Álvaro Siza, Martha Thorne e Carrilho da Graça juntam-se em mais um ciclo ‘Arquitectura a Nu’
Organizado pela Fundação de Serralves, com curadoria de António Choupina, o Ciclo de Conversas e Visitas Arquitetura a Nu / Naked Architecture, desenvolve-se em várias sessões, ocupando diferentes galerias da Ala Álvaro Siza, numa iniciativa que pretende dar a conhecer este novo espaço
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Inserido no ciclo ‘Arquitetura a Nu’, que decorre na Ala Álvaro Siza, um novo encontro, a 11 de Janeiro, propõe uma reflexão sobre a força da arquitectura nua, vazia, enquanto celebra a obra de Siza e a sua mais recente contribuição para a colecção de arquitectura Siza da Fundação de Serralves e que junta à conversa os arquitectos Álvaro Siza, Martha Thorne e João Luís Carrilho da Graça.
O desenho de modelo nu fez parte do currículo de várias escolas de arquitectura, especialmente daquelas cuja origem esteve ligada às belas artes. Álvaro Siza recorre frequentemente a essa tradição como momento de libertação das pressões e enigmas da arquitectura, ao mesmo tempo que a utiliza como fonte de inspiração, no caso da Femme Enceinte de Picasso.
A Galeria para Dois Picassos, agora reinventada por Siza como Pavilhão de Arte na Coreia do Sul, foi originalmente concebida para a Capital Europeia da Cultura de 1992, no âmbito de uma exposição comissariada pela arquitecta Martha Thorne, ex-directora executiva do Prémio Pritzker e actual consultora do Prémio Obel. Com base na sua experiência no Instituto de Arte de Chicago, bem como no seu interesse pelo design paisagístico, esta conversa centrar-se-á na arquitectura e futuro conteúdo da nova Ala Álvaro Siza enquanto ferramenta pedagógica – um museu, dois edifícios.
Juntar-se-á também ao debate o arquitecto João Luís Carrilho da Graça, vencedor do Prémio Pessoa de 2008, entre outros prémios e condecorações. Tal como os heterónimos de Fernando Pessoa, a arquitectura depende de uma espécie de multiplicação do ‘eu’ para chegar ao ‘outro’. Siza e Carrilho da Graça não estranham esta ligação ambivalente entre diferentes tempos, espaços que se expandem e contraem, pairando sobre topografias ajustadas, de Serralves ao Mosteiro de Flor da Rosa ou ao museu arqueológico do Castelo de São Jorge.
Ao contrário de Le Corbusier, para quem desenhar nu era ocorrência regular e literal, despe-se aqui o pensamento e o processo arquitectural numa conversa moderada pelo arquitecto António Choupina.
Organizado pela Fundação de Serralves, com curadoria de António Choupina, o Ciclo de Conversas e Visitas Arquitetura a Nu / Naked Architecture, desenvolve-se em várias sessões, ocupando diferentes galerias da Ala Álvaro Siza, numa iniciativa que pretende dar a conhecer este novo espaço a públicos muito diversos, até à abertura da exposição dedicada à Colecção de Arte Contemporânea de Serralves e ao arquivo Álvaro Siza depositado em Serralves, em Fevereiro de 2024.