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“É relevante para o Sector exigir uma adequada definição dos investimentos estruturantes e a respectiva calendarização”

Reis Campos lembra que este é o momento para um consenso político alargado em torno dos investimentos estruturantes para o País

Ricardo Batista
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“É relevante para o Sector exigir uma adequada definição dos investimentos estruturantes e a respectiva calendarização”

Reis Campos lembra que este é o momento para um consenso político alargado em torno dos investimentos estruturantes para o País

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O presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário defende que este é o momento certo para promover consensos políticos alargados em torno dos projectos estruturantes para o País. Mas o Sector tem outros desafios pela frente, como explica Reis Campos em entrevista ao CONSTRUIR.

Mostrou-se recentemente ‘preocupado’ com a execução do PRR, nomeadamente pela calendarização das obras e pela falta de trabalhadores. Que medidas defende para responder a estas preocupações?
As empresas do Sector identificam, inequivocamente, enquanto principais constrangimentos operacionais, a anómala subida dos preços das matérias-primas, da energia e dos materiais de construção e a falta de mão-de-obra qualificada e, por isso, defendemos medidas orientadas para estas dificuldades. Uma primeira resposta por parte do Governo, foi a criação do novo Regime Excepcional de Revisão de Preços, publicado no passado dia 20 de Maio e que foi agora prorrogado até 30 de Junho de 2023, tratando-se de um importante mecanismo que tem de ser plenamente utilizado, mas há outras questões como, por exemplo, a necessidade de conferir maior celeridade às adjudicações já que é essencial assegurar a continuidade dos investimentos em curso e a execução daqueles que estão planeados. No que diz respeito à falta de mão de obra consideramos que é essencial reorientar a formação profissional, tirando partido dos centros formação de excelência do Sector, o CICCOPN e o CENFIC e, em simultâneo, promover uma maior mobilidade transnacional dos trabalhadores, questão a que o Governo tem procurado responder, tendo recentemente implementado alterações ao nível da legislação relativa à mobilidade e liberdade de circulação no espaço da CPLP. Estes são exemplos de medidas importantes, mas consideramos que é igualmente prioritário planear, calendarizar e contratualizar o investimento público que está previsto, quer no PRR, quer no PT2020 que encerra no final de 2023, já que esta definição é essencial neste contexto macroeconómico marcado pela incerteza e pelas pressões inflacionistas e, como temos afirmado, factores externos à dinâmica da produção do sector e não podem pôr em causa os investimentos planeados, sobretudo quando estamos perante um exigente calendário de execução.

Não há nenhum indicador, até ao momento, que aponte para uma recalendarização do PRR. Como avalia o risco de incumprimento dos compromissos assumidos e, por conseguinte, de perda de verbas destinadas ao Programa?
A perda de verbas é um cenário impensável, que não pode suceder e, como temos afirmado, há todas as condições para que os projectos sejam implementados como planeado e temos de trabalhar com a calendarização que foi apresentada à Comissão Europeia. É evidente que há riscos e isso exige uma acção firme, por parte do Governo, na implementação das medidas que temos vindo a identificar e um acompanhamento permanente da evolução desta conjuntura macroeconómica que está a ser profundamente marcada por elevados níveis de instabilidade. O Sector está, como sempre esteve no passado, preparado para responder aos desafios do País, pelo que reitero a importância de assegurar, como referi, o planeamento, a calendarização e a contratualização dos investimentos.

A alta-velocidade volta a estar na ordem do dia, depois da apresentação das linhas fortes do programa que vai executar as ligações entre Lisboa e Porto e ainda entre Porto e Vigo. Que avaliação lhe merece aquilo que foi apresentado?
Sempre entendi que o que é relevante para o Sector não é tomar posição sobre um qualquer projecto ou opção de natureza técnica ou política, mas sim exigir uma adequada definição dos investimentos estruturantes e a respectiva calendarização. Cabe ao Sector executar as obras que o País identifica como necessárias, pelo que a avaliação que faço é positiva, porque o Governo assumiu um conjunto importante de investimentos a realizar até 2030 e é muito importante para as empresas portuguesas saberem com o que podem contar. Esta ligação ferroviária de alta-velocidade representa, de acordo com o Governo, um montante total de 4,9 mil milhões de euros, mas recordo os demais projectos que integram o PNI – Programa Nacional de Investimentos 2030, o qual inclui os principais projectos em infra-estruturas e equipamentos a realizar entre 2021 e 2030, num total de 43 mil milhões de euros. Este é um momento em que, tal como sucede noutros países europeus, é indispensável a existência de um acordo de regime que assegure a estabilidade à execução destes investimentos estruturantes e o País não pode continuar a adiar o seu futuro pelo que este é o momento certo para que sejam assumidos os compromissos políticos firmes que são necessários e materializar os consensos suprapartidários que são indispensáveis a este nível.

Segundo a apresentação pública deste programa e olhando para a realidade ao ‘dia de hoje’, as empresas portuguesas estão capacitadas para ter uma parte activa relevante na alta-velocidade?
Claro que sim. A questão da capacidade técnica e da qualidade das empresas portuguesas não está em questão e temos provas dadas, quer no plano interno, quer nos mercados externos. O que é preciso é que as obras e os respetivos concursos sejam devidamente planeados e as empresas nacionais tenham oportunidade para se posicionarem de forma competitiva.
Olhando para o agravamento dos custos energéticos e mesmo da inflação, qual a expectativa para a evolução dos principais indicadores da Construção neste último trimestre?
Continua a ser uma expectativa positiva. Veja-se que, mesmo com as sucessivas revisões em baixa dos cenários macroeconómicos, continua-se a apontar para um crescimento do investimento e, recordo, o sector é responsável por 51,9% do investimento total da economia. A generalidade dos indicadores económicos mais recentes, continua a registar uma evolução positiva. O consumo de cimento no mercado nacional nos primeiros oito meses do ano apresenta uma variação homóloga de 2,1%, a área licenciada para habitação e para edifícios não residenciais aumentou, até Julho, respectivamente, 1% e 2,5% em termos homólogos e o número de fogos novos licenciados cresceu 3,2% no mesmo período. Os sinais que têm surpreendido pela negativa estão sobretudo associados aos volumes de contratos promovidos e celebrados e de empreitadas de obras públicas, que continuam em queda, trajectória que se espera que seja invertida, até porque temos de contratualizar o investimento público que está previsto.

Segundo os mais recentes barómetros, afectos à Reabilitação e Obras Públicas, o nível de actividade está em quebra (-4,6% na reabilitação), do mesmo modo que caíram os Concursos promovidos (-18%) e adjudicações (-47%). Que leitura faz destes números?
Não são números positivos, mas sabemos que o Orçamento do Estado para 2022 só entrou em vigor no final de Julho pelo que esperamos uma atitude diferente por parte das entidades públicas ao longo dos próximos meses, por forma a que sejam cumpridos os objectivos e as metas orçamentais que foram estabelecidos.

Que importância tem a extensão do regime de revisão de preços de contractos públicos até meados de 2023 e, já agora, que balanço faz da adopção desta medida, que remonta a Maio deste ano? Teve o efeito esperado? Carece de medidas complementares para potenciar o seu efeito? Quais?
É um mecanismo importante para as empresas e para os donos de obra pública porque permite fazer reflectir nos contratos as subidas anómalas dos preços das matérias-primas, da energia e dos materiais de construção que se tem verificado. Os parâmetros previstos são razoáveis atendendo à realidade actual, uma vez que basta verificar-se uma variação homóloga de 20% num qualquer tipo de material, de mão-de-obra ou equipamento de apoio que represente pelo menos 3% do total da empreitada para se poder aplicar este regime. Sobretudo, o que é necessário para potenciar este mecanismo é que os donos de obra pública sejam capazes de dar uma resposta adequada e célere às empresas e apliquem este instrumento na sua plenitude.

No contexto em que estamos e em que se desenvolve actualmente a actividade do Sector, que importância pode ter a chamada Construção 4.0?
A Construção 4.0. ou mais precisamente, a Construção e Reabilitação 4.0 representa o futuro do Sector e constitui um percurso essencial, que têm vindo a ser desenvolvido pelo tecido empresarial, mas que tem de ser intensificado e alargado à generalidade do tecido empresarial, em particular às micro e PME’s. Domínios como os novos materiais e processos construtivos, a construção industrializada, a reengenharia de procedimentos e a utilização de ferramentas digitais como o BIM – Building Information Modeling, são essenciais para promover maiores níveis de produtividade e de eficiência no uso de recursos, bem como soluções mais sustentáveis e competitivas e, consequentemente, são determinantes neste contexto de escalada de preços da energia e de todo o tipo de materiais utilizados no Setor. Por esse motivo temos defendido a criação de apoios à transição digital e tecnológica das empresas, já que estamos perante uma oportunidade única para desenvolver a formação em áreas de futuro, capazes de atrair os mais jovens e, também, de potenciar a inclusão de todos os trabalhadores, pelo que é imprescindível desenvolver uma agenda de mobilização e capacitação de todo o Sector.

Sobre o autorRicardo Batista

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Credito imagem Nuno Moreira. Modulo Residência de Estudantes
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De Veneza a Milão: Dois eventos, uma visão transformadora

O dstgroup, presidido por José Teixeira, pretende marcar uma presença disruptiva e estratégica na Bienal de Arquitectura de Veneza e na Trienal de Milão, assumindo-se como dinamizador de um novo pensamento internacional para o sector da construção

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Com participação nestes dois eventos, a Bienal de Veneza que inaugura este Sábado, dia 10 de Maio, e a Trienal de Milão que abre três dias depois, o grupo português propõe uma nova cultura construtiva, com ambição de manifesto europeu, inspirada num modelo social inclusivo e comprometido com a coesão urbana, ecológica e comunitária.
Na Bienal de Arquitectura de Veneza, o dstgroup apoia o projecto “Obra Aberta” da Santa Sé, comissariado pelo Cardeal José Tolentino de Mendonça.

Trata-se de uma intervenção simbólica e concreta num bairro popular veneziano, onde o restauro de uma estrutura existente, um altar do século XVIII, se torna ponto de partida para uma reflexão profunda sobre reuso, partilha e regeneração. O trabalho de restauração ocorrerá dia após dia, sob os olhos do público. Além disso, um papel especial foi reservado à música: muitos espaços serão dedicados a jovens músicos de Veneza e de todo o mundo que visitarão o Pavilhão

Esta presença liga-se à encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco, e convoca uma “nova inteligência colectiva” sobre os lugares que habitamos.

Três dias depois, a 13 de Maio, o dstgroup apresenta na Trienal de Milão, dois módulos de construção industrial integrados na exposição “Inequalities” da Fundação Norman Foster.
Estes protótipos traduzem um novo paradigma construtivo, que funde a precisão da produção industrial com a expressão poética da arquitectura de autor.

“Esta nossa presença em Itália tem subjacente o desejo de voltar a ter alguém com um pé na lua para o sector da construção, pois acreditamos que é tempo de lançar um novo movimento europeu — quase um novo Bauhaus — que coloque a arquitectura ao serviço da dignidade humana, da sustentabilidade e da justiça social”, defende José Teixeira.

Reusar. Reconciliar. Reimaginar
A presença do dstgroup nestes dois fóruns de referência internacional dá corpo a um conceito-chave: “reusar”. Não apenas materiais ou estruturas, mas ideias, espaços, tradições e soluções que valorizem o que já foi construído, física e simbolicamente. O reuso é aqui motor de uma nova urbanidade, inclusiva e criativa, que resgata os valores comunitários e integra práticas industriais sustentáveis com pensamento social urbano.

Ao contrário da estandardização despersonalizada, o modelo industrial do dstgroup propõe uma “nova gramática” da construção: modular, acessível, rápida, mas profundamente humana e estética, ou seja, uma abordagem revolucionária que reconcilia eficiência e beleza, escala e singularidade, acessibilidade e excelência.

“Não erguemos meras estruturas. Criamos espaços que elevam a experiência humana enquanto honram os limites planetários”, destaca José Teixeira. Esta visão, já em desenvolvimento no campus do dstgroup em Braga, onde o próprio Norman Foster desenha uma microcidade, o Living Lab, posiciona o dstgroup como referência internacional na construção sustentável, capaz de influenciar políticas públicas, práticas de mercado e modelos académicos.

A Fundação Norman Foster, liderada por Norman Foster, foi convidada a participar na Trienal devido ao seu compromisso com a promoção do pensamento e da investigação interdisciplinar, ligando arquitectura, design, tecnologia e artes para melhor servir a sociedade. Entre as exposições de destaque organizadas pela fundação estão a Exposição Osvaldo Borsani na Trienal de Milão (2018), Motion. Autos, Art, Architecture no Museu Guggenheim (2022), e a Exposição Norman Foster no Centre Pompidou (2023).

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As Legislativas esmiuçadas, a Open House e o ‘novo’ Pavilhão de Portugal em destaque no CONSTRUIR 530

Em véspera do País ir a votos, o CONSTRUIR olhou para as linhas fortes dos programas eleitorais em matéria de investimento público. O renovado Pavilhão de Portugal, a edição deste ano da Open House Lisboa e o novo projecto da Krest em destaque nesta edição. Mas há muito mais para ler no CONSTRUIR 530 e no Suplemento ReCONSTRUIR

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Muitos chavões, poucas medidas. Programas eleitorais para todos os gostos
Percorremos milhares de páginas em torno das medidas mais concretas que os partidos, pelo menos aqueles com assento parlamentar na última legislatura, defendem na área do investimento público. A habitação domina, como seria de esperar, mas estranhamente não há muitos números para apresentar, com metas e orçamentos estimados. A simplificação administrativa também domina os programas para as legislativas de 2025

Os cenários para a BRT da A5
As autarquias de Cascais e Oeiras querem criar um Bus Rapid Transit (BRT) que ligue ambas as autarquias ao centro de Lisboa. A ideia não é nova, mas o primeiro estudo está concluído


Espaços “visíveis e invisíveis” do Open House 2025

“A Invenção de Lisboa” convida a uma reflexão sobre a cidade que se habita e se vive, mas também sobre tudo o que está por trás desta. A 14ª edição terá lugar nos dias 10 e 11 de Maio

“Não temos de estar, podemos criar a localização”
Entre a Quinta da Fonte e Paço de Arcos vai nascer o mais recente projecto da Krest. O ‘Arcoverde’ deverá começar a ser construído ainda este ano e o CEO da promotora explica a estratégia do grupo

SUPLEMENTO ReCONSTRUIR
A vida regressa ao Pavilhão de Portugal

Concebido por Álvaro Siza Vieira para a Expo 98, o Pavilhão de Portugal é um marco da arquitectura portuguesa, prémio Valmor em 1998, cuja reabilitação, concluída em 2025, marca um novo capítulo na história deste ícone. Agora, sob a alçada da Universidade de Lisboa, irá celebrar-se a ciência e a inovação. A sua transformação em centro de congressos, exposições e espaço de divulgação científica foi liderada por Siza Vieira, cuja visão criativa preservou a essência do edifício enquanto o adaptou às exigências contemporâneas

M’AR De AR Auria a síntese entre hospitalidade e a Reabilitação Urbana de Lisboa
Inaugurado no final de 2024, este hotel boutique no coração de Arroios não é apenas um refúgio para viajantes, mas também um símbolo do poder transformador da reabilitação urbana, revitalizando um bairro e contribuindo para redefinir os padrões do turismo sustentável em Portugal

Rebuild 2025 posiciona-se como “capital europeia” da construção industrializada
A industrialização como forma de resolver os actuais desafios sociais, climáticos e sectoriais foi a “espinha dorsal” do Congresso de Arquitectura e Construção Avançada 4.0, um dos pontos altos da feira, do que resultou o “compromisso” de um sector “mais industrializado, circular, digitalizado, adaptado ao meio ambiente e às alterações climáticas”. Estas serão as ferramentas para dar resposta à falta de habitação acessível e concretizar a necessária reabilitação energética do edificado existente. A próxima edição decorre de 24 a 26 de Março de 2026

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Crescimento de flexspaces deve-se à “rapidez da operacionalidade” e “flexibilidade de prazos”

O estudo, lançado pela consultora B.Prime analisou centenas de espaços nas cidades de Lisboa e do Porto e indica que segmento já representa cerca de 250 mil m2 de área ocupada em escritórios

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O segmento dos Flexspaces já representa cerca de 250 mil metros quadrados (m2) de área ocupada em escritórios, que por sua vez acolhe cerca de 31 mil trabalhadores. O estudo, lançado pela consultora B.Prime analisou centenas de espaços nas cidades de Lisboa e do Porto.

Segundo Carlos Oliveira, partner e head of Agency da B. Prime, “o crescimento acelerado dos últimos anos deste modelo de negócio deve-se essencialmente à rapidez da operacionalidade e à flexibilidade de prazos e usos. Se olharmos para outros mercados onde existem há mais tempo, podemos perceber que ainda há espaço para uma maior dispersão geográfica a nível nacional e para uma maior estratificação de conceitos”.

Neste estudo foram analisados centenas de espaços nas cidades de Lisboa e do Porto que em conjunto representam cerca de 250 mil m2. Em Lisboa este segmento acolhe cerca de 25.200 pessoas, enquanto no Porto são 5.500 trabalhadores que todos os dias trabalham em Flexspaces.

O aumento de espaços de Flexspaces encontra-se condicionado pela falta de oferta, mas ainda assim registou-se um aumento de stock que teve um forte impacto desde 2019, fruto da pandemia que impôs novas formas de trabalho. 2023 e 2024 foram os anos com um crescimento mais expressivo: 14% da totalidade de área colocada no mercado de escritórios de Lisboa estão afectos ao Flexspace. Já no Porto a abertura do LACS no Boavista Office Center foi o grande impulsionador.

Quanto às áreas mais procuradas, tanto a Norte como a Sul, elas variam entre os 100 e os 500 m2, sendo que as várias soluções existentes no segmento de Flexspaces proporcionam espaços que podem variar entre escritórios mais informais ou mais corporativos, que permite total flexibilidade por parte das empresas e dos empresários.

Este segmento tem maior expressão em Lisboa com cerca de 205 mil m2 afetos ao Flexspace, enquanto a Norte a área ocupada é menor, mas tem registado um crescimento mais acelerado.

Por último e no que diz respeito aos espaços com critérios ESG – Environmental, Social e Governance, estes são cada vez mais determinantes na escolha final de um escritório e o segmento Flexspace não é excepção. 40% dos operadores inquiridos referem que a sustentabilidade é um dos factores mais relevantes no projecto que gerem.

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Prémio António Almeida Henriques 2025 destaca empresas e autarquias

Estão a decorrer as candidaturas aos Prémios Portugal Smart Cities – António Almeida Henriques, iniciativa promovida pela Fundação AIP, no âmbito do Portugal Smart Cities Summit, que este ano decorre de 3 a 5 de Junho

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Estão abertas, até ao próximo dia 12 de Maio, as candidaturas aos Prémios Portugal Smart Cities – António Almeida Henriques, iniciativa promovida pela Fundação AIP, no âmbito do Portugal Smart Cities Summit, que decorre de 3 a 5 de Junho na FIL, Parque das Nações.

Lançados em 2023, os Prémios têm como missão reconhecer e valorizar projectos que contribuem activamente para a construção de cidades mais inteligentes, sustentáveis, inclusivas e conectadas

Em 2025, o âmbito de participação foi alargado também a empresas, que nesta edição podem concorrer, tal como as comunidades intermunicipais, os municípios e as juntas de freguesia com projectos de inovação já implementados.

“Estes prémios assumem um papel estratégico ao reconhecer projectos que elevam a qualidade de vida nas cidades, valorizando o envolvimento activo dos municípios como motores da transformação urbana. Simultaneamente, destacam o papel fundamental das empresas na criação e implementação de soluções tecnológicas e sustentáveis, promovendo sinergias que podem servir de inspiração para outras regiões e acelerar a transição para cidades verdadeiramente inteligentes”, refere Ana Quartin gestora do evento.

Na edição deste ano estarão a concurso seis categorias: Neutralidade Carbónica; Mobilidade; Espaço público; Inclusão Social; Transformação Digital; e Reabilitação urbana sustentável e inteligente. As candidaturas devem ser submetidas através do site oficial do evento.

A avaliação será feita por um júri presidido pelo Professor Doutor Miguel de Castro Neto, director da NOVA IMS, e inclui especialistas de referência na área das Smart Cities. A cerimónia de entrega dos prémios terá lugar a 3 de Junho de 2025, durante o Portugal Smart Cities Summit.

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Lisboa cria hubs para comercialização e reutilização de materiais de construção

Para dar resposta ao desafio dos resíduos da construção, Lisboa integra o projecto europeu CirCoFin, que pretende desenvolver um mercado para componentes de construção reutilizados, através da implementação dos Circular Construction Hubs

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Em Portugal, o sector da construção representa uma parte significativa do consumo de recursos naturais e da produção de resíduos. Estima-se que os edifícios de habitação e serviços sejam responsáveis por 20% do consumo de energia e 6,7% do consumo de água no País. Além disso, o sector gera anualmente cerca de 7,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos, sendo que os resíduos minerais de construção e demolição correspondem a 17% do total de resíduos não urbanos. Estes números evidenciam a necessidade e o potencial das soluções de economia circular no sector da construção.

Para dar resposta a este desafio, Lisboa integra o projecto europeu CirCoFin, que pretende desenvolver um mercado para componentes de construção reutilizados, através da implementação dos Circular Construction Hubs. Financiado pela União Europeia, com um total de seis milhões de euros, o projecto será implementado entre 2025 e 2028. A iniciativa teve início oficial em Janeiro, com um encontro entre os parceiros em Munique.

“Este projecto representa uma oportunidade única para Lisboa dar os primeiros passos no sentido de gerar um impacto real no sector da construção”, afirmam Miguel de Castro Neto e Fernando Angleu, presidentes da Lisboa E-Nova e Gebalis, respectivamente. “Em estreita articulação com todos os actores relevantes da cidade, acreditamos que esta iniciativa contribuirá de forma concreta para reforçar a sustentabilidade urbana e acelerar a transição para uma economia mais circular.”

Além de Lisboa, participam no CirCoFin outras três cidades e países europeus, tais como, Alemanha, que lidera, Escócia e Dinamarca. Cada parceiro está a desenvolver soluções técnicas, legais e operacionais para promover a reutilização de materiais de construção, através de projectos-piloto com potencial de expansão a nível nacional, particularmente na Escócia e na Dinamarca.

Em Lisboa, o CirCoFin irá impulsionar a criação de um hub Físico e Digital, dedicado à reutilização de materiais provenientes de demolições e remodelações. A cidade já conta com iniciativas promissoras no campo da construção circular, como a reutilização de materiais em obras municipais e incentivos à construção sustentável. Com o apoio do projecto europeu, estas acções serão ampliadas e reforçadas, consolidando Lisboa como uma referência na transição para uma economia mais sustentável no sector da construção.

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Câmara Municipal da Batalha adjudica troço rodoviário à NOV Construções

A empreitada entre Vale de Ourém e Casal do Meio (limite Concelho) e Casal dos Lobos, no valor superior a um milhão de euros, apresenta uma extensão total de 2.144,69 metros, sendo parte integrante do CM 1266 – Estrada Principal

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A empreitada «CM 1266 entre Vale de Ourém e Casal do Meio (limite Concelho) e Casal dos Lobos (limite CM 1250-1) – Fase I (Troço Vale de Ourém / Perulheira)»  foi adjudicada pela Câmara Municipal da Batalha à NOV Pro Construções, por um valor superior a 1 milhão de euros, com um prazo de execução de 270 dias.

Os arruamentos, especialmente o troço 1, encontram-se actualmente num estado de grande degradação, colocando em causa a segurança de quem nele circula, daí a necessidade de “…reabilitar estruturalmente as faixas de rodagem, que se encontram com deformações permanentes, através do reforço do pavimento, conceber condições de circulação pedonal, garantindo conforto e segurança, e assegurar o melhoramento, prolongamento ou renovação das infraestruturas existentes”.

A intervenção no troço 1 apresenta uma extensão total de 2.144,69 metros e será realizada entre Vale de Ourém a Casal do Meio, sendo parte integrante do CM 1266 – Estrada Principal. O perfil transversal tipo tem uma dimensão de 8 metros, sendo 6 metros faixa de rodagem e 1 metro de berma, no mínimo.

A NOV Pro Construções, sedeada em Leiria, é uma empresa do Grupo NOV Engenharia e Construções, sendo a mais internacional das sete unidades de negócio existentes.

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Fogos licenciados para construções novas cresce 28,3%

Fogos licenciados em construções novas aumentam 28,3%, novo crédito à habitação totaliza 3.214 M€ e licenças para construção nova e reabilitação habitacional sobem 9,5% até Fevereiro. São os números mais recentes da Síntese Estatística de Habitação da AICCOPN

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De acordo com a AICCOPN, até Fevereiro, o consumo de cimento no mercado nacional atingiu 623,2 milhares de toneladas, traduzindo-se numa quebra de 3,6% em comparação com o período homólogo.

No que respeita ao licenciamento municipal para a construção e reabilitação de edifícios habitacionais, constatou-se um aumento homólogo de 9,5%, nos dois primeiros meses deste ano. Relativamente ao número de fogos licenciados para construções novas, observou-se um crescimento de 28,3%, para 6.641 novas habitações.

Quanto ao montante do novo crédito à habitação, excluindo renegociações, concedido pelas instituições financeiras, este apresentou um acréscimo de 35,4%, totalizando 3.214 milhões de euros, em Fevereiro. No que concerne à taxa de juro do crédito à habitação, a mesma fixou-se em 3,83% nesse mês, reflectindo uma redução de 81 pontos base face ao período homólogo.

Em Fevereiro, o valor mediano da habitação, calculado para efeitos de avaliação bancária, apresentou uma valorização homóloga de 16%, em resultado de variações de 16,7% nos apartamentos e de 9,5% nas moradias.

A Grande Lisboa é a região em destaque na análise, onde de Fevereiro de 2024 até Fevereiro deste ano foram licenciados 5.084 fogos em construções novas, o que representou um incremento de 16,2% face aos 4.375 alojamentos licenciados nos 12 meses anteriores. Desse total, 9% corresponderam a tipologias T0 ou T1, 33% a T2, 40% a T3 e 18% a T4 ou superior. Relativamente ao valor de avaliação bancária da habitação, constatou-se, nesta região, uma variação homóloga de 16,3% no segundo mês deste ano.

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Lisboa aprova delimitação da Unidade de Execução Marvila-Beato

A área de intervenção, nas freguesias de Marvila e do Beato, é um conjunto de “vazios urbanos” com uma área superior a 278 mil metros quadrados (m2) para onde estão previstos 1427 fogos e mais de 119 mil m2 em espaços verdes e equipamentos

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A delimitação da Unidade de Execução (EU) Marvila-Beato foi aprovada pela Câmara Municipal de Lisboa, esta quarta-feira, dia 30 de Abril. A proposta, que visa “optimizar os efeitos da estruturação da terceira travessia do Tejo, reforçar a coesão territorial e potenciar a atracção de emprego”, vai estar em discussão pública.

A área urbana sobre onde se pretende intervir, nas freguesias de Marvila e do Beato, é um conjunto de “vazios urbanos” com uma área de reconversão superior a 278 mil metros quadrados (m2), para onde estão previstos 1427 fogos, 119.437 m2 em espaços verdes e equipamentos, 2852 lugares de estacionamento privado, mais 246 lugares públicos.

O projecto localiza-se em áreas qualificadas como sensíveis e classificadas como de Interesse Público, nomeadamente, a Zona Geral de Protecção do Antigo Convento do Beato António, a Zona Geral de Protecção do Palácio dos Duques de Lafões e a Zona Geral de Protecção da Fábrica “A Nacional”.

Na reunião da CML foi, ainda, aprovada a cedência de espaços não habitacionais “para exercício de actividades sem fins lucrativos com fundamentado interesse público”, às entidades Rimas ao Minuto Associação, Associação Desportiva Pastéis da Bola; Associação Fazer por Marvila, Associação Lisboa Juntos pelo Desporto, Associação Africandé, GlocalDecide – Associação para a Democracia, a Cidadania e o Desenvolvimento e a Associação Porta do Mais.

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Politécnico de Leiria consigna empreitada para residência nas Caldas da Rainha

A obra de renovação da Residência Mestre António Duarte visa a recuperação integral do edifício, com vista à melhoria do conforto e à promoção da eficiência energética, assim como uma readaptação de espaços e uma otimização do seu funcionamento

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O Politécnico de Leiria celebrou a consignação da empreitada de renovação da Residência Mestre António Duarte, nas Caldas da Rainha, e da obra de construção da nova residência de estudantes naquela cidade, num investimento de 3,7 milhões de euros, financiados pelo Plano Nacional de Alojamento no Ensino Superior (PNAES) – Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Com a concretização destas duas empreitadas, que se juntam à obra de reabilitação da Residência Rafael Bordalo Pinheiro, cuja inauguração está prevista para breve, Caldas da Rainha passará a ter, em 2026, um total de 289 camas para os estudantes.

A obra de renovação da Residência Mestre António Duarte visa a recuperação integral do edifício, com vista à melhoria do conforto e à promoção da eficiência energética, assim como uma readaptação de espaços e uma otimização do seu funcionamento. O edifício contemplará um total de 56 quartos, dois destinados a utilizadores com mobilidade condicionada, num total de 104 camas. A obra tem uma duração de 150 dias, estando a reabertura prevista para o início do próximo ano letivo.

No que se refere à construção da residência ‘Nova Caldas’, a ser edificada num terreno adjacente à Residência Mestre António Duarte, a mesma oferecerá 68 novas camas, contemplando, além do alojamento, zonas de refeição, áreas de estudo e de convívio, lavandaria, espaços de apoio ao funcionamento da residência, entre outros.

“Esta obra proporcionará um aumento significativo do número de camas disponíveis na cidade de Caldas da Rainha, que anualmente recebe entre 1.500 e 1.700 estudantes da nossa Escola Superior de Artes e Design”, afirmou o presidente do Politécnico de Leiria, recordando que a instituição teve nove candidaturas aprovadas no âmbito do PNAES, para renovação, reabilitação e construção de residências de estudantes, contemplando 13 edifícios, localizados em quatro cidades (Leiria, Caldas da Rainha, Peniche e Pombal).

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Conhecidos os candidatos aos European Responsible Housing Awards; Portugueses entre os finalistas

Desde cooperativas lideradas por inquilinos e reabilitações de carbono zero até à integração de assistência social e iniciativas de segurança lideradas por jovens, os 25 finalistas reflectem o “poder da habitação para transformar vidas e comunidades”

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São 25 os finalistas do European Responsible Housing Awards (Prémios Europeus de Habitação Responsável), que destacam os promotores de habitação que vão além das estruturas físicas, defendendo a acessibilidade, a equidade social, a segurança da posse, a acção climática, a codecisão dos inquilinos e a governação colaborativa. Os vencedores serão anunciados no dia 5 de Junho, em Dublin, na Irlanda, durante o Festival Internacional de Habitação Social.

Seleccionados entre 12 países e em cinco categorias de prémios, estes finalistas reflectem o crescente reconhecimento de que a habitação não é apenas uma questão de abrigo, é um elemento-chave na construção de comunidades mais fortes e inclusivas.

Desde cooperativas lideradas por inquilinos e reabilitações de carbono zero até à integração de assistência social e iniciativas de segurança lideradas por jovens, estes projectos demonstram o poder da habitação para transformar vidas e comunidades.

As categorias a concurso são cinco: ‘Management excellence for housing affordability’ (Excelência na gestão para a acessibilidade à habitação), ‘More than a roof” – supporting communities of equal opportunities’ (Mais do que um telhado” – apoiar comunidades de igualdade de oportunidades), ‘Agents of green transition, leaders of innovation’ (Agentes da transição verde, líderes da inovação). ‘Building strategic alliances, fostering community participation’ (Construir alianças estratégicas, fomentando a participação da comunidade) conta com duas participações portuguesas, nomeadamente, com a figura de ‘Entrance Manager’ (Gestor de Entrada), em Matosinhos, que visa reforçar a inclusão social através da gestão participativa e a criação de uma assembleia de moradores através do Programa Viva o Bairro, em Braga. Também na categoria ‘Going the extra mile for safe and sound living’ (Ir mais além para uma vida segura e saudável), o programa Lotes ComVida, em Lisboa e que visa envolver os moradores na gestão cooperativa das habitações municipais através de formação e estruturas participativas.

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