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    29-05-2020 MARTINHO OLIVEIRA – CEO AFA
    (Foto Joana Sousa)

    Engenharia

    AFAVIAS em expansão com reforço da actividade em África e em Portugal

    2021 e 2022 foram anos de forte crescimento para a empresa de construção e engenharia do Grupo AFA. Com uma carteira de obras “adjudicadas, contratualizadas, negociadas e, em alguns casos, financiadas” superior a 1.000 milhões de euros, a expansão é a estratégia que o Grupo tem delineada para 2023

    Manuela Sousa Guerreiro

    29-05-2020 MARTINHO OLIVEIRA – CEO AFA
    (Foto Joana Sousa)

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    AFAVIAS em expansão com reforço da actividade em África e em Portugal

    2021 e 2022 foram anos de forte crescimento para a empresa de construção e engenharia do Grupo AFA. Com uma carteira de obras “adjudicadas, contratualizadas, negociadas e, em alguns casos, financiadas” superior a 1.000 milhões de euros, a expansão é a estratégia que o Grupo tem delineada para 2023

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    Manuela Sousa Guerreiro
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    2023 será um ano de expansão e crescimento para a AFAVIAS, a empresa de engenharia e construção do madeirense Grupo AFA deposita as suas expectativas no mercado nacional e, sobretudo, em África, mais particularmente em Angola. Este país africano foi responsável, num passado recente, por cerca de 70% da facturação anual da AFAVIAS e a previsão é de que, em 2023, África volte a ser a geografia mais representativa, à boleia, uma vez mais da actividade no mercado angolano, como avançou Martinho Oliveira, CEO da AFAVIAS

    A Construção e Engenharia está na génese do Grupo AFA. Esta é a área que ainda tem maior peso no volume de facturação do grupo?

    A construção continua a ser a actividade com maior peso na facturação do Grupo AFA, variando em função da sazonalidade do mercado imobiliário, representando, em média, mais do que 60% do volume da facturação total. Em 2021, o volume de negócios da AFAVIAS (área da construção) rondou os 145 milhões de euros, o que representou um crescimento, em todas as geografias onde operamos, que excedeu em 30% a facturação alcançada em 2020. Para 2022, prevemos que o volume de negócios da AFAVIAS ronde os 200 milhões de euros.

    Qual o volume de carteira de obras da AFAVIAS? E como tem esta evoluído?

    Actualmente, a nossa carteira de obras adjudicadas, contratualizadas, negociadas e, em alguns casos, financiadas, ascende a 1.000 milhões de euros, sendo de salientar que cerca de 85% se localizarão fora da Região Autónoma da Madeira, com especial incidência em Angola.

    Quanto desse crescimento e volume de obras [da AFAVIAS] vem de fora do Grupo AFA?

    Existe de facto, uma forte interligação entre a área da construção e as demais actividades, que resultam dos outros dois pilares do Grupo AFA, a Imobiliária e a Hotelaria. Na verdade, a AFA Real Estate é, neste momento, o cliente, na área da construção civil mais representativo da AFAVIAS por conta dos novos projectos residenciais em execução em particular na Região Autónoma da Madeira. Relativamente ao volume total de obras, 20% dizem respeito a trabalhos executados para empresas do grupo e 80% para clientes externos.

    No caso da hotelaria, a AFAVIAS foi responsável pela construção de hotéis do grupo, nomeadamente, o Calheta Beach, Saccharum, Savoy Palace e NEXT, assim como, executou obras de remodelação do Royal Savoy e Gardens.

    Que geografias são hoje determinantes para a operação da AFAVIAS?

    A internacionalização da empresa AFAVIAS iniciou-se em 2007, como resposta à diminuição da actividade na Madeira no contexto da crise financeira e recessão económica à época. Em termos de volume de facturação, e depois da Madeira, Angola continua a ser o nosso mercado mais representativo, tendo o mesmo, num passado recente, representado mais de 70% da facturação anual da AFAVIAS. É nossa convicção que já em 2023, África, volte a ser o nosso mercado mais representativo, naquilo que concerne ao volume de facturação. Mantemos representações comerciais na Guiné Equatorial, Colômbia e realizamos obras de grande dimensão na Mauritânia e Senegal, tendo, contudo, registado nestes países uma acentuada redução da nossa presença ao longo dos últimos anos.

    Savoy Residence Monumentalis

    “Crescimento” nos planos para 2023

    A conjuntura de alta de preços das matérias-primas tem afectado de forma muito directa o sector da construção. Qual o impacto na actividade da AFAVIAS?

    Devo realçar que, apesar do aumento generalizado de custos, nomeadamente das principais matérias-primas que a AFAVIAS integra na sua actividade principal, a sua grande autonomia lhe tem permitido ultrapassar, sem especiais constrangimentos, as dificuldades decorrentes da crise. No sector das obras públicas, as revisões ordinárias colmataram uma parte desse impacto, estando em processo a negociação de uma eventual revisão extraordinária, de acordo com a lei, para que se reponham as condições e as premissas contratualizadas. Contudo, importa registar que alguns dos atrasos verificados, nomeadamente na definição/publicação dos índices, se traduziram num esforço financeiro acrescido para a generalidade das empresas. Tivemos, e continuamos a ter, oscilações nos preços, nomeadamente na generalidade dos derivados do petróleo, combustíveis, aço e cimento, que constituem parte muito relevante da nossa estrutura de custos.

    Como fazem para contornar o problema da mão de obra na construção que, por certo, a Madeira, à semelhança do que acontece no continente, também sente?

    A falta de mão-de-obra está generalizada a várias empresas e a vários sectores a nível nacional, sendo particularmente relevante nalguns domínios da área da construção. Contudo, gostaria de destacar que o Grupo AFA é um dos grandes empregadores do arquipélago da Madeira, empregando, no total das três áreas de actividade, 3100 colaboradores. Para captar mão-de-obra, mantemos uma estreita colaboração com as entidades formadoras de referência na região, acolhendo diversos estagiários ainda em percurso académico e diferentes áreas do conhecimento, com o objectivo de se tornarem colaboradores do Grupo, após conclusão da sua formação. Na AFAVIAS, prevemos a contratação de mais colaboradores em 2023, para fazermos face ao acréscimo do volume expectável para 2023, muito especialmente na nossa actividade em Angola e nos Açores.

    Esse sentimento de optimismo faz antever uma boa perspectiva para a actividade em 2023?

    Em 2023, é nosso objectivo manter e ampliar a presença nos mercados onde operamos, com expectativas de forte crescimento em África e no continente português e mantendo na Madeira e nos Açores os volumes de negócios alcançados em 2022. No caso de Angola, relevamos igualmente, que para além do crescimento que registaremos em 2023, que garantiremos cumulativamente uma carteira de obras com enorme estabilidade, que constituirão um aval de grande solidez para os anos vindouros.

    Na Madeira, manteremos uma inequívoca posição de liderança, continuaremos envolvidos na construção de obras de túneis e vias rápidas, algumas delas em curso e outras que terão o seu início no decorrer do ano. Destacamos ainda a obra da 2ª fase da Construção do Hospital Central e Universitário da Madeira, integrando um consórcio que lideramos, bem assim como a realização da ETAR do Funchal, a Central Hidroeléctrica da Serra de Água para a Empresa de Electricidade da Madeira e ainda o reinício das obras do Campo de Golfe da Ponta do Pargo e a ligação da Via Rápida entre o Arco de São Jorge e a Boaventura.

    Savoy Residence Casa Insular

    O peso do Imobiliário

    No imobiliário, quais os projectos em curso actualmente?

    Na Madeira, onde se encontra actualmente a maior parte a actividade da AFA Real Estate, o foco são os empreendimentos de luxo Savoy Residence. Ao Savoy Residence | Casa Branca, totalmente comercializado, segue-se o Savoy Residence | Insular, que está em fase avançada de construção no centro histórico do Funchal, com 49 apartamentos, e o Savoy Residence | Monumentalis, com 150 apartamentos em zona turística nobre da cidade, estará concluído no início de 2024.  A estes, somam-se outros projectos imobiliários que se irão desenvolver no centro do Funchal. O investimento global nestes empreendimentos ronda os 350 milhões de euros.

    Integramos, igualmente, o projecto imobiliário do ‘Dubai Madeira’ no Funchal, no âmbito da Varino, na qual temos uma posição paritária. Trata-se de um projecto já em fase de construção, que terá uma área de construção de aproximadamente 80.000/m2 e um investimento de 250 milhões de euros.

    Em Portugal continental, o Grupo AFA acaba de adquirir o número 35 da Av. 5 de Outubro, que terá projecto do Arquitecto Frederico Valsassina e ao qual será conferida a qualidade dos demais projectos da Savoy Residence. Nota também para outros projectos no âmbito da sociedade Varino, com investimento de 150 milhões de euros.

    Como é que surgiu esta parceria com o Grupo Socicorreia?

    Resultante da estreita colaboração entre o Grupo AFA (50,1%) e a Socicorreia (49,9%), a Varino Investimentos Imobiliários, Lda. surgiu, em 2016, para criar sinergias e dar resposta às fortes exigências do mercado imobiliário, defendendo desde os seus primórdios uma construção com arquitectura diferenciada de qualidade e rigor. A Varino encontra-se actualmente a desenvolver vários empreendimentos residenciais, com espaços comerciais integrados, em Portugal continental e na Madeira. A marca conta já com seis projectos, sendo cinco deles em Lisboa e o primeiro edifício em construção na Madeira, com tipologias que variam entre T0 a T3, edificados em localizações de excelência e com design contemporâneo.

    Depois de Lisboa, a Madeira surge como o novo polo de atracão de investimento. Quais os factores de atractividade deste mercado?

    A Madeira encontra-se num processo de transformação do sector imobiliário, tanto na oferta quanto na procura, e potencializado também pela conjuntura internacional dos últimos anos, que projectou a Madeira no mundo. É um destino que proporciona grande qualidade de vida pela sua localização geográfica, clima ameno, beleza natural, fácil acesso a bens e serviços, e segurança. A poucas horas de viagem das principais capitais europeias, muitas com voos directos, a região oferece uma experiência inigualável a quem a visita, mas também, e sobretudo, aos que a escolhem para viver.

    Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

    Manuela Sousa Guerreiro

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    Engenharia

    ESI Robotics e Universidade do Minho testam impressão 3D com materiais cimentícios

    A fabricação aditiva com materiais cimentícios, impulsionada pela robótica, está a “transformar” a indústria da construção e da arquitetura. Com benefícios “significativos” em termos de sustentabilidade e eficiência, esta tecnologia promete um futuro onde a construção é mais “rápida, barata e ecológica”

    Cidália Lopes

    Desenvolvido em parceria com o ACTech Hub, da Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho, a ESI Robotics, especialista em automação industrial e robótica, desenvolveu uma tecnologia que permite a fabricação aditiva com materiais cimentícios.

    Impulsionada pela robótica, este tipo de fabricação está a transformar a indústria da construção e da arquitectura, já que permite “redefinir” a forma como construímos, “combinando a precisão da impressão 3D com a robustez dos materiais cimentícios”.

    Esta, que é uma das “grandes inovações” da última década, tem benefícios “significativos” em termos de sustentabilidade e eficiência. Os seus braços robóticos, que têm como ferramenta um sistema de extrusão, permitem uma maior economia no uso de material, afinar melhor o tipo de misturas e de materiais que são usados, podendo utilizar materiais compósitos mais sustentáveis, tornando o processo mais “rápido, barato e ecológico”, destaca Gil Sousa, co-fundador da ESI Robotics.

    A tecnologia permite a construção de elementos construtivos como pilares, paredes, vigas, entre outras estruturas, assim como soluções à medida, adaptando o extrusor para misturar diferentes componentes. Muitas das peças, desenvolvidas no AC Tech Hub, são de argamassa cimentícia, mas é necessário adicionar outros componentes, como fibras, reforços, entre outros.

    “Os seus braços robóticos, que têm como ferramenta um sistema de extrusão, permitem uma maior economia no uso de material, afinar melhor o tipo de misturas e de materiais que são usados, podendo utilizar materiais compósitos mais sustentáveis, tornando o processo mais “rápido, barato e ecológico””

    Parcerias

    A parceria entre a ESI Robotics e a Universidade possibilita a integração e convergência de diferentes áreas, criando equipa de trabalho multidisciplinares.

    Esta definição de uma rede de colaboração mais alargada é “muito positiva”, reforça Gil Sousa, já que contribuiu para alterar a “percepção do arquitecto profissional que está apenas no atelier, mas que se expande para o estaleiro de obra associando-se a outros sistemas de desenho, mas também sistemas de construção e produção”, conclui.

    Também Bruno Figueiredo, professor na Universidade do Minho, destaca a importância de parcerias com empresas com a ESI. “Sendo um dos grandes desafios da construção e da arquitectura o processo de digitalização, que incorpora, também, sistemas de automação, estas parcerias permitem cobrir esses desafios e fazer investigação nessas áreas”.

    Testar a sua aplicação

    Os alunos procuram cada vez mais os temas relacionados com digitalização e automação e na Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho, encontram a possibilidade de aplicar, de testar sistemas e de desenvolver novos materiais.

    As soluções aqui desenvolvidas podem fazer a diferença, uma vez que são testadas em funcionamento e podem depois, ser comercializadas e transferidas para a indústrias. 

    Neste caso, sendo o projecto instalado na Universidade do Minho, a sua principal aplicação é para investigação. “Aqui, os alunos e investigadores, têm oportunidade de testar, efectivamente, elementos construtivos, como vigas, paredes, pilares, entre outros”, explica o responsável da ESI Robotics.

    Sobre o autorCidália Lopes

    Cidália Lopes

    Jornalista
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    Já abriram as candidaturas para o Prémio Inovação Jovem Engenheiro

    As candidaturas para a 34ª edição do Prémio Inovação Jovem Engenheiro (PIJE) 2024, uma iniciativa promovida pela Ordem dos Engenheiros – Região Sul (OERS), decorrem até 31 de Dezembro

    CONSTRUIR

    Encontram-se abertas, até 31 de Dezembro, as candidaturas para a 34ª edição do Prémio Inovação Jovem Engenheiro (PIJE) 2024, uma iniciativa promovida pela Ordem dos Engenheiros – Região Sul (OERS) que, desde 1990, galardoa anualmente trabalhos nos diversos ramos da área, que se evidenciam pelo seu carácter “inovador e aplicabilidade prática”.

    Podem candidatar-se ao PIJE os jovens engenheiros, estagiários ou efetivos com idade até 35 anos, inscritos na Ordem dos Engenheiros, em qualquer região, com trabalhos individuais ou em coautoria. Esta iniciativa pretende “potenciar” futuros profissionais, através da divulgação de trabalhos “diferenciadores” e “reconhecer e celebrar” o desempenho dos membros da Ordem dos Engenheiros.

    “Valorizar o talento dos jovens é essencial para o futuro da engenharia. Este prémio pretende promover as capacidades que acreditamos que tantos jovens engenheiros têm, mas também proporcionar a oportunidade de estabelecerem conexões com o mundo profissional e impulsionar o seu crescimento e desenvolvimento”, comenta António Carias de Sousa, presidente da Ordem dos Engenheiros Região Sul.

    Adianta ainda que “a iniciativa não só celebra as conquistas individuais, mas também reforça a importância da engenharia na construção de um futuro mais sustentável e tecnologicamente avançado”.

    Para o primeiro, segundo e terceiro classificados será atribuido um prémio pecuniário no valor de 10 mil euros, cinco mil euros e 2.500 euros, respectivamente, com a possibilidade de serem ainda atribuídos diplomas de menção honrosa. Já o valor dos prémios atribuídos a trabalhos de coautoria será dividido pelos respectivos autores.

    Com um investimento de aproximadamente 500 mil euros ao longo destas 33 edições, a OERS reconheceu e premiou mais de 100 jovens, sendo esta uma oportunidade única para demonstrarem a sua criatividade e contribuírem para o avanço da engenharia em Portugal.

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    Ordem dos Engenheiros e Brisa reforçam colaboração para promover a engenharia

    Com esta assinatura “saem reforçadas a promoção conjunta das áreas científicas e tecnológicas, com foco na engenharia e no posicionamento dos engenheiros no debate das matérias relevantes para o desenvolvimento do País” reafirmam

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    A Ordem dos Engenheiros (OE) e o Grupo Brisa assinaram esta sexta-feira, dia 5 de Julho, na Sede nacional da Ordem dos Engenheiros, em Lisboa um protocolo de colaboração com vista a reforçar a sua parceria no biénio 2024/2025.

    O documento consubstancia a “vontade comum de aprofundamento” de trabalho conjunto em matérias como a atracção e vinculação de talentos, a diversidade e maior representatividade de género, potenciando a ascensão profissional de mulheres engenheiras naquela empresa, bem como uma maior envolvência da Brisa em eventos formativos e debates organizados pela Ordem que confluam com as suas áreas de actividade.
    Para Fernando de Almeida Santos, bastonário da Ordem dos Engenheiros e para António Pires de Lima, presidente da Comissão Executiva do Grupo Brisa, com esta assinatura “saem reforçadas a promoção conjunta das áreas científicas e tecnológicas, com foco na engenharia e no posicionamento dos engenheiros no debate das matérias relevantes para o desenvolvimento do País” reafirmam.
    O Grupo Brisa é parceiro Institucional da Ordem dos Engenheiros desde 2006, tendo a sua missão em sintonia com a da Ordem dos Engenheiros, no que diz respeito às áreas com forte intervenção da engenharia, como seja no desenvolvimento e gestão de infraestruturas de transporte e soluções de mobilidade sustentáveis e inovadoras, focando na mobilidade como impulsionadora do crescimento, desenvolvimento e criação de valor.
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    LNEG, APREN e americana TNC unem-se para “acelerar” energias renováveis em Portugal

    O projecto, que deverá estar concluído no início de 2026, visa mapear as localizações mais adequadas para implementação de centrais solares e eólicas, de forma a garantir uma transição energética “limpa, verde e equitativa”

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    A The Nature Conservancy (TNC), o Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) e a Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) juntaram-se numa parceria inovadora para apoiar a ambiciosa agenda de transição energética de Portugal. Esta aliança estratégica reúne conhecimento em matéria de ambiente, ao nível de investigação científica e garante o envolvimento de todas as partes interessadas para impulsionar soluções energéticas sustentáveis para o País.

    Ao abrigo de um Memorando de Entendimento recentemente assinado, as organizações parceiras trabalharão em estreita colaboração com todos os stakeholders portugueses, incluindo ONG’s ambientais nacionais, no sentido de identificar as áreas ideais para localizar novas centrais de energia solar e eólica, respeitando os valores ecológicos e culturais. O mapa resultante tem como objectivo apoiar os decisores políticos, organismos públicos, investidores e promotores no cumprimento da diretiva das renováveis da União Europeia, no que respeita a designação de Áreas de Aceleração Renováveis (RAAs) até fevereiro de 2026.

    Com base na investigação pioneira do LNEG lançada no início deste ano, o projecto irá implementar a metodologia de localização “smart” da TNC já utilizada nos Estados Unidos, Índia, Croácia e nos Balcãs Ocidentais para estudar meticulosamente o território de Portugal Continental, identificando as melhores localizações para novos projectos de energia solar e eólica. Estas áreas de aceleração serão seleccionadas com base na adequabilidade ambiental, na exequibilidade técnica e no alinhamento com o ambicioso compromisso de Portugal de ter 90% de electricidade renovável até 2030.

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    Prospectiva fiscaliza projecto de gestão de resíduos na Mauritânia

    No âmbito da parceria estabelecida com o Ministério da Economia e do Desenvolvimento Sustentável da Mauritânia, a empresa vai realizar o acompanhamento, controlo e supervisão dos trabalhos de urbanização e infraestrutura de gestão de resíduos sólidos de Kiffa, situada no Sul, junto às fronteiras com o Senegal e o Mali

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    A Prospectiva vai fazer o acompanhamento, o controlo e a supervisão dos trabalhos de urbanização e infraestrutura de gestão de resíduos sólidos de Kiffa, situada no Sul da Mauritânia, junto às fronteiras com o Senegal e o Mali e cujo projecto visa melhorar “significativamente” as capacidades de gestão de resíduos na cidade e melhorar a qualidade de vida dos seus residentes. A obra já está em desenvolvimento e terá uma duração prevista de 10 meses.

    Esta oportunidade, que surge através de uma parceria estabelecida com o Ministério da Economia e do Desenvolvimento Sustentável da Mauritânia, através da Célula de Coordenação do Projecto de Apoio à Descentralização e Desenvolvimento de Cidades Intermediárias Produtivas (MOUDOUN), destaca o compromisso da Prospectiva com o “desenvolvimento sustentável” e reforça a posição da empresa como “um elemento-chave” no campo da gestão de infraestruturas urbanas.

    O projecto envolve o desenvolvimento abrangente de instalações de gestão de resíduos, incluindo a construção de uma célula de aterro, um lago de evaporação de lixiviados e várias estruturas de apoio. Outros elementos do projecto incluem, ainda, a terraplanagem, construção de estradas de acesso e implementação de um sistema de vedação para garantir a segurança ambiental.

    Adicionalmente, as melhorias na infraestrutura abrangerão a instalação de uma estação de bombeamento de lixiviados, um tanque de armazenamento de água e vários edifícios operacionais, como um posto de guarda, escritório administrativo, sanitário público e uma grande área de triagem.

    As estradas internas dentro da instalação e um sistema fotovoltaico para fornecimento de energia também fazem parte do plano de desenvolvimento.

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    Directiva RED III acelera renováveis

    O ministério do Ambiente e Energia criou um Grupo de Trabalho para acelerar a transposição da Directiva Europeia RED III (Directiva Energias Renováveis) para a legislação nacional

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    A Directiva RED III estabelece metas ambiciosas para aumentar a quota de consumo final bruto de energia proveniente de fontes renováveis para 42,5% até 2030, um aumento significativo em relação aos 32% anteriormente definidos. O Grupo de Trabalho, o qual conta com a participação da ADENE, tem o papel de assessorar o Governo na definição de políticas eficazes, na promoção de boas práticas no sector energético e na facilitação da implementação de novas tecnologias renováveis.

    Este Grupo de Trabalho irá, numa primeira fase, até dia 1 de Julho, preparar e apresentar propostas técnicas que permitam transpor para o ordenamento jurídico nacional disposições que agilizem o licenciamento de energia renováveis. Numa segunda fase, o Grupo de Trabalho terá como missão identificar as áreas temáticas e os diplomas que possam acomodar a transposição total da RED III, até 21 de Maio de 2025.

    A ADENE será um dos membros do Grupo de Trabalho na segunda fase, colaborando na preparação e apresentação de propostas técnicas para a transposição da Diretiva RED III. A ADENE terá também um papel relevante no apoio ao procedimento de consulta pública das propostas legislativas, incluindo a análise das pronúncias submetidas e a elaboração do respetivo relatório de consulta pública. Finalmente, é missão da ADENE neste Grupo de Trabalho a comunicação e a cooperação entre as diferentes entidades envolvidas.

    Recorde-se que a Directiva RED III é um quadro jurídico que estabelece o desenvolvimento de energias limpas, em todos os sectores da economia da União Europeia, que além do acelerar da produção de energias renováveis, determina, igualmente, que os Estados-Membros deverão fixar uma meta indicativa para tecnologias inovadoras de pelo menos 5%, dos 42,5 % de capacidade de energias renováveis instalada, até 2030.

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    Adene assume co-presidência da European Energy Network

    Lisboa acolhe encontro da Europen Energy Network no dia em que Adene assume a co-presidência da rede das agências nacionais de energia da Europa

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    A Adene é a anfitriã da EnR M75 Regular Meeting, a reunião semestral da European Energy Network (EnR), a rede voluntária comporta por 24 agências nacionais de energia da Europa. Neste encontro, a ADENE assume a copresidência da EnR para o segundo semestre de 2024, em parceria com as agências nacionais de energia de França (ADEME) e dos Países Baixos (RVO). Esta colaboração reforça o compromisso da ADENE em promover uma transição energética justa, inclusiva e sustentável em toda a Europa, que ficou patente durante quando a ADENE teve a presidência da EnR em 2022-23.

    O ponto alto da reunião de Lisboa é esta sexta-feira, 21 de Junho, com a realização do workshop “Using Behaviour Change Insights and Programmes to Accelerate the Just Energy Transition”, cuja discussão centrar-se-á nas abordagens inovadoras às alterações comportamentais em três temas chave: transição justa; flexibilidade na procura; aceitação pública de novas tecnologias.

    O workshop, aberto a convidados e ao público em geral, em formato presencial ou à distância, é dirigido a todos os profissionais das agências de energia e do sector da energia, assim como a decisores políticos, administração pública, cientistas sociais, e investigadores.

     

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    “O ano de 2024 vai ver, possivelmente, os números dos quadros do grupo no Brasil ultrapassar os de Portugal”

    A Tecnoplano está a crescer nas diferentes latitudes onde está presente, mas o Brasil destaca-se. Depois do sector aeroportuário, os sistemas de energia, produção e transmissão, aceleram o ritmo de crescimento deste mercado, sustentado também pela existência de recursos humanos qualificados para dar resposta aos novos desafios. Ao CONSTRUIR, Pedro Matos de Pinho, CEO da Tecnoplano, fala sobre os diferentes desafios, tecnológicos e humanos, que se colocam nesta fase de crescimento

    No final de Dezembro, a Tecnoplano fechou as contas de 2023 com um aumento de 25% na sua área core de consultoria e projectos de fiscalização. Para este ano a perspectiva é crescer, pelo menos 50%, em função dos projectos em Portugal, mas também no Brasil, mercado que se tem vindo a afirmar na actividade da empresa, quer pelo valor gerado quer pelo aporte técnico que presta a outras geografias onde o grupo português está presente. Ao CONSTRUIR, o CEO da Tecnoplano, Pedro Matos de Pinho sublinha que já este ano o número de quadros do grupo no Brasil devem ultrapassar os existentes em Portugal, “o que é compreensível dada a dimensão do mercado”, justifica.

    No início do ano anunciaram a criação de uma espécie de ‘Governo Sombra’. Como é que a experiência está a correr?

    A experiência tem sido extremamente positiva. O Conselho de Administração Sombra (CdA) trouxe uma diversidade de perspectivas e ideias que enriqueceram as nossas decisões estratégicas. Têm existido algumas reuniões que este jovem CdA convoca para abordarem o andamento dos trabalhos e retirar informações valiosas dos membros mais seniores das empresas. Têm como objectivo apresentar a proposta de Plano Estratégico do Grupo até Setembro para discussão interna. Ficaremos a aguardar.

    Este é um instrumento para tornar o grupo mais “atractivo” numa altura em que a mão de obra qualificada, nomeadamente engenheiros, é um sério problema ao desenvolvimento e crescimento do sector. Como vêem este problema e como o tem contornado?

    Certamente, a atractividade é um dos objectivos. O déficit de engenheiros é um desafio global, e estamos a abordá-lo através de iniciativas selectivas nas universidades promovendo estágios. Além disso, investimos fortemente na formação contínua dos nossos colaboradores, o que nos permite manter um quadro de profissionais altamente qualificados. Actualmente estamos a criar a “Academia Tecnoplano” com esse mesmo propósito.

     

    A digitalização está a mudar todo o sector AEC e a fazê-lo avançar a uma grande velocidade. Como é que o grupo dá resposta às novas tendências como o digital twin, a modelação 3D, o uso da Inteligência artificial, etc..?

    Tentamos estar na vanguarda da digitalização no sector AEC. Estamos num processo de implementação de um sistema de gestão centralizado para as diversas áreas da nossa operação. Até ao final do ano teremos um sistema que irá agregar toda a parte contabilística e administrativa, mas com um foco na comunicação à operação. Queremos que a informação seja fornecida directamente à operação, pois é ali onde o impacto tem efeito. Quanto às ferramentas técnicas, a nível de desenvolvimento de projectos já operamos nos diversos sectores em ambiente BIM há alguns anos. Demos início a esta transição em 2016. Nas áreas de project management e supervisão de obras, estamos numa melhoria e actualização de ferramentas contínua, criando cada vez mais processos de integração das actividades com um foco em decisões baseadas em dados “data-driven decision”. A experiência dos nossos técnicos é essencial, no entanto, o mundo mudou e cada vez mais os stakeholders querem decisões baseadas em dados concretos que sustentam a decisão, minimizando o erro e subsequentemente a litigância. Em relação a AI, temos assistido a um aumento de actualizações dos nossos softwares com apoio desta tecnologia. Caminhamos para uma versão positiva do ‘Admirável Mundo Novo’. A gestão e controlo das nossas actividades passará por uma metodologia de integração para uma gestão mais assertiva e eficiente das áreas de conhecimento que compõem uma determinada actividade com recurso a softwares em constante actualização. A título de exemplo, a integração do escopo com o planeamento e controlo de custo é uma abordagem ao alcance de qualquer fiscal de obra que detenha a ferramenta e formação adequada, agregando a IA permite um planeamento previsível e mais preciso.

     

    E de que forma toda esta transformação já é visível na carteira de obras da Tecnoplano?

    A transformação digital está claramente reflectida na nossa carteira de obras. Projectos como a implementação de sistemas BIM (Building Information Modeling) têm demonstrado uma redução significativa em custos e prazos. A digitalização não é apenas uma tendência, é a realidade dos nossos projectos actuais. A Industrialização da Construção tem levado as nossas equipas, quer de projecto, quer de supervisão, para o “chão da fábrica”.

    Crescimento acelerado no Brasil

    O mercado português ainda é o vosso principal mercado? Como vêem a sua evolução?

    Embora o mercado português continue a ser crucial para nós, temos expandido significativamente a nossa presença internacional. Vemos o mercado português a evoluir positivamente, especialmente com os investimentos provenientes do PRR e as mais recentes iniciativas do actual governo, que estão a impulsionar o sector da construção e engenharia.

    Já estamos no Brasil desde 2012, actualmente com escritórios no Rio de Janeiro, São Paulo e Araçatuba. Nos últimos 2 trimestres temos assistido a um crescimento acelerado na nossa actividade nesta geografia. O ano de 2024 vai ver possivelmente os números dos quadros do grupo no Brasil ultrapassar os de Portugal, o que é compreensível dada a sua dimensão.

    Deduzo que a operação esteja a correr bem. Em que projectos estão a participar? E como vêem a vossa presença neste mercado a médio prazo?

    A operação no Brasil tem sido um sucesso, especialmente nos estados em que estamos concentrados, como São Paulo e Rio de Janeiro. Temos conseguido fechar parcerias estratégicas e participar em projectos de grande escala que têm elevado a nossa reputação no mercado local. Estamos a participar em projectos de infraestruturas energéticas, solar – adquirimos recentemente uma empresa no sector solar e carregamentos eléctricos – e a consolidar a nossa actividade aeroportuária. A médio prazo, vemos a nossa presença crescer significativamente, consolidando-nos como uma referência no mercado.

    A evolução que falámos no início também é sentida neste mercado? Como é que abordam os seus desafios nesta latitude e num mercado com a dimensão do Brasil?

    Sim, sentimos a evolução também no Brasil. Abordamos os desafios através da regionalização das nossas operações e da adaptação às especificidades locais. O Brasil, com a sua vastidão e diversidade, exige uma abordagem personalizada e flexível, e é exactamente isso que temos implementado, cada estado é um país à nossa dimensão, razão pelo qual abordamos a entrada num estado quase como uma internacionalização.

    Sobre a empresa que adquiriram recentemente neste mercado, como é que está a decorrer essa operação?

    Na parte de sistemas de energia temos trabalhado, maioritariamente, projectos em sistemas de transmissão, linhas e subestações de muito alta tensão. Temos projectos relevantes, incluindo um que compreende 900 km de linhas de muito alta tensão. É um projecto grande, apoiamos o cliente ainda na fase de leilão, ganharam os principais lotes e agora estamos na fase de desenvolvimento do projecto.

    Hidrogénio, produção de biogás e valorização orgânica de resíduos são áreas onde já actuam. O que estão a fazer neste domínio?

    Não são áreas novas, especialmente no biogás, já trabalhamos no passado. Agora o que estamos a fazer de relevante é o maior projecto de biogás na Europa, que é na Suécia e que representa um investimento de 56 milhões de euros. Desenvolvemos todo o projecto e estamos agora a finalizar o projecto de execução.

     

    Área industrial com forte crescimento

    Como é que surgem esta novas actividades na empresa?

    Temos um departamento de projectos industriais, uma área onde ainda há poucas referências em Portugal. Com a transição energética sentimos que este é um mercado em crescimento, razão pela qual apostámos em fortalecer esta equipa, que tem estado a trabalhar em diversos projectos industriais, nomeadamente em unidades de biomassa.

    Qual é o peso que esta área industrial tem dentro da vossa carteira de clientes, de obras, neste momento?

    O peso não é significativo de momento. Eu julgo que deve andar à volta dos10%, mas a tendência vai ser crescer e crescer muito. As outras áreas estão consolidadas, temos mercado e reconhecimento no mercado, por isso a tendência é crescer, sobretudo na parte dos sistemas de energia. Olhando para o grupo e para os diferentes mercados onde estamos a nossa intenção é que cada área possa contribuir para o grupo em geral. Por exemplo, no Brasil afirmamo-nos no sector aeroportuário estamo-nos a consolidar na área de sistemas de energia e já estamos, a partir deste mercado, a apoiar a nossa actividade noutros mercados, por exemplo em Angola onde estamos com a construtora MCA no desenvolvimento do projecto solar que esta tem em curso no país.

    À parte da perspectiva de crescimento na área industrial, a área da construção e infraestruturas ainda é o forte na vossa actividade?

    Sim e onde temos um posicionamento relativamente equilibrado entre infraestruturas, obra pública, e obra privada, que actualmente e felizmente até é superior à componente pública.

    Isto é uma estratégia que procuram seguir?

    Sempre. Foi o que nos salvou em 2008. Continua a haver uma insensibilidade ou uma incapacidade do Governo em alinhar as estratégias políticas de investimento à capacidade da indústria.

    Com o PRR temos um vasto conjunto de obras públicas pelo menos para os próximos 15 anos. Será o suficiente para criar em Portugal um sector novamente forte?

    Temos aqui um pipeline grande que pode dar alguma estabilidade, o problema é a confiança que está instalada no mercado. É preciso investimento em prefabricação, em fábricas off site. É um contexto que, obviamente, gera oportunidades.

    Em que projectos têm estado a apostar a vossa presença?

    Estamos envolvidos em diversos projectos do PRR, focando-nos em infraestruturas de transporte e sustentabilidade energética. Estes projectos não só são essenciais para o desenvolvimento do país, como também reforçam a nossa posição no mercado, capacitando-nos igualmente para uma abordagem mais confiante noutras geografias.

    Como é que correu o ano de 2023 e qual a perspectiva para este ano?

    Fechámos o ano de 2023 com quase 9 milhões de facturação na área de consultoria e projectos de fiscalização, o que representou um aumento de 25% face a 2022 e começámos 2024 com uma carteira superior em cronograma. Definimos um objectivo de ter sensivelmente 13 milhões de euros, o que representa um aumento de 50%, para este ano. Sendo que temos já grande parte da carteira assegurada, agora é uma questão de capacidade de execução. Há três anos que começamos o ano com 80% do objectivo para o ano económico em carteira. O que nos dá uma estabilidade e permite-nos sermos mais selectivos dado a dificuldade em trazer novos recursos. Podemos ter crescimentos muito maiores, mas preferimos ter crescimentos curtos com contratos rentáveis e projectos com valor acrescentado para permitir atrair os melhores recursos.

     

     

    Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

    Manuela Sousa Guerreiro

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    Engenharia

    Maior projecto de ‘hibridização’ do país com luz verde para avançar

    O governo português deu luz verde ao projecto de construção do parque eólico do 274 MW da Iberdrola, integrado no Sistema Electroprodutor do Tâmega. A infraestrutura vai aproveitar o ponto de injecção na rede eléctrica já construído no complexo para aumentar a produção de energia limpa. As obras deverão arrancar no início de 2025

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    O novo parque eólico terá uma potência de 274 MW, o equivalente ao consumo de 128 mil habitações, e será construído nos distritos de Braga e Vila Real. Concebido para aproveitar o ponto de injecção na rede eléctrica já construído no Sistema Electroprodutor do Tâmega (SET), este é o maior projecto de hibridização do país, sendo o primeiro a combinar energia eólica e hídrica.

    A empresa obteve o segundo e último parecer ambiental favorável para o projecto dos parques Eólicos Tâmega Norte e Tâmega Sul. Trata-se da denominada DCAPE (Decisão de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução). Este passo implica a aprovação pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) ao projecto de construção, cumprindo todas as condições e medidas incluídas na Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável, recebida em Março de 2023 pela Iberdrola.

    Desta forma, a energética continua com o processo de instalação, sendo que o próximo passo consiste na solicitação da licença de produção à Direcção-Geral de Energia e Geologia de Portugal (DGEG). O objectivo da Iberdrola é obter todas as autorizações e começar as obras no início de 2025.

    A incorporação de energia eólica no Sistema Electroprodutor do Tâmega aumenta a sua contribuição de energia limpa, acessível e competitiva para o sistema eléctrico, garantindo o fornecimento da quantidade máxima de energia verde autorizada, originalmente, para cada projecto, durante o maior tempo possível.

    Ao contar com duas tecnologias que funcionam em alternância, reduz-se significativamente a dependência da variação das condições ambientais e das limitações pela possível falta de recursos como o vento, facilitando uma produção renovável mais estável e permitindo optimizar a infraestrutura eléctrica de transporte.

    As centrais de geração híbrida utilizam o mesmo ponto de conexão à rede e partilham infraestruturas, como a subestação que, neste caso, requererá a construção de uma ampliação, já prevista no projecto inicial, e a linha de evacuação da electricidade produzida.

    Além disso, localizam-se em terrenos já destinados à geração renovável e contam com caminhos e instalações comuns para a operação de ambas as tecnologias. Tudo isso resulta num impacto ambiental consideravelmente menor quando comparado com o impacto que teriam duas centrais independentes.

    O Sistema Electroprodutor do Tâmega é um dos maiores projectos hidroeléctricos da Europa nos últimos 25 anos. Com um investimento total de mais de 1.500 milhões de euros, é composto por três centrais: a Central Hidroeléctrica do Alto Tâmega, com uma capacidade instalada de 160 MW, a Central de Armazenamento por Bombagem de Gouvães (880 MW) e a Central de Daivões (118 MW), estas duas últimas em funcionamento desde 2022.

    As três centrais somam uma capacidade instalada de 1.158 MW, que representa um aumento de 6% da potência elétrica total instalada no país. Assim, o complexo tem a capacidade de produzir até 1.766 GWh por ano, suficiente para satisfazer as necessidades energéticas dos municípios vizinhos, bem como das cidades de Braga e Guimarães (440 mil habitações). Adicionalmente, esta infraestrutura renovável tem uma capacidade de armazenamento de 40 milhões de kWh, equivalente à energia consumida por 11 milhões de pessoas durante 24 horas nos seus lares.

    O SET permite eliminar a emissão de 1.2 milhões de toneladas de CO2 anuais e diversificar as fontes de produção, evitando a importação de mais de 160 mil toneladas de petróleo por ano. O impacto positivo para a região permite fomentar a actividade económica e o emprego através da criação de até 3.500 postos de trabalho directos e 10.000 indirectos ao longo da sua construção, 20% dos quais provenientes dos municípios vizinhos através de mais de 100 fornecedores, 75 deles portugueses.

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    Os investigadores Gonçalo Figueiredo, Rute Ferreira e Sandra Correia

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    Investigadores da Universidade de Aveiro desenvolvem vidro que …não é só um vidro!

    O projecto PLANETa desenvolveu o protótipo de uma janela em tamanho real que, além de gerar electricidade, funciona, também, como um sensor de temperatura óptico alimentado pelo sol ou por iluminação LED

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    À primeira vista parece um vulgar vidro de janela. Mas, na realidade, trata-se de um vidro revestido por uma fina camada de um material transparente que capta a luz solar invisível e a converte em radiação visível ideal para alimentar células fotovoltaicas.

    O projecto PLANETa foi desenvolvido na Universidade de Aveiro (UA), nos laboratórios do Departamento de Física e do CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro e coordenado pela investigadora Rute Ferreira, em colaboração com o Instituto de Telecomunicações (IT), o Instituto Superior Técnico (IST) e a empresa Lightenjin.

    Para o efeito foi desenvolvido um protótipo de uma janela em tamanho real que, além de gerar electricidade, funciona, também, como um sensor de temperatura óptico alimentado pelo sol ou por iluminação LED.

    “Esta janela inovadora pretende ser uma forma de integração de dispositivos de geração de energia a partir do Sol em edifícios já existentes ou em construção”, aponta Rute Ferreira. “Trata-se de um vidro revestido por uma fina camada de material transparente que capta a luz solar ultravioleta e a converte em radiação visível que é aprisionada no interior do vidro e guiada até às extremidades onde estão células fotovoltaicas escondidas na caixilharia. Estas pequenas células fotovoltaicas nas extremidades, conseguem gerar eletricidade suficiente para alimentar dispositivos de baixo consumo, como routers, sensores e dispositivos USB”, explica.

    O factor diferencial deste protótipo, sublinha Rute Ferreira, “é a sua capacidade de funcionar com iluminação solar e artificial, já que foram incluídos na caixilharia da janela sistemas de iluminação LED, que garantem uma operação contínua, mesmo em período de ausência de luz solar”.

    Além disso, aproveitando a sensibilidade do material do revestimento do vidro à temperatura, a janela transforma-se num dispositivo de dupla função: geração de energia e sensor de temperatura. “Tirando partido da configuração comercial de janelas duplas, podemos em simultâneo medir a temperatura interior e exterior”, diz a investigadora.

    A energia gerada alimenta, ainda, um sistema IoT [Internet of Things] capaz de monitorizar a temperatura e de disponibilizar esses valores numa plataforma online acessível ao utilizador.  “O objectivo final é integrar esses dados no sistema de automação residencial do edifício, contribuindo para uma gestão mais eficiente dos sistemas de aquecimento e arrefecimento, promovendo uma maior eficiência energética”, descreve.

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