‘Babel’ investiga suspeitas de irregularidades urbanísticas em Gaia e Porto; Fortera assegura que vai cooperar com a justiça
Em causa estão suspeitas de crimes de corrupção na área do urbanismo e centrou-se “na viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanístico em favor de promotores associados a projectos de elevada densidade

De Veneza a Milão: Dois eventos, uma visão transformadora
Libertas conclui urbanização Benfica Stadium; Investimento ronda os 100 M€
Monte da Bica investe 1,5M€ para criar um hotel, dois lagares e uma sala de provas
Remax lança nova app para “optimizar” procura de casa
Lionesa e Maleo Offices lançam novo espaço de escritórios no Porto
Atenor adquire e lança “Oriente”
Casas novas representam 20% da facturação residencial da ERA
Mercado transaccionou 40.750 casas nos primeiros três meses do ano
As Legislativas esmiuçadas, a Open House e o ‘novo’ Pavilhão de Portugal em destaque no CONSTRUIR 530
Apagão ibérico revela “fragilidades” na Europa
A operação policial levada a cabo pela Policia Judiciária esta terça-feira resultou na detenção de sete pessoas, suspeitas da prática de crimes de corrupção e de viciação de procedimentos de contratação pública em setores de actividade específicos, com vista a beneficiar determinados operadores económicos.
Entre os detidos, além do vice-presidente da Câmara de Gaia, que tem o pelouro do urbanismo, está o CEO da promotora Fortera. Ao CONSTRUIR, fonte da administração do grupo confirma que Elan Dror é um dos detidos nesta operação, sublinhando, no entanto, que “não há ainda conhecimento dos contornos que serão necessários esclarecer”. “A empresa tem em curso um investimento relevante na área de Gaia e poderá ser em torno do mesmo que será necessário prestar esclarecimentos. Reafirmamos que iremos colaborar activamente com a investigação”, pode ler-se no comunicado.
O grupo tem em Portugal mais de 20 projetos, distribuídos por Gaia, Espinho, Porto e Braga, que contemplam mil apartamentos, 818 quartos de hotel, num investimento total de 750 milhões de euros e uma área de construção de 235 mil metros quadrados. O nome da Fortera já havia sido associado à “Operação Vortex”, esta mais focalizada em Espinho e relacionada com “projetos imobiliários e respetivo licenciamento, respeitantes a edifícios multifamiliares e unidades hoteleiras, envolvendo interesses urbanísticos de dezenas de milhões de euros, tramitados em benefício de determinados operadores económicos”. Na altura, os responsáveis da promotora negaram qualquer ligação aos decisores municipais da autarquia de Espinho, asesegurando que a Fortera não foi envolvida ou alvo de qualquer busca.
A operação que decorreu esta terça-feira envolveu buscas nas câmaras de Gaia e do Porto e na Metro do Porto. Em causa estão suspeitas de crimes de corrupção na área do urbanismo e centrou-se “na viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanístico em favor de promotores associados a projectos de elevada densidade e magnitude, estando em causa interesses imobiliários na ordem dos 300 milhões de euros, mediante a oferta e aceitação de contrapartidas de cariz pecuniário”.
Segundo o comunicado da Policia Judiciária, encontram-se igualmente indiciadas práticas dirigidas ao beneficio de particulares no setor do recrutamento de recursos humanos e prestação de serviços, por parte do executivo municipal visado, bem como a existência de fenómenos corruptivos ao nível dos funcionários de outros serviços nos quais os referidos promotores imobiliários possuíam interesses económicos.
Nesta fase, foram já constituídos 12 arguidos. Entre os detidos está Patrocínio Azevedo, o vice-presidente da Câmara Muncipal de Gaia, com o pelouro do urbanismo. Além do autarca, foram detidos dois funcionários da Câmara Municipal do Porto e um jurista.