Transacções nos escritórios continuam fortes apesar do aumento dos custos de financiamento
Em Portugal, investimento nos primeiros nove meses do ano somou 546 milhões de euros e mercado ocupacional já atingiu valor de absorção histórico
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De acordo com o mais recente estudo da Savills, no terceiro trimestre de 2022, Bélgica, Irlanda, Itália e Espanha registaram volumes de transacções de espaços de escritórios cerca de 167%, 157%, 68% e 25% acima da média de cinco anos do terceiro trimestre, respectivamente. Este cenário vai contra a trajectória de “cautela” verificada devido ao aumento das taxas livre de risco, o que impactou as transacções de investimento nos mercados de escritórios europeus. O volume destas operações atingiu 19 mil milhões de euros no trimestre, registando uma queda de 28% em relação à média de cinco anos do terceiro trimestre, conclui a consultora imobiliária internacional.
As yields prime dos escritórios europeus aumentaram, em média, 40 bps desde o primeiro trimestre de 2022, o que representa um crescimento dos custos de financiamento, passando de 3% para 3,5% em Amesterdão, de 2,9% para 3,25% em Milão e de 2,6% para 3% na zona CBD de Paris.
“O mercado europeu de investimento está a sofrer sinais que são comuns a um período de descoberta de preços. A queda na angariação de fundos imobiliários, o aumento dos riscos de refinanciamento e as NDAs nas transações estão a tornar-se mais comuns, sem que nenhum comprador pretenda tornar público o pagamento da última yield com o valor mínimo recorde, sublinha Mike Barnes, Associate Director European Research da Savills. “As transacções de investimento estarão ainda em curso no quarto trimestre de 2022, embora o número de investidores esteja a diminuir, particularmente para activos value add, uma vez que os compradores procuram descontos maiores. Esperamos que este cenário se reflicta em preços com maior movimento de saída durante o 4º trimestre de 2022 e em vendedores motivados para regressar ao mercado no 1º trimestre de 2023”, refere o mesmo responsável.
“Os compradores americanos e singapurenses, juntamente com fundos soberanos do Médio Oriente e escritórios que representam um elevado património financeiro, estarão provavelmente entre os principais compradores internacionais na Europa durante os próximos seis a nove meses sendo que, provavelmente, beneficiarão de um euro relativamente fraco”, acrescenta Chris Gillum, Head of Offices, European Capital Markets da consultora. Contudo o especialista avança que “as negociações sobre os preços estão actualmente a demorar mais tempo, embora o número de vendedores forçados ainda seja limitado, à medida que os investidores tentam assegurar condições de dívida mais favoráveis ao refinanciamento”.
Em Portugal, o volume total de investimento no mercado de escritórios atingiu os 546 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, 14% abaixo da média dos períodos homólogos dos últimos cinco anos, mas mercado ocupacional prepara-se para bater um recorde histórico, acima dos 250.000 m2 mantendo a dinâmica do mercado.
A prime yield fixou-se nos 4,25%, um aumento de 25 bps que reflecte ajustamento perante o actual quadro económico-financeiro e em linha com o que está a suceder em todos os mercados europeus.