Consórcio liderado pela dstelecom lança 2º cabo submarino sensorizado em Portugal
Orçado em 1,4M€ o projecto K2D, acrónimo de “Knowledge and Data from the Deep to the Space”, finalizou a instalação do 2º protótipo de um cabo submarino inteligente ao largo de Sesimbra

CONSTRUIR
Lionesa e Maleo Offices lançam novo espaço de escritórios no Porto
Atenor adquire e lança “Oriente”
Casas novas representam 20% da facturação residencial da ERA
Mercado transaccionou 40.750 casas nos primeiros três meses do ano
As Legislativas esmiuçadas, a Open House e o ‘novo’ Pavilhão de Portugal em destaque no CONSTRUIR 530
Apagão ibérico revela “fragilidades” na Europa
Crescimento de flexspaces deve-se à “rapidez da operacionalidade” e “flexibilidade de prazos”
Habitat Invest lança lote 3 do Almar Beach
Prémio António Almeida Henriques 2025 destaca empresas e autarquias
IP consigna a última empreitada das obras do PRR
O consórcio luso-americano inserido no projecto K2D, acrónimo de “Knowledge and Data from the Deep to the Space”, e liderado pela dstelecom, acaba de finalizar, com o apoio da Marinha Portuguesa, a instalação do 2º protótipo de um cabo submarino inteligente com 2 km de comprimento nas imediações do porto de Sesimbra em mar aberto e até profundidades superiores a 100 metros.
Sismos, tsunamis, fauna marítima, poluição, circulação de embarcações, submergíveis, temperatura da água são parte do manancial de dados que podem ser capturados em tempo real através desta infraestrutura sensorizada.
A aquisição de dados potenciados pelo sistema irá, assim, permitir criar modelos de análise baseados em geoinformática e inteligência artificial, de forma a ampliar o alcance da monitorização e do espectro do conhecimento até ao interior dos oceanos.
A escolha da localização em Sesimbra, como já havia acontecido com Tróia, em Setembro de 2022, deve-se ao facto de integrar a Zona Livre Tecnológica Infante D. Henrique para experimentação de tecnologia marítima.
A investigação e o desenvolvimento dos sensores que estão instalados ao longo do cabo e captam dados em tempo real esteve a cargo do INESC TEC, do Centro de Investigação Tecnológica do Algarve (CINTAL) e da Universidade do Minho.
Esta instalação, que decorreu no âmbito do projecto K2D, propõe desenvolver um sistema de monitorização à escala global e totalmente disruptivo para os oceanos, baseado em cabos submarinos e capaz de lidar com diferentes profundidades, desde os fundos profundos e plataformas abissais até à superfície. Trata-se de um projecto bandeira do programa MIT Portugal, inserido nas parcerias internacionais que o Governo português tem com instituições de investigação norte-americanas, e foi financiado em 1,4M€.
Tanto a atmosfera como para as superfícies dos oceanos, são amplamente monitorizadas graças a sistemas de detecção remota, baseados em satélites e aviões. Contudo, as profundezas dos oceanos continuam inexploradas pelo ser humano, em grande parte devido às extremas características de exposição ambiental que são demasiado hostis para as abordagens de sensorização convencionais.
Os componentes e sistemas deste novo cabo, nomeadamente os sensores acústicos capazes de detectar a passagem de embarcações, submarinos e/ou cetáceos, operam conforme o previsto.
A solução tecnológica instalada é constituída por três repetidores de sinais desenvolvidos no âmbito do projecto, que têm a particularidade adicional de acoplar qualquer equipamento de medição. Na instalação experimental, estão a ser usados sensores de temperatura, pressão, pH, turbidez, hidrofones e acelerómetros. Além disso, o cabo está ligado até à costa, permitindo o processamento e o acesso dos dados em tempo real.
Este projecto iniciou no ano de 2020, ao abrigo do Programa MIT Portugal e conta, para além dos parceiros já referidos, com a participação da Universidade dos Açores, Air Centre, Alcatel Submarine Networks e MIT. Os próximos passos passam agora pela operação do equipamento, mantendo a colaboração com a Marinha Portuguesa, e pela criação de um modelo de ‘digital twin’ que replique os dados ambientais do oceano Atlântico, bem como os efeitos da acção antropogénica.
A dstelecom iniciou este projecto tendo em vista a criação do smartcable como um produto diferenciador e de valor acrescentado, que ainda não existe a nível mundial.
“A nossa estratégia passa por aumentar o valor acrescentado dos cabos submarinos, convertendo-os não só em autoestradas de dados, mas também acrescentar a capacidade de monitorização, associando uma camada de sensorização a estes elementos que estão alojados no fundo do oceano. Isto vai permitir-nos apresentar uma solução única a este mercado e que esperamos uma disseminação global”, afirma Sérgio Fernandes, CTO da dstelecom.