (-14%); Hotelaria e Restauração (-2,6%) e Indústria Transformadora (-0,8%).

    Os distritos de Lisboa e do Porto são os que apresentam os valores de insolvências mais elevados, 550 e 515, respectivamente. Face a 2022, há uma diminuição de 14% em Lisboa e de 5,2% no Porto.

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    Governo aprova alterações à Política de Ordenamento e de Gestão do Espaço Marítimo

    A proposta de Lei visa a desenvolvimento de uma economia azul sustentável e contribui para a concretização da Rede Nacional de Áreas Marinhas Protegidas e dos seus planos de gestão, com o objectivo de classificar 30% do espaço marítimo nacional até 2030

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    Foi aprovada esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, a proposta de Lei, a submeter à Assembleia da República, que altera as Bases da Política de Ordenamento e de Gestão do Espaço Marítimo Nacional (Lei n.º 17/2014, de 10 abril), criando um novo nível de ordenação do espaço marítimo, atribuindo poderes de ordenação às Regiões Autónomas e instituindo as Áreas Marinhas Protegidas como instrumento de ordenamento do espaço marítimo.

    O diploma permitirá adaptar o sistema de ordenamento e gestão à evolução da utilização e dos diferentes contextos relevantes para o ordenamento do espaço marítimo e habilitar a adaptação dos procedimentos de atribuição de títulos de utilização privativa do espaço marítimo nacional a novos paradigmas de utilização do mesmo, bem como a distinção de procedimentos conforme as atividades e usos em causa.

    Em termos de medidas concretas, a proposta de Lei visa garantir o ordenamento e a sustentabilidade dos recursos marinhos, implementando o Plano de Situação do Ordenamento do Espaço Marítimo Nacional, com vista ao desenvolvimento de uma economia azul sustentável e contribui para a concretização da Rede Nacional de Áreas Marinhas Protegidas no mar português e dos seus planos de gestão, com o objectivo de classificar 30% do espaço marítimo nacional até 2030.

    Este diploma permite, ainda, reafirmar o compromisso do Governo na implementação do Objectivo de Desenvolvimento Sustentável 14 da Agenda 2030 das Nações Unidas, relativo à protecção do Oceano, que tem na classificação de Áreas Marinhas Protegidas um objectivo fundamental da política global de conservação da biodiversidade e protecção do capital natural dos ecossistemas marinhos.

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    Zehnder lança novo painel de tecto radiante com design industrial

    O novo sistema de tecto radiante Zehnder ZFP Urban permite a utilização tanto de aquecimento como de arrefecimento

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    O Zehnder ZFP Urban abre novas áreas de aplicação para painéis de tecto radiante, em particular direccionado para a sua utilização em escritórios, salas de reuniões, restaurantes e quase todos os espaços interiores é realmente fácil.

    Com o seu “design industrial, elevada capacidade de integração espacial e tecnologia inteligente”, o Zehnder ZFP Urban garante um clima “perfeito de bem-estar” em qualquer divisão.

    O novo ZFP Urban oferece, também, uma grande liberdade de design. Pode escolher entre a gama completa de cores Zehnder, 11 comprimentos (1 830 – 11 830 mm), nove larguras (300 – 1 500 mm) e uma superfície lisa ou perfurada.

    Uma das características mais atractivas é o facto de o Zehnder ZFP Urban estar sempre pronto a ser instalado. Os painéis até 9 m2 são entregues numa única peça e estão prontos a ser ligados imediatamente. A instalação é rápida graças ao sistema plug-and-play.

    O Zehnder ZFP Urban proporciona, ainda, um clima interior “óptimo” devido ao seu painel radiante perfurado.

    Existem seis soluções de suspensão por cabo para a instalação dos painéis de tecto radiante: teto de madeira ou betão, perfil de aço, viga de aço horizontal ou inclinada e chapa trapezoidal.

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    a importância de mão-de-obra qualificada na construção civil
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    Construção: Crescimento menos acentuado do PIB no segundo trimestre

    De acordo com o INE, esta descida resulta de uma desaceleração das exportações de bens e serviços, de um ligeiro abrandamento do consumo privado e de uma redução menos pronunciada do investimento total

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    No segundo trimestre de 2023, de acordo com a estimativa rápida do INE, o PIB aumentou 2,3%, em termos homólogos, variação menos acentuada que os 2,5% observados no trimestre anterior, em resultado de uma desaceleração das exportações de bens e serviços, de um ligeiro abrandamento do consumo privado e de uma redução menos pronunciada do investimento total.

    No que diz respeito aos indicadores sectoriais, no primeiro semestre do ano, regista-se uma redução de 1,8% no consumo de cimento no mercado nacional, face a igual período do ano passado, para 1.957,5 milhares de toneladas.

    No segmento de engenharia civil, nos primeiros seis meses de 2023, verifica-se um crescimento expressivo no montante dos concursos de empreitadas de obras públicas promovidas, o qual apresenta uma subida de 81,8% em termos homólogos, e no montante dos contratos de empreitadas, celebrados e registados no Portal Base, observa-se um aumento de 38,1%, em termos de variação homóloga temporalmente comparável.

    No que concerne ao licenciamento municipal, até ao final do mês de Maio, observaram-se variações de -2,6% na área licenciada em edifícios residenciais e de +5,9% nos edifícios não residenciais, em termos homólogos. Ao nível do licenciamento de fogos em construções novas, assistiu-se a um crescimento homólogo de 2,3%, para um total de 13.931.

    Ao nível da concessão de novo crédito à habitação pelas instituições financeiras, nos primeiros cinco meses do ano, o mesmo ascendeu a 7.426 milhões de euros, o que corresponde a um acréscimo de 6,5%, face a igual período do ano anterior. Por sua vez, o stock de crédito às empresas de construção regista, no mês de Junho, uma diminuição de 5%, em termos homólogos.

    Relativamente à avaliação bancária na habitação, que tem mantido uma trajectória de valorização, no mês de Maio apura-se um crescimento de 9,4%, face a igual mês do ano anterior, para 1.510€/m2, em face de variações de 10,5% nos apartamentos e de 4,4% nas moradias.

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    João Figueiredo, administrador e COO da Carmo Wood

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    CLT dá origem a duas novas áreas de negócio da Carmo Wood

    Mais do que a designação, a Carmo Wood tem na madeira o seu ADN. Da agricultura ao mobiliário de exterior, às grandes obras de engenharia e arquitectura em madeira, o grupo não deixa muitas áreas que envolvem este material por cobrir. A entrada no mercada da construção de habitação em madeira, mais concretamente em CLT, não é, por isso, uma surpresa para quem segue com atenção o percurso do grupo. As Nature Homes e as BlockHouses são a estreia do grupo na produção em larga escala de habitações

    A primeira das duas novas gamas de produtos em madeira já foi recentemente apresentada ao mercado da construção: as BlockHouses Carmo Wood.  Disponíveis nas tipologias T0, T1, T2 e Stand, as novas BlockHouses Carmo Wood são construídas em CLT (Cross-Laminated Timber), 100% produzidas em Portugal. Uma nova gama de produtos prima pela rapidez de construção, pelo custo acessível, pela facilidade de licenciamento, pelo design nórdico e pela sustentabilidade, características que fazem desta uma opção duradoura e fiável para uma nova casa de férias, anexos, projectos para turismo ou até para empresas.

    “Em Portugal, a construção em madeira era, até agora, um nicho. Até há bem pouco tempo era uma construção mais cara que a tradicional, porque a madeira vinha de muito longe e havia poucas linhas comerciais para a fazer chegar ao mercado a um preço competitivo. E era um nicho para aqueles que conheciam bem as vantagens da construção em madeira, normalmente promotores imobiliários, redes internacionais de turismo, etc. Agora, o cenário é completamente diferente. Há todo um conjunto de factores novos que invertem esse cenário. A começar, desde logo, pela disponibilidade. Há muito mais fábricas de produção de madeira, para construção, o que significa que há mais oferta no mercado e isso leva a um ajustamento dos preços. A segunda situação tem a ver com a sustentabilidade e a preocupação ecológica e a necessidade do Sector da Construção reduzir o seu impacto ambiental”, justifica João Figueiredo, administrador e Chief Operating Officer (COO) da Carmo Wood.

    Considerado “o novo betão sustentável”, o CLT começou a ser fabricado originalmente na Áustria, com o objectivo de reutilizar as madeiras de menor valor, sendo actualmente um recurso bastante relevante na indústria da construção devido ao seu menor impacto ambiental, comparativamente a materiais como o betão ou o aço, e qualidades intrínsecas. O CLT é composto por painéis de madeira maciça colados e prensados em camadas cruzadas. Esta técnica proporciona uma resistência óptima e uma flexibilidade estrutural surpreendente. Para além da sua resistência, este material sustentável permite ainda um excelente isolamento térmico, que garante o conforto durante todas as estações do ano, e isolamento acústico.

    “Na Carmo Wood temos a inovação e a qualidade no centro de tudo o que fazemos pelo que no último ano temos estado a desenvolver esta nova área de negócio que vem suprimir uma lacuna no mercado. Apresentar uma solução duradoura, resistente, sustentável e que pudesse ser entregue de forma rápida foi a nossa grande preocupação”, acrescenta o responsável.

    A produtividade da construção em Portugal é baixíssima. Uma moradia, a correr bem, demora em média dois anos a construir. Uma mesma moradia em CLT irá demorar em média cinco a seis meses. Estes factores: preço, velocidade e sustentabilidade são os três key points que fazem com que a construção em madeira deixe de ser um nicho, mas algo que, em Portugal, tende a começar a ser normalizado (João Figueiredo)

    A solução Carmo Wood para a crise na habitação

    Os mesmos factores, de mercado e de produto, são responsáveis também pelo lançamento de uma segunda gama de produtos: as Nature Houses, estas destinadas a suprimir a falta de generalizada de habitação no país. “A produtividade da construção em Portugal é baixíssima. Uma moradia, a correr bem, demora em média dois anos a construir. Uma mesma moradia em CLT irá demorar em média cinco a seis meses. Estes factores: preço, velocidade e sustentabilidade são os três key points que fazem com que a construção em madeira deixe de ser um nicho, mas algo que, em Portugal, tende a começar a ser normalizado”, sustenta João Figueiredo. O responsável da Carmo Wood sublinha ainda que “não estamos a inventar nada, nós estamos é atrasados face ao que se faz nos países do norte da Europa ou da América do Norte ou do Japão”, países onde a construção em madeira domina e onde os níveis de qualidade de habitação são superiores.

    Aliás, estas novas áreas de negócio começaram a ser montadas precisamente quando a empresa percepcionou uma procura e um interesse no mercado e a falta de resposta a essa mesma procura.

    O processo de produção dos dois produtos é semelhante “na agilidade e eficiência”. Cada unidade é produzida (em fábrica) com os prazos máximos de entrega ao cliente final é de dois meses, para as BlockHouses, e seis meses para as Nature Homes, garantindo assim um serviço chave-na-mão.

    Com um design minimalista, inspirado no estilo nórdico e feitas com madeira de elevada qualidade proveniente de florestas sustentáveis, as soluções de habitação são entregues ao cliente prontas a habitar incluindo todas as instalações sanitárias, instalação de sistema de redes (electricidade, águas, esgotos, entre outras) e acabamentos. A pensar nas diversas necessidades dos clientes, a Carmo Wood oferece ainda um leque de equipamentos extra opcionais, que permitem personalizar cada casa ao seu gosto, bem como a possibilidade de incluir projecto de licenciamento, topografia ou fundações.

    Enquanto as BlockHouses variam entre os 24 m2 e os 40 m2, com os preços a começarem nos 45 mil euros até aos 70 mil euros, as Nature Homes começam nos 160 mil euros, para tipologia T1, até aos 270 mil euros, que pode custar um T4, com as áreas a variar entre os 80 m2 a 160 m2. As áreas são fixas, mas ao cliente é dada a possibilidade de customizar a localização e altura das paredes, acabamentos e revestimentos.

    Em ambos os casos, a produção é feita em Portugal, nas quatro unidades fabris do grupo. “Desde 2017 que temos vindo a investir na nossa capacidade de produção, hoje a nossa maior unidade está localizada em Oliveira de Frades e conta com uma área industrial de 220 mil m2, que equivale a 22 campos de futebol”.

    Para já João Figueiredo não arrisca avançar com o valor que esta área de negócio pode valer para o grupo. Contudo, “acreditamos que no próximo ano já valham alguns milhões, mas para já os dados que temos precisam de ser validados pelo mercado e ainda é cedo para falar de metas”, sublinha. Não obstante, o responsável afirma que estão preparados para avançar com o investimento numa 5ª unidade industrial para dar resposta à procura.

    Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

    Manuela Sousa Guerreiro

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    Specially Built Welfare Services Complex, Area 29, Kwu Tung North, Hong Kong
    Complexo de serviços sociais com oito pisos, um total de 1.764 módulos MiC (cerca de 24063 toneladas), 441 lajes semi-pré-fabricadas (cerca de 731 toneladas)

    Construção

    O exemplo que vem da China

    A Construção Modular Integrada, ou MiC (Modular Integrated Construction), tem sido o foco da actividade desenvolvida pela “Hailong Construction Technology Company”, empresa afiliada da China State Construction International Holdings Limited. Ao longo dos últimos anos, a empresa estatal tem apostado num processo que tem por base novas tecnologias avançadas ao longo de todo o ciclo de vida do projecto, do design, à produção, passando pela logística, construção e manutenção do edifício

    As últimas décadas transformaram profundamente a indústria chinesa, observando-se um crescente nível de modernização e inovação que atravessaram de forma transversal os diferentes sectores da economia, mas os métodos de construção permaneceram basicamente inalterados. Mas tudo mudou em 2020. A emergência do Covid levou ao rápido desenvolvimento da construção modular para dar resposta à crise de saúde pública que então se viveu. Na altura, causou espanto mundial a construção, em apenas 10 dias, de uma unidade hospitalar em Wuhan, cidade epicentro do surto, com capacidade para 1500 camas. A China não só cumpriu como, na senda, deu início a uma segunda unidade de maior dimensão e que ficou pronta também em matéria de dias.

    A pandemia já lá vai, mas o País e as suas empresas construtoras não esqueceram a experiência que marcou em definitivo a transformação do sector, apesar de não ter sido a primeira vez que a indústria chinesa tenha construído em grande e em grande velocidade. A industrialização do sector está em marcha acelerada e prepara-se para conquistar o Mundo. Os anos que se seguiram ao Covid têm servido para reorganização da fileira da construção, agora impulsionada pelos mesmos factores que afectam a indústria um pouco por todo o mundo: o alto consumo de recursos naturais, as altas emissões de poluição e a necessidade de atingir a neutralidade de carbono e a ineficiência da produção. Por outro lado, como novos drivers da mudança surgem as reconhecidas vantagens da padronização industrial e a produção em larga escala, tirando partido da digitalização “eficiente”.

    Shenzhen Futian NO.2 Experimental School
    O projecto adopta estrutura de aço MiC de 3 andares, com um período total de construção de 100 dias, desde o projecto até a conclusão da construção

    A construção modular está a registar um forte crescimento e, até 2030, o mercado global deverá valer mais de 143 biliões de USD, impulsionado por uma taxa de crescimento anual composta entre 2022 e 2030 que pode chegar a 6,55%, com maior incidência nos mercados da região Ásia-Pacífico, Europa e América do Norte. As estimativas são apresentadas pela empresa estatal China State Construction International Holdings Limited, que tem a sua sede em Hong Kong e é hoje uma das maiores construtoras chinesas.

    A Construção Modular Integrada (ou MiC, Modular Integrated Construction) tem sido o foco da actividade desenvolvida pela “Hailong Construction Technology Company”, empresa afiliada da China State Construction International Holdings Limited.  A empresa de tecnologia tem estado envolvida em “todas as soluções da cadeia industrial com novos métodos de construção”. Tendo concluídas 314 obras pré-fabricadas, entre residências, hotéis, escritórios, hospitais, escolas, pontes, túneis, com área bruta construída de 34,4 milhões de m². Entre os vários projectos de referência constam o edifício MiC mais alto da China.

    Lei Yue Mun Park Emergency Quarantine Center, Hong Kong. Demorou 45 dias para concluir a produção de 352 ‘boxes’ e estabeleceu uma referência para construção rápida. O projecto ganhou o prémio o ICE Awards – Brunel Medal Highly Commended

    O seu negócio tem crescido rapidamente no Delta do Rio das Pérolas, no Delta do Rio Yangtze e na zona económica de Chengdu-Chongqing, abrangendo vários cenários de aplicação como hotéis, prédios educacionais, prédios de assistência médica e apartamentos.

    A construção modular está a registar um forte crescimento e, até 2030, o mercado global deverá valer mais de 143 biliões de USD, impulsionado por uma taxa de crescimento anual composta entre 2022 e 2030 que pode chegar a 6,55%, com maior incidência nos mercados da região Ásia-Pacífico, Europa e América do Norte

    A inteligência ao serviço da indústria modular

    A “Hailong” viu o seu sistema de construção modular integrada premiada com o “Top Ten New Technologies for Engineering Construction in 2022”. Soluções digitais e inteligentes percorrem todo o processo de construção do projecto, integrando novas tecnologias avançadas, como design inteligente, produção inteligente, logística inteligente e operação e manutenção inteligentes para realizar a entrega digital em todo o ciclo de vida do projecto.

    O modelo de informação da tecnologia BIM faz de elo entre a cadeia de design e a produção, e a linha de produção automática MiC permite uma produção ininterrupta 24 horas, promovendo uma contínua capacidade de produção.

    Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

    Manuela Sousa Guerreiro

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    Construção

    FMMS com estudo dedicado à habitação, o projecto da MASSLAB para a Estrela e o Dossier Municípios na edição 488 do CONSTRUIR

    Conheça em detalhe as conclusões do estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos dedicado à habitação, numa edição onde lhe mostramos o projecto da Fundição de Oeiras, do Castelo da Ponte de Vizela, do novo Centro de Saúde de Torres Vedras e a carteira do grupo Vila Galé. Mas há muito mais para ler nesta edição

    CONSTRUIR

    Habitação: não há soluções imediatas, mas há medidas fundamentais
    Naquele que é o primeiro estudo do género, promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos e dedicado à habitação, os investigadores asseguram que “não existem soluções imediatas para o problema” da habitação em Portugal. Mas há medidas fundamentais que terão efeitos a médio/ longo prazo, que mitiguem o efeito do aumento dos preços e da oferta de habitação

    Mais 2MM€ para renovação de escolas
    As mais de 450 escolas que integram o Acordo são as que foram transferidas para os municípios no âmbito do processo de descentralização e deverão ser requalificadas no prazo de 10 anos

    Vizela recupera Castelo da Ponte por 2,2M€
    Segundo as autoridades, o Castelo da Ponte será recuperado integralmente, pelo menos mantendo toda a sua dinâmica exterior, visto que o interior está em avançado estado de degradação

    MASSLAB desenha habitação junto à
    Basílica da Estrela

    Ao lado do Convento da Estrela, três blocos habitacionais vão dar lugar a 100 fogos. O projecto destacou-se pela integração dos novos edifícios com a malha urbana existente

    Dossier
    Municípios

    Se, por um lado, o edificado existente precisava de ser requalificado, a falta de habitação a custos acessíveis tornou esta uma das bandeiras da década. Municípios estão a actuar para responder à crise

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    Setúbal: Escola Básica ‘Barbosa du Bocage’ recebe novo Centro Escolar por cerca de 5 M€

    Projecto municipal contempla a construção de novo edifício com dois pisos e criação de um pavilhão polivalente

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    Cerca de cinco milhões de euros é quanto vai custar o Centro Escolar Barbosa du Bocage, a ser construido no recinto da Escola Básica Barbosa du Bocage. O projecto prevê a construção de um novo edifício de dois pisos, ambiental e energeticamente sustentável, para acolher um total de 275 alunos nas valências de pré-escolar e 1.º ciclo, a par de um pavilhão polivalente.

    O projecto municipal, que prevê que o novo centro seja edificado no recinto da Escola Básica Barbosa du Bocage, foi apresentado na passada quinta-feira, com o presidente da Câmara de Setúbal a destacar “a melhoria da qualidade de ensino no território”.

    Com uma área de construção de perto de 2 300 metros quadrados, o novo edifício “acompanha os traços do actual edificado, incorporando modernas soluções de construção, em particular no que respeita a conforto térmico e eficiência energética”.

    Para o piso superior do Centro Escolar Barbosa du Bocage estão projectadas oito salas de aula para o 1.º ciclo, enquanto o piso térreo é destinado ao pré-escolar, com três salas de actividades, incluindo um Centro de Apoio à Aprendizagem para alunos com necessidades educativas especiais.

    Duas salas de prolongamento, um refeitório para 200 alunos do 1.º ciclo e 75 do pré-escolar, a par de instalações sanitárias, núcleo de informática, áreas de arrumos e salas de apoio para o pessoal docente e não docente, entre outros espaços, também fazem parte do novo edifício escolar.

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    João Moutinho, Business Director & Internationalization do BUILT CoLAB

    Construção

    “É preciso que o sector dê um salto de fé”

    O projecto REV@CONSTRUCTION terminou a 30 de Junho e apontou o caminho para a exigida revolução digital do Sector da construção. O projecto juntou, num consórcio, 20 empresas e entidades do sistema científico e tecnológico nacional, liderado pela construtora Teixeira Duarte e coordenado pelo BUILT CoLAB, em prol da Construção Digital em Portugal. O projecto terminou formalmente, mas as bases para a revolução do sector estão lançadas

    A primeira grande mudança que o REV@CONSTRUCTION provocou na indústria começou ainda antes do projecto avançar: o reconhecimento de o sector, pouco habituado a cooperar entre si, perceber que era necessário unir esforços para responder aos desafios da competitividade e da produtividade do sector. Hoje, mais de três anos volvidos, o projecto que envolveu 20 entidades e perto de uma centena de pessoas, terminou e lançou as bases para que a revolução da digitalização se dissemine pelos empresas do sector. Como? Disponibilizando ao mercado as ferramentas que este necessita para dar resposta às novas exigências, como plataformas vão permitir a interoperabilidade entre dados, ferramentas que vão fomentar a utilização generalizada do BIM e de Gémeos Digitais, entre outros.

    Conversámos com João Moutinho, Business Director & Internationalization do BUILT CoLAB, entidade responsável pela coordenação do projecto, sobre os desafios que se colocam ao sector e aos seus actores. As bases tecnológicas estão lançadas, mas a verdadeira revolução tem de acontecer ao nível da capacitação dos recursos humanos das empresas: “enquanto não tivermos as pessoas capacitadas para reconhecer a diferença, elas não irão perceber o valor das possibilidades que lhes são oferecidas neste momento. E este é o verdadeiro desafio”, alerta João Moutinho.

    Existe um antes e um depois do REV@CONSTRUCTION?

    Claramente! O sector da construção tipicamente não é muito receptivo à inovação e isso contribui para um círculo vicioso. Não havendo o reconhecimento dessa inovação, há cada vez menos vontade de criar inovação. O BUILT CoLAB, um laboratório colaborativo que nasceu quase que em simultâneo com este projecto, foi criado um pouco para contrariar essa tendência. Temos estado a criar ferramentas e a dinamizar projectos que têm como principal objectivo acelerar a inovação no sector. Depois, procurámos ter os argumentos para convencer o sector a utilizar essas ferramentas.

    E o REV@CONSTRUTION é um exemplo disso mesmo. A liderança do projecto é da Teixeira Duarte, mas a coordenação técnica é do BUILT CoLAB. Está no nosso nome, na nossa natureza pôr várias entidades a falarem e a reconhecerem a lacuna que existe tipicamente entre aquilo que é o conhecimento que a academia e a ciência produzem e a sua aplicabilidade. E se em alguns sectores, como a Manufactura ou o Calçado, existe essa ligação, na Construção isso tem sido mais difícil de acontecer.

    E para isso contribuem características como a fragmentação do sector, a multiplicidade de pequenas e médias empresas e aos níveis de qualificação, geralmente baixos, dos seus recursos humanos…

    Exactamente. Existe uma enorme dificuldade em colocar o sector a adoptar tecnologia. Ok, isso já acontece com as maiores empresas, que certamente já têm desafios da adopção de tecnologia, mas como é que fazemos com as empresas que compõem mais de 95% daquilo que é o valor criado na construção e que são micro pequenas e médias empresas? Como é que conseguimos que aquelas empresas com 3,4 ou 10 colaboradores utilizem ferramentas deste género, quando na realidade o grande desafio que eles têm, neste momento, é manter as pessoas, conseguir executar as obras e lidar com tudo aquilo que são as dificuldades de uma indústria que é normalmente competitiva apenas pelo preço?

    E qual é a resposta ou solução a essa questão?

    A resposta à pergunta tem a ver com a qualificação. Por um lado, temos de conseguir qualificar melhor.  Temos de desmistificar a ideia de que a construção é uma alternativa para quem não estuda ou para quem não serve para mais nada. Quem vai para a construção tem de ter vontade de ir para a construção. O sector tem de ser atraente do ponto de vista de carreira, do ponto de vista do tipo de funções que são desempenhadas, porque a construção pode ser um trabalho cada vez menos duro se for industrializada, se for tomada com eficiência. E neste momento é o sector menos eficiente. Tem um fosso de produtividade de 1.7, o que é mau se considerarmos que temos de ser cada vez mais competitivos para sermos cada vez mais sustentáveis. Isto significa que somos 170 % menos eficiente que a média dos outros sectores. É muito significativo.

    Como é que conseguimos que aquelas empresas com 3, 4 ou 10 colaboradores utilizem ferramentas deste género, quando na realidade o grande desafio que eles têm, neste momento, é manter as pessoas, conseguir executar as obras e lidar com tudo aquilo que são as dificuldades de uma indústria que é normalmente competitiva apenas pelo preço?

    A Construção apontou como meta a versão 4.0. Deveríamos apontar um pouco mais atrás?

    Se calhar fomos um bocadinho ambiciosos. Mas é preciso dar a perceber os benefícios desta digitalização e, por isso, temos de ir à boleia, digamos assim, e aproveitar a designação do 4.0 para se perceber este esforço da digitalização, que é da sensorização, da adopção, da ciência de dados, da utilização da inteligência artificial. É um pouco para colarmos a designação que existe para outras indústrias, a esta indústria que ainda não estará no patamar 3.0. Aliás, se calhar outras também não estarão mas beneficiam da mesma designação, do mesmo marketing, para passar a mesma ideia. Nós não queremos passar pelas etapas que os outros já passaram. Vamos querer dar um salto maior. O que me leva à sua questão que acabei por não responder: “de que forma é que as micro pequenas e médias empresas podem beneficiar disto?” Diria que vão ter de passar a ter pessoas mais qualificadas e vai ter de haver aqui um salto de fé, um salto de confiança, para que haja uma melhoria de eficiência. A digitalização e a sustentabilidade são os drivers para a competitividade.  Mas estas coisas não podem ser impostas. É preciso que as empresas reconheçam a necessidade e que, a curto prazo, se criem alternativas de capacitação. E nós já estamos a trabalhar em projectos que vão criar essas alternativas.

     O REV@CONSTRUCTION deu origem também alguns desses instrumentos que vão ajudar a convencer as empresas a dar esse “salto de fé”?

    Isso é o que é verdadeiramente diferenciador neste projecto. Para conseguir ajudar estas empresas, será sem dúvida importante disponibilizar ferramentas que, até agora, eram muito difíceis de obter sem ter de realizar um grande investimento. O REV@CONSTRUCTION desenvolveu um conjunto de produtos, processos e/ou serviços (os chamados PPS), alguns dos quais vão ser colocados à disposição do mercado livremente, outros vão ser comercializados pelas empresas ou disponibilizados de alguma forma, com um modelo de licenciamento pelas empresas, mas todos, sem excepção, vão estar ao dispor do sector.

    O sector tem de ser atraente do ponto de vista de carreira, do ponto de vista do tipo de funções que são desempenhadas. A construção pode ser um trabalho cada vez menos duro se for industrializada, se for tomada com eficiência. E, neste momento, é o sector menos eficiente. Tem um gap de produtividade de 1.7, o que é mau se considerarmos que temos de ser cada vez mais competitivos para sermos cada vez mais sustentáveis. Isto significa que somos 170 % menos eficiente que a média dos outros sectores

    Os instrumentos do REV@CONSTRUCTION

    Como vai ser feita essa transposição?

    A forma como estas ferramentas irão ser disponibilizadas depende de caso para caso, sendo que a maioria das ferramentas terão como objectivo serem de uso, talvez não totalmente gratuito, mas na grande maioria quase gratuito, embora não possamos responder pelos 20 parceiros que estão associados. Neste momento, o projecto já terminou, estamos numa fase de reporte do ponto de vista formal, mas as ferramentas já foram desenvolvidas e têm estádios de maturidade muito elevadas. Convém, no entanto,  salientar que estas ferramentas ainda não vão estar na prateleira daqui a 1 hora ou daqui a 2 ou 3 meses. Poderá demorar algum tempo até serem produtos suficientemente robustos para serem colocados no mercado. Mas o primeiro passo foi dado e isso é verdadeiramente importante.

    Estamos a falar de que tipo de produtos e serviços?

    Resumidamente, eu diria que podemos agregá-los em duas dimensões de produtos. Por um lado, plataformas que vão, de alguma forma, suportar dados e interoperabilidade entre dados, quer sejam dados relacionados com BIM quer sejam dados relacionados com tudo aquilo que é sensorização ou outras fontes de dados e que, em conjunto, produzem valor. Estamos a falar de plataformas de agregação de dados, estamos a falar de sugestões muito concretas relativamente à forma como se pode passar a ter a adopção do BIM generalizada em Portugal, estamos a falar de ferramentas que têm e que suportam processos associados à construção de digitalização.

    Numa segunda dimensão, temos ferramentas de digital twins, os chamados gémeos digitais. Estes gémeos digitais, muitas vezes suportados em BIM, permitem-nos simular vários tipos de cenários: cenários associados à própria gestão de obra, que é fundamental e que é aquela aplicação mais fácil e mais conhecida, mas também cenários associados a outras fases do ciclo de construção, nomeadamente neste caso à manutenção do edifício construído. E este é um aspecto muito importante.

    Existe ainda um outro conjunto de ferramentas que também foram desenvolvidas e que estão associadas a processos, por exemplo uma ferramenta que permite digitalizar o processo de pavimentação das estradas, uma actividade até agora muito analógica e o que fizemos foi desenvolver um conjunto de ferramentas que digitaliza o processo e que o torna imensamente mais eficiente.

    De que forma?

    Passamos a ter um processo controlado de uma forma digital: sabemos a todo o momento onde estão as máquinas, conseguimos prever a saída do material betuminoso e controlamos a sua chegada à frente de obra, que é um processo crítico. Conseguimos monitorizar a temperatura de aplicação da mistura betuminosa para efeitos de garantia de qualidade, mas também são identificadas, através de ciência de dados, as patologias de pavimento que no futuro possam estar associadas a essa localização. Estamos a falar de gerir todo o processo de uma forma única, através de uma plataforma única, e que é partilhada pelos vários stakeholder. Desde o trabalhador que está na frente de obra com o seu tablet a trabalhar, até ao trabalhador da central que tem de libertar camiões. Este foi, diria, um casamento muito interessante que aconteceu entre a academia (habituada a laboratórios e que teve de ir à obra) e as empresas, pouco habituadas a terem esta intervenção. E foi possível perceber a vontade que estes trabalhadores que estão na frente de obra têm de ter ferramentas que lhes permitem estar mais confiantes e serem mais eficientes.

    A obrigatoriedade do BIM

    A breve trecho teremos a obrigatoriedade da adopção do BIM. Vê esta medida como parte do esforço e do trabalho que têm estado a promover e como uma forma de se acelerar a digitalização do sector?

    Frequentemente discutimos se esta obrigatoriedade deve vir bottom up ou top down. Ou seja: devem ser as empresas a reconhecerem a sua necessidade ou se estas têm de ser impostas? O ideal seria uma abordagem híbrida mas que, não existindo, terá de ser top down e temos o exemplo de outros países que já foram mais bem-sucedidos nessa acção, nomeadamente o Reino Unido, que está uns anos à frente nesta matéria.  Assim, vão ser empreendidos esforços, em que nós colaboramos, para tornar esta metodologia obrigatória ainda que de uma forma faseada. A proposta de lei está a ser revista e tudo aponta para que até 2030 haja efectivamente uma adopção generalizada do BIM, a começar pelos grandes projectos públicos.

    Associado a isso existe ainda a questão da normalização. Como está este processo?

    Já existem várias normas BIM traduzidas para português. O BUILT CoLAB teve um papel fundamental neste trabalho. É um processo complicado porque é moroso, mas neste momento a grande limitação não está nas normas, eu diria que a grande limitação está no que falámos anteriormente, da necessidade da sua adopção por parte das empresas. As normas existem, o facto de não estarem traduzidas colocam aqui alguns desafios de interoperabilidade, mas as normas principais já estão traduzidas. A interoperabilidade que é garantida, de certa forma, pela estandardização vai ser fundamental para garantir que este esforço é bem rentabilizado. Eu diria que aquilo que são os principais usos e aquilo que são as principais características no BIM já estão traduzidos. Ainda que o esforço de estandardização e de criação de normas e a sua tradução é sempre um trabalho em curso, à medida que os usos de BIM também se tornem cada vez mais sofisticados.  Neste momento fala-se de uso BIM até à 8ª e 9ª dimensão, quando na realidade ainda lutamos para usar as dimensões mais básicas. Esse é que é o verdadeiro desafio o de adopção e democratização do uso do BIM e a democratização passa pela disponibilização dessas ferramentas. Faz ideia de quanto custa uma licença anual de um software de modelação mais usado no BIM? Cerca de 3500 Euros/ano, por posto de trabalho. Isto na escala da Construção pode parecer pouco, mas à escala das micro e pequenas ou mesmo das médias empresas que têm 20 a 30 utilizadores, faz mossa.

    Com a adopção generalizada do BIM teremos melhores projectos e estes serão mais caros?

    Confunde-se a dificuldade da adopção BIM com a qualidade do projecto. Um projecto em BIM não é um projecto diferente de outro projecto, é só um projecto apresentado e formalizado de uma forma diferente.  O problema é que, até agora a duas dimensões, os projectos tinham pouco detalhe. As especialidades eram colocadas em cima de desenhos bidimensionais em que os elementos eram apontados, por exemplo, o interruptor fica na parede x, a conduta passa mais ou menos aqui e os cabos de electricidade passam na parede y.  Ninguém dizia exactamente onde é que passavam, nem se preocupavam com pormenores de implementação, ou a que cota é que estavam localizados exactamente. Com o uso do BIM, isso deixa de acontecer porque as coisas têm de ser colocadas no sítio certo, não se podem colocar as coisas no ar simplesmente, e isso obriga a um projecto melhor, um projecto em que todos os envolvidos pensaram em tudo. Não se deixam as coisas na Memória Descritiva para ser interpretadas depois na fase de obra e esse projecto não é mais caro por ser em BIM, é mais caro por ser mais pormenorizado.

    Vão ser empreendidos esforços, em que nós colaboramos, para tornar esta metodologia obrigatória ainda que de uma forma faseada. A proposta de lei está a ser revista e tudo aponta para que até 2030 haja efectivamente uma adopção generalizada do BIM, a começar pelos grandes projectos públicos

    E isso é um entrave à adopção do BIM? De que forma?

    A meu ver o verdadeiro entrave à adopção do BIM não é só a formação ou o conhecimento que é preciso ter para criar em BIM, tem a ver precisamente com a necessidade de pensar em tudo e esse a necessidade de pensar em tudo, depois, irá gerar uma economia na obra porque vai haver menos desperdício, menos enganos e mais eficiência. E isto é um bocadinho assustador, porque neste momento existe até quem viva dessa ineficiência e depois vemos os custos dos projectos a derraparem. Com o BIM a probabilidade de isso acontecer é muitíssimo mais baixa porque as coisas foram muito mais bem pensadas e porque têm uma correspondência quase em tempo real com as coisas. Imagine, por exemplo, que o projecto BIM na sua componente de orçamentação está ligado à base de dados de custos, em vez de haver uma surpresa no final, o projectista pode, em tempo real, avaliar o custo da obra e o seu impacto e escolher a melhor altura para a executar. Sem me querer alongar naquilo que é a tecnicalidade do uso do BIM, é muito fácil perceber que essa adopção tem vários desafios de ordem política, mas também tem traz desafios do ponto de vista social, da mentalidade e de percebermos que só através da eficiência é que nós vamos para a competitividade e que esta competitividade não pode estar associada só ao preço, antes à qualidade e à eficiência. Falamos muito de escala e do facto das nossas empresas terem de se juntar para ter escala e aproveitar as oportunidades que existem no mercado internacional e isso só vai acontecer se “falarem a mesma língua”, cá está a necessidade de interoperabilidade, da estandardização e a necessidade de ser eficiente.

    Voltamos ao REV@CONSTRUCTION, este é um projecto que vai acelerar esta mudança?

    Não podemos prever o futuro, mas identificámos que um dos principais problemas era a ausência de ferramentas. E foi nisso que o REV@CONSTRUCTION se centrou. Agora, um dos principais drivers para a inovação, e que o Governo vai incentivar, será a descarbonização. E muitas vezes descarbonizar vem pela eficiência, redução do desperdício e promoção da circularidade. Se olharmos os fundos do PRR e a forma como estão a ser gastos e se prevêem gastar, percebemos que a descarbonização será uma grande oportunidade para as empresas apostarem em inovação. Agora, grande parte deste esforço vai ter de vir das próprias empresas e da mudança de mentalidade que tem de acontecer. Não é difícil pensar em retorno de investimento destas soluções, ele acontece muito rapidamente. Há muitos estudos que mostram um tempo para a retorno do investimento na ordem de meses para muitas das tecnologias que estamos aqui a falar. Porque actualmente o gasto e o desperdício são tão grandes que qualquer benefício de produtividade paga a solução. Contudo, é muito difícil para a maioria destas 95% das empresas que referiu dar esse salto de fé.  E voltamos ao início da nossa conversa. Enquanto não tivermos as pessoas capacitadas para reconhecer a diferença, elas não irão perceber o valor daquilo que são as possibilidades que lhe são oferecidas neste momento. E este é o verdadeiro desafio.

    A meu ver, o verdadeiro entrave à adopção do BIM não é só a formação ou o conhecimento que é preciso ter para criar em BIM. Tem a ver precisamente com a necessidade de pensar em tudo e essa necessidade de pensar em tudo, depois, irá gerar uma economia na obra porque vai haver menos desperdício, menos enganos e mais eficiência. E isto é um bocadinho assustador porque, neste momento, existe até quem viva dessa ineficiência

    O BUILT CoLAB nasceu quase em simultâneo com o REV@CONSTRUCTION, irá continuar o seu percurso? O que têm em carteira?

    O BUILT CoLAB só tocou na ponta do iceberg.  Nascemos da iniciativa da Agência Nacional de Inovação para suprir esta necessidade, mesmo antes de sabermos que íamos ser parceiros deste projecto. A ideia de um laboratório colaborativo ou de um centro de investigação para a construção digital surgiu antes e o mecanismo que o financiou tem uma missão que vai além deste projecto.  Temos dois drivers: a digitalização e a sustentabilidade e percebemos neste momento que a sustentabilidade é o maior driver que existe para a digitalização. Porque muito rapidamente vamos passar à fase do “pau”, que acreditamos irá ser muito dolorosa para a maioria do sector da construção, que é um sector com muitas emissões principalmente se falamos na construção tradicional. E grande parte do desafio nos próximos anos será canalizado para a criação de ferramentas obrigam à transformação digital, mas que têm como principal driver a sustentabilidade. Mesmo em termos de orçamento o REV@CONSTRUCTION representa uma fatia muito pequena daquilo que foi o nosso desenvolvimento nos últimos três anos.  O nosso grande projecto foi o de desenvolver outras ferramentas e outras iniciativas, como o plano nacional da circularidade para a construção ou o desenvolvimento de ferramentas transversais que nem sequer estavam no VER e que foram disponibilizadas à indústria. O BUILT CoLAB vai continuar a ser o BUILT CoLAB.

    Em que projectos estão envolvidos?

    Estamos envolvidos na criação de um European Digital Inovation Hub, um projecto que irá arrancar nos próximos meses e que vai ser muito positivo para o sector porque vai permitir que estas pequenas empresas experimentem tecnologia com uma taxa de financiamento muito elevado.  portanto é um esquema de cascate funding em que a Comissão Europeia e o estado português, através do PRR, irão financiar uma parte deste investimento.

    Temos uma agenda mobilizadora em torno da pedra natural e da indústria extractiva e da utilização da pedra natural na construção, através de um projecto inovador no centro do país de criação de um centro de capacitação BIM com recurso a metodologias pouco comuns, mas não posso adiantar mais do que isto, dizer que é uma forma muito original de lidar com os desafios do mundo real e de lidar com coisas engraçadas relacionadas com capacitação imersiva.

    Depois temos outros projectos relacionados com descarbonização que estão neste momento a ser contratualizados com empresas de construção e com outras associações do sector visando desenhar roteiros para a descarbonização que é uma coisa também muito importante

    Temos vários projectos de investigação a decorrer a pedido de empresas, que estamos a desenvolver internamente e que têm como objectivo criar produtos e serviços que depois serão comercializados por essas empresas, enfim o grande desafio agora é conciliar tudo isto numa lógica de recursos humanos finitos…

    Os Produtos, Processos e Serviços do REV@Constrution

    O projecto REV@CONSTRUCTION divide-se em quatro Produtos, Processos e/ou Serviços (PPS). O PPS 1 preocupa-se com os aspectos a montante do processo de digitalização, com os processos normativos, que tem a ver com a criação de plataformas digitais que são uteis para empresas que querem fazer modelação digital. Neste contexto foram desenvolvidas, entre outros instrumentos, a plataforma Digi4Construction e a aplicação BIM4Bridges.

    Os PPS 2 e 3, estão focados nos gémeos digitais que são, no fundo, coração dos objectivos do projecto na área da digitalização. Enquanto o PPS 2 trata dos processos antes da fase do edifício construído, abrangendo a “promoção da digitalização dos processos e actividades de negócio da construção desde a fase de concepção e projecto, até à conclusão e entrega da obra”, o PPS 3 está relacionado com a fase de utilização, a fase de operação do edifício. Funcionará como um “acelerador” do processo de digitalização para os diferentes stakeholders, com particular foco nos donos de obra e nas empresas de facility management

    O 4º PPS tem a ver com outro tipo de obra, nomeadamente a pavimentação e obras de arte. Tendo sido implementados dois Living Labs (demonstradores) que vão concretizar o trabalho desenvolvido nos PPS’s 1, 2 e 3, para validar os sistemas e aplicações desenvolvidos. “Um deles será o BIM4Bridges, no qual se irá efectuar uma demonstração das potencialidades do BIM quando aplicado em obras de arte – para o contexto será realizada a modelação por laser can e fotogrametria de uma obra de arte/infraestrutura já existente. O outro dedicado à digitalização da informação relativa aos pavimentos rodoviários, para validar as aplicações PAV 4.0 (que irá instrumentar e registar informação durante a fase de construção do pavimento) e PAV 4.0 LC (que irá instrumentar e registar informação durante a fase de utilização do pavimento para avaliação da evolução do seu desempenho ao longo do ciclo de vida)”.

    Um último PPS, o 5º, está relacionado com a comunicação e disseminação da informação ao sector.

    Indústria reunida para discutir “a revolução do sector”

     Os resultados do projecto foram apresentados numa conferência final que juntou vários representantes da indústria, como a Teixeira Duarte, a Mota-Engil ou o Grupo Casai.

    A Conferência “A Revolução da Construção Digital em Portugal” que assinalou o final do REV@CONSTRUCTION, o projecto mobilizador para a revolução digital da construção, o primeiro do sector AEC e que juntou um consórcio de 20 empresas e entidades do sistema científico e tecnológico nacional, liderado pela Teixeira Duarte.

    Sílvia Garcia da ANI, no seu discurso de abertura, salientou desde logo a importância que o Programa Mobilizador tem na internacionalização das empresas, com enfoque no sector AEC, e como a criação de novos Produtos, Processos e Serviços (PPS) ajuda a colmatar as lacunas sentidas em termos de competitividade face a outros sectores. Os principais objectivos do projecto são a melhoria da competitividade e o crescimento sustentável do sector da Construção, assim como um alinhamento estratégico com o sector a nível europeu.

    Francisco Reis (BIMMS), João Vaz da Silva (3Maps), João Moutinho (BUILT CoLAB), Joel Oliveira (Universidade do Minho) e Noel Leitão (Teixeira Duarte) foram os principais porta-vozes das equipas de trabalho e mostraram o desenvolvimento de ferramentas que permitem uniformizar e sistematizar as regras para a digitalização na construção, assim como a criação de aplicações que promovem a digitalização dos processos construtivos. O projecto contribuiu para a implementação do conceito de “Digital Twin” – Gémeo Digital, em diversas operações de construção e manutenção de edifícios e infraestruturas, recorrendo a investigação em áreas digitais como realidade aumentada, sensorização, digitalização 3d, ciência de dados, machine learning ou IoT.

    A metodologia BIM foi um dos vários tópicos de discussão no painel de debate moderado por João Moutinho (BUILT CoLAB), que juntou Francisco Reis, da BIMMS, Laura Caldeira, do LNEC, Luís Gomes, da Mota Engil, Rita Moura, da Teixeira Duarte, e Sérgio Laranjeira, do Grupo Casais.

    Discutiu-se também o papel que o Estado tem na implementação de medidas que agilizem o processo de digitalização de forma transversal, sobretudo na obrigatoriedade de submissão de projectos em BIM para sua aprovação.

    Coube a Manuel Maria Teixeira Duarte, presidente do Conselho de Administração da Teixeira Duarte, fechar o encontro  tendo sublinhado que “este projecto mobilizador tem o poder de influenciar toda a cadeia de valor da construção e democratizar o acesso às metodologias digitais numa escala nunca vista no nosso sector”.

     Os parceiros

    Teixeira Duarte (entidade líder); INESC TEC; BIMMS; Grupo Casais; UMinho; LNEC; Infraestruturas de Portugal; Engexpor; Instituto Português da Qualidade; Instituto Superior Técnico; UPorto; A400; Mota-Engil; 3Maps; Instituto Superior de Engenharia de Lisboa; BUILT CoLAB; ACPMR – Cluster Mineral Resources; Instituto da Construção; COBA; AdF.

    Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

    Manuela Sousa Guerreiro

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