MCA com projecto de 1,2 MM€ em Angola
Depois do Biópio e da Baia Farta, ambos na província angolana de Benguela, o grupo português MCA vai construir novas centrais solares em outras cinco províncias: Malange, Bié, Moxico, Lunda Norte e Lunda Sul. O projecto de electrificação rural abrange 60 das comunas mais remotas de Angola
Manuela Sousa Guerreiro
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O grupo português MCA vai construir uma rede de produção de electricidade proveniente de fontes renováveis em Angola. O projecto de electrificação rural de 60 das comunas mais remotas do país africano, irá beneficiar mais de um milhão de pessoas em cinco províncias angolanas: Malange, Bié, Moxico, Lunda Norte e Lunda Sul. Avaliado em 1,2 mil milhões de euros, este é o segundo grande projecto fotovoltaico do país, depois de o ano passado ter entrado em funcionamento as centrais solares fotovoltaica do Biópio e da Baia Farta, mais a sul, na província de Benguela. A primeira, com uma capacidade de produção de 188,8 megawatts e composta por mais de 500 mil painéis fotovoltaicos esta é, também, uma das maiores centrais fotovoltaicas da África subsariana. A sua construção, que teve um custo de 256 milhões de euros, envolveu, em consórcio, a americana Sun Africa LCC e o grupo português MCA. Já a Central fotovoltaica construída no município da Baía Farta, tem uma potência instalada de 96 megawatts distribuídos para a rede eléctrica nacional e potenciados por mais de 261 mil painéis solares.
“Angola é, por excelência, um local com distintas condições para a utilização de energia solar, com uma radiação global em plano horizontal anual media compreendida entre 1370 a 2100 kWh/m2/ano. A tecnologia mais adequada para aproveitar o recurso solar é a produção de electricidade através de sistemas fotovoltaicos, sendo esta a tecnologia de mais rápida instalação (prazos inferiores a 1 ano) e com menor custo de manutenção, e que gradualmente deixou de ser tão onerosa”, justifica o governo de Angola na brochura do novo projecto. “Depois do início daquele que se acredita ser o maior projecto fotovoltaico da África Subsariana, e que chega a mais de dois milhões de pessoas, ficou claro que é e continuará a ser um grande ganho para o país”, refere a nota de abertura.
Levar energia às zonas rurais
O projecto que está agora ser desenvolvido pela construtora portuguesa tem como objectivo a electrificação de 60 comunas distribuídas pelas cinco províncias angolanas envolvidas, através da expansão da rede eléctrica nacional e da construção de parques fotovoltaicos com sistemas de armazenamento de energia em baterias, como sistemas isolados de produção e abastecimento de electricidade. Serão abrangidas mais de 200 mil casas, para além de actividades económicas e produtivas locais.
Em meados de Novembro teve lugar a formalização da assinatura do contrato entre o governo angolano e o grupo português, e o lançamento da primeira pedra deste projecto de construção de infraestruturas de distribuição de electricidade fotovoltaica, na cidade de Cafunfo, no nordeste de Angola.
“A electrificação destas regiões potência, grandemente, o seu desenvolvimento económico e social. Nós, na MCA, acreditamos que este também é o nosso papel, por isso, com estes projectos, promovemos a vida das comunidades hoje, construindo um mundo melhor para as gerações futuras. Aplicamos a melhor tecnologia, com soluções de energia limpa, para, por um lado, promover a qualidade de vida destas pessoas e, por outro, contribuir para a sua capacitação, não só através da construção dos parques solares, mas também com diversas iniciativas de impacto social que desenvolvemos junto das comunidades e dos nossos colaboradores”, afirma Manuel Couto Alves, chairman do Grupo MCA.
O projecto de electrificação de zonas rurais do Malange, Bié, Moxico, Lunda Norte e Lunda Sul envolve a construção de 46 mini-redes solares, que atingirá uma capacidade fotovoltaica de 265 megawatts e potenciará, em duas décadas, a redução entre 4.2 e 8.0 milhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono. O valore económico aportado pelo projecto, considerando a poupança face a soluções alternativas e o ganho no rendimento da população, situa-se entre os 3,1 e os 5,9 mil milhões de euros.
“A solução de construção, junto ao local de consumo, de parques de geração de energia solar fotovoltaica acoplados com um sistema de bateria, capaz de fornecer energia acessível e sustentável, potencia ainda mais o valor do projecto, visto que suprime a necessidade de transporte de energia a longas distâncias e reduz significativamente a necessidade de compra e transporte de diesel recorrentemente usado para gerar electricidade em locais remotos”, consideram as autoridades angolanas.
A montagem financeira da operação foi feita pelos britânicos do Standard Chartered e a Allianz Trade (ex-Euler Hermes). Já a empresa pública de produção de electricidade, PRODEL EP, é a entidade promotora.