Metro de Lisboa: Paisagistas defendem relocalização da nova estação de Campo de Ourique
De acordo com a informação disponibilizada na página da internet do Metropolitano de Lisboa, a futura estação de Campo de Ourique ficará localizada sob o Jardim Teófilo Braga, e que a estação “representa um grande desafio do ponto de vista construtivo, considerando a malha urbana apertada”
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Os arquitetos paisagistas enviaram uma carta aberta ao presidente da Câmara de Lisboa pedindo a alteração da localização da estação do metro de Campo de Ourique, no âmbito do prolongamento da linha Vermelha, prevista para o jardim da Parada.
Na carta aberta, publicada na página da associação na Internet, a APAP começa por explicar os motivos de preocupação de “vizinhos do bairro e de cidadãos atentos à cidade e ao espaço público”, tendo em conta a proposta da estação prevista para o Jardim Teófilo Braga, mais conhecido por Jardim da Parada.
“É unânime a consecução do plano de acessibilidade da cidade de Lisboa, onde se integra a rede de metro e o prolongamento da linha Vermelha”, pode ler-se na carta, que refere tratarem-se de projetos que têm “por base contratos de financiamento ao abrigo do PRR [Plano Recuperação e Resiliência], com escassos prazos de execução, relativamente ao normal andamento dos processos”.
No entanto, tendo em conta “os contornos sensíveis do traçado e aos impactes gerados e identificados nos debates públicos, seria expectável uma nota explícita sobre a revisão do traçado da linha”.
De acordo com a informação disponibilizada na página da internet do Metropolitano de Lisboa, a futura estação de Campo de Ourique ficará localizada sob o Jardim Teófilo Braga, e que a estação “representa um grande desafio do ponto de vista construtivo, considerando a malha urbana apertada, com arruamentos com uma única faixa de circulação por via e com falta de alternativas de estacionamento”.
A estação terá uma profundidade de 31 metros e três pontos de acesso.
Não querendo entrar na “problemática da avaliação de impactes”, João Ceregeiro explica na missiva ser “fundamental esclarecer” que se está “perante uma unidade de paisagem, constituída pelo perímetro do Jardim Teófilo Braga, e não somente pelos três exemplares arbóreos classificados de interesse público no interior do jardim, como o estudo pretende fazer recair a atenção, reduzindo aqueles, à matéria sensível do espaço em apreço”.
O responsável lembra já ter sido apontada uma solução pelo movimento criado por vizinhos e cidadãos, de uma alternativa a 300 metros do ponto previsto para a localização da futura estação, entre a igreja do Santo Condestável e a rua Saraiva de Carvalho, “o qual nos parece constituir uma alternativa racional, talvez a única, face às contingências observadas”, sublinhou.
“Este local apresenta clara aptidão, relativamente aos danos ambientais e paisagísticos, com profundas afetações sociais e urbanísticas que a variante atualmente em curso evidencia sobre o Jardim da Parada. Curiosamente, este ponto, segundo o estudo do ML, já tinha sido avaliado pelos técnicos. Pelos vistos prevalece ainda, bizarramente, o Jardim como centro da obra”, apontou.
Considerando que as obras de “excecionalidade também devem constituir uma forma participada da população reencontrar no seu espaço uma oportunidade de busca e preservação da sua identidade, cultural, antropológica e biofísica”, a missiva apela à intervenção do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD).
“Contamos com o presidente e o cidadão Carlos Moedas e a sua capacidade para melhor observar e analisar este processo, de forma a se encontrar um melhor prolongamento da linha Vermelha do metro, onde a mobilidade e os valores da paisagem possam coabitar naturalmente, abrindo novas formas de desenhar e viver a cidade”, pode ler-se no documento.