Autarcas do Alto Alentejo apontam lacunas do Plano Ferroviário Nacional e querem esclarecimentos
“Cientes de que o Plano Ferroviário Nacional fará a diferença no Alto Alentejo, podendo ser, tanto um ponto de viragem para toda a região, como uma oportunidade perdida para fazer frente aos problemas do território, a CIMAA, em estreita colaboração com os seus municípios e parceiros, faz uso do seu profundo conhecimento do Alto Alentejo para, com estes contributos, ajudar a criar um PFN que potencie todo o país sem excepção”

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Os autarcas da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo consideram que apesar de responder a algumas carências e de apresentar soluções que vão ao encontro das necessidades do território, o Plano Ferroviário Nacional, que de momento está em discussão pública, apresenta lacunas que importa que sejam esclarecidas.
Para os 15 munícipes que integram aquele organismo, o plano “poderá ser um factor essencial para um território que precisa de condições de competitividade que impulsionem o desenvolvimento económico e social, capazes de responder da melhor maneira a desafios como o despovoamento e o envelhecimento populacional da região”. Apontam, no entanto, um conjunto de medidas que vão permitir à região e às suas populações beneficiar do plano de investimento previsto na recuperação da rede ferroviária nacional.
Liderada por Hugo Hilário, também presidente da Câmara de Ponte de Sor, a CIMAA considera “fundamental que se proceda à electrificação total da Linha do Leste, garantindo também a sua operacionalidade para o transporte de passageiros entre Elvas/Portalegre/Ponte de Sor/Abrantes/Entroncamento e a possibilidade de garantir transbordo para outros pontos do país através dos intercidades e/ou futuros comboios de alta velocidade.
Os autarcas do Alentejo defendem, igualmente, a deslocalização da Estação de Portalegre para junto da cidade, “uma vez que esta será a única maneira de servir a capital de distrito, tanto no transporte de mercadorias como de passageiros, em condições mais económicas e menos poluentes que aquelas que são garantidas pelo transporte rodoviário”. Actualmente, a estação dista mais de 10km do centro da cidade. Os autarcas apoiam, igualmente, a reabertura do Ramal de Cáceres, não apenas pelo seu elevado interesse turístico, mas também por poder servir de linha para transporte de mercadorias, fazendo uso do cais de cargas de Vale do Peso e podendo servir também os concelhos circundantes através de ligações para Espanha, bem como para os portos de Lisboa e Matosinhos, através do Entroncamento. “Tendo em vista a sustentabilidade ambiental e a neutralidade carbónica, o Ramal de Cáceres poderá acolher também experiências-piloto de utilização de automotoras alimentadas a hidrogénio, servindo a investigação e o progresso científico”, assegura a CIMAA em comunicado.
Finalmente, deve referir-se que, embora numa extensão curta, a Linha da Beira Baixa atravessa parte do distrito de Portalegre. Nesse sentido, a CIMAA defende que o PFN deverá contemplar a revitalização da Estação Ferroviária de Belver, em conjugação com os esforços que estão a ser levados a cabo pelo município de Gavião no sentido de criar uma Plataforma Logística em Domingos da Vinha, a três quilómetros da estação com o mesmo nome. Estas infraestruturas estariam ao serviço do transporte de pessoas e mercadorias, tanto de modo transfronteiriço como no acesso aos principais centros urbanos portugueses.
“Cientes de que o Plano Ferroviário Nacional fará a diferença no Alto Alentejo, podendo ser, tanto um ponto de viragem para toda a região, como uma oportunidade perdida para fazer frente aos problemas do território, a CIMAA, em estreita colaboração com os seus municípios e parceiros, faz uso do seu profundo conhecimento do Alto Alentejo para, com estes contributos, ajudar a criar um PFN que potencie todo o país sem excepção”, acrescentam os autarcas, para quem “existem obras e investimentos que o PFN não apresenta de forma perfeitamente concreta e calendarizada e que urge definir, tal como estas intervenções se apresentam expressas na Estratégia de Desenvolvimento Territorial do Alto Alentejo 2030”.
Da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo fazem parte os autarcas de Alter do Chão, Arronches, Avis, Campo Maior, Castelo de Vide, Crato, Elvas, Fronteira, Gavião, Marvão, Monforte, Nisa, Ponte de Sor, Portalegre e Sousel.