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    Bruno Soares, presidente do Conselho de Administração da Teixeira, Pinto e Soares (TPS)

    Construção

    A eficiência é, hoje em dia, um fio condutor”

    Ao CONSTRUIR, o presidente do Conselho de Administração da Teixeira, Pinto e Soares (TPS) explica por onde passa o caminho da construtora que quer facturar, até 2025, 100 M€ apenas no mercado nacional. Bruno Soares explica, no entanto, que o caminho é sinuoso e os desafios são grandes. Desde a forma como são concebidos os projectos aos materiais escolhidos, a eficiência operacional das empresas deveria ser uma preocupação maior

    Ricardo Batista

    Bruno Soares, presidente do Conselho de Administração da Teixeira, Pinto e Soares (TPS)

    Construção

    A eficiência é, hoje em dia, um fio condutor”

    Ao CONSTRUIR, o presidente do Conselho de Administração da Teixeira, Pinto e Soares (TPS) explica por onde passa o caminho da construtora que quer facturar, até 2025, 100 M€ apenas no mercado nacional. Bruno Soares explica, no entanto, que o caminho é sinuoso e os desafios são grandes. Desde a forma como são concebidos os projectos aos materiais escolhidos, a eficiência operacional das empresas deveria ser uma preocupação maior

    Ricardo Batista
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    Ricardo Batista
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    Em entrevista ao CONSTRUIR, o presidente da TPS, fala dos desafios que a empresa tem pela frente, da forma como encontrou soluções para os desafios que passaram e lamenta que haja poucas empresas, no sector, com mais de 25 anos de actividade. Bruno Soares assegura que esse é o reflexo de empresas pouco sustentáveis e operacionalmente desequilibradas. E aponta soluções

    Os números de 2022 apontam para um volume de negócios na ordem dos 46 milhões de euros, um crescimento de 28% face aos 34,5 milhões de euros de 2021. O que representam estes números para a administração da TPS?

    O ano de 2022 foi um ano melhor que 2021. Nesse ano, facturámos cerca de 34,5 milhões de euros e no último ano fechámos o ano com 46,8 milhões de euros, números que estão dentro do que tínhamos estimado. Foi um ano difícil, cheio de vicissitudes. Foi um ano em que tivemos de nos reinventar, tomar decisões muito rápidas e, muitas vezes, de risco elevado. No entanto, soubemos adaptar-nos ao que estava a ser o ano e acabou por ser o nosso melhor ano desde que somos TPS, não apenas em termos de facturação. Foi um crescimento significativo. Conseguimos aliar a esse crescimento e os resultados a um EBITDA de 7%, o que demonstra que o trabalho foi bem feito. Conseguimos produzir mais e sermos mais eficientes, o que acaba por ser o nosso grande desafio.

    Que decisões foram essas que diz que tiveram de ser tomadas?

    No início deste ano, os efeitos da pandemia ainda se fizeram sentir de forma significativa. Basta lembrar, por exemplo, que as cadeias de distribuição não estão ainda plenamente restabelecidas. E se este ano ainda se sentem estes efeitos, podemos perceber qual era a realidade no ano passado. Estes problemas obrigaram-nos a comprar com mais antecedência e a planear com maior antecedência, além de uma disponibilidade financeira muito maior do que a que tínhamos anteriormente. Avançar com aquisições de matérias-primas, muitas vezes ainda com muita incerteza sobre o projecto, era a única solução para assegurar que conseguíamos cumprir prazos. Chegámos a ter de ir ao estrangeiro levantar mercadoria, uma prática pouco habitual mas que, dadas as circunstâncias, se tornou por vezes necessário. Este contexto motivou também que trabalhássemos mais próximos dos nossos parceiros, quer fornecedores ou mesmo donos de obra. Aliado a isto, deparámo-nos com uma subida vertiginosa dos preços, um problema sentido logo no início de 2022. Em meados do ano passado, observámos um pico dos valores e, no fundo, ninguém sabia bem como agir. As obras eram planeadas e ‘vendidas’ a um determinado preço, algumas com valores de 2021 ou 2020 e, de repente, somos confrontados com uma vertiginosa subida dos preços praticados nos materiais. Não tivemos tempo para pensar nas decisões, mas tivemos de as tomar.

    Como se consegue contornar este problema? Estamos a falar de um Sector que tem um ciclo de produção longo, desde a compra do terreno à própria obra, licenciamento… 

    A aquisição antecipada de materiais conseguiu resolver parte dos problemas. Depois, podemos olhar para tudo isto de duas formas distintas: pela óptica dos clientes particulares e pela dos clientes públicos. No caso dos particulares, que representam uma parte significativa do nosso negócio, cerca de 40%, falámos com os nossos clientes, com todos aqueles que entendemos que fazia sentido este tipo de conversa e transmitimos o que estava a acontecer. E que eles sabiam. No fundo, o interesse de todas as partes era concluir os projectos. Em todos eles, sublinho, foi possível encontrar soluções para colmatar a adversidade dos preços dos materiais prescritos, fosse encontrando alternativas ou comprando materiais com alguma antecipação. Temos noção de que esta era uma situação difícil atendendo a que alguns dos projectos estavam já no mercado, boa parte deles vendidos e havia expectativas de quem comprou que não podíamos defraudar, além da necessidade de concluir os projectos nos devidos timings. No caso dos clientes públicos, houve um problema adicional relacionado com as datas. Muitas vezes orçamentámos obras em 2020 e a obra foi-nos adjudicada no final de 2021, por exemplo. Estamos a falar de prazos muito mais longos. Neste caso, o diálogo era mais complexo pois entendemos que os clientes públicos, não raras vezes e pelas suas características, querem tomar decisões mas estão mais limitados. Aqui, recorremos ao mecanismo da revisão de preços. Além de recorrermos igualmente à compra antecipada de produtos, tínhamos a revisão de preços ordinária. Contudo, esta figura não respondia cabalmente às subidas de preços que estávamos a verificar nas matérias-primas. Felizmente, em Maio foi lançado o decreto da revisão de preços extraordinária, mecanismo que nos ajudou significativamente a repor o equilíbrio dos nossos contratos. Estas foram ferramentas que, trabalhadas conjuntamente com os donos de obra, nos permitiram ir contornando as dificuldades. Em alguns casos, esta implementação era complexa atendendo a que estamos a falar de obras muito particulares, nomeadamente a construção de escolas, hospitais, centros de saúde, no fundo equipamentos que tinham necessariamente de estar em funcionamento dentro dos prazos estipulados.

    Referiu que neste momento as cadeias de distribuição ainda não estão regularizadas. Quais são os grandes desafios que as empresas têm pela frente?

    Relativamente aos preços, os valores das matérias-primas ainda estão altos mas estão estáveis. Se nós olharmos para os índices do IMPIC e analisarmos os dados mais recentes, que remontam a Janeiro deste ano e Dezembro de 2022, percebemos que há já uma notória estabilização. Já não temos propriamente problemas como os que identificámos no pico da crise, pelos quais recebemos orçamentos com prazos de validade de 12 e 24 horas. Isso acabou, os preços estão altos mas estáveis, o que nos permite olhar para o mercado e pensar: se estes são os preços que nós temos, esta é a nossa realidade. Assim sendo, trabalhemos, pois, a nossa realidade. Relativamente às cadeias de fornecimento, elas não estão todas restabelecidas. A pandemia veio destruir muitos postos de trabalho e fazer com que muita indústria fechasse. Isso causa dificuldades, seguramente. A juntar a isto, perceber que estes foram problemas que se fizeram sentir não apenas em Portugal como um pouco por toda a Europa, o que agudizou o problema e o dimensionou para uma escala global. Tudo isto obriga a planear com mais antecedência e é esse o trabalho que temos feito.

    Como se consegue trabalhar com essa antecedência, atendendo a que, sobretudo ao nível dos clientes públicos, os prazos praticados não deixam, em muitos casos, grande margem de resposta?

    Efectivamente, é verdade que os processos públicos são morosos, arrastam-se e depois é tudo ‘para amanhã’. Essa é a realidade que nos temos. Para isso, só há uma forma de trabalhar, pelo menos para nós: reforçando as equipas. Reforçámos a nossa equipa comercial, as equipas que elaboram as propostas e preparam os concursos, e as equipas produtivas. E tomámos algumas decisões adicionais. Num concurso público, não é certo que um relatório preliminar que nos seja favorável signifique que uma obra nos vá ser entregue, até porque depois ainda decorrem os prazos para contestações, etc, e mesmo entre o relatório preliminar e o relatório público decorre muito tempo. Até determinada altura, nós só preparávamos a obra quando esta nos era efectivamente adjudicada. Agora, sobretudo em obras de grande envergadura e complexas, alocamos meios a esses trabalhos logo a partir do relatório preliminar, desde que esse documento nos seja favorável. Claro que pode haver reclamações ou a obra não avançar e nós perdemos alguns recursos a trabalhar, mas esse é o risco que corremos. De outro modo torna-se mais difícil.

    Como olha para os programas de investimentos que ora estão já no terreno, como é o caso do PRR, como o que se espera que sejam as intervenções decorrentes dos programas de habitação?

    As empresas em Portugal estão preparadas para executar essas obras. A TPS, naturalmente, está preparada e interessada. Há, contudo, uma realidade à qual não podemos fugir e torna-se evidente que as construtoras deveriam ser consultadas e ser uma parte mais interveniente neste tipo de obras. Todos tínhamos muito mais a ganhar se as empresas de Construção Civil não fossem encaradas apenas como entidades executantes e fossem encaradas como parceiros para executar as empreitadas. Acho que seria vantajoso. Haveria grandes vantagens se as empresas trabalhassem quase tudo em concepção construção. No limite, se não nos dessem a arquitectura, que nos entregassem as especialidades, que nos atribuíssem a responsabilidade pelas especialidades. Todos teríamos a ganhar, projectos melhor elaborados, menos problemas no futuro e, seguramente, projectos mais económicos. Continuamos, infelizmente, a ser encarados apenas como alguém que executa e, como tal, temos de estar preparados para o que aí vem. Acreditamos que vem aí muito trabalho. Só em habitação, há imensos milhões para aplicar e num prazo já bastante apertado. No caso do PRR, por exemplo, caso não haja alguma prorrogação dos prazos, estamos a falar de um horizonte que vai até 2026, num montante muito elevado de investimentos. Temos de estar preparados para a escassez de materiais e de matérias-primas, que vai ser mais agressiva. Os prazos vão ser igualmente mais complicados e a juntar a isto o problema dos recursos humanos. Vai haver muito trabalho e temos de estar preparados para o fazer. Vai ser difícil, mas é a nossa vida.

    Respondendo a essa questão dos recursos humanos, falou do reforço das equipas de trabalho. Em que condições foi feito esse reforço, considerando também que há uma escassez significativa de mão de obra num plano transversal na Construção?

    Esse problema da mão de obra existe e vai agudizar-se. Nós não conseguimos formar gente para trabalhar no sector, não estamos a conseguir. Não podemos esquecer, igualmente, que estamos a falar de um Sector muito volátil. Ou seja: antecipamos que até 2030 temos boas perspectivas de trabalho, primeiro com os fundos afectos ao PRR e depois os investimentos previstos na ferrovia ou os planos de habitação que há para executar. Há, de facto, boas perspectivas para os próximos anos, mas a história diz-nos que depois de um período de franco crescimento, há uma quebra significativa. E não sabemos de que ordem de grandeza será a quebra do mercado. Os recursos humanos  acabam, com legitimidade, por se afastar, atendendo a que apostam numa determinada actividade e esperam exercê-la por muitos anos. Como estamos a contornar a situação? Para ter uma ideia, neste momento 35% dos nossos recursos humanos são estrangeiros. O departamento de prospecção fez um trabalho aprofundado junto de várias entidades no Brasil, Cabo Verde, Moçambique…tudo o que seja País lusófono foi trabalhado, graças a muitas viagens, muitas reuniões. Tudo foi feito para captar recursos e foi desta forma que conseguimos colmatar boa parte das nossas necessidades. É suficiente? Não é. Mas fazemos o que conseguimos.

    Por onde passa a diferenciação da TPS?

    O grande critério que pode diferenciar uma empresa neste sector é a estratégia que definimos. Nós temos o nosso caminho muito bem traçado na TPS e aliada a essa estratégia contamos com Recursos Humanos que materializam essa estratégia e respeitar o caminho traçado. Nós não somos grandes. Somos uma média empresa. A administração acompanha muito a actividade dos seus departamentos, de perto. Temos recursos humanos com muitos anos de casa, o que acaba por ser importante, gente que nos ajuda imenso. Não nos esquecemos das pessoas que trabalham connosco pois são elas que nos ajudam a atingir os objectivos. Felizmente, nas diversas áreas, temos gente que nos ajuda todos os dias. Mais do que a estratégia ou da formação das pessoas, uma das grandes lutas passa por tornar a empresa mais eficiente. Essa é a nossa preocupação, através de meios informáticos, por exemplo. Fizemos um grande investimento em sistemas de controlo de produção e outras áreas, o que reflecte as nossas preocupações. A eficiência é, hoje em dia, um fio condutor.

    Estamos a falar de um sector que, caminhando a um ritmo considerável para a digitalização de processos, ainda tem muito caminho a percorrer. Como olha para os desafios que as empresas têm rumo à tal ‘Construção 4.0’? O que tem sido feito na TPS?

    Existem muitos desafios na Construção, alguns deles nós encaramos como fundamentais. Um desses desafios é conseguirmos consolidar as empresas no mercado, torná-las também mais eficientes. Infelizmente, a realidade em Portugal aponta para EBITDAs extremamente baixos na nossa actividade. Há dias, olhando para um conjunto de dados, percebemos que empresas, em Portugal, acima de 25 anos são uma percentagem muito pequena. Empresas com mais de 50 anos de actividade são muito residuais. Isso é sinal de que há qualquer coisa errada e prova de que as empresas, de um modo geral, têm sérias dificuldades em se consolidar e não estão a conseguir ser eficientes. Esse, para mim, é um grande desafio que a TPS tem pela frente. Temos de caminhar no sentido dessa consolidação e ter presente a necessidade de sermos mais eficientes. Eu concordo ao máximo com as novas tendências, a construção modular, novos materiais, etc e estamos de braços abertos para receber essas novas ferramentas. Tudo o que seja para ajudar, é bem-vindo. No entanto, eu acho que antes de tudo isso, devíamos repensar e alterar a forma de projectar as construções. Esse é, a meu ver, um ponto fundamental. É importante pensar na forma como concebemos os projectos, tornando-os mais simples, que recorram a materiais de fácil manuseamento e aplicação, para que a execução seja mais rápida, para que exija menos mão-de-obra e, tão importante quanto tudo isto, que possa ser mais apelativa para a captação de novos recursos humanos. Para mim, estes são aspectos fundamentais aos quais damos ainda pouca importância. Há países e mercados mais desenvolvidos que o nosso que já deram estes passos e os resultados foram muitíssimo interessantes. Na maioria dos projectos era possível simplificar. A juntar a isto, era importante voltar a apostar na formação de recursos humanos, depois de longos anos em que essa não foi a prioridade. Àqueles que já estão a trabalhar temos, necessariamente, de continuar a formar, seja internamente nas empresas, ou mesmo académica. É fundamental aproximar as empresas das Universidades e institutos. Quanto melhor for a formação das pessoas, melhor será o ambiente para reter trabalhadores e maior a capacidade das empresas para responder a desafios mais exigentes.

    Essa maior atractividade passa também pela modernização dos próprios processos construtivos?

    Tem de passar por aí. O tradicional processo construtivo ao qual recorremos hoje em dia já não faz sentido neste momento. Não conseguimos atrair recursos humanos dizendo que vão andar de sol a sol, à chuva e lama a carregar baldes e com botas de água a encher uma laje de betão. Não conseguimos. Daí a importância de alterar as nossas construções. Isso não implica necessariamente que seja construção mais cara. Pelo contrário. Se pensarmos bem os projectos até podem ficar bastante mais baratos, além de que isso faria com que mais gente viesse para a Construção Civil. A Construção não é a mesma de há 20 anos, não é comparável e ainda bem. Mas temos obrigação de fazer melhor. A União Europeia, no global, está mais avançada que nós e há muito que podemos aproveitar com estes bons exemplos.

    Nessa lógica de fazer melhor, de fazer diferente, definiram um patamar até 2025 de atingir os 100 milhões de euros de facturação. Como esperam lá chegar? Olham para a internacionalização ou será graças ao mercado nacional?

    A internacionalização não faz parte dos nossos objectivos. Não temos dimensão para internacionalizar a empresa. Internacionalizar uma empresa, sobretudo neste sector, é um processo complexo, demorado e que assenta num orçamento muito forte. Além do mais, teríamos de estar dispostos a esperar vários anos pelo retorno, para não falar da importância de um mercado interno que sustente a operação externa. Nada disso está nos nossos horizontes. Entendemos que as metas que traçámos são alcançáveis, temos a noção do trabalho que temos nos próximos 10 anos. Até 2030, teremos bastante trabalho e acreditamos que é possível alcançar uma facturação de 100 milhões de euros em Portugal. Mais complexo será, no entanto, superar estes patamares atendendo à reduzida dimensão do mercado. Somos pequenos. Para se ter uma ideia, neste momento temos uma carteira de obras na ordem dos 150 milhões de euros, a maior de sempre na história da TPS, composta maioritariamente (60%) por obras públicas. As restantes serão particulares. Este cenário dá-nos conforto, segurança de trabalho, temos margem para trabalhar mais à vontade e as metas que propomos resultam de ponderações realistas.

    Sobre o autorRicardo Batista

    Ricardo Batista

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    Gabriel Couto constrói novo empreendimento ‘MAGGA’

    Promovido pela Pontalta e com projecto do atelier AAPH – Arquitetos, o empreendimento encontra-se localizado na Maia

    CONSTRUIR

    Promovido pela Pontalta e com projecto do atelier AAPH – Arquitetos, o novo edifício “MAGGA” é um dos mais recentes empreendimentos imobiliários no concelho da Maia, tendo a sua construção sido executada pelo Grupo Gabriel Couto.

    Localizado na freguesia de Águas Santas, o empreendimento é constituído por apartamentos de diversas tipologias que vão desde o T1 ao T5, e amplas áreas privativas, distribuídos por cinco pisos acima do solo.

    Com uma “arquitectura sóbria e contemporânea”, o projecto com as escolha de diversos “materiais nobres de alta qualidade” ao nível dos revestimentos. Além disso, o empreendimento destaca-se pela suas valências para pessoas com mobilidade condicionada e espaços verdes exteriores.

    Próximo do Interface de Transportes da cidade, o MAGGA encontra-se, ainda, perto de um vasto leque de escolas, espaços verdes, restaurantes, zonas comerciais e hospitais, públicos e privados.

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    Construção

    Indicadores do Sector da Construção seguem com evolução positiva

    Apesar da actual conjuntura, nacional e internacional, os principais indicadores relativos à actividade do Sector da Construção seguem positivos, revela a análise recente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas, AICCOPN

    CONSTRUIR

    A estimativa rápida do Produto Interno Bruto recentemente divulgada, relativa ao 3º trimestre de 2023, aponta para um crescimento de 1,9%, em termos homólogos, e uma contracção de 0,2% face ao trimestre anterior. No que diz respeito aos principais indicadores relativos à actividade do Sector da Construção, apesar da actual conjuntura, tanto no plano nacional como internacional, ter vindo a tornar-se mais adversa e do nível das taxas de juro, a evolução registada tem-se mantido globalmente positiva.

    Com efeito, o consumo de cimento no mercado nacional atingiu 2.956 milhares de toneladas até ao final do mês de Setembro, o que traduz um aumento de 1,2%, face a igual período do ano anterior.

    No que concerne ao licenciamento municipal, até ao final do mês de Agosto, observaram-se variações de -1% na área licenciada em edifícios residenciais e de +6,7% nos edifícios não residenciais, em termos homólogos. Quanto ao licenciamento de fogos em construções novas, assistiu-se a um crescimento, em termos homólogos, de 3,4%, para um total de 21.225 alojamentos.

    Nos primeiros nove meses do ano, a concessão de novo crédito à habitação pelas instituições financeiras totalizou 14.263 milhões de euros, o que corresponde a um significativo acréscimo de 16,2%, face a igual período do ano anterior. Já no que respeita, ao stock de crédito às empresas de Construção regista-se, no mês de Setembro, uma diminuição de 6,5%, em termos homólogos.

    No segmento de engenharia civil, até ao final do mês de Setembro de 2023, verifica-se um crescimento expressivo no montante dos concursos de empreitadas de obras públicas promovidas, o qual apresenta uma subida de 81,2% em termos homólogos, e no montante dos contratos de empreitadas, celebrados e registados no Portal Base, observa-se um aumento de 33,6%, em termos de variação homóloga temporalmente comparável.

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    Construção

    IHRU quer reabilitar mais 5800 habitações até 2028

    Objectivo insere-se no “Plano de Reabilitação do Património”, que estabeleceu para 2024 três fases para a reabilitação de um conjunto de edifícios de Norte a Sul. Numa 1ª fase são cerca de 1800 habitações e na 2ª e 3ª fases mais quatro mil

    CONSTRUIR

    O Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) apresentou o “Plano de Reabilitação do Património”. Dividido em várias fases, o Plano tem como principal objectivo “melhorar o bem-estar e o nível de conforto dos moradores dos bairros” e, simultaneamente, “beneficiar toda a comunidade envolvente da requalificação do território urbano”.

    Até ao presente ano, já foram reabilitadas mais de três mil habitações. No ano de 2023 foram concluídas e estão em obra o correspondente a mais de 1.400 habitações e encontram-se, ainda, em projecto e em concurso para obra mais de 1.500.

    A reabilitação do património já em curso vai entrar agora numa segunda fase de implementação, de acordo com uma estratégia de priorização. Para o ano de 2024 estão previstas três fases. Na primeira, será priorizado o processo de reabilitação de um conjunto de edifícios que corresponde a mais de 1.800 habitações de Norte a Sul do País. Na segunda e terceira, ainda em 2024, serão lançados os procedimentos para a intervenção em mais de quatro mil habitações, com prazos de execução até 2028.

    As intervenções incidem na reabilitação da envolvente exterior e nas áreas comuns do edificado, tendo como principais objectivos: promover a eficiência energética e hídrica, melhorar o conforto acústico, reforçar o sistema estrutural, melhorar a acessibilidade das pessoas com mobilidade condicionada e renovar a imagem do edificado.

    Enquadrado neste plano de requalificação do património, o IHRU celebra protocolo com o Município de Guimarães e as Associações de Moradores do Bairro de São Gonçalo, Bairro da Emboladoura e Bairro da Nossa Senhora da Conceição, que visa a implementação de uma política de proximidade procurando estabelecer uma interacção directa entre o instituto, os municípios, e as associações de moradores dos bairros.

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    Município do Porto constrói 32 casas nas Eirinhas para arrendamento acessível

    As habitações para arrendamento acessível na freguesia de Bonfim obtiveram um financiamento de 5,3 M€ com Plano de Recuperação e Resiliência

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    O Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) atribuiu financiamento de 5,3 milhões de euros ao Município do Porto, com verbas do Plano de Recuperação e Resiliência, ao abrigo do programa 1.º Direito, para a construção de 32 habitações para arrendamento acessível na freguesia de Bonfim.

    O terreno onde será construído o edifício de quatro andares situa-se na Travessa das Eirinhas e é propriedade do Município do Porto, que, com a solução promovida, pretende “qualificar o território, tornando-o mais inclusivo e melhorando as condições de vida da população”.

    Com uma área bruta de construção de aproximadamente 3800 metros quadrados (m2), incluindo habitações e garagem, o complexo disporá de 24 casas de tipologia T1 e oito de tipologia T2. Os 32 fogos estarão prontos a habitar no primeiro semestre de 2026.

    O projecto, da autoria do arquitecto André Tavares, prevê a criação de soluções de melhoria da acessibilidade a pessoas com mobilidade e autonomia condicionadas, bem como a adopção de tecnologias e equipamentos conducentes a uma utilização racional da energia e da água e à maximização da eficiência no uso das mesmas, favorecendo a sustentabilidade hídrica e energética.

    Actualmente, no local onde será construído o prédio existem apenas vestígios de casas de ilha demolidas. Os trabalhos de construção vão ser iniciados no final do primeiro trimestre de 2024.

    Esta intervenção é complementar à construção de quatro novos edifícios destinados à habitação com renda apoiada do Município, também nas Eirinhas, que contemplará 48 novos fogos, cujo concurso será lançado ainda este ano.

    Recorde-se que as Eirinhas foram objeto de um loteamento de iniciativa municipal, que já resultou na construção de um novo arruamento e na constituição de lotes aptos para a construção. Com estas intervenções, esta área da freguesia do Bonfim será totalmente requalificada, incluindo a construção de 80 novos fogos no total, entre habitação apoiada e habitação.

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    Elisabete Alves (COO da MCA), Pedro Afonso (PCA da PRODEL) e Manuel Couto Alves (PCA da MCA)

    Construção

    MCA inicia projecto de electrificação em Angola avaliado em 1,2 MM€

    O projecto de electrificação abrange um milhão de pessoas em cinco províncias angolanas e electrifica mais de 200 mil casas com energia limpa. A empresa pública de produção de electricidade (PRODEL EP) é a promotora do projecto. A montagem da operação foi feita pelos britânicos do Standard Chartered e a Allianz Trade 

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    Na imagem: Elisabete Alves (COO da MCA), Pedro Afonso (PCA da PRODEL) e Manuel Couto Alves (PCA da MCA)

    O Grupo português MCA é o responsável pelo desenvolvimento do Projecto de Electrificação Rural de 60 comunidades remotas angolanas que, através da construção de uma rede de produção de electricidade proveniente de fontes 100% renováveis, irá beneficiar mais de um milhão de pessoas em cinco províncias de Angola e potenciará, em duas décadas, a redução de emissões de dióxido de carbono de cerca de 7,7 milhões de toneladas.

    A assinatura do acto de consignação e o lançamento da primeira pedra deste projecto de construção de infraestruturas de distribuição de electricidade fotovoltaica, foi realizada na cidade de Cafunfo, no nordeste de Angola e foi presidida pelo ministro do Ambiente e das Energias de Angola.

    “A electrificação destas regiões potência, grandemente, o seu desenvolvimento económico e social. Nós, na MCA, acreditamos que este também é o nosso papel, por isso, com estes projectos, promovemos a vida das comunidades hoje, construindo um mundo melhor para as gerações futuras. Aplicamos a melhor tecnologia, com soluções de energia limpa para, por um lado, promover a qualidade de vida destas pessoas e, por outro, contribuir para a sua capacitação, não só através da construção dos parques solares, mas também com diversas iniciativas de impacto social que desenvolvemos junto das comunidades e dos nossos colaboradores”, afirma Manuel Couto Alves, chairman do Grupo MCA.

    O projecto de electrificação de zonas rurais, inserido no Plano Angola 2025 do governo local, envolve a construção por parte da MCA de 46 mini-redes solares, que atingirá uma capacidade voltaica de 265 megawats. Além dos ganhos na descarbonização, esta solução equivale ainda a uma poupança entre os 3,1 e os 5,9 milhões de euros face a outras formas de produção. A montagem da operação foi feita pelos britânicos do Standard Chartered e a Allianz Trade concedeu um apoio de 1,2 mil milhões de euros. A empresa pública de produção de electricidade (PRODEL EP) é a promotora do projecto.

    Governadora da Lunda Norte, Deolinda Satula

    A electrificação destas comunidades vai ligar 203 mil casas e fornecer energia a actividades económicas e produtivas, garantindo acesso a 250MWp de potência fotovoltaica e 595MWh de armazenamento de baterias. A electrificação será de alta, média e baixa tensão, com 46 sistemas isolados, 12 sistemas conectados à rede e três subestações e dois sistemas conectados à rede.

    As soluções disponibilizadas pela empresa portuguesa, nos quatro verticais de negócio – Energias, Desenvolvimento Urbano, Infraestruturas e Saúde – têm como objectivo promover comunidades prósperas e saudáveis, preparadas para um futuro mais sustentável e equilibrado.

    Em 2022 o Grupo MCA deu início à construção, para o governo angolano, dos dois primeiros parques solares fotovoltaicos que fazem parte de um projecto que abrange sete parques, que permitirão beneficiar mais de dois milhões de pessoas.

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    Construção

    Projecto The Coral entra em fase de conclusão totalmente comercializado

    O projecto, iniciado em 2018, representa um investimento superior a 15 M€ e atraiu na sua maioria compradores oriundos da Dinamarca, Brasil e México

    CONSTRUIR

    O projecto residencial, The Coral, localizado na zona da Gandarinha, em Cascais, está em fase de conclusão, estando os seus 15 apartamentos já totalmente comercializados. O imóvel despertou o interesse internacional, sendo os estrangeiros, maioritariamente, dinamarqueses, brasileiros e mexicanos, os principais compradores.

    O projecto, iniciado em 2018, representa um investimento superior a 15 milhões de euros da Bondstone e trouxe uma oferta “diferenciadora” para o mercado. Assinado pelo arquitecto Miguel Passos de Almeida, do atelier AAVV, a construção esteve a cargo da Tecniarte.

    Com uma arquitectura “distintiva”, materializada numa “matriz geométrica de volumes, ângulos e sombras”, em que a integração com a envolvente foi primordial, destaca-se a fachada em betão pigmentado, que assume o tom terracota “num gesto de relaçao urbana e paisagística com o lugar”. 

    O ‘The Coral’ conta com 15 apartamentos, entre o T1 a T4, que dispõe de áreas amplas, varandas com vista privilegiada para a baía de Cascais e o Oceano Atlântico, bem como interiores confortáveis, com janelas amplas e espaços comuns que exploram a luz natural e a paisagem circundante. As cinco casas dos pisos térreos contam, ainda, com jardins e piscinas privativas.

    Atractivo pela sua localização e projecto de arquitectura e de interiores, o ‘The Coral’ é uma “aposta ganha e um dos projectos de referência que trouxemos para o mercado”, afirma Frederico Pedro Nunes, chief operating officer da Bondstone.

    Presente em Portugal desde 2016, a Bondstone estruturou uma carteira de activos imobiliários que representam um investimento de 315 milhões de euros e um valor de activos sobre gestão de 380 milhões de euros.

    Além do ‘The Coral’, a promotora tem em fase final de comercialização o Greenstone, na Foz do Douro, que se encontra com 80% da oferta vendida. A par disso, a empresa está a preparar-se para revelar dois novos projectos, nos próximos meses, em Vilamoura e no Belas Clube de Campo.

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    Os grandes projectos dos próximos anos, MaisConcreta, atelier Risco, o “novo” CCB e o Architect@Work na edição 495

    Contamos-lhe como será a primeira edição do Mais Concreta, numa edição onde lhe contamos o que pode esperar nos próximos anos em termos de novos projectos, as próximas fases do CCB e lhe antecipamos a edição nacional do Architect@Work. Tudo isto numa edição impressa em papel reciclado. Mas há muito mais para ler no CONSTRUIR 495

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    Portugal recomenda-se
    (apesar de tudo)

    Para além dos sectores que, tradicionalmente, já captavam o interesse dos investidores estrangeiros em Portugal, como o turismo e o imobiliário, os sectores da economia digital e tecnologias de informação, das energias renováveis e da construção têm ganho uma maior relevância e são aqueles em que os investidores depositam maiores expectativas de crescimento nos próximos anos

    “Futuro é Ecológico” desafia empresas e arquitectura
    Sob o lema “O Futuro é Ecológico”, a MaisConcreta23 irá reunir fabricantes, marcas, arquitectos e designers numa reflexão sobre os desafios que o sector enfrenta

    ISEL apresenta residência de estudantes “carbono zero”
    O novo ‘eco-campus’, a surgir em Marvila, deverá ser construído de acordo com os princípios da New European Bauhaus. Com estudo prévio já finalizado, o concurso de concepção e construção deverá ser lançado em breve

    “O CCB foi fundamental na construção da nossa identidade”
    Tomás Salgado, arquitecto e coordenar geral do atelier Risco, fala ao CONSTRUIR sobre o projecto da expansão do CCB e o impacto do legado de Gregotti na definição do que é a empresa

    Casais inaugura primeira fase do MITH
    Durante os próximos dez anos, o grupo Casais pretende investir mais 150 milhões de euros nas componentes “work+tech” e habitação do MITH, que ocuparão uma área adicional de 56 000 m2. Investimento global ascende a 167M€

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    Amélia Estevão, directora de Marketing da Exponor

    Construção

    “Futuro é Ecológico” desafia empresas e arquitectura

    É já esta quinta-feira, dia 16 de Novembro, que arranca a primeira a edição da “MaisConcreta23”, o evento especializado é palco para as mais recentes tendências de produtos e materiais portugueses para o mundo da arquitectura e design de interiores. Sob o lema “O Futuro é Ecológico”, a MaisConcreta23 irá reunir fabricantes, marcas, arquitectos e designers numa reflexão sobre os desafios que o sector enfrenta

    Amélia Estevão, directora de Marketing da Exponor, tem a seu cargo a gestão de mais uma feira: a MaisConcreta23. O certame tem um formato diferente do habitual, com menos expositores e num lugar diferente, trocando as instalações do parque de feira da Exponor em Matosinhos, pela Alfândega do Porto. Durante dois dias o certame irá mostrar e debater o contributo da fileira da Construção num “Futuro” que terá que ser, seguramente “Ecológico”.

    Há um ano que esta edição está a ser preparada, inaugurando um novo formato. Todos os objectivos inicialmente traçados foram cumpridos?
    Estamos a preparar este evento há mais de um ano, num esforço colectivo para apresentarmos uma oferta premium. Todo o processo acabou por seguir um rumo bastante natural, até porque já trabalhávamos com o arquitecto e professor Diogo Aguiar enquanto curador da Concreta, por isso a escolha para conceber este formato recaiu, uma vez mais, no seu nome.

    A ideia inicial surgiu com a necessidade de desenvolvermos um formato em que a arquitectura e o design português tivessem o papel principal. Quanto ao tema “Futuro é Ecológico”, foi pensado como resposta aos desafios que a arquitectura, o próprio sector da construção e a sociedade estão a viver.

    Destaco ainda que não trabalhámos este mote apenas na sua conceptualização, mas também na sua estrutura. Temos consciência de que a organização de um evento tem um impacto na pegada ecológica, por isso este evento teve como premissa a diminuição desse impacto, desde logo com a abolição da alcatifa, na utilização de andaimes como estrutura de stands, facilmente reutilizáveis, e ainda na redução do papel em toda a comunicação.

    A escolha foi criteriosa, desde o início, queríamos ter “Crème de la Crème” das empresas portuguesas que estão na vanguarda da arquitectura e design, com propostas de valor acrescentado nos mais variados segmentos, que vai da domótica, dos pavimentos, dos revestimentos, do banho, das cozinhas, às janelas e portas”

    Quantas empresas estarão presentes e como foram seleccionadas? Houve quem ficasse de fora?
    A escolha foi criteriosa, desde o início, queríamos ter “Crème de la Crème” das empresas portuguesas que estão na vanguarda da arquitectura e design, com propostas de valor acrescentado nos mais variados segmentos, que vai da domótica, dos pavimentos, dos revestimentos, do banho, das cozinhas, às janelas e portas.

    Tendo em conta que a MaisConcreta23 foi desenhada para receber apenas fabricantes e marcas portuguesas, tivemos necessidade de recusar algumas, nomeadamente, marcas e empresas internacionais.

    O que podemos esperar desses dois dias de feira? Ela será aberta ao público?
    O evento é dirigido a profissionais e, mais do que uma exposição de arquitectura e design, será um ponto de encontro do sector reforçando relações de confiança e proporcionando momentos de networking. Na Alfândega do Porto, apresentaremos uma área expositiva muito diversificada e com novidades nas áreas da sustentabilidade, dando conta do esforço e caminho que as empresas estão a fazer nesse sentido.

    Paralelamente, estão a ser desenvolvidas, em parceria com a Ordem dos Arquitectos da Região Norte e os DepA Architets, um ciclo de conferências que apresentarão novas abordagens da arquitectura. Nesta edição, lançámos um desafio “Movimento +Concreta” como uma reflexão sobre aquilo que queremos agregar ao sector com este Mais/+: mais sustentabilidade; mais circularidade; mais produtos autóctones, mais criatividade; mais contactos; mais cor; mais trabalho em equipa. Entre os dias 16 e 17, o programa completa-se com diversos momentos de partilha, visitando diversos temas da actualidade da arquitectura e do design.

    A Concreta 2024 vai para a sua 31ª edição e o tema vai na continuidade da MaisConcreta23: ‘Descarbonização da Arquitectura e Engenharia’”

    Uma feira intimista e objectiva

    Qual a receptividade das empresas e do sector a este novo formato mais intimista?
    A receptividade tem sido muito interessante, porque permite reunir o perfil de visitantes que os expositores procuram, sobretudo, os gabinetes de arquitectura e os designers.
    Um evento mais pequeno concentra-se em nichos específicos e em temas especializados, práticas mais conscientes e ecológicas, atraindo um público profissional mais segmentado e interessado, garantindo que as informações compartilhadas sejam altamente relevantes para os participantes.

    O tema “O Futuro é Ecológico” é uma antevisão do que podemos esperar da edição de 2024 da Concreta?
    A Concreta 2024 é uma feira de construção, engenharia e arquitectura já consolidada, que vai para a sua 31ª edição. O tema da Concreta vai na continuidade do tema da MaisConcreta23: “Descarbonização da Arquitectura e Engenharia”.

    Alinhado com o panorama internacional, Portugal assumiu o compromisso de atingir a neutralidade carbónica em 2050. Os vários sectores da sociedade terão de demostrar resiliência e inovação na eminente resposta a novos desafios. Uma vez que o sector da construção, de grande importância na economia nacional, é um dos principais emissores de CO2, a CONCRETA 2024 desafia as empresas e os profissionais a implementar a “Descarbonização da Arquitectura e Engenharia”

    Do ponto de vista da organização Exponor, qual a vantagem e o que retiram de eventos de menor dimensão e que não são de massas?
    Com base na nossa experiência, eventos de menor dimensão permitem interacções mais próximas entre expositores e visitantes, estimulando relações e negócios.

    De modo a tirarmos proveito desta característica, organizaremos também um jantar, a 16 de Novembro, para networking. Este momento poderá proporcionar a parceiros, expositores e visitantes oportunidades de negócios valiosas. Além disso, os participantes têm mais possibilidades de se envolver activamente nas actividades, nomeadamente nas conferências. Podem participar em reflexões, discussões e interagir directamente com os oradores, tornando a experiência com mais significado.

    A afirmação da descarbonização da Construção

    Diogo Aguiar (Atelier Diogo Aguiar Studio)

    “O Futuro é Ecológico”! É a partir desta afirmação que se desenvolve a MaisConcreta23. Um mote para abordar a problemática da pegada de carbono de que o sector da construção é responsável ao mesmo tempo que pretende dar a conhecer empresas que estão a desenvolver soluções que contribuem para a descarbonização da fileira. “Perante cenários mais ou menos catastróficos, a construção ecológica já está hoje a ser impulsionada por financiamentos e pela própria legislação. Temos, de facto, que repensar a forma como temos construído e passar a fazê-lo de um modo muito mais consciente”, justifica Diogo Aguiar. O arquitecto, fundador do atelier Diogo Aguiar Studio, e professor na faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, foi o curador do certame, da mesma forma que anteriormente esteve ligado à edição de 2022 da Concreta e à Bienal de Veneza 2023, que tiveram em evidência a problemática e o desafio que se colocam aos profissionais do sector. A consciência leva à acção e ao “Futuro” que já está em marcha. “Vivemos um tempo muito acelerado e em que o que fazemos hoje tem impacto directo na definição do amanhã. As novas gerações de arquitectos e de profissionais da área estão, de facto, muito preocupadas com o impacto das suas práticas na transformação/destruição dos ecossistemas do planeta e precisam da colaboração de todo o sector da construção na persecução de práticas mais conscientes e ecológicas”, sublinha Diogo Aguiar.
    Nesse sentido, as marcas e empresas, nacionais, que marcam presentes irão responder ao desafio lançado. “Esta feira procura perceber de que forma os produtos, as marcas e as empresas portuguesas se posicionam perante a inviabilidade de sermos necessariamente mais ecológicos. Consciente da pegada de carbono do sector da construção (um dos principais emissores de CO2), o evento MaisConcreta23 quer dar a conhecer as estratégias e os produtos que fabricantes e marcas portuguesas estão a desenvolver hoje para contribuírem para a descarbonização da arquitectura num futuro próximo”, avança Diogo Aguiar.
    A MaisConcreta2023 foca-se em produtos, marcas e empresas portuguesas, na área dos acabamentos e design de interiores. Está confirmada a presença de cerca de quatro dezenas de empresas uma dimensão reduzida face a feiras como a Concreta, “que se foca na construção num sentido mais generalizado e que acontece, a cada dois anos, na Exponor e, nesse sentido este evento, tem necessariamente uma dimensão mais reduzida do que a Concreta”, refere Diogo Aguiar.
    A proposta temática estende-se à forma como a feira será equipada, procurando dar “o bom exemplo” o certame será montado “a partir da reutilização de estruturas de andaimes que, após evento, reintegrarão o seu normal ciclo de vida”.

    Sobre o autorManuela Sousa Guerreiro

    Manuela Sousa Guerreiro

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    Edifício Sal D’Ouro Park

    Construção

    Taga Urbanic inicia construção do segundo edifício do Sal D’Ouro Collection

    Depois do arranque da construção do Sal D’Ouro Ocean, já com 80% das unidades vendidas, o promotor avança com o Sal D’Ouro Park. Localizado no terreno da antiga Seca do Bacalhau, o empreendimento é composto por seis edifícios e 200 fracções, num investimento total de 60 M€

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    Após o sucesso da primeira fase, o Grupo Taga Urbanic inicia a construção e o lançamento comercial da segunda fase do projecto residencial premium Sal D’Ouro Collection, enm Vila Nova de Gaia, com o edifício Sal D’Ouro Park. Composto por seis edifícios e 200 fracções, o Sal D’Ouro Collection representa um investimento total de 60 milhões de euros.

    Refira-se que o primeiro edifício, Sal D’Ouro Ocean, encontra-se ainda em fase de construção e conta já com 80% das unidades vendidas.

    O empreendimento localiza-se no no terreno da antiga Seca do Bacalhau, junto à foz de Vila Nova de Gaia, última reserva significativa para construção na faixa costeira da cidade, num ponto elevado e beneficiando de vistas sobre o mar e a reserva natural do estuário do rio Douro.

    Junto ao Parque de S. Paio, o novo edifício conta com uma praia e a margem do rio a apenas 5 minutos a pé, e acesso à extensa rede de ciclovias de Gaia, conectando o Porto a Espinho, assim como o acesso às cidades do Porto e Gaia, ambas a cerca de 15 minutos de distância.

    O Sal D’Ouro Park oferece 37 apartamentos, projectados com materiais e acabamentos premium. Com tipologias T1, T2, T3 e T4, os apartamentos apresentam áreas generosas variando de 56 a 182 metros quadrados (m2). O empreendimento inclui comodidades como um ginásio privado equipado, zona de coworking, estacionamento em dois pisos, arrecadações e posto de carregamento eléctrico interior.

    Destacam-se as varandas e os terraços privados, que permitem ampliar o espaço e desfrutar da beleza natural e luz solar. O projecto arquitetónico é liderado pelo gabinete Ventura + Partners, a construção pelo grupo TPS – Teixeira, Pinto & Soares e a  comercialização está a cargo da JLL e da Global Key.

    “Esta distinta colecção de edifícios demonstra o nosso investimento e dedicação em criar edifícios que ofereçam qualidade de vida. Pretendemos consegui-lo através da combinação de materiais superiores, características arquitectónicas distintivas e comodidades criteriosamente seleccionadas”, afirma Tzafrir Fiks, chief marketing officer da Taga Urbanic.

    E acrescenta: “Para nossa grande satisfação, a taxa de vendas na primeira fase é muito elevada e o mesmo sucede no segundo edifício – a procura pelo Sal D’Ouro Park tem sido muito elevada, mesmo antes de termos lançado oficialmente a comercialização”.

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    Projecto do Corredor do Lobito avança com acordo da Mota-Engil África e Afreximbank

    O acordo visa a disponibilizar, a médio e longo prazo, o global de 175 M€, o que permitirá à Mota-Engil Africa prosseguir com o desenvolvimento do Corredor do Lobito, através da aquisição de equipamento fundamental para optimizar a operação

    CONSTRUIR

    O Grupo Mota-Engil, através da sua participada Mota-Engil Africa, celebrou um Acordo estratégico (therm sheet) com o African Export-Import Bank (Afreximbank), de forma a apoiar o investimento no projecto do Corredor do Lobito, em Angola.

    O Corredor do Lobito, um projecto logístico que ligará três países (Angola, República Democrática do Congo e Zâmbia), representa uma rota comercial que ligará o Sul da República Democrática do Congo (RDC) e o Noroeste da Zâmbia aos mercados globais através do porto do Lobito em Angola.

    A assinatura do acordo com o Afreximbank representa, assim, mais um “passo significativo” no compromisso do Grupo Mota-Engil para continuar a expandir as suas operações em África e contribuir para o desenvolvimento de infraestruturas cruciais na região.

    O acordo visa a disponibilizar, a médio e longo prazo, o global de 175 milhões de euros, o que permitirá à Mota-Engil Africa prosseguir com o desenvolvimento do Corredor do Lobito, através da aquisição de equipamento “fundamental para optimizar a operação.”

    O Grupo Mota-Engil mostra-se “entusiasmado” com o reforço desta “colaboração estratégica” e empenhado em continuar a explorar oportunidades conjuntas que permitam contribuir para o desenvolvimento sustentável do continente africano, através da promoção de investimentos de longo prazo e com o foco nas comunidades.

    A cerimónia de assinatura decorreu durante o IATF (Intra-African Trade Fair), que está a decorrer na cidade do Cabo, tendo marcado presença em representação do Grupo Mota-Engil, Manuel Mota, vice-CEO, bem como José Carlos Nogueira, CFO, que celebrou o acordo com Humphrey Nwugo, o representante do Afreximbank e COO responsável pela África Subsariana do banco.

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