“É fundamental que as organizações revejam os seus modelos de negócios e tecnologias implementadas”
A mudança de paradigma no que diz respeito à digitalização das empresas é já uma realidade. O sector da construção não é excepção, cuja aceleração se deve, em grande parte, devido à pandemia, mas também de forma a controlar os custos de construção e os tempos de obra
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Ao CONSTRUIR, Nuno Figueiredo, board member da Abaco Consulting, explica porque é que a implementação de um Software de Gestão Integrada (ERP) pode ser fundamental para sustentabilidade dos negócios, na medida em que permite às organizações reduzir custos, obter um maior controlo do negócio e, ainda, um planeamento estratégico sobre todos os pontos de produção.
De que forma é que se revela importante as empresas implementarem estratégias de modo a tornarem-se mais ‘inteligentes’?
Actualmente vivemos numa era cujo mercado é cada vez mais competitivo, e por essa mesma razão torna-se urgente que as empresas, independentemente do seu sector de actividade, se diferenciem da sua concorrência, sem nunca perderem de vista o crescimento do seu negócio e a prestação de um serviço de excelência aos seus Clientes.
Cada vez mais são os esforços que as organizações têm desenvolvido para reinventarem o seu negócio, de forma a se tornarem mais ágeis e eficientes, acompanhando as tendências e exigências de um ecossistema organizacional híbrido (presencial e online). Esta crescente mudança de mentalidade deve-se, sobretudo, às alterações que a sociedade sofreu durante dois anos de pandemia sem precedentes, bem como maior à pressão e foco no cliente e nos seus respectivos interesses.
Assim podemos afirmar, que aquelas organizações que relegam para segundo plano uma mudança de paradigma no que à transformação digital diz respeito, colocam-se numa posição bastante privilegiada para o insucesso empresarial.
No caso concreto do sector da construção e tendo em conta a necessária contenção de custos e redução de tempos de obra quais as principais vantagens?
Se olharmos para actual contexto do sector da construção e para aquele que será o seu futuro entendemos que a implementação de um Software de Gestão Integrada (ERP) revela-se fundamental para sustentabilidade dos negócios.
Um Software de Gestão Integrada pode ser compreendido como uma ferramenta tecnológica que ajuda as organizações a rentabilizar os seus negócios, na medida em que permite obter, em tempo real, todos os dados de que os gestores necessitam (e em qualquer lugar), para agir em conformidade, e na hora, caso algum aspecto do negócio não esteja a mostrar os índices esperados.
Neste sentido, o ERP permite assim às organizações reduzir os seus custos, obter um maior controlo total do negócio e ainda um planeamento estratégico sobre todos os pontos de produção, maximizando assim a eficiência do processo produtivo e conduzindo as organizações para um crescimento lucrativo. Desta forma, através da sua utilização, as empresas dispõem de um sistema com toda a informação centralizada, traduzindo-se numa poupança de recursos e de tempo.
Através de inteligência artificial, o ERP possibilita também um melhor desempenho, transformando os processos empresariais das organizações, com uma redução de até 50% de footprint de dados e na extracção de relatórios até 100 vezes mais rápido.
Desta forma podemos concluir que um ERP proporciona análises de dados gráficos em tempo real para apoio na tomada de decisões, exibe dados de forma simplificada, ao eliminar agregados e índices, permite melhores fluxos de trabalho, através de processos de negócio específicos para cada indústria e melhora a experiência de utilizador nos diferentes tipos de dispositivo, reduzindo erros e aumentando a produtividade, entre outros.
Gestão integrada desde “o primeiro momento”
Em que fase deverão ser aplicados, preferencialmente, os sistemas de informação no sector da construção?
Os Softwares de Gestão Integrada como é o caso do ERP devem ser implementados desde o primeiro momento. Isto porque, os dados que estes mesmos softwares têm a capacidade de extrair, só por si, são inúteis. É necessário implementar um ERP, desde o momento inicial, de forma a definir uma estratégia eficaz e um modelo de gestão de dados capaz de aproveitar todas as formas de uso prático e eficiente de dados no sector da construção.
Tendo em conta a vossa experiência qual a principal tendência no que diz respeito aos sistemas usados pelas empresas?
Temos assistido nos últimos tempos a uma adesão massiva a softwares de gestão integrados de modo a facilitar o controlo de todas as dimensões e uma reacção em tempo útil. Ou seja, no caso particular da construção é possível monitorizar cada projecto em tempo real e fazer previsões do impacto de eventuais desvios.
Ultimamente temos assistido a uma procura crescente por soluções de “Building Information Modeling” (BIM), que é a base para uma nova transformação digital neste sector. Esta é uma ferramenta colaborativa entre todos os intervenientes em cada fase do processo de construção, começando logo no planeamento inicial da obra. Permite entre muitas outras possibilidades a criação de um modelo 3D, gestão de orçamentos e um controlo em tempo real da execução.
Necessidade fará acelerar a digitalização
Como vê o futuro desta área nas empresas? Acredita que a necessidade irá fazer acelerar a transformação digital nas empresas?
O futuro das organizações do sector da construção revela-se extremamente promissor e interessante na medida em que as empresas ver-se-ão obrigadas a adaptar todo o seu negócio ao contexto digital e tecnológico. A necessidade de acompanharem a evolução natural do ecossistema organizacional fará, sem qualquer dúvida, acelerar a transformação digital nas empresas do sector.
A tecnologia veio para ficar e para contribuir, em grande escala, na modernização de gestão integrada de qualquer organização do sector da construção. Neste sentido, é fundamental que as organizações revejam os seus modelos de negócios e tecnologias implementadas para que consigam acompanhar as constantes evoluções do mercado.